É muito importante você ter uma aproximação vivencial dessa questão, desse Despertar da Kundalini. Em geral, as pessoas dizem “minha Kundalini despertou”, mas elas continuam ainda carregando todo esse peso de ansiedade, tristeza, de melancolia, de solidão, de culpa, de desejos, medos, apegos…
Porque elas passaram por algum processo psicofísico, sentiram algumas coisas no corpo durante uma determinada prática mística, esotérica, ou em algum tipo específico de meditação… Há diversas formas de meditações, são meditações diversas, são inúmeras formas, e ela passou por alguma coisa assim, ela acredita que a Kundalini despertou. Não, não despertou.
Quando a Kundalini desperta, o sentido egoico se vai; a ilusão do sentido de separação termina. Qualquer outro tipo de Kundalini é só uma viagem egoica, é só uma imaginação, e isso é muito, muito comum.
Então, as pessoas, sob o uso de algumas drogas ou algumas substâncias, podem realmente fazer algumas viagens psicológicas, elas podem ter visões, elas podem ter percepções extrafísicas, não físicas, de ordem psicológica, de ordem mística, de ordem assim chamada “espiritual”, mas isso não é o Despertar da Kundalini.
O Amor é o sinal clássico, a Felicidade, a Paz é o sinal clássico, a Liberdade do ego é o sinal clássico do Despertar da Kundalini, e é o que estamos propondo aqui para você, dentro desses encontros.
O encontro com a Felicidade do seu Ser, com a Felicidade de sua Natureza Divina, não é, também, o aparecimento de poderes assim chamados “espirituais”, a capacidade espiritual de realizar certas coisas, de agir no assim chamado “mundo espiritual”, de prever o futuro, de realizar coisas desse tipo, que você conhece muito bem… você sabe do que eu estou falando aqui.
Nada disso é a proposta do Despertar Espiritual, da Iluminação Espiritual, do Despertar da Kundalini. Então, Kundalini é esta Consciência, esta Presença. Despertou a Kundalini, despertou o Amor, despertou a Inteligência, despertou a Liberdade, a Felicidade, a Paz, a ausência do sentido de separação, despertou o Estado de Atemporalidade. Isso é o fim do nascimento, o fim da morte. Na Índia, eles têm uma expressão para Isso. Eles chamam de Moksha ou Liberação.
Então, o nosso trabalho juntos é dentro dessa direção, não através de técnicas ou práticas. Aqui, nós estamos lhe mostrando que Isso é possível no seu viver, no seu dia a dia. Quando você acorda pela manhã e tem que ir para o escritório, você se levanta, escova os dentes… vai ao banheiro, escova os dentes e depois vai para o trabalho, entra no seu carro… Você pode fazer tudo isso, a partir do primeiro momento que se vê acordado na cama, ciente de si, ciente do movimento do pensamento surgindo, de um sentimento, de uma emoção, de uma lembrança do dia anterior.
Então, você se levanta, vai em direção ao banheiro, depois lava o rosto, escova os dentes, entra no carro e vai para o trabalho; e, enquanto dirige, você está alerta, ciente de todo o movimento do pensamento surgindo, aparecendo, e todo esse impulso dessa egoidentidade, dessa “pessoa” que você acredita ser, com seus diversos dilemas, conflitos, problemas… Tudo isso sendo visto. E quando você consegue ver isso, você se distancia, psicologicamente falando. Essa atenção sobre o movimento do “eu” quebra essa identificação com esse “eu”. Então, você está agora diante daquilo que eu tenho chamado de Real Meditação ou Meditação Prática.
Então, essa, para mim, é a prática real da Meditação, não aquela meditação onde você se senta e tem uma hora reservada para fazer isso. Ok, nada contra, mas não é isso que estamos propondo aqui para você. Estamos propondo para você a autoinquirição: “Quem sou eu?”.
Quando você abre o seu e-mail, ao chegar no trabalho, e lê uma notícia que lhe mandaram, ou quando você recebe uma conta para pagar… observar suas reações diante disso. O que isso representa psicologicamente para você? Que espécie de impacto psicológico isso provoca? Que reação é essa? Para quem isso surge? “Quem sou eu?”.
A observação desse movimento quebra a identificação para uma egoidentidade. Então, você adentra a essa Real Meditação, que é a Ciência da Verdade de Si mesmo, livre dessa egoidentidade, e quando há essa Liberdade, uma Inteligência está presente, capaz de lidar com aquela situação, com aquela conta que surgiu, com aquela situação que apareceu, com aquela notícia que chegou, com alguém falando com você… e o tom de voz dessa pessoa é agressivo, é depreciativo, e você está cônscio de si mesmo, vendo as reações em si mesmo, nesse descarte dessa egoidentidade tão reativa, que sempre repetiu da mesma forma, da mesma maneira, diante de situações similares, as mesmas reações. Mas agora você está cônscio de si, cônscio desse movimento egoico e, com isso, há uma quebra.
Então, um espaço inteiramente novo surge. Quando isso acontece, nesse momento surge esse calor necessário, que torna possível o Despertar desta Presença, dessa Energia, que é Kundalini.
Então, quando Kundalini floresce, o corpo passa por uma mudança. As próprias células do corpo, inclusive as células cerebrais, tão importantes dentro desse processo da Iluminação Espiritual, elas passam por uma mudança. Então, o seu modo, a partir de então, de reagir é inteiramente novo, porque é agora uma resposta surgindo; não de um nível reativo, mas de um nível completamente desconhecido. Nós poderíamos chamar de “real ação”. Não é uma reação, é uma ação pura, nascida dessa Inteligência, dessa Consciência, desta Liberdade de Ser.
Isso é o Florescimento desta Inteligência, que é Kundalini, que é Consciência. As palavras Kundalini e Consciência são sinônimas. Então, Kundalini é Consciência. Esse Poder é Paz Absoluta, Verdade Absoluta, Amor Absoluto, Felicidade Absoluta.
Essa Felicidade Absoluta do Ser, da Consciência, é o Despertar da Kundalini. Esse é o assunto que nós tratamos aqui com você. Você nasceu para realizar Isso!