Toda a Beleza já está presente!

Essa Realização não é algo novo que deva ser acrescentado a você. É como um palácio abandonado, que há centenas de anos está sem nenhum morador. Ele está esquecido, perdido, como um tesouro escondido em algum recanto do mundo. Esse palácio está sendo a moradia de baratas, ratos, morcegos e aranhas. O piso, as paredes, os móveis, os espelhos e toda a mobília, nesse palácio, estão cobertos de poeira. Nele, os ratos e as baratas se multiplicam.

Esse palácio está lá há milhares de anos e, por detrás de toda aquela poeira, há mobílias feitas da madeira mais forte e bela que se pode encontrar na Terra. As molduras dos espelhos – que são muitos – são do material mais requintado, mais fino, mais delicado. Há amplas salas, amplos quartos, e o assoalho, como tudo ali, foi colocado com muito cuidado. Há muitos detalhes de grande encanto aos olhos, de grande beleza, mas tudo está coberto de poeira. A quantidade de insetos é enorme! A não ser que esse palácio seja encontrado, descoberto, e toda aquela poeira dos móveis, aquela sujeira e os insetos sejam retirados, a sua beleza continuará oculta. Realização é algo assim: já está aí, mas há muita coisa encobrindo Isso!

O palácio não foi construído para a morada de ratos, baratas e aranhas. O propósito da construção desse palácio foi muito mais nobre. São os reis, os príncipes, os monarcas, que moram em palácios.

O propósito dessas falas é sempre o mesmo. Elas não têm o propósito de lhe ensinar algo novo, mas de fazer você descobrir o antigo, perceber Aquilo que já está presente. Você é um palácio, mas está ocupado com muita poeira, ratos, baratas, aranhas e diversos outros insetos. Você é um palácio com amplos e belos espaços, belas mobílias, mas muito ocupado.

Você é como um imenso oceano se confundindo com uma pequena onda, uma pequena marola, vivendo em um estreito pedaço do mar, se chocando contra as rochas a toda hora. Com pequenas variações, a mesma onda se repete. Vez após vez, ela bate na rocha, se desmancha, volta e se desmancha novamente. Ela “nasce” em um determinado ponto e “morre” quando bate contra a rocha, e, depois, retorna com uma pequena diferença de formato. Assim, passam-se meses, anos, séculos, milênios, e você, que é toda essa imensidão do oceano, inexplicável, indescritível, permanece se confundindo com uma pequena marola, uma pequena onda.

Fevereiro de 2018
Campos do Jordão – SP, Brasil