Ok, vamos lá! Este é um assunto do qual a gente precisa se aproximar com bastante cuidado. Vamos tratar com você sobre essa importante questão da busca, da busca pela Verdade, da busca por Deus, da busca da Realidade. Nós não sabemos o que isso representa! Temos uma crença – essa é uma crença entre as diversas crenças que nós temos: essa crença de que estamos, na verdade, na busca pela Verdade ou na busca por Deus.
O ser humano se sente infeliz. Há dentro de nós o sentido de falta de algo, de alguma coisa. Essa falta, esse sentido de falta de algo… nós podemos dar muitos nomes para isso. Então, há, na verdade, um modelo interno, psicológico – e é totalmente psicológico isso –, de insatisfação, de desordem emocional, de sofrimento psicológico, de infelicidade interna, de pobreza interior, que nos impele à procura de algo além disso que tem se tornado nossas vidas.
Nossas vidas têm se tornado tediosas, angustiadas, aflitivas, desorientadas. Há um profundo senso de incompletude, de desordem emocional e psicológica. Podemos ter algum conforto material, uma certa estabilidade… no caso de alguns, em especial, estabilidade financeira, uma família equilibrada ou relativamente equilibrada, uma qualidade de vida externa com um certo conforto… para alguns, em especial, um certo nome, uma certa apreciação por parte de outros, do que a vida dele ou dela representa…
Então, pode haver até um certo grau de respeitabilidade pública e de sucesso, conforto, uma casa boa, um apartamento bonito, um carro do ano, uma empresa, alguns negócios, uma certa satisfação temporária no conforto material e na aparente segurança – para alguns, em especial; sempre para alguns, em especial – financeira. Mas, apesar disso tudo, há dentro do ser humano uma inquietude, uma dor, uma insatisfação que nada satisfaz, um vazio que nada preenche, uma dor que não termina. Nem o conforto material, nem o poder, nem a respeitabilidade pública, nem toda a possibilidade de desfrutar prazer nas relações, nada disso resolve. Então, há dentro do ser humano a procura por algo além dessa condição de vida.
Vamos trabalhar com você hoje, aqui, neste encontro, isso: essa questão dessa busca por Deus, essa busca pela Verdade ou essa busca pela Felicidade. A procura por Deus tem esse aspecto para aquele que tem uma inclinação religiosa. A procura pela Verdade é para aquele que tem uma inclinação mais filosófica. Tem algo nele como uma aspiração de reflexão e de compreensão intelectual da existência. Então, é mais para o filósofo essa coisa de compreender a vida, de compreender a Verdade. E tem essa procura pela Felicidade, para aqueles que já realizaram tudo: têm nome, têm fama, têm poder, têm dinheiro, têm prestígio… mas sabem, internamente, que ainda estão carregando uma dor que não se resolve, não tem uma solução de continuidade, não termina! Então, há essa procura pela Felicidade.
O que vamos ver aqui hoje é algo, talvez, um pouco diferente, então tenha um pouco de paciência em nos acompanhar aqui. O ser humano não está, na verdade, à procura de Deus, à procura da Felicidade, nem à procura da Verdade. O ser humano, no “eu”, nesse “mim”, nesse ego, está inquieto! O que ele quer é se livrar disso! Mas ele quer se livrar disso – e aqui é que nos deparamos com um equívoco da parte do ser humano… ele quer se livrar disso substituindo isso por alguma outra coisa. Então, ele quer se ver livre disso para encontrar uma experiência que seja mais rica, profunda e livre dessa dor que alguém poderia chamar de ausência da Felicidade, ou alguém chamaria de ausência de Deus, e um outro chamaria de ausência da Verdade. Ele quer encontrar uma experiência profunda, que lhe enriqueça a vida de tal forma que aconteça o fim para essa dor.
Aqui, eu quero lhe chamar atenção para um ponto, e é aqui que mora o equívoco, o problema: o sentido de um “eu” presente é a razão disso. Nada que possa lhe ser dado vai resolver. Então, o ser humano vive nessa busca, nessa procura. Essa busca é uma busca que ele quer, sente de realizar… ele quer, deseja, sente de realizar no tempo. É no tempo que ele irá alcançar isso. Fazendo escolhas ele irá alcançar isso. Sempre através do esforço ele irá alcançar isso.
Então, nós temos que nos esforçar, nós temos que fazer nossas escolhas certas, temos que nos envolver nisso de uma forma muito certa, muito segura, porque é só em razão do tempo que isso irá se realizar. Então, precisamos do tempo, da escolha e do esforço para alcançarmos algo que acrescente a “mim”, a esse “eu”, essa coisa.
E, aqui, eu quero lhe dizer: é quando o sentido do “eu” não está que, na verdade, nos deparamos com algo que não é essa imagem que as pessoas religiosas fazem de Deus, essa imagem que os filósofos fazem da Verdade e essa imagem que as pessoas ligadas a esse modelo de materialismo comum a todos fazem da Felicidade. Estamos falando da Realidade de Deus, da Realidade da Felicidade, da Realidade da Verdade. Mas Isso está presente quando o sentido de um “eu” não está mais. E Isso não requer busca, portanto não requer escolha, não requer tempo e não requer esforço.
Deixe eu falar um pouco mais sobre essa questão de escolha, tempo e esforço. A escolha do “eu”, desse “mim”, desse ego – isso é bem particular para cada modelo de pessoa, seja ela ligada ao materialismo, seja ela ligada ao espiritualismo, seja ela ligada à filosofia – é muito particular. Esse fundo de condicionamento psicológico em nós, presente nesse “mim”, nesse “eu”, nesse ego… é com base nesse fundo que o ser humano faz suas escolhas. Então, ele se dispõe a realizar o que ele chama de Deus ou Verdade, ou Felicidade, com base em suas escolhas. E essas escolhas estão assentadas nesse velho “eu”, nesse ego, nesse “mim”.
O que é esse “mim”, esse ego, esse “eu”? Um fundo de condicionamento psicológico que o ser humano vem cultivando há milênios, todo esse conjunto de crenças que o ser humano tem dentro de si mesmo, que ele tem guardado ao longo de todos esses anos – se ele tem 30, 40, 50, 60 anos… além de todos esses aspectos internos dos quais ele nem tem ciência clara, que é o condicionamento cultural, que já vem há milênios com ele. Com base nisso, nós fazemos nossas escolhas. Então, toda a disciplina assim chamada espiritual, baseada nessa escolha, está, naturalmente, baseada no “eu”, no ego.
Então, existe essa ilusão de que vamos realizar algo chamado Deus. Deus é uma Realidade, sim, mas ela está fora do tempo. Então, a mente idealiza realizar Deus no tempo, coloca dentro desse projeto de busca assim chamada “espiritual”. E, se você não é religioso, mas ligado a essa busca dessa assim chamada “felicidade” no mundo, em realizações externas, em ideais e projetos, em sonhos – além dos que já realizou e não funcionou, você tem outros projetos e sonhos –, você idealiza essa “felicidade” como algo também no tempo.
E, aqui, eu quero lhe dizer: Felicidade não é algo no tempo, não é algo para o “eu”. Então, essas escolhas sendo feitas para realizar Isso, essa assim chamada Felicidade, também não irá jamais ocorrer no tempo, com base nesse fundo psicológico de escolhas, de condicionamento, de crenças.
O nosso trabalho aqui é lhe mostrar isso: que não é por esse projeto, não é nesse formato de escolha, com base nesse condicionamento psicológico, que se torna possível realizar essa Felicidade. Isso é o mesmo no que diz respeito à Verdade. Então, essas escolhas, com base nesse fundo de condicionamento que cada um traz, cada um tem dentro de si mesmo – e que, em cada um, funciona de uma forma relativamente diferente, mas basicamente é um condicionamento de cultura, um condicionamento psicológico –, nada disso funciona. Então, as escolhas e o esforço, e o tempo, não são o fator que torna Isso possível. Na realidade, todo esse movimento ainda é um movimento do “eu”, do ego.
O ser humano passa muito tempo de sua vida dentro dessa procura. Ele está sempre nessa procura. Ele projeta aquilo que ele idealiza. Ele vai em busca dessa ideação e essa ideação é um fundo de condicionamento, uma crença, um ideal. Então, há o ideal de Deus no tempo, através da escolha, do esforço; o ideal de Felicidade na escolha, no esforço, no tempo; o ideal da Verdade na escolha, no esforço, no tempo… E esse ideal é uma projeção idealizada pelo pensamento, criada pelo pensamento. Nada disso é a Verdade.
Quero lhe dizer que é possível, sim, realizar a Realidade que está além do tempo e, portanto, além de qualquer escolha e além de qualquer esforço. E vamos chamá-la, também, de Deus, de Verdade e de Felicidade. Mas isso é algo desconhecido da mente e, portanto, não faz parte do projeto desse “eu”. Isso é algo que está presente exatamente quando esse “eu” não está.
Por isso precisamos de uma mente livre. Eu tenho falado sobre isso: a aproximação da Verdade do seu Ser, a aproximação da Realidade de Deus, requer uma mente livre. Uma mente livre é uma mente nova, uma mente divina, uma mente que está fora desse movimento do tempo, uma mente livre de toda forma de condicionamento psicológico.
Então, quando a mente passa por um trabalho interno de transformação, de mudança real – isso ocorre quando há um esvaziamento de todo esse conteúdo interno, que é quando a mente fica livre de todo esse conteúdo egoico, de todo esse conteúdo psicológico, de todo esse condicionamento psicológico –, quando a mente é esvaziada de todo esse conteúdo, temos uma mente inteiramente desconhecida, nova, livre, fora do modelo comum. Então, essa mente está livre para esse encontro com a Realidade que está fora do tempo. É quando o Silêncio da Verdade, de Deus, da Felicidade, se torna presente.
Notem o que estamos apontando aqui para vocês, percebam isso: estamos falando do fim do “eu”, do ego, do fim desse modelo de identidade egoica, do sentido de alguém presente aqui, neste instante, na vida. Então, a Realidade de Deus, da Verdade, da Felicidade está aqui e agora. Isso não é uma experiência que chega para enriquecer o “eu”. Isso é o fim da ilusão de um experimentador presente, é o fim do “eu”, do ego, é a libertação desse “mim”. É quando está presente a Realidade do seu Ser, livre de toda essa atividade egocêntrica, que é a atividade do “eu”, do ego. Esse “eu”, esse ego, é o falso centro – essa é uma expressão muito usada pelo Osho. Esse falso centro é o “eu”.
Nossa vida está “segura” nessa ilusão. Essa interna insegurança psicológica, esse medo, todo esse sofrimento está presente em razão dessa “segurança insegura” nesse falso centro. Esse falso centro é o ego – essa é uma expressão do Osho. É um falso centro. Então, nós temos o mundo à nossa volta, a vida acontecendo, as pessoas, os lugares, as coisas, os pensamentos, os sentimentos, as emoções, as sensações… e temos esse falso centro, em torno do qual tudo isso está acontecendo. Isso é completamente ilusório! É esse falso centro que está nessa ilusória busca da Felicidade, de Deus e da Verdade. É esse falso centro que está nessa segurança ilusória, sustentando toda forma de insegurança, de medo, de desejos, de conflitos, de contradições.
Então, essa abordagem nossa é lhe mostrando que é possível a Realização da Verdade d’Aquilo que é Você. Não é um “falso centro”, como dizia Osho. Esse falso centro é o ego. Aqui, estamos tratando com você da Realidade Divina, da Realidade de Deus. Essa Realidade está presente quando não há mais busca, quando não há mais qualquer movimento em torno desse centro ilusório, desse falso centro. Estamos diante da Realidade, que é Amor, que é Paz, que é Felicidade, nessa ausência do “eu”, nessa ausência do ego, nessa ausência desse falso centro. Então, a única Realidade presente é a Realidade de Deus, é Aquilo que é Tudo em tudo. Então, eu quero convidá-lo a se aproximar d’Isso, a olhar para Isso. Para se aproximar da Verdade do seu Ser, é necessário compreender a ilusão desse “mim”, desse “eu”, desse falso centro, dessa falsa identidade. Então, estamos, na verdade, em Deus, que é Felicidade.
Esse é o assunto que estamos trazendo aqui no canal para você que tem se aproximado. Esse é o assunto que estamos trazendo aqui para você dentro desse canal. Estamos compartilhando com você a Verdade do seu Ser, que é a Felicidade, que é Deus, que é a Verdade. Esse é o nosso assunto aqui com você. Se isso é algo que faz sentido para você, deixe aí o seu “like”, se inscreva no canal… Quero lembrar a você: nós temos encontros on-line, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso juntos. OK? Valeu pelo encontro e até a próxima, a gente se vê.