O que é Meditação? O que é o Despertar Espiritual?

Aqui, quando usamos com você a expressão “Autoconhecimento”, nós estamos falando da verdade do Autoconhecimento Supremo, não do autoconhecimento como, em geral, as pessoas usam dentro da psicologia, da filosofia. Nós estamos sinalizando para você a importância da verdade de sua Revelação Divina, da Realidade do seu Ser, de sua Natureza Essencial.

Esse autoconhecimento, onde você melhora como pessoa, onde há todo um processo de desenvolvimento pessoal, evidente que isso tem alguma importância ou uma grande importância dentro dessa história da pessoa. Quando a pessoa pode melhorar ou se desenvolver, ela consegue melhores espaços para essa ajustada vida que a pessoa conhece.

Aqui estamos apontando para algo além dessa pessoa e, portanto, além dessa necessidade de um ajustamento para essa egoidentidade, para essa personalidade. Estamos apontando para a Realização Divina, para um real encontro com o Amor, para um real encontro com a Felicidade, para o seu encontro com Deus.

E, aqui, é importante que se diga logo de passagem, que esse encontro com Deus não é você nesse encontro, é a Verdade de Deus se revelando, exatamente quando esse centro, quando esse sentido pessoal e particular de identidade egoica desaparece. Então, aqui se trata da presença da Verdade Divina.

Aqui nós estamos trabalhando com você o fim dessa ilusão; a ilusão de uma identidade presente na busca ou na procura por algo para se preencher, para ser feliz, para ter um encontro com a liberdade ou com o amor. O nosso trabalho aqui consiste em ter uma aproximação daquilo que somos.

Então, aqui, quando tratamos com você do Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual, estamos tratando com você do fim de uma identidade presente na experiência do viver. O florescer de sua Natureza Divina é esse Despertar Espiritual, é essa Iluminação Espiritual. É nesse sentido que nós usamos as expressões Despertar Espiritual e Iluminação Espiritual.

Não se trata de uma experiência mística ou, assim chamada, “espiritual” ou “extrafísica”. Não se trata de algo que você depois vai relatar sobre isso ou contar para outros sobre isso. Aquilo que é real, como sendo seu Natural Estado de Ser, é algo indescritível, inominável, está fora do conhecido.

Portanto, a verdade dessa ciência de Ser é o fim de todo esse movimento, que é o movimento do pensamento, para descrever, para explicar, para esclarecer, para cultivar memórias e lembranças a respeito disso. Estamos falando de algo que o pensamento não alcança. Uma aproximação real disso é a aproximação da verdade do Autoconhecimento.

A palavra “Autoconhecimento” também nesse sentido muito claro. Não se trata da melhora da pessoa, do aprimoramento da pessoa, mas da ciência dessa revelação de que o sentido de pessoa é uma ilusão. O sentido de uma identidade presente sendo experimentador da experiência, vivo na vida, é só um pensamento, uma ideia.

Todo esse sentido de identidade presente na vida, no viver, na experiência, e nesse autoaprimoramento é apenas uma modificação, uma mudança ou transformação de pessoa, de condição psicológica, desse condicionamento. Não se trata disso. Aqui estamos tratando com você da importância desse real aprender sobre nós mesmos. Isso nos revela aquilo que está além desse nós mesmos, desse “mim”.

Isso revela aquilo que é o desconhecido, que é inominável e indescritível, que é isso em nós que está além desse “nós”. Aquilo que não faz parte do tempo, aquilo que nunca nasceu, aquilo que não pode morrer. Haverá Felicidade em sua vida quando a ciência da Felicidade tiver esse espaço de assumir o lugar que é dela em sua vida.

Veja, nesse movimento, que é o movimento do centro, que é o “eu”, o ego, estamos colocando essa condição de tempo. Há sempre esse movimento de tempo para alcançar, para se livrar, para obter, para realizar. Aqui, é quando o tempo termina que isso se revela. Então, quando eu digo “haverá”, eu estou dizendo que esse “haverá” é agora.

Então, o futuro é agora, quando o sentido do tempo psicológico, que é esse tempo formulado por essa identidade egoica, não entra, não está mais presente. Aqui nós já temos a resposta para a pergunta: “O que é Meditação?” Aqui já temos uma aproximação para essa resposta desta clássica pergunta – “O que é Meditação?”

Veja, não é algo para se realizar no tempo. Então, não se trata de algo mecânico, algo que se aprende e, de uma forma mecânica, se pratica, como ocorre com as técnicas, com os sistemas, com as diversas práticas de meditação que você já ouviu falar, e que você encontra disponível aí fora.

O que é a Meditação? É a ciência, agora, aqui, da ausência do “eu”. Portanto, não se trata desse “mim”, desse “eu”, desse ego, desse meditador na prática, ou seja, meditando. É necessário que rompamos com isso, que deixemos de lado todo esse movimento, porque ainda é um movimento de condicionamento, de hábito, mecânico, algo feito por esse centro, que é o “eu”.

É necessário abrirmos mão de tudo isso para descobrirmos a verdade da Real Meditação, dessa aproximação, neste momento, de todo o pensamento, sentimento, emoção, sensação; o modo de perceber esse instante, a experiência sem o “eu”, o centro, o ego, o experimentador. Reparem, isso é algo novo para a maioria de vocês.

Para a maioria de nós, ter uma aproximação assim da Meditação, o que implica a Meditação sem o meditador, é algo muito novo ou muito estranho, porque o nosso modelo, o nosso antigo modelo, a nossa forma de perceber tudo isso é alguém no fazer, é alguém fazendo, é alguém na execução, é alguém na prática.

Esse contato com o Autoconhecimento Real é a constatação, nesse instante, da Realidade Divina, da Realidade Suprema. É por isso que nós temos chamado de Autoconhecimento Supremo, porque é o Autoconhecimento que revela Deus. Não se trata de algo que se pratica para melhorar a pessoa, como já foi colocado – e como temos colocado sempre nesses encontros.

Aqui na vida, a única coisa que importa é a ciência da Vida. E a ciência da Vida é a Vida n’Ela própria, cônscia d’Ela mesma. Não tem alguém nisso. Não há o sentido de uma identidade presente nisso, de uma pessoa nisso, de uma personalidade nisso. Isso é a verdade deste florescer Divino. Essa é a verdade do Despertar Espiritual.

O Despertar Espiritual é a ciência de sua Natureza Essencial, que aqui e agora floresce quando esse modelo, que é o modelo do “eu”, não está. É por isso que nossa ênfase está em investigar o que é o pensamento, o que é o sentimento, o que é a emoção, o que é essa forma de sentir, essa forma de se mover na vida, o que é a ação.

Reparem, tudo isso é algo que precisa ser investigado, porque a não compreensão disso nos mantém em uma condição psicológica, que é a condição comum a todos, nessa inconsciência, nessa postura de profunda ignorância. Veja, aqui, a palavra “ignorância” no sentido da não ciência do próprio movimento do “eu”.

Nós precisamos tomar ciência do movimento do “eu” para o fim do sofrimento. Quando essa ignorância prevalece, como acontece dentro da humanidade, porque esse Florescer, esse Despertar não está presente para a maioria da humanidade, o sofrimento está presente. O sinal da ausência desse Despertar Espiritual, dessa Iluminação Espiritual, é a presença da dualidade.

A dualidade implica na presença de alguém que sofre, de alguém com medo, de alguém ansioso, de alguém deprimido, de alguém nessa dor da solidão, de alguém vivendo algum nível de sofrimento interno, angústia, culpa, remorso, arrependimento.

A presença da ignorância é a presença da ilusão de uma identidade presente que se vê separada da experiência, separada da vida, separada da existência, separada de Deus; em conflito com ela mesma em razão dessa inquietude de pensamentos – pensamentos repetitivos, tagarelas, negativos, pensamentos intrusos. Reparem, tudo isso são quadros internos, psicológicos, de vida presente nessa identidade, que é a identidade egoica.

Veja, podemos buscar toda forma de ajuda na psicoterapia, na psiquiatria, na psicologia, nessa, assim chamada, “espiritualidade”, mas enquanto esse sentido de uma identidade, que é a identidade do “eu”, se sustenta em cada um de nós em razão dessa ignorância, a ilusão estará presente, esse sentido de separação estará presente e, naturalmente, o conflito estará presente, o sofrimento estará presente.

Aqui estamos trabalhando com você o fim dessa condição psicológica de ser alguém. Aqui estamos sinalizando para você o fim para essa ilusão: a ilusão de uma identidade presente, se sustentando na vida e procurando na vida, separado dela, alcançar dela, que é a vida, alguma coisa para esse centro, para esse “eu”, para essa pessoa.

Aqui estamos dizendo para você que a Realização da Verdade é possível, que é a Realização de Deus, que alguns chamam de Iluminação ou Despertar Espiritual – aquilo que alguns confundem com todo tipo de coisa que não tem nada a ver com o que estamos apontando aqui.

Aqui, esse Despertar, Iluminação, Realização de Deus, é o fim do “eu”, é o fim do ego, é o fim dessa ilusão desse centro que se separa. É a presença desta Consciência, deste Ser, desta Felicidade – isso é direto dos Vedas –, sua Natureza Real quando não há mais ignorância. A verdade deste florescer do seu Natural Estado de Ser é Ser-Consciência-Felicidade.

Assim, todo o nosso propósito aqui está em termos essa aproximação, está em nos posicionarmos diante da vida dentro de uma visão clara, sem o sentido de uma identidade presente, acreditando em todo tipo de coisa que o pensamento condicionado, o pensamento de história humana, tem colocado presente nesse cérebro.

Então, é necessária uma mudança profunda, radical, um contato real com a verdade daquilo que eu tenho chamado de uma nova mente. Uma nova mente não é uma mente nesse sentido que nós conhecemos. Estamos apontando para algo indescritível, a presença de um novo modo de pensar, de sentir, de agir, quando falamos de uma nova mente.

Maio de 2024
Gravatá – PE, Brasil