O sexo é um prazer como qualquer outro. Ele toma um valor muito grande quando, para esse ou para aquela, esse prazer representa uma verdadeira válvula de escape, ocupando o lugar dessa totalidade afetiva. E aqui totalidade afetiva é algo que só o Amor traz.
O ego transformou e tem transformado toda forma de prazer numa forma de preenchimento, para ocupar o lugar de outra coisa. Alguns são mais fixados em comer, outros são mais fixados em outros tipos de coisas, como: trabalhar, estudar ou sexo. Isso porque não há no ego essa coisa de ser íntegro, de ser completo, de ser total.
O sexo é uma energia muito sutil. Essa energia tem uma qualidade totalmente diferente, tem a qualidade da criação, a qualidade da manifestação da continuidade das espécies, da vida do planeta, mas isso termina ficando a serviço do ego quando é visto apenas como uma fonte de prazer para ocupar o lugar dessa afetividade total, dessa totalidade de Ser.
Então, nesse sentido, como uma fixação, é uma coisa bastante estúpida, algo a serviço da mente, algo a serviço do eu, uma bela prisão. Você precisa amar e esse amar só é possível quando há Amor, mas nesse Amor não tem “você” amando. Então, esse amar é o estar em contato com a vida sem ter qualquer forma de fixação e isso é Liberdade.
A mente egoica está sempre produzindo essa procura pelo preenchimento: no trabalho, na comida, no sexo ou na preguiça, que também é parte ainda desse ego, parte dessa falta de ser total. Esse ser total é Amor, é a única forma de amar. Quando isso não está presente, a mente substitui isso pela busca do prazer, no dormir, na preguiça, no comer, no sexo, em qualquer uma das coisas que ela conhece.
O fato é que se você continua assim para o resto dos seus dias, você jamais conhecerá o Amor, jamais conhecerá a Liberdade, a Felicidade. Porque isso sempre remete ao corpo, essas fixações estão sempre trazendo a mente para o corpo, sempre confirmando a ilusão de que você é uma entidade para experimentar – experimentar a preguiça, o trabalho, a comida, o sexo…
Você deve ter conhecido velhinhos e velhinhas que passaram a vida inteira nessas fixações e assim continuaram, ainda naquela idade. A mente delas só girava em torno dessas coisas. Isso significa estar localizado no tempo e no espaço como uma entidade presente no corpo, e você no corpo, como uma pessoa, está numa prisão.
Você não precisa de curso sobre sexualidade. Isso, no fundo, é o desejo da mente na busca de novas sensações, de novas experiências de prazer. Na realidade, a mente busca isso porque está em busca de comida, de nutrição, de alimentação, de novas sensações, de novas experiências, e isso só faz fortalecer ainda mais o experimentador.
Você não precisa de curso sobre sexo, você precisa descobrir que não é o corpo. Aí o sexo assume o lugar que ele tem que assumir, o comer assume o lugar que ele tem que assumir, o trabalho assume o lugar que ele tem que assumir e o momento de descanso ou de preguiça também assume o lugar que ele tem que assumir.
A mente tem inventado todo esse tipo de coisa porque isso é muito atraente. A mente adora a busca de prazer. Isso é muito excitante para mente egoica. Sabem por que a mente gosta muito disso? Porque ela localiza você no tempo e no espaço como sendo uma entidade presente no corpo. A mente sempre dirá, sem falar nada: “Eu estou aqui, eu sou o corpo”. A mente sempre vai dizer que você está aí, que você é o corpo. Ela precisa dizer isso porque a vida dela consiste em ser alguém experimentando as sensações, as percepções, os sentimentos, o prazer. O outro lado disso é a dor, o medo. O medo da morte está em cima disso. Quanto mais sexual você é, mais medo da morte você tem.
Ser sexual é ser o corpo… “Eu sou o corpo”. Quando você está pleno em seu Ser, em sua Natureza Real, você está em sexo, você está em orgasmo, você está em Completude, em Presença… Você está em tudo, com tudo, e está livre de tudo, porque você não é o corpo.