O que é Meditação? Aprender sobre o Autoconhecimento. Advaita, a Não Dualidade. Meditação prática.

Aqui, nesse trabalho, a nossa ênfase está na descoberta, na visão clara, na constatação da Vida Real. Vida Real é a vida onde está presente o Amor, a Paz, a Alegria, a Liberdade, a Felicidade. É que a realidade disso representa a verdade livre desse movimento aflitivo, conflituoso que o sentido do “eu” estabelece quando está presente. Quando há esta liberdade, que é permanecer livre do movimento psicológico deste “eu”, deste “ego”, temos a Verdade sobre a Liberdade.

A Real Liberdade não é a liberdade de ir e vir; não é a liberdade para fazer o que desejamos fazer, ou para conseguir obter o que queremos obter. A Real Liberdade é a presença da Verdade nesta ausência do “ego”, nesta ausência do “eu”. E é isso que estamos, aqui com você, explorando, investigando, lhe mostrando como isso se torna possível nessa vida.

Uma vida livre do “ego” é algo que o ser humano, no pensamento, é simplesmente impossível ter qualquer aproximação imaginativa disso. Porque isso é algo além do pensamento, além de tudo que o pensamento possa produzir, projetar, idealizar. Você, em seu natural estado Divino, em seu natural estado de Ser, é esse estado livre do tempo e do espaço. Nesse modelo de espaço, onde está presente essa separação – vamos tocar nisso aqui com você. Nós temos uma visão a partir do observador, sobre tudo: sobre qualquer assunto que você fala, toca nele, trata sobre ele, é sempre a partir de uma ótica; é a ótica de quem vê, a partir desse elemento que está separado daquilo. Então, nós estamos vendo o mundo, a vida, a nós mesmos, todas as experiências, a partir de um observador, que se vê como um elemento separado daquilo.

Então, no que diz respeito a contato com pessoas, objetos, situações, e também conhecimentos, é sempre a ideia de “alguém que conhece”, de “alguém que vê”, de “alguém que sente”. Então, nós temos presente aqui essa separação; nesta separação nós temos um espaço: esse é o espaço da dualidade, desse “eu” e a “outra coisa”.

Aqui nós temos, com você, explorado como romper com esta psicológica condição de ausência de liberdade. Esta ausência da liberdade é a ausência da liberdade, porque é a ausência da Verdade desse espaço Livre da Dualidade. O espaço que nós temos, o espaço que nós conhecemos, é o espaço desse “eu” e o “não eu”.

Veja como é importante termos desse assunto uma aproximação Real. Porque, aqui, nós temos que tocar com você sempre, constantemente, na importância do Autoconhecimento, e nesse aprender sobre o Autoconhecimento. Esse aprender sobre isso é ter um olhar para a vida sem “esse que vê”, sem “esse que observa”, sem “esse que se separa,” como um elemento que “se sente assim”, “particularmente assim”, “especialmente assim”, dentro da vida, dentro da experiência. Então, o fim desse “elemento”, é o fim do “eu”, é o fim do “ego”, é o fim do “observador”, é o fim desse “elemento” presente que se separa.

Aqui não temos separado a realidade da revelação desse novo espaço sem o “eu”, sem o “ego”, da própria ciência que revela Deus, que é a Ciência da Meditação. Então, são playlists que nós temos aqui: o que é meditação? Nós temos voltado de novo, e de novo, e de novo.

Nós precisamos aprender, na vida, a desaprender esse formato de padrão de dualidade, de “ego-identidade”. A nossa formação tem sido a formação da estrutura do “eu”. Esse é o nosso condicionamento mental, é o nosso condicionamento psicológico. A nossa formação psicológica é a formação de uma “identidade presente” o tempo todo: falando, pensando, sentindo, agindo; tratando de assuntos, tendo conhecimento – e falando sobre aquilo – lidando com pessoas, com situações. Essa condição de existência é a condição do isolacionismo, do separatismo desta identidade que se vê à parte e separada da própria vida. Isso é a ausência do seu natural Estado de Ser, que é esse espaço sem o “eu”, sem o “ego”.

Isso, na vida, como ela acontece aqui e agora, momento a momento, é a própria Verdade sobre a Meditação. A meditação não é aquilo que as pessoas dizem que ela é. A meditação é a Realidade da Ciência, da ausência de “alguém” presente na vida, na experiência. O que representa a verdade do experimentar, porque, se não há esse experimentador, não existe também essa experiência – o que temos presente é o experimentar. Se não há “alguém” na vida, o que temos presente é a Própria Vida. A presença da Própria Vida, nesta ausência de “alguém”, é a Realidade Divina, é a Realidade de Deus.

Então, o que é meditação? É a presença desse mistério! É isso que nós temos chamado aqui de Real Silêncio. O ser humano busca isso, ele está em busca da felicidade, em busca da paz, em busca do amor, mas ele está fazendo isso nesse movimento equivocado, que é o movimento de “alguém” na procura, da “pessoa” na busca. Assim, existe esse “fazer”, esse “buscar”, esse “procurar”. Nós colocamos aqui o elemento tempo para isso se realizar. Assim entramos em diversas formas de equívocos aqui, de enganos; um deles é a noção de “alcançar”, de “obter”, de “realizar”. Repare que esses verbos estão sempre ligados a uma proposta de futuro; esse futuro, não percebemos, é uma imaginação do pensamento. Porque não existe tal coisa como a Realização da Verdade de Deus, da Liberdade, ou da Iluminação, como você queira chamar, no futuro. Não existe tal coisa como o futuro. É o pensamento que tem criado a ideia do futuro.

Notem que a vida é aquilo que está aqui nesse instante; mas nós temos uma ideia de que amanhã será diferente. Essa ideia é uma projeção do pensamento sobre o amanhã, algo que está acontecendo agora, aqui. Essa projeção, essa imaginação, é agora, aqui. Não há qualquer realidade como o futuro nessa imaginação, ou nessa projeção. A realidade é só o pensamento! Portanto, não existe tal coisa como o futuro, agora. Esse futuro do pensamento não é real. Poderíamos colocar de uma outra forma: a realidade do futuro é agora, porque esse instante revela a verdade do que é. Mas nós ficamos nesse idealismo, nesse futurismo, nesse “vir a ser”, nesse “deveria ser”, ou “poderia ser”, ou “talvez será”.

É assim que estamos orientando nossas vidas, e temos orientado nossas vidas, desde ontem, desse assim chamado “passado psicológico”, porque é isso que imaginamos também a respeito do que foi. O pensamento projeta o que foi como sendo passado e projeta o que será como sendo o futuro. Notem que estamos sempre dentro de um jogo que é o jogo do pensamento! Nós somos como que uma pequena mosca que caiu na teia, na teia da imaginação; e essa teia da imaginação tem os seus fios, e esses fios, que constroem essa teia da imaginação, é o pensamento. Podemos romper com isso? Para a ciência da vida, agora, aqui, livre do passado e livre do futuro? Percebam a importância disso, a implicação dessa proposta sendo colocada aqui para você! Se tornar ciente de que a vida, nesse momento, se revelando como ela é – livre do passado que o pensamento constrói, e do pensamento sobre o futuro que essa estrutura desta “identidade egoica” tem estabelecido – uma vida assim, é uma vida livre do sofrimento!

Você não tem, por exemplo, nenhuma forma de medo, nenhuma forma de medo. Repare, os nossos medos são inumeráveis. Mas é simplesmente impossível alguma forma de medo agora, aqui, quando o pensamento não está. Basta um pensamento sobre o que poderá acontecer de ruim para “mim” – veja, esse “mim” é uma imaginação de “alguém”, de “alguém” que “está presente”. Apenas quando o pensamento surge, surge a ideia de “alguém” presente, que é o “mim”. E quando o pensamento surge, cria o futuro desagradável, ruim, para esse “mim”; então, o medo surge.

É fascinante termos uma direta compreensão da Realidade, desse jogo que o pensamento faz, de todo esse jogo que ele tem montado. O pensamento lhe coloca no tempo, no passado ou no futuro; e a ideia de “você” no presente. Veja, é o pensamento criando esse jogo. A referência de “você” no presente é a lembrança de “algo”, de “alguém”, de algum acontecimento, de alguma situação. E essa lembrança de “alguém” é uma imagem, essa lembrança de um acontecimento é algo que aconteceu no passado, ou algo que possa acontecer no futuro. É assim que esse “alguém”, o pensamento, está imaginando no presente. Sem pensamento, repare, não existe “alguém”, não existe esse “eu”.

Se eu pergunto algo a você, você me dá uma resposta. No momento em que você me dá a resposta, o que estamos tendo presente, nesse instante, é uma resposta do cérebro em razão de uma memória que o cérebro tem. Então, essa é a resposta. Eu pergunto o seu nome e o cérebro traz essa resposta; e, nesse momento, a fala acontece e você me diz o seu nome. Mas o que temos aqui, nesse instante? Veja como temos que investigar tudo isso. O que estamos tendo aqui nesse instante é apenas um movimento de memória cerebral e um cérebro trazendo uma afirmação de um nome. Mas, juntamente com isso, existe uma ilusão que surge: é a ilusão de que tem “alguém” nesse processo. Você diz: “eu”. Veja, não existe esse “eu”; existe só o nome, a memória, a lembrança, toda essa mecânica cerebral para dizer o nome.

Esse “eu” é aquilo que o pensamento imagina sobre você. Qual é a verdade sobre você? Você desconhece. Tudo que você tem sobre você é o que o pensamento diz sobre esse “eu”. Portanto, esse “eu” é esse “elemento” que está aqui no presente, o que é uma ilusão; vindo do passado, o que é uma ilusão; indo para o futuro, o que é uma ilusão.

Uma aproximação da verdade sobre o Autoconhecimento, esse aprender sobre o Autoconhecimento, é descartar da vida, desse corpo-mente, a ilusão desse “eu”. Então, você, em sua Natureza Real, está presente. No entanto, você, em sua Natureza Real, não está no tempo, não é “alguém” que tem uma história. Porque uma história – acabamos de ver isso – uma história é só um registro de memória, algo que vem do pensamento, que está dentro dessa estrutura de memória cerebral e de resposta cerebral, enquanto que a Verdade sobre você é desconhecida.

Aqui juntos, nesse aprender sobre o Autoconhecimento, tendo uma visão clara, real do que é a meditação, temos presente a Realidade deste Ser, desta Real Natureza Divina de cada um de nós.

Quando as pessoas perguntam: o que é a iluminação? O que é o despertar espiritual? É a ciência de que não existe “alguém” para se iluminar, “alguém” para o Despertar Espiritual. O Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual é a Natureza da Verdade! Nós usamos essas expressões, mas estamos diante ainda de palavras que não representam absolutamente nada. Porque a grande verdade sobre tudo isso é que, quando isso está presente, não há nada para se dizer sobre isso. A Natureza de Deus é a Natureza do desconhecido, e essa Natureza de Deus é você, quando “você” não está. Esse “você”, que “você” conhece sobre “si mesmo”, não está.

Assim, há uma grande confusão também na cabeça das pessoas com essa expressão Autoconhecimento, porque elas acreditam em uma ferramenta para melhorarem como pessoas, para se tornarem melhores pessoas. Para, como pessoas, realizarem objetivos, sonhos e projetos e realizações pessoais; se desenvolvendo, tendo um autodesenvolvimento.

Enquanto a Realidade do Autoconhecimento é exatamente o fim da ilusão de “alguém” para se conhecer. É o descarte da ilusão desta “ego-identidade”. No que diz respeito à verdade da meditação, é a ciência deste Ser, agora. Não se trata de um lugar afastado, em um quarto, pernas cruzadas, a respiração acontecendo de uma certa forma, a recitação de um mantra, uma música suave no fundo tocando. Isso não é meditação! Isso é prática de meditação, como as pessoas praticam. Elas poderão praticar isso, dessa forma, por mais duzentos anos, ou trezentos anos, e jamais compreenderão o que estamos colocando aqui. Porque aqui estamos colocando para você o fim da ilusão, do sentido do “eu”, do “ego”. Esta é a ciência da Real Meditação. É o florescer de sua Natureza Real.

A presença da Verdade da Meditação, como nós precisamos compreender essa arte na vida, é a Verdade do seu Ser livre do “eu”. Assim, onde há Real meditação, não existe o meditador. A presença da meditação é agora, conversando com alguém, dirigindo seu carro, trabalhando, dentro de uma atividade intelectual, física, enquanto você conversa com uma pessoa, enquanto você assiste TV, enquanto você caminha, enquanto você almoça, ou faz o seu lanche, não precisa ter “alguém” ali; apenas a ciência da vida, a vida em expressão.

A vida em expressão, sem “alguém” presente, é meditação. É no viver, é momento a momento, uma vida livre do “ego”, o que naturalmente representa uma vida livre do tempo – passado, presente e futuro – porque é uma vida livre do pensamento. Aqui eu me refiro a esse pensamento que dá estrutura a essa ilusória identidade, que é “especial”, que se vê nesse “especialismo” de “ser alguém” se movendo dentro desta ideia de tempo e espaço.

O que temos é a Realidade da Vida. O que temos é a Verdade de Ser. A beleza desta vida é a beleza da Felicidade, da Completude, é a beleza da Bem-Aventurança, do seu natural estado de Beatitude, de Completude, de Abundância de Amor. Abundância, sim, Abundância de Paz, Abundância de Felicidade. Você, em seu Estado Natural, em seu Estado Divino, é aquele que olha livre desta noção de “alguém” no olhar; é aquele que escuta sem essa noção de “alguém” no escutar; é aquele que sente sem essa ilusória ideia de “alguém” no sentir.

É por isso que estamos aqui com você, lhe mostrando o que é a vida na não-dualidade. Advaita é a visão da não-dualidade. É uma expressão, em sânscrito, para o primeiro sem o segundo. O primeiro sem o segundo é a Realidade Divina. A única Realidade na vida é a Vida. Essa Vida é Deus, isso é Advaita. Aqui, estamos com você trabalhando isso, descobrindo esta ciência da meditação. A Meditação Prática é diferente da prática da meditação. Aqui, se trata da Meditação Prática. O tempo inteiro estamos trabalhando isso com você, aqui nesses encontros. Lhe mostrando como tomar ciência da meditação na prática. Não se trata de praticar a meditação, mas da ciência, da visão da vida, aqui e agora, onde a Meditação, na Prática, está acontecendo.

Esses nossos encontros aqui são encontros online que ocorrem aos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, nesse contato com o silêncio, nesse contato com essa aproximação da própria autoinquirição, da autoinvestigação, da meditação, estamos trabalhando com você.

Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online aos finais de semana. Além desses encontros, nós temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido para você, fica aqui um convite. Já deixa aqui o seu like, se inscreve no canal e coloca aqui no comentário: “sim, faz sentido”. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Dezembro de 2024
Gravatá – PE, Brasil