Imersão Autoconhecimento | Atenção Plena Mindfulness | Como lidar com ciúmes e insegurança

Aqui estamos enfatizando com você essa imersão no Autoconhecimento, a beleza disso. Olhar para esse movimento interno do pensamento, sentimento, emoção, sensação, o seu específico modo de contactar o que está aqui e agora, nesse instante.

Se tornar ciente, cônscio desse movimento de dualidade, de separação, que está presente nessa consciência, que é a consciência do “eu”, que é esse padrão de consciência que nós conhecemos em nós. Ficar cônscio disso, ter clareza disso é se desfazer dessa psicológica condição de identidade egoica. Isso é Autoconhecimento.

Veja, não é a visão da psicologia nessa questão do autoconhecimento e nem é a visão da Filosofia. Aqui usamos essa expressão Autoconhecimento de uma forma direta, sinalizando para você a Verdade do fim do “eu”, do fim do ego. E como é que nos tornamos cientes disso? Só há uma forma, e essa forma é trazer Consciência para esse instante.

Quando usamos a expressão “trazer Consciência”, não estamos trazendo isso de algum lugar. Isso é algo que está aqui e floresce nesse direto, simples e real interesse de olhar para esse movimento, que é o movimento do pensamento. É o pensamento que norteia tudo praticamente em nossas vidas. Toda a sua história, memória, reconhecimento, modo de perceber, de interpretar, avaliar, comparar, julgar, tudo isso está dentro do pensamento. Observe comigo isso aqui.

Toda essa, assim chamada, consciência presente em nós é a presença da ciência do pensamento. O detalhe é que nós não temos ciência disso, e isso faz toda a diferença. Não é um simples detalhe. É isso que tem feito das nossas vidas aquilo que ela, agora, é. O fato dessa insciência desse movimento interno se processando em você.

Esse sentimento-pensamento que você tem de ser alguém aqui, por exemplo, ouvindo uma fala como essa, acreditando poder concordar ou discordar disso que você escuta, tudo isso faz parte desse modelo, que é o modelo da consciência presente em cada um de nós.

Não temos a mínima visão do que isso representa. Não há uma compreensão direta disso. Isso faz com que as nossas vidas sejam vidas pautadas, alicerçadas, assentadas em estados internos de conflito, confusão, desordem, problemas e sofrimento. Isso porque desconhecemos a Realidade.

A Realidade é aquilo que está presente, mas permanece e permanecerá sempre desconhecida do pensamento. E como tudo o que nós temos sobre quem somos se assenta no pensamento, se abaliza no pensamento, estamos dentro de uma ilusão; a ilusão daquele que pensa, realiza, depois que planeja, então se torna capaz de fazer o que assim decidiu, assim resolveu, assim escolheu, e usamos esse pronome “eu” na ilusão dessa autoria de tudo o que acontece.

Veja, esse é um modelo de ação, sim, mas é a ação em mera atividade centrada na ilusão de uma egoidentidade presente. Não sabemos nada a respeito disso. Nós nunca investigamos isso.

Aqui estamos lhe propondo exatamente isso, uma investigação da Verdade sobre quem é você. Isso requer uma imersão nesse estudo de si mesmo. Olhe para a sua cabeça e você irá perceber o que estamos dizendo. A mente é inquieta. Não há silêncio, não há quietude, não há serenidade. A mente é tagarela. O movimento de pensamento é rápido, veloz, descontrolado. E os pensamentos estão dentro de nós criando todo o tipo de confusão, desordem e sofrimento.

O medo, por exemplo, é algo presente em nossas vidas e está presente em razão do modelo do pensamento, como ele tem se estabelecido presente em nós. Nos colocando dentro, por exemplo, de uma condição onde o futuro é incerto e inseguro para esse “mim”, para esse “eu”. Esse “eu”, esse “mim” é uma imagem que o pensamento também tem criado a respeito de quem eu sou.

Então, nós temos o problema do medo criado pelo pensamento. Nós temos medo do futuro, temos medo de que o passado volte a se repetir. O medo está presente porque não estamos lidando com a vida como ela acontece agora, aqui. Estamos, no pensamento, antevendo as coisas boas que podem nos faltar amanhã ou as coisas ruins que podem acontecer amanhã; aconteceram no passado, o pensamento nos traz a lembrança, o pensamento lembra disso e traz o medo com ele, no futuro.

Nós vivemos dentro de um movimento, que é o movimento do pensamento, e o pensamento está sustentando todo o tipo de estados internos de desordem e confusão. Então, estamos assentando nossas vidas nesse padrão, nesse modelo do pensamento. E é no pensamento que está o estresse, o nervosismo, a ansiedade, a depressão, a angústia, a dor da falta, o desejo de obter, o medo de não alcançar.

Assim, o pensamento está norteando nossa vida, assim como nossas ações presentes em nossas relações. Observe isso: o pensamento em você traz o sentimento que gera, que produz a ação. Nossas ações se assentam no pensamento. O pensamento gera o sentimento, gera o impulso, forma o plano, idealiza o projeto e vai em busca daquilo. Nossas ações se assentam no pensamento. Aqui temos o pensamento, repare, e ele se baseia no passado.

O pensamento não pode lidar com esse momento, com a compreensão desse momento, porque ele é um retrato do passado. Então, estamos procurando sempre atender a esse momento como ele se mostra com base em tudo aquilo que o pensamento representa dentro de cada um de nós, e não se ajusta. É a tentativa do “eu”, do ego, desse pensador, dessa autoimagem de ajustar esse momento ao seu modelo que vem do passado. Notem, toda a confusão na nossa vida está assentada nisso.

Então, está presente, por exemplo, o ciúme, a insegurança. Como lidar com o ciúme e a insegurança? Mas não é só como lidar com o ciúme e a insegurança, é como lidar com a inveja, com a dor presente aqui, em razão dessa comparação: “Por que ele tem e eu não tenho? Por que ele pode e eu não posso?” É sempre o pensamento norteando esse modelo de existência conflituosa, sofrida, que é a existência do ego, do “eu”, desse “mim”.

Aqui estamos com você dizendo, lhe apresentando uma qualidade de vida diferente dessa vida particular desse centro, que o ego, deste “eu” e, portanto, livre desse modelo de pensamento. Isso requer a presença de um olhar novo para esse padrão de consciência egoica. Trazer para esse momento uma Plena Atenção para esse movimento de consciência, que não é outra coisa a não ser pensamentos, imagens, quadros, representações que o pensamento produz dentro de cada um de nós a respeito da vida como ela acontece.

Assim, o pensamento está em ideais, em projetos do que deveria acontecer, do que poderia ter acontecido, de como seria se isso ou aquilo ocorresse. Esse modelo de pensamento está acontecendo em razão de uma falta de Atenção sobre esse movimento. Não sabemos olhar para o pensamento se esse “eu”.

Quando o pensamento aparece nesse ou naquele outro formato dentro de você, ele pode ser visto. E ele pode ser visto se você coloca Atenção sobre o movimento dele, uma Plena Atenção, uma Atenção Plena sobre esse movimento, que é o movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, da sensação, da imagem que surge, do quadro que o pensamento constrói nesse momento.

Um olhar para isso, no qual você coloque Plena Atenção. Apenas um olhar, sem se confundir com esse gosto, não gosto, quero, não quero, concordo ou não concordo. Apenas olhar para isso. Descobrir o que é olhar sem esse que vem do passado, que é o “eu”, o ego, o observador, que quer se livrar disso, que quer fazer algo contra isso, ou quer se agarrar a isso ou se livrar disso. Olhar, apenas olhar é trazer Atenção Plena sobre esse instante, sobre esse movimento, que é o movimento da Consciência.

Então a expressão aqui, nesta Atenção Plena, alguns chamam de Mindfulness. Mindfulness é essa Atenção Plena sobre esse movimento, que é o movimento da Consciência, nesse instante. Isso está dentro de uma aproximação real do Autoconhecimento. Quando há essa imersão no Autoconhecimento, isso é algo possível quando você traz Atenção para esse instante, ou seja, quando você se torna ciente do próprio movimento do “eu”, do ego, desse “mim”.

Olhar para isso, apenas olhar, é observar sem o observador, é escutar, é se tornar ciente de suas reações, nesse momento. Então temos um olhar novo para essa psicológica condição de repetição, de continuidade, de movimento de tempo psicológico.

É quando esse “não poderia ser assim” ou “deveria ser diferente”, “algo está errado”, “por que é assim?”, tudo isso desaparece. Porque há só um olhar, sem esse envolvimento desse centro, que é o “eu”, sem esse envolvimento pessoal dessa ilusória identidade para interferir, para se envolver. Então temos uma aproximação da Verdade da Meditação, nesse instante.

Aqui temos falado com você a respeito da Verdade da Meditação, do que é Real Meditação, do que é Verdadeira Meditação. Essa Meditação é a visão da Não dualidade, da Não separação, de que esse momento é só o que é. Então, essa Meditação é uma aproximação da Advaita. Olhar para esse momento sem o sentido do “eu”, do “mim”, do ego. A palavra Advaita significa a Não dualidade, a Não separação. A palavra Advaita significa “o Primeiro sem o segundo”.

Há uma Realidade presente aqui, nesse instante, é a Realidade deste Ser, desta Verdade Divina. Se Isso está presente, nós temos o fim para essa condição psicológica de desordem e sofrimento. Eu quero repetir mais uma vez aqui isso: isso não é só uma resposta para como lidar com o ciúme e a insegurança, mas como lidar com toda a forma de sofrimento, de sofrimento psíquico.

Então, esse é o nosso assunto aqui. Além disso, nós temos os nossos encontros online que ocorrem nos finais de semana, onde estamos sábado e domingo juntos, aprofundando esse assunto aqui com você e tendo um contato direto com a Meditação. Também temos encontros presenciais e retiros.

Setembro de 2024
Gravatá – PE, Brasil