As pessoas têm uma ideia de que elas encontrarão a espiritualidade. É por isso que elas se propõem a essa assim chamada busca pela espiritualidade. Aqui no canal temos diversos vídeos tratando desse tema.
Por que será que as pessoas estão nessa busca pela espiritualidade? Qual será o propósito de alguém se tornar espiritual? Em geral, a crença é que você se torna uma pessoa melhor, uma pessoa especial. Você alcança um status que lhe diferencia das demais pessoas à sua volta. Reparem, o que há por detrás de tudo isso? É ainda a ambição, a vaidade, o desejo de ser especial, notem, é puramente egoico. Aqui estamos lhe convidando a fazer perguntas, a olhar, a escutar, a investigar todas essas questões. Ou talvez a sua busca pela espiritualidade seja para resolver problemas.
O ser humano carrega muitos problemas. Então você termina acreditando que uma pessoa espiritual ou espiritualizada não tem problemas. Há sempre a ideia de uma pessoa na conquista, no objetivo, na realização. Aqui nós estamos investigando com você essa questão da pessoa.
O que é a pessoa? Quem sou eu? Se o seu propósito na vida é descobrir a verdade, isso é algo inteiramente diferente de encontrar uma posição, ou um lugar privilegiado para ser alguém lá. O encontro com a verdade é a revelação da ciência divina, da ciência de Deus.
Não se trata dessa assim chamada espiritualidade, como o ser humano identifica. Nós temos muitas perspectivas, modos de abordagem, de olhar, de perguntar, de investigar, já com um propósito, com um objetivo, com um ideal. Esse ideal, propósito, objetivo, se assenta ainda no ego, nesse modelo de ser alguém, buscando algo.
Nós temos aqui algumas coisas para lhe mostrar, na verdade, para ver com você. É necessário que dentro de você exista algo, muito honesto nessa direção do encontro com a verdade e não com um lugar, com uma posição ou com um destaque, ou com um poder que um objetivo, um alvo, essa tal espiritualidade possa lhe dar.
Aqui nós estamos com você nesse canal, lhe mostrando que uma vida nova é possível, um novo modo de agir. Mas isso requer um novo modo de sentir e um novo modo de pensar. E não podemos ter isso dentro desse formato, dentro desse programa, dentro dessa maneira de ser que recebemos da cultura, da sociedade, do mundo e também da tradição.
A nossa tradição é religiosa, é filosófica, é política, é familiar. O que isso tem nos dado? Você hoje tem o quê, 30 anos, 40, 50? Ou você só tem 20 anos? Ou já passou dos 60? O que nós recebemos da sociedade, do mundo, é um modelo de sentir, um modelo de pensar, um modelo de agir com base nos valores culturais, sociais, educacionais que recebemos. Nós somos competitivos, somos vaidosos, ambiciosos, temos características internas psicológicas de arrogância, isso é vaidade.
É nesse sentido que uso aqui a expressão vaidosos. Não é cuidar do cabelo, não é fazer as unhas. Não é isso que faz de você alguém vaidoso. Ser alguém é a vaidade.
Cuidar do cabelo, das unhas, isso não faz alguém vaidoso. Alguém é a vaidade por ser alguém, por carregar esse sentido psicológico de ser alguém no mundo. Aqui estamos vendo com você a ilusão desse ser alguém e os problemas que isso traz.
Um dos aspectos desse ser alguém, esse é só um exemplo, nós temos inúmeros outros exemplos para você, seria melhor que você olhasse para a sua própria vida e percebesse diretamente o que estamos tratando aqui. Na verdade, é assim que se resolvem essas questões, quando nós, por nós mesmos, tomamos ciência disso.
Não se trata de ouvir uma fala como essa e acompanhar essa linguagem ou esse modo de colocação, para depois fazer reflexões sobre isso. É importante que você acompanhe isso e descubra isso no viver, na sua própria vida, tudo que nós temos compartilhado aqui com você. Então, a dica é você perceber em sua própria vida esses exemplos desse sentido de ser alguém e o problema que isso lhe causa.
Então, essa questão de ser alguém, por exemplo, esse é só um, tome ciência dos outros, na vida, no seu viver. A sua relação com o marido, com a esposa, com o filho, com a família, não é outra coisa, senão a relação que você tem com você. Se você não está em paz, em silêncio, em serenidade, em quietude, em amor, em você, com você, na relação com ele ou com ela, o conflito está estabelecido. Porque se você não está em seu natural estado de ser, que é o estado livre desse sentido do “eu”, do ego, está oneroso, pesado, difícil, intratável, veja, com você mesmo, é isso que você reflete, é isso que você compartilha, é isso que você divide nas relações.
Então, o seu modo de lidar com a esposa é a partir do modo que você está lidando com você mesmo. Se você está inquieto, sua relação com ele ou ela é de inquietude. Se não está em paz, sua relação com ela ou ele é de ausência de paz.
Seu modo de lidar com a pessoa que você acredita ser é, naturalmente, o modo de lidar com o outro, como você acredita que o outro é. Reparem como é importante nós termos um olhar novo nesse instante para a novidade da vida desse momento.
Agora mesmo, nesse momento em que estamos juntos aqui, ele nunca aconteceu, ele não irá se repetir. Então, não é algo que aconteceu, nem é algo que irá acontecer. Notem, a vida é assim.
É uma novidade. Estamos sempre diante de um momento novo e tudo é novo nesse momento. Com um momento novo seu contato com a pessoa com quem você está falando é um contato novo e você está diante de uma nova pessoa.
Reparem como isso é importante. Mas o pensamento, o sentimento, a sensação em você, algo que vem desse movimento do passado, porque vem desse movimento da imagem, da representação mental que você tem sobre você, está agora no contato com esse momento, a partir desse lugar. Reparem como é fascinante nós termos essa compreensão. O seu estado, que é o estado do “eu”, do ego, desse elemento que vem do passado, que é essa pessoa, como você se vê, repare, é um retrato do pensamento sobre você, do sentimento sobre como você se sente, da emoção como você está nesse momento se sentindo.
Isso vem do passado, não tem nada a ver com esse momento, tem a ver com esse elemento que costumeiramente se mostra nesse instante, nesse momento presente, para lidar com essa novidade, que é a novidade da vida. E isso não se ajusta.
E não há como ocorrer um ajustamento entre o passado e esse instante. Esse é o sentido do “eu”. Quando você pergunta: afinal, o que é o ego? O ego é isso, é a pessoa que vem do passado, que se depara com esse momento e tenta ajustar o seu sentir, o seu pensar, o seu agir à isso que está aqui nesse momento.
Isso produz conflito, produz desordem, produz problemas, produz confusões, produz sofrimento. Estamos juntos? O seu contato com a pessoa que você está vendo diante de você é uma representação mental que você traz do passado sobre quem ela é, porque tem registros de memória dele ou dela. Então, o seu contato com ele ou ela não é real, porque está estabelecido nesse tempo que é o passado.
Esse é o modelo egocêntrico de ser, de sentir e de agir nas relações. Então, esse é um exemplo.
O marido convive com a esposa há dez anos, na verdade, ele não convive com ela há dez anos. O que ele tem dos últimos dez anos de convivência com ela é um conjunto de imagens.
Esse conjunto de imagens, está em relações. Então, o marido há dez anos com ela e ela há dez anos com o marido, mas, na verdade, não há esta verdade da relação, porque o que temos é um jogo entre imagens de dez anos de relacionamentos. Naturalmente todos esses relacionamentos assentados no ego, no “eu”. Ele tem os seus interesses e ela tem os interesses dela.
Então, o que temos nesta relação? Acordos, negociações, ajustamentos egocêntricos, pessoais, de imagens. Não estamos num contato real com a vida como ela é. Esse jogo, que é o jogo do “eu”, do ego, nas relações, não se enquadra, não se ajusta à vida como ela é, como de fato ela está acontecendo nesse instante. Então, o que existe entre pessoas? Acordos, ajustes, um modelo de pensar, agir, sentir egocêntrico. Não temos a verdade da relação livre do ego e, portanto, não temos a presença da verdade, a presença do amor, da felicidade. Nós temos o prazer, nós temos o preenchimento, a satisfação, mas também temos os desajustes, além dos ajustes, temos o sofrimento, temos esses interesses entrando em conflito.
Então, os casais brigam e se amam. Eles sentem raiva uns dos outros e depois trocam carinhos, carícias e beijos. Assim são nossas relações também com os vizinhos, com os colegas de trabalho. Tudo isso ocorre porque aquilo que eu sou não está bem. Esse mim, esse “eu” é egocêntrico. Ele é auto-interesseiro. Ele está envolvido exclusivamente com ele mesmo, mas em uma negociação de interesse, de barganha, de troca de prazer, de sensação.
Eu sei que tudo isso soa muito estranho para você, mas repare, isso é um fato, isso é assim. Se carrego medo o medo está presente em minhas relações. Se carrego desconfiança, isso está presente nessas relações.
É muito interessante quando as pessoas perguntam: como vencer a insegurança? Repare: como vencer a insegurança? Basicamente, essa pergunta é como vencer a insegurança nas relações, nos relacionamentos. Mas o que é a insegurança? Insegurança é a presença do medo.
Mas o que é o medo? O seu medo é do outro ou o seu medo é o medo? Nossas relações se sustentam no desejo, no prazer, no medo porque há dependência, apego, posse, controle. Há todo um jogo por detrás que sustenta nossas relações. Enquanto elas são vantajosas, o sentido do “eu” se sente bem, confortável. Mas quando essas relações são ameaçadas, existe o despeito, a preocupação, o ciúme, a inveja, a insegurança e o medo.
Podemos nos aproximar da vida nesse momento sem esse sentido do “eu”, do mim, do ego? Se houver essa aproximação, a relação com ele ou ela será real, porque ela não estará se estabelecendo mais dentro desse jogo, ela não se estabilizará mais dentro desse modelo, que é o modelo da imagem que eu tenho, sobre quem ela é, sobre quem eu sou e do que eu preciso. Quando não há mais o sentido do “eu”, do ego, temos a verdade das relações, porque temos a presença do amor.
Experimente olhar para ele ou ela sem a imagem que você tem dele ou dela. Experimente isso. Repare que isso requer uma atenção sobre esse momento que, em geral, nós não temos.
A habilidade de olhar para o marido sem a imagem, para a esposa sem a imagem, para alguém que você conhece sem o passado, sem esse elemento da autoimagem, que é a imagem que você tem sobre você. Então, se torna possível olhar para ele ou ela sem a imagem que você tem dele ou dela. Nesse momento, nós temos um encontro com algo novo.
Esse algo novo é a novidade da vida, é a vida como ela é aqui e agora. Sem o “eu”, sem o ego, sem o passado. Aqui nesse canal estamos trabalhando com você a vida em amor, em liberdade, em paz, em felicidade. Isso está presente quando nas relações o sentido do “eu”, desse mim, desse ego, não entra.
Evidente que isso requer um trabalho, um trabalho em si mesmo para o fim desta condição psicológica de condicionamento, onde estamos repetindo tudo aquilo que nós aprendemos ao longo de todos esses anos de vida, que foi sustentar esta autoimagem e esta forma inconsciente de lidar com a experiência do momento presente, onde está prevalecendo sempre esse jogo, que são os jogos das imagens, onde o sentido do “eu”, do ego, prevalece. Então, quando as pessoas perguntam: como vencer a insegurança? Nós precisamos ter uma aproximação da atenção sobre todo esse movimento do “eu”, do ego, desse mim. Então, o que é atenção plena? Esse é um assunto nosso aqui no canal, um dos assuntos que estamos trabalhando com você: O que é atenção plena?
O que é trazer para esse momento a ciência de ser, nesta ausência do “eu”? Essa ciência de ser revela esse instante como um instante livre de uma identidade presente, que é esta autoimagem, que é este elemento que olha a partir desta imagem que ele tem sobre quem ele é, fazendo imagens sobre as pessoas com quem esta auto-imagem se relaciona. Então, trazer atenção para esse momento é descobrir o que é olhar para esse instante, sem o passado. Experimente isso, olhar para a esposa, para o marido, para os filhos, para o chefe no trabalho, para o colega de trabalho, olhar sem crenças, ideias, opiniões, conclusões, sem esse sentimento, pensamento de gostar ou não gostar.
Então, nós precisamos desta arte da atenção, desta atenção plena, desta plena atenção sobre esse instante. Aprender a olhar sem o observador, a olhar sem o pensador, a olhar sem o pensamento, sem as ideias, opiniões e julgamentos sobre o que está aqui e agora nesse instante, sobre a vida como acontece, sobre as pessoas como elas se apresentam, sobre o mundo como ele é. Então, algo se revela nesse instante, quando há esta plena atenção. Então, esta é a aproximação do Autoconhecimento.
Da verdade daquilo que está presente nesse instante, que está além do “eu”, além desta autoimagem, além do passado. Então, esse é o nosso assunto aqui com você nesse canal e também em nossos outros canais. Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link para conhecer.
Além disso, temos encontros presenciais e retiros, onde estamos trabalhando isso com você presencialmente em encontros de mais dias. E fora esses encontros, temos os nossos encontros online, que ocorrem nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, onde investigamos isso com você através de perguntas e respostas e dentro de um contato com a aproximação da meditação.
Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz sentido para você, o nosso WhatsApp está aqui na descrição do vídeo para esses encontros online. Se tudo o que você ouviu realmente faz sentido, deixe aqui o seu like, já se inscreva no canal e coloque aqui no comentário: sim, faz sentido. Ok? E a gente se vê.
Valeu pelo encontro e até a próxima.