O que é meditação? | Aprender sobre o Autoconhecimento | Atma Vichara | Meditação | Auto-observação

Ter uma aproximação da verdade sobre você requer ter um olhar que, em geral, nós desconhecemos. Que é o olhar que alguns gostam da expressão: auto-observação. Mas há uma confusão aqui, porque a ideia por detrás desta auto-observação é alguém olhando para si mesmo.

Aqui, quando colocamos para você essa expressão, auto-observação, nós preferimos até a expressão observação, apenas. Precisamos da ciência da pura observação, porque não se trata desse mim, desse “eu”, dessa pessoa, olhando para si mesmo, nesse sentido de uma introspecção, de uma autoanálise. Aqui a expressão melhor seria autoinquirição ou auto-investigação.

Então, estamos diante de um portal que se abre para esse estudo de nós mesmos, para esse aprender sobre nós mesmos. Assim, observamos aquilo que se passa nesse olhar. Apenas observamos.

É o que eu quero convidar você aqui para compreender isso com muita clareza. Nós temos uma playlist aqui no canal falando da verdade sobre essa autodescoberta e da beleza desta autorrevelação. Estudar a si mesmo é aprender sobre o Autoconhecimento.

Essa é uma playlist aqui no canal. Aprender sobre o Autoconhecimento. Nós não sabemos aprender.

Nós estamos aprendendo como as máquinas aprendem, adquirindo informações, adquirindo conhecimento, e colocando em prática esse conhecimento, essa informação, na ação. E depois chamamos isso de experiência adquirida.

Então, para nós, conhecimento e experiência é a base do aprender. Pelo menos é assim que nós funcionamos. Na vida, tudo nós aprendemos assim: conhecimento e experiência. Tudo que sabemos fazer na vida, fazemos com esse princípio, com essa base. Conhecimento e experiência.

Aquilo que diz respeito a esta ciência da natureza do ser, que é a natureza de Deus em você, o aprender sobre isso é algo diferente. Não se trata de conhecimento sendo adquirido, nem experiências sendo obtidas. Veja, aqui já nos deparamos com um problema, porque, para a maioria das pessoas, o encontro com Deus é possível a partir de estudos sobre Deus.

Mas o que é que temos para estudar sobre Deus? Em geral, acreditamos que o que nós temos é aquilo que está nos livros, nos livros espirituais, nos livros sagrados. Então, depois de muitos anos lendo muitos livros, nós desenvolvemos um intelecto altamente capaz para citar as escrituras, para citar frases prontas de coisas que aprendemos. Aprendemos de que forma? Adquirindo conhecimento e praticando a fala sobre aquilo, ou escutar mais e mais vezes sobre aquilo. Então, é isso que nós chamamos de conhecimento, desse assim chamado conhecimento espiritual.

Agora, compreendam isso. Isso fica só a nível do intelecto. Podemos sim passar por algumas experiências, assim chamadas espirituais ou místicas, mas continuará lá o elemento que sustenta esse conhecimento, essa vivência, portanto, essa experiência.

E esse elemento é o “eu”, é esse mim, é esse ego. Enquanto que a realidade da revelação desta ciência divina é exatamente a ausência do ego. Portanto, esse aprendizado que nós recebemos, que nós temos, e que nós cultivamos, que nos foi ensinado, que devemos ter, que precisamos ter, é um equívoco.

Nós precisamos descobrir o que é aprender sobre Deus. Mas aprender sobre Deus requer ter uma aproximação do descarte desse elemento presente que se vê como uma entidade presente no tempo e no espaço, que é o “eu”, tendo uma particular vida, separada da própria vida, separada do outro, separada de Deus. Assim, a ciência sobre Deus requer o descarte desse “eu”.

É quando Deus se revela. Isso é o real aprender sobre Deus. Então, como ter uma aproximação sobre isso? Como aprender sobre o Autoconhecimento? Porque é a ausência dessa compreensão de si mesmo que nos coloca nessa equivocada condição de adquirir mais e mais conhecimentos teóricos, intelectuais, verbais, de livros, esse cultivo de experiências ainda para esse elemento que é o “eu”. Esse é o equívoco. Nós precisamos nos aproximar de nós mesmos, observar a si mesmo, se tornar ciente desse movimento que é o movimento do “eu”, do ego.

Portanto, a ideia de trazer para as nossas vidas a realidade de Deus, uma vez que essa minha vida é ainda a vida equivocada, é a vida condicionada, é a vida aprisionada ao modelo de medo, de raiva, violência, ambição, desejos conflituosos, onde está presente todo tipo de desordem, desarmonia, problemas e sofrimento esse é o equívoco. A forma real da aproximação de Deus está no descarte desta ilusão, que é a ilusão do “eu”, que é a ilusão do ego. Então, a forma verdadeira desta aproximação do aprender, temos que aprofundar isso aqui, requer esse olhar, observar, se dar conta da pessoa que você é, que você apresenta ser, que você demonstra ser, nesse contexto de relação com ele ou ela, com o mundo à sua volta e com você mesmo.

Daí a real necessidade da verdade sobre o Autoconhecimento. E me parece que aqui já começa a ficar claro para você que usamos essa expressão não no sentido desta pessoa mudar, melhorar, aprender mais sobre ela, adquirir mais experiências, ter uma base melhor para uma vida bem sucedida onde se alcança resultados em razão dessa ferramenta, dessa assim chamada ferramenta do Autoconhecimento, uma posição melhor no trabalho, nas relações humanas, não é isso. Aqui a verdade sobre o Autoconhecimento está em se dar conta desse sentido de separação entre você e a vida, entre você e o outro, entre você e Deus. Então, um encontro com aquilo que é você é o descarte desse você para algo novo presente.

É por isso que a presença da verdadeira visão do Autoconhecimento é algo próximo e que naturalmente está casado, sem separação, sem divórcio, desta arte da meditação. Nós precisamos da base para a meditação. A arte da meditação você aprende quando desaprende a vida centrada nesse tumulto, nessa desordem, nesse barulho, que é o barulho do “eu”.

A presença da meditação é a presença desse mistério que é o silêncio, o silêncio da verdade. Não é o silêncio que se alcança dentro de uma prática meditativa, dentro de uma técnica de meditação, mas é o silêncio que está presente quando o sentido de separação não está. Essa é a presença da meditação.

Então, nós precisamos descobrir também o que é meditação. As pessoas, quando dão respostas para essa pergunta, já lhe indicam uma técnica e lhe explicam o benefício da técnica ou da prática que elas estão prescrevendo para você. Mas uma técnica, uma prática, veja, é algo mecânico, e o benefício de algo mecânico é o resultado também mecânico de um sistema, de uma técnica, de uma prática.

Isso é algo que vem em benefício de alguém. Alguém é beneficiado na técnica ou na prática da meditação, porque tem alguém realizando a meditação. Enquanto que aqui estamos lhe dizendo que a meditação é exatamente a ausência de alguém, na prática.

Então, não existe tal coisa como o benefício para alguém. Existe o fim da ilusão de alguém. Essa é a presença da realidade divina.

Então, o propósito real da verdade sobre a meditação, e aqui a meditação não é algo mecânico, não é uma técnica, não é um sistema, não é algo que alguém faz, que alguém pratica, a verdade sobre a meditação é que a meditação revela aquilo que está fora do conhecido, que é a realidade de Deus.

O nosso trabalho aqui juntos consiste nessa descoberta, na descoberta desse instante presente, sem alguém presente nesse momento. Reparem como temos que nos aproximar de uma forma nova desse assunto aqui. Quando você tem um pensamento, ou sentimento, ou uma emoção, a ideia por trás dessa experiência subjetiva, dessa experiência interna, dessa experiência em você, a ideia por detrás dessa experiência é alguém presente, tendo a experiência.

Veja, nós fomos educados para uma vida onde há uma figura central dentro dela, tendo experiências. Sejam experiências desta qualidade, que são experiências subjetivas, sejam experiências objetivas, no sentido de um contato com o mundo externo, quando você está conversando com alguém, ou vendo alguma coisa, percebendo algo externo a si mesmo, a ideia por detrás é alguém presente nessa experiência objetiva. Falar com alguém é a ideia de alguém dizendo algo para outro. Ver alguma coisa é a ideia de alguém sendo o observador daquilo que está vendo.

Quando tem uma música tocando lá fora, a ideia é alguém escutando. Então, tem a música lá, tem o som lá e alguém aqui, tem a visão lá e o observador aqui.

Reparem que nós fomos educados, programados, o nosso modelo psicológico de funcionamento mental é desse tipo. Nós acreditamos que existimos como alguém presente na experiência. Seja ela interna: quando estou pensando, sou o pensador, quando estou sentindo, sou esse elemento que sente, quando estou triste, sou eu e a tristeza, quando há medo, presente tem eu e o medo. Ou quando estamos num contato com a experiência externa, estamos presentes sendo o observador, sendo esse que fala, sendo esse que escuta, aquilo que está fora de mim. Veja, aqui nos deparamos com uma ilusão. Porque não existe tal coisa como alguém, um experimentador, o “eu” presente na vida. Mas essa é a nossa crença, esse é o nosso posicionamento. Então, lidar com a vida como ela acontece, a ideia é alguém capaz de fazer isso.

Um olhar direto sobre a verdade, sobre quem é você, isso requer a presença desse aprender sobre si mesmo, desse novo olhar para essas reações, isso irá lhe mostrar que esse sentimento, pensamento e sensação de ser alguém, esse experimentador, esse observador, esse elemento no sentir, isso é uma sugestão do pensamento. É a ideia de um pensamento presente.

É a ideia desse pensamento “eu”, nesse sentir, nesse pensar, nesse falar, nesse ouvir. Aqui, com você, nós estamos vendo juntos o fim para essa ilusão, para uma direta compreensão de que a vida é aquilo que está presente, sendo a própria realidade, única. E é exatamente essa confusão que fazemos, que temos, a respeito de quem somos, nesse contexto que está produzindo em nossas vidas todo tipo de desordem, confusão, sofrimento e problemas.

O que é olhar para esse momento sem esse observador? O que é escutar esse som sem esse elemento que escuta? O que é falar com alguém sem ter alguém vendo alguém? O que é olhar sem o observador? Onde está presente o olhar, apenas o olhar, o som presente no escutar, onde está presente só o escutar. O que é a vida quando o “eu” não está? Quando o ego não está? É o que estamos propondo aqui para você.

Portanto, nesse se aproximar de si mesmo, nesse aprender sobre aquilo que você é. É o aprender sobre o que a vida nesse instante é. Aqui nesse canal, como também em nosso outro canal, nós estamos tendo um olhar, um escutar, um perceber, uma aproximação para uma visão única, singular a respeito da vida.

Evidente que isso requer um desaprender tudo isso que a cultura, a sociedade, a história humana tem nos dado. Precisamos descobrir, na vida, a vida, como ela acontece quando o pensamento não está, quando esse modelo treinado de pensamento não está mais presente. Então, qual é a verdade desta observação, desta auto-observação? É a visão de que não existe esse elemento presente que se separa.

Notem que nesta separação nós temos presente um espaço e é dentro desse espaço, a partir desse “eu” que se vê separado daquilo ou daquele ou daquela ou deste som, ou situação, ou acontecimento, é nesta separação que está presente o conflito, o problema, o sofrimento. Reparem como é importante uma compreensão aqui disso.

Olhar e perceber que sua relação com ele ou ela, a partir do pensamento, é uma relação que se baseia em um elemento em você que vê, a partir de uma ideia que traz, de um pensamento que tem, de um conceito que carrega, de uma imagem que tem formado dentro de si mesmo, sobre quem ele é, sobre quem ela é. Repare, nós não estamos lidando com a verdade quando estamos lidando com o pensamento. Uma vez que o pensamento é uma representação que vem do passado, com base em uma memória de algo que aconteceu.

Mas a nossa relação, por exemplo, com alguém, com base na ideia também de que somos alguém, essa base é uma base que se assenta no pensamento. Eu faço uma ideia sobre quem eu sou. Eu tenho uma imagem sobre quem eu sou.

E eu tenho uma imagem sobre quem você é. Quando me encontro com você, não estou me encontrando com você, estou me encontrando com a imagem que eu tenho sobre quem é você. E você comigo.

Assim, as nossas relações humanas, que são esses relacionamentos, estão assentados, abalizados nessa forma de contato. E a presença do pensamento aí é o elemento mais importante. E, quando ele se torna mais importante, e uma vez que você compreenda que ele está apenas distorcendo a realidade, porque o que ele está trazendo é só algo do passado, para esse momento presente, nós estamos diante de um grande problema.

Assim, as nossas relações humanas, os nossos relacionamentos humanos estão cheios de problemas, porque o meu contato com ele ou ela, nesse contato não está presente a verdade. Nós não temos a verdade do amor, mas a busca de algo que o pensamento está projetando nele ou nela. Então, é algo completamente equivocado.

Esse sentimento que eu tenho por ele ou ela, isso não se assenta na liberdade, não se assenta na verdade. Isso explica porque não existe amor nas relações humanas.

Nós temos companheirismo, cumplicidade, apreciação, carinho, apreço de uma forma conveniente, enquanto isso for vantajoso. Quando isso não trouxer mais vantagem para esse mim, para esse “eu”, para essa auto imagem, que é o ego, nós rompemos com esse relacionamento e partimos para outro, ou mantemos esse jogo, onde está presente um jogo de interesse, uma vida artificial, que é a vida do ego. Então nós temos esse aspecto nessa relação com o externo e do ponto de vista interno temos naturalmente toda essa complicação. Veja o que estamos colocando aqui para você. Enquanto não houver uma aproximação real desse aprender sobre nós mesmos, e desta verdade sobre a ciência que revela Deus, que é a meditação, e aqui no canal nós temos algumas playlists trabalhando isso com você, enquanto isso não estiver presente, estaremos sobrecarregados também psicologicamente de estados internos que estão presentes e permanecerão presentes em razão dessa ilusão, de que nós nos vemos como esse “eu” no sentir, esse “eu” no pensar. Então, internamente, estados como ansiedade, angústia, depressão, baixa autoestima, medo, veja, são inúmeros os estados internos de conflito dentro de cada um de nós, de problemas dentro de cada um de nós.

Naturalmente, isso se expressa em nossas relações com ele ou ela. Assim, os conflitos, os problemas, o sofrimento é algo presente na ausência desta ciência da verdade divina. Por que nos falta esta compreensão. Nos falta esta visão da realidade. Não há inteligência, não há liberdade, não há sabedoria, não há amor.

Aqui nós estamos com você trabalhando isso, lhe mostrando que nesta vida, sim, é possível tomarmos ciência da verdade sobre quem nós somos. Você vê aqui uma foto de Ramana Maharshi. Em seus dias, ele compartilhava com aqueles que se aproximavam dele aquilo que ficou conhecido como Atma Vichara.

Olhar, ver a ciência da meditação. Tomar ciência do que é real meditação é: Atma Vichara.

Então Atma Vichara, de Ramana Maharshi, é esta aproximação da verdade sobre a meditação. Atma Vichara significa a auto-inquirição, esta auto-observação, esta ciência de como você funciona. É isso que lhe aproxima da verdade do Autoconhecimento e lhe revela a verdade da meditação.

Aqui nós temos no canal uma playlist sobre esta verdade da meditação, desta Real Meditação de uma forma vivencial, de uma forma prática. Essa é uma playlist. A outra é a verdade sobre o Autoconhecimento.

Assim, fica aqui um convite para você. Nós temos também encontros online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos aprofundando isso aqui com você.

Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online nos finais de semana. Além disso, temos encontros presenciais e também retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido para você, fica aqui um convite. Já deixe aqui o seu like, se inscreva no canal.

Coloca aqui no comentário: sim isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Dezembro de 2024
Gravatá – PE, Brasil