O sofrimento psíquico | O que é o pensamento? | O que é Meditação? | Tempo psicológico e cronológico

Aqui nós estamos juntos, com você, aprofundando questões básicas para o Florescer da Inteligência, para o Florescer da Sabedoria.

E nós temos que ter uma clara distinção entre a Verdade da Sabedoria e a mera experiência que também nos coloca dentro de ações bastante acertadas na vida. A experiência, ela nos dá um certo know-how, ou conhecimento, que nos prepara para ações corretas ou acertadas. Mas, por mais perfeitas que sejam essas ações, por mais harmoniosas e felizes que elas estejam acontecendo, ainda está incompleto algo, uma vez que essas ações, elas estão nascendo de um fundo. Veja, vamos explorar com você aqui a questão da meditação e a Verdade da ação, sobre a ação.

Observe que todas as nossas ações, elas nascem de um impulso de emoção, sentimento, pensamento. Tudo que você faz, faz a partir de um padrão de pensamento, de sentimento, de emoção. Nós somos impulsionados para agir a partir dessas três coisas: pensamentos, sentimentos e emoções. Isso nos impulsiona para a ação!

Aqui, estamos, com você, investigando a qualidade da ação que nasce da Sabedoria. E qual é a diferença dessa qualidade de ação que nasce da Sabedoria e a ação como nós conhecemos? A ação como nós conhecemos, elas são contraditórias. Elas são ações que nascem exatamente do passado, porque o pensamento, o sentimento e a emoção, tudo isso é o resultado do passado presente em cada um de nós.

Então, por mais inteligente que seja essa qualidade de ação, ela é ainda uma ação incompleta. E, portanto, quer tenhamos consciência disso ou não, uma ação que nasce do passado, ela não representa uma resposta de Real Inteligência, de Real Sabedoria, de Real Verdade nesse momento. Vamos esclarecer isso aqui para você.

Nós estamos juntos trabalhando a Realização de Deus, a Realização da Verdade. A ciência de uma vida onde está presente a beleza do Amor, da Paz, da Liberdade, da Felicidade. É por isso que nós precisamos saber o que é a meditação e que relação isso tem com as ações. E qual é a relação entre pensamento e ação, entre meditação, inteligência, ação e sabedoria? Tudo isso é o fruto, é o resultado do Despertar da Consciência, da Iluminação Espiritual.

Então, vamos em parte, vamos colocar aqui isso com bastante cuidado para você, de uma forma muito esclarecedora para você. Primeiro, qual é a importância da meditação? A meditação é aquilo que revela o seu Ser, a verdade sobre você. Sem essa verdade – daí a importância da meditação – sem essa verdade, que é a verdade do seu Ser, a sua ação sempre será uma ação que nasce do pensamento, da emoção e do sentimento; algo que vem do passado, deste “mim”, deste “eu”, desta “pessoa”.

Nós passamos uma vida inteira sem a compreensão da verdade sobre quem nós somos, porque estamos vivendo nesse passado. Estamos situando o nosso modelo de vida, de existência, nesse passado. Rompendo com esse passado, rompemos com este “eu”, este “mim”, este “ego”. Então, o seu contato com o mundo a sua volta, com as pessoas, não será mais um contato com base em uma ação que nasce do passado e, portanto, uma ação egocêntrica, uma ação nascida do “eu”, nascida do “ego”.

Então, haverá um perfume novo em suas relações. Então, na relação com ele ou ela, na relação com o outro, na relação com você mesmo, sem essa condição psicológica do “ego”, que é esse elemento em nós presentes, que sustenta a vida, essa vida de relações, essa vida com ele mesmo, essa vida com tudo a sua volta, sustenta isso no pensamento.

Veja: nós não compreendemos o que é a meditação. Nós não compreendemos a importância de uma vida livre do “ego”, porque nunca investigamos as complicações que o pensamento cria dentro de cada um de nós. Agora, a grande verdade é que nós sentimos, sim, os efeitos disso. Todos nós sabemos o que é ansiedade; o que é raiva; o que é medo; o que é frustração; o que é insegurança; o que é tédio. Todos nós sabemos o que é o ciúme; o apego; a dor da separação. Todos nós sabemos o que é o medo.

Então, veja, nós estamos sempre em um contato na vida, no viver, com esses quadros internos de sofrimento psíquico. E a maioria ainda não se deu conta – a maioria de nós ainda não se deu conta – de que isso está presente em razão desse modelo de pensamento que nós temos. Então, se não investigarmos essa questão do pensamento presente em nós – porque é ele que está fomentando tudo isso. Vejam como é simples tomar ciência disso, aqui, numa fala como essa.

Você não tem nenhum problema, a não ser o problema que o pensamento retrata para você, lhe traz, lhe mostra. Por exemplo, você não tem raiva das pessoas, a não ser que o pensamento lhe fale de alguém e lhe mostre alguém, criando problemas para você. Veja, é o pensamento que lhe mostra aquela “pessoa” de quem você tem que ter raiva, porque é “ela” que está lhe prejudicando. E o que é que você tem dessa “pessoa”? Uma imagem, um pensamento!

De algumas pessoas você gosta, de outras pessoas você não gosta. E quem está fazendo essa diferenciação dentro de você? É o pensamento! Você tem preocupações de perder as coisas. E quem é que diz para você que você tem essas coisas? Quem é que lhe diz e lhe dá a garantia de que essas coisas, de verdade, são suas? Esse sentimento de ter e esse medo de perder, isso está ou não baseado no pensamento? Quando você está dormindo, em sono profundo, você tem coisas para ganhar ou coisas para perder? Quando você não tem a lembrança do carro, você tem um carro? Quando você não tem a lembrança de uma conta para pagar, você tem alguma conta para pagar, para se preocupar com ela? Sem a lembrança, sem a memória, sem o pensamento, nós temos problemas? Repare, pode soar até um pouco engraçado isso, mas onde está o seu problema quando o pensamento não lhe mostra? Então, a nossa vida, ela se assenta no pensamento. Veja como é simples isso! Nós nunca investigamos a questão do pensamento.

Então, não sabemos, na verdade, o que é o pensamento. Isso é algo para ser investigado, para ser compreendido. Porque se você descobre como lidar com o pensamento – e essa é uma outra pergunta: “como lidar com os pensamentos?”. Você pode ir além deles. Sim, isso mesmo, você pode ir além deles. Vejam a beleza disso, porque ir além dos pensamentos significa ir além de ter e não ter, de amigos e inimigos, de ganhar, de perder, de preocupações, de problemas. Então, o que é lidar com os pensamentos? O que é o pensamento?

A maioria das pessoas passam uma vida toda, uma vida inteira, sem investigar a Verdade sobre elas mesmas e sem compreender como elas funcionam. E se você não sabe como você funciona, você é afligido por pensamentos. Acabei de colocar isso agora há pouco. Os problemas que você tem, todos se assentam no pensamento. A raiva de alguém, o medo, a inveja, o ciúme, as preocupações, essa tagarelice interna, essa inquietude dentro de você. Esse movimento de pensamento dos quais você quer se livrar e você não consegue.

Então, não sabemos lidar com os pensamentos. Não sabemos o que é o pensamento. Então, o que é o pensamento? É memória. É lembrança. É recordação. Então, não sabemos lidar com os pensamentos e não sabemos como eles se instalam aqui, nesse corpo-mente, nesse cérebro. E estamos sempre reagindo à experiência do momento presente com base nesse pensamento.

Assim, nossas ações, notem, elas nascem do pensamento. Mas também os nossos sentimentos, as nossas emoções – e dentro de cada um de nós isso funciona de uma forma muito complicada. Porque são pensamentos que se contradizem, sentimentos contraditórios e emoções que estão sempre criando conflito, dentro de cada um de nós. O modelo desse sentido do “eu”, do “ego”, é de desordem no pensamento, no sentimento, na emoção e, naturalmente, nas ações.

Nós vivemos, internamente, em razão da desordem psicológica que trazemos, em razão da ignorância a respeito de como o pensamento se processa, de como lidar com os pensamentos, nós vivemos internamente em estados de contradição. Você pensa uma coisa, deseja uma outra coisa, sente uma outra coisa e na ação você faz algo completamente diferente de tudo isso. Então, tomamos ações das quais, depois, nos arrependemos. Mas já foram tomadas. A gente não consegue resolver uma ação, uma vez que ela já está terminada. Mas isso produz, em cada um de nós, a culpa, o remorso, o arrependimento; ou realizamos ações das quais depois iremos ter medo dos resultados, das consequências.

Então, o nosso estado de ignorância a respeito de quem somos e, naturalmente, de como atuamos na vida, é algo muito claro. Nós estamos confusos, desorientados, em desordem, em sofrimento. Isso é, na verdade, muito claro. Claro, sendo colocado aqui, agora, para você; mas nós não temos nenhuma clareza a respeito disso, no dia a dia. Isso por quê? Porque nós não nos conhecemos. Nós não temos uma aproximação, da verdade, daquilo que somos, psicologicamente.

A nossa vida, ela tem se situado, ela está se situando nesse tempo que eu tenho chamado de “tempo psicológico”, que é quando aqui, nesse instante, tudo que você tem a dizer sobre você é algo que vem da memória e, portanto, do passado. Então, o que é o pensamento? Uma recordação, uma memória, uma lembrança. Você não tem nenhum outro pensamento, a não ser uma recordação, uma lembrança, uma memória do que já foi, do que ouviu, do que leu, do que aprendeu, do que viveu. Isso foi reservado, foi guardado, foi registrado. E agora está aqui se mostrando como uma lembrança, como um pensamento, e isso está lhe impulsionando para ações.

Então, as nossas ações são movidas pelo passado, porque são movidas pelo pensamento. Reparem o problema que isso representa. No contato com a esposa, ela me ofendeu. No contato com o marido, ele me magoou. Quando encontro ela novamente, ou quando encontro ele novamente, esse sentimento de ofensa está presente em mim, ao me encontrar com ela. Isso ainda está vivo em mim.

Repare, é algo que vem do passado, é uma memória, uma lembrança, mas está aqui. Ao me encontrar com ele, esse aborrecimento, essa contrariedade, ainda está aqui. Então, esse registro está aqui. Esse é o modelo do pensamento como nós temos funcionado, estamos funcionando. Então, o que eu tenho agora, aqui, nesse encontro com ela, ou com ele, é o passado! Assim, a minha resposta para esse momento, nesse encontro, será uma resposta que vem do passado, uma ação que vem desse registro de memória. Essa é a atividade do “eu”, desse “mim”, desse “ego”. Então, esta ação ou essa atividade será egocêntrica.

Isso explica toda a confusão que nós temos na relação com as pessoas. Porque estamos, antes de tudo, num conflito dentro de nós mesmos. Porque estamos magoados, ofendidos, aborrecidos, contrariados, de mau humor. Algo que vem do passado está presente aqui. Não sabemos lidar com isso, não sabemos romper com essa condição. Não sabemos o que é a vida livre desse padrão egocêntrico de ser “alguém”.

Assim, o meu contato com o mundo à minha volta, com a esposa, com o marido, com os filhos, com o chefe no trabalho, com os amigos de trabalho, com os vizinhos, com os parentes – eu sempre os vejo a partir da imagem que eu tenho deles; dos momentos bons e ruins que já vivi com eles, que agora, aqui, dentro de “mim” são só lembranças, é só o passado. Mas é algo que estou sempre trazendo de volta, dando vida novamente a isso, nessas relações. E está sempre presente, repare, nessas relações, nossas ações.

Vamos acompanhar isso com calma. Essas ações são ações sem espaço. Veja: não existe a beleza de um espaço amplo, luminoso, claro. É um estreito espaço. É um espaço escuro, complicado, onde “eu” o vejo a partir de uma imagem que tenho “dele” ou “dela”. Reparem: isso é exatamente a ausência da beleza, do amor nas relações. É assim que nós temos nos situado no mundo.

Isso explica toda a presença de violência, de ambição, de inveja, de despeito, de agressão. Há todo tipo de confusão presente em nosso contato com o mundo, com o outro. Porque isso, antes de tudo, está presente dentro de nós mesmos. E tudo isso porque não há amor, não há sabedoria; não há amor, não há sabedoria porque não há esse espaço, esse amplo espaço, luminoso espaço, esclarecido espaço da Inteligência, da Presença de Deus, da Presença da Verdade – algo que surge quando o “ego” não está. Então, essa é a beleza do encontro com a verdade da meditação. Porque, o que é a meditação?

A meditação é o esvaziamento desse psicológico conteúdo que sustenta essa identidade egocêntrica presente na vida, no viver. Então, o fim de todo esse conteúdo de pensamento, sentimento e emoção, que dá sustentação a essa imagem, essa autoimagem que dá sustentação a esse sentido do “ego”, que vive nesses estados de contradição, de desordem, de sentimento, de emoção, de pensamento. O fim para isso é a Presença da meditação.

Aqui, nós temos dado relevância a isso, a estudar isso com você, a tomar ciência desta Natureza Divina, que é a Natureza de Deus. Isso requer um esvaziamento de todo esse velho conteúdo do “eu”, do “ego”. Isso requer estar na vida sem continuar sustentando mais essa ilusão. Isso requer estar na Vida sem o sentido do “eu”, do “ego”, desse elemento que está sempre registrando e cultivando esse modelo de memória psicológica, fazendo escolhas, tomando decisões, e resoluções a partir desse “centro” ilusório, desta falsa identidade. Porque isso não tem nenhuma realidade, a não ser a realidade que o pensamento está construindo. Podemos viver uma vida livre do “ego” e, portanto, livre desse sentido do “eu” presente, numa qualidade de ação onde essa Inteligência – que é a Presença da Graça, que é a Presença de Deus – esteja presente? Então, temos uma Vida em Sabedoria. Então, temos uma Vida em Amor, uma Vida em Liberdade, uma Vida em Felicidade.

Então, nós precisamos descobrir o que é lidar com esse tempo psicológico, o que é lidar com esse pensamento que sustenta esse tempo psicológico. Temos que descobrir como nos livrar desse tempo psicológico, desse modelo de pensamento – ele precisa cessar, ele precisa desaparecer. Esse modelo de pensamento que sustenta esse tempo psicológico.

Então, nós temos o tempo psicológico e o tempo cronológico. O cronológico, nós fazemos uso dele. Precisamos do tempo do relógio. Fazemos uso do calendário. Tudo isso faz parte dessa noção de tempo cronológico. De uma forma prática, nós precisamos disso, fazer uso desse modelo de tempo. Mas não precisamos do tempo psicológico, dessa ilusão de passado, presente e futuro para esse “mim”, para esse “eu”. Podemos descobrir a vida agora, aqui, nesse instante?

Então, nesse contato com o mundo, com ele ou ela, está sempre livre do modelo do pensamento psicológico e, portanto, desse tempo psicológico. Então, temos um contato com a vida agora, aqui. Isso é a vida livre do “ego”. Isso é a vida livre do “eu”. Onde temos a presença da Meditação. Então, a Meditação é você em seu Estado Natural. Não é uma prática para alguns momentos reservados do dia, durante o dia ou a noite. É aqui, nesse instante, descobrir a vida livre do pensamento psicológico, do tempo psicológico, é a revelação do seu Natural Estado de Ser, que é Amor, que é Felicidade, que é Meditação.

Então, esse é o nosso assunto aqui com você. O que você acaba de ouvir é a Revelação da Verdade sobre quem é você, quando o “eu”, o “ego”, não está. Nos finais de semana nós estamos juntos aprofundando isso aqui com você. Sábado e domingo estamos juntos. Você tem aqui o link do WhatsApp para participar desses encontros nos finais de semana, para aprofundar isso, tomar Ciência da Verdade, sobre você. Tomar ciência dessa Realidade Divina para, nesta vida, realizar o seu Despertar, o fim do sentido do “eu”.

Então, se isso é algo que faz sentido para você, nós temos encontros presenciais também e retiros, em alguns períodos do ano. Faz sentido pra você? Já deixa aqui o seu like, se inscreve no canal e coloca aqui no comentário. Sim, isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Janeiro de 2025
Gravatá – PE, Brasil