O que é Despertar Espiritual? Iluminação Espiritual. Como praticar meditação?

O ponto é que aqui estamos vendo juntos algumas coisas que são fundamentais para as nossas vidas. Um deles é no que diz respeito a esse florescer do seu Natural Estado de Ser. O florescer desse Natural Estado de Ser é aquilo que eu tenho chamado de Despertar Espiritual.

É comum as pessoas perguntarem: “O que é o Despertar Espiritual?” Aqui nós colocamos de uma forma muito clara esse assunto, mas de uma forma diferente, não aquilo que alguns entendem aí fora com a expressão “Despertar Espiritual”.

Aqui nós colocamos de uma forma muito direta isso, colocamos no sentido do fim dessa identidade ilusória, que é o “eu”, o ego. Quando o seu Natural Estado de Ser floresce, nós temos, sim, a presença da Realidade Divina, que é a realidade do seu Ser. Se Isso está presente, não há mais desordem, não há mais confusão, não há mais sofrimento.

Quando as pessoas têm a pergunta “Como praticar a meditação?”, aqui também temos uma outra forma de nos aproximarmos desse assunto. Para a maioria das pessoas, a meditação é uma prática onde você reserva um momento, fecha os olhos, se senta de pernas cruzadas e pratica alguma técnica, algum modelo de prática meditativa. Ou seja, tem você lá fazendo aquela técnica, aquela prática.

Veja, não existe nada mais singular, mais único, mais extraordinário na vida do que a ciência de Ser. Esta ciência de Ser é Felicidade. Ser é Felicidade, e essa ciência de Ser é Meditação. Então, Meditação não se trata de uma técnica ou prática, mas de uma ciência de plena Consciência de sua Natureza Real, que é a Natureza Divina em você, aqui e agora. Isso requer que você tenha uma aproximação de si mesmo real.

É necessário descobrir a beleza de estar livre de qualquer ideia que você tenha sobre quem você é. Essa ideia que você tem sobre quem você é está sustentando uma ilusão, a ilusão da autoimagem.

Veja, a autoimagem é um assunto muito tratado na psicologia, mas ninguém sabe, na verdade, o que isso representa em termos de contradição, de conflito e sofrimento presente em nossas vidas. Porque é essa autoimagem que está sustentando o sentido de alguém presente dentro dessa experiência, da experiência da vida. E se isso está presente, não há Realização Divina, não há Realização de Deus, não há o Despertar Espiritual.

Então, o contato com a realidade d’Aquilo que Você é é o fim dessa autoimagem. A pessoa em você que se magoa, se entristece, se chateia, se aborrece, carrega culpa, medo, remorso, arrependimento, desejos, ciúme, inveja, que carrega essa tagarelice de pensamentos, faz parte dessa autoimagem. Aquele que se angustia, se deprime, carrega o peso da ansiedade, todas as formas de medos, esses temores diversos, tudo isso faz parte dessa autoimagem.

Então, o florescer de sua Natureza Real é possível quando há uma constatação e um esvaziamento, naturalmente, desse conteúdo psicológico que tem dado formação e sustenta essa autoimagem. O fim para essa autoimagem, o esvaziamento desse conteúdo é o florescer do seu Ser: isso é real Meditação.

Esse nosso contato com a realidade daquilo que nós somos, aqui e agora, é o fim da autoimagem, desse que se situa como alguém presente, no controle, olhando para a vida a partir desse lugar onde existem crenças diversas sobre como a vida deveria ser ou poderia ser. E é natural que isso mantenha toda essa sustentação de todo esse tipo de desordem dessa autoimagem.

Nossa relação com a vida a partir da autoimagem é a relação de um centro, que é o “eu”, o ego. Ter uma aproximação da verdade do seu Ser é o fim para tudo isso. Então, a forma real de termos uma aproximação da vida como ela é é algo fundamental. Olhar para esse conteúdo, todo esse movimento, que é o movimento desse centro, que é esse “mim”, que é essa autoimagem, é ver com muita clareza que tudo isso faz parte de um condicionamento de história da humanidade.

Nós estamos apenas dando continuidade a todo esse antigo e velho movimento da história humana quando temos a vida centrada nesse “eu”, nesse ego. Aqui se torna fundamental nós termos uma aproximação desse momento como ele é sem a ideia de como ele deveria ser, como em geral nós fazemos.

Repare que o seu contato com pessoas é um contato a partir da imagem que você tem. Você tem uma imagem das pessoas à sua volta. A ideia que você tem sobre quem ele é, sobre quem ela é, repare, é uma imagem, é um conceito, é um preconceito. Isso faz parte desta autoimagem, isso faz com que o seu contato com ele ou com ela não seja real.

A nossa relação é uma relação entre imagens. Repare isso: você tem uma imagem sobre quem você é, sobre quem você acredita ser, sobre quem você deseja ser. Ou você gosta dessa imagem ou você não gosta dela. Então, se é uma imagem que você tem sobre si mesmo, sobre quem você deseja ser, você tem uma projeção, um idealismo. Mas quem é esse nessa projeção, senão essa própria autoimagem?

E se você tem uma imagem sobre si mesmo de alguém que não gosta, o seu olhar para si mesmo é um olhar de depreciação, de autopunição, de censura, de crítica, de culpa, de medo, tudo isso é uma imagem, uma imagem construída pelo pensamento. Então, além da imagem que você tem sobre você, você tem uma imagem também sobre o outro, dentro de uma relação. É assim que as relações estão acontecendo, são relações entre imagens.

Então, não há um contato real entre você e ela, não há um contato real entre você com você mesmo. Há essa própria separação, há essa própria dualidade: você e você mesmo, você e o outro. Esse tem sido o nosso modelo de vida e de existência egocêntrica, isolacionista, separatista e, portanto, geradora de problemas de todos os tipos, sofrimento de todos os tipos, confusões de toda a ordem.

Nossa condição de existência é nesse modelo, onde esse centro, que é o “eu”, vê tudo à sua volta a partir de suas conclusões, certezas, dúvidas, avaliações, comparações, julgamentos. Então, toda a desordem que estamos vendo no mundo, na verdade, é uma desordem presente em cada um de nós.

Não há qualquer separação dessa confusão no mundo e dessa confusão dentro de cada um de nós. Isso é a ausência da Verdade, é a ausência do Despertar, é a ausência do florescer de nossa Natureza Divina, porque estamos vivendo dentro de um modelo pessoal, particular, egocêntrico de ser.

Assim, aqui nós estamos trabalhando isso juntos, investigando a verdade sobre nós mesmos. Tomar ciência de todo e qualquer movimento interno se processando, aqui e agora. Um pensamento que surge, um sentimento que surge, uma emoção que surge, sem colocar uma identidade presente se separando para gostar ou não gostar, para tentar ajustar esse pensamento, esse sentimento, essa emoção ou sensação a algo que ele quer, que ele deseja, ou a uma condição que ele não quer, que ele não deseja. Ao fazer isso, o sentido de separação de identidade egoica é confirmado e se mantém.

Quando tomamos ciência disso, nós temos o fim para essa condição. A forma verdadeira de uma aproximação da Meditação é um olhar livre desse centro, desse observador, desse que vive fazendo essas escolhas. Então, se queremos descobrir como praticar a Meditação, temos que tomar ciência de que a Meditação é aquilo que está presente quando esse centro, que é o meditador, não está.

Aqui se trata de ter uma aproximação do fim desse que é o “eu”, o meditador. Então, o florescer do seu Ser está presente quando há essa ciência do Autoconhecimento, que é a Meditação. Repare que isso não se separa desse instante, é aqui neste momento. Momento a momento, ao se tornar ciente de suas reações, de todo esse modelo de uma identidade surgindo para julgar, avaliar, aceitar, rejeitar, fazer alguma coisa com o que está aqui, com a experiência. A anulação desse movimento egocêntrico é real Meditação.

É isso que estamos trabalhando com você aqui. Estamos aprofundando isso com você, tornando muito claro para você a possibilidade de, nesta vida, essa ciência dessa Verdade Divina, que é Você em seu Ser, livre dessa autoimagem, portanto livre do “eu”, do ego, para uma vida em Amor, em Felicidade, em Liberdade, em Paz, onde há essa presença de pura Consciência. Isto é o seu Natural Estado de Ser, que, na verdade, é Meditação. Portanto, não se trata de uma prática, se trata desta ciência de Ser, aqui e agora, livre do sentido do “eu”.

Junho de 2024
Gravatá – PE, Brasil