Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais um encontro aqui no nosso canal.
Afinal, qual será o propósito desses encontros que nós temos aqui? Será que é ver de novo aquilo que nós já vimos dentro de um livro, dentro de uma palestra, aprender aquilo que a gente já sabe?
Podemos nos sentar aqui e ouvir de novo uma fala de alguma coisa com que tenhamos a tendência de concordar, porque, de uma certa forma, já conhecemos o assunto e apreciamos o assunto, e o admiramos, porque já lemos isso, já ouvimos falar sobre isso, já aprendemos sobre isso de alguém, de algum livro.
Então, a gente se assenta aqui e termina tendo essa concordância; se põe a ouvir uma fala como essa para ter uma concordância intelectual, para ter uma concordância verbal. Será que é esse o propósito nosso? Pois é… Eu quero dizer para você que, hoje, eu quero colocar para você, como sempre tenho tentado colocar dentro desses encontros, que aqui não estamos tratando de ideias, tratando de conclusões, tratando de ensinamentos, no sentido em que os livros nos comunicam isso, no sentido em que as palestras nos comunicam isso.
Precisamos descobrir algo diferente de simplesmente aprender de alguém alguma coisa, de aprender de um livro, aprender de um palestrante, de aprender de alguém que tem algo para nos comunicar, como um ensinamento.
Eu quero falar com você sobre a importância de aprendermos com nós mesmos; é disso que nós precisamos! Precisamos descobrir a Verdade sobre quem nós somos, e isso alguém não pode nos dar, um palestrante não pode nos dar isso, um livro não pode nos dar isso. Afinal, o que significa aprender com nós mesmos? O que isso implica? Por que é tão importante esse aprendizado? Eu quero falar, hoje, com você sobre isso – como é importante esse Autodescobrimento.
Esse Autodescobrimento é possível quando há esse Autoconhecimento. Autoconhecimento é o Reconhecimento da Verdade sobre quem Você é. Uma outra pessoa não vai lhe dar isso. Você pode ler centenas de livros, ouvir centenas de palestras de Filosofia, Psicologia, Espiritualidade, e nada, absolutamente nada, irá lhe comunicar a Verdade que você tem a facilidade ou o desafio de descobrir por si mesmo, em si mesmo, e isso só é possível quando você se auto-observa. É muito importante isso, descobrir a beleza do Autoconhecimento pela auto-observação.
Nós precisamos de uma mudança, de uma profunda mudança psicológica. Quando eu me refiro a essa mudança psicológica, como eu tenho feito aqui em nossos encontros, eu me refiro a uma mudança da própria mente, e aqui a mente inclui pensamentos, sentimentos, emoções, sensações, percepções; inclui o próprio cérebro passando por uma mudança, por uma transformação.
Essa é a forma real da mudança da mente. Se há uma mudança nessa estrutura da mente, haverá uma mudança nessa própria visão da Vida. A visão que temos tido da Vida, até hoje, até esse dado momento, é uma visão, toda ela, baseada naquilo que nós aprendemos, aprendemos com a nossa cultura, aprendemos com a nossa civilização, aprendemos com os nossos pais, com os nossos avós, com os nossos bisavós, com os nossos educadores, com todo o modelo à nossa volta, e esse modelo nos colocou dentro de uma condição de mente presa a um padrão de profundo condicionamento psicológico. Precisamos de uma mudança profunda dentro de cada um de nós. Essa mudança se faz necessária, porque vivemos, como toda a nossa cultura, como toda a nossa sociedade, como todo esse mundo à nossa volta, presos a uma condição psicológica interna, interior, de infelicidade. A inveja é infelicidade, o ciúme é infelicidade, o desejo e o medo, tudo isso é parte da infelicidade, e esse tem sido o padrão de nossas vidas.
Nos falta uma mudança, uma transformação interna. Essa transformação só é possível quando há Autoconhecimento, e esse Autoconhecimento nasce desse aprender, desse aprender sobre nós mesmos. E eu quero lhe dizer aqui que isso é possível, e a gente só precisa descobrir como isso se torna possível.
Então, se há um ensino aqui, esse ensino é o ensino da necessidade de nos Autodescobrirmos, de descobrirmos sobre nós mesmos, quem somos, quem verdadeiramente nós somos.
Precisamos descobrir a Verdade, a Verdade Divina que trazemos, a Verdade de nosso Ser, ou então continuaremos como criaturas humanas presas a esse padrão egocêntrico, limitado, estreito, na verdade infeliz. Podemos cobrir tudo isso, mascarar tudo isso – é assim que temos feito.
Nós mascaramos tudo isso, cobrimos tudo isso, com realizações externas, realizações profissionais, realizações familiares, realizações financeiras, realizações afetivas… São diversas as áreas de realizações que temos em nossas vidas, que trabalhamos por elas, buscamos todas elas e, infelizmente, nos realizamos superficialmente nelas, e tudo, na verdade, ainda se mantém – essa velha e antiga condição de egoidentidade, de egocentrismo. Eu quero lhe convidar a um Reconhecimento da Verdade sobre quem Você é e, portanto, ao Descobrimento de algo dentro de você além dessa condição.
Esse algo é a Verdade do seu Ser, é sua Verdade Divina. Então, os nossos encontros, eles têm como propósito lhe comunicar algo que não está na fala, que não está aqui numa troca de ideias. Se você para aqui, se assenta para ouvir essa fala e entra dentro dessa condição de apenas concordância daquilo que você está ouvindo, nada novo resultará disso.
A mera concordância verbal, a mera concordância intelectual, se constitui em mais uma forma de condicionamento psicológico, mais uma forma de ajustamento dessa antiga condição de opiniões, conclusões e crenças a algo que irá se repetir. Você terá apenas um reforço dessas antigas opiniões, conclusões e crenças. Nós precisamos descobrir a Verdade sobre quem nós somos, e isso só é possível quando há esse Autodescobrimento, essa auto-observação. Ramana Maharshi chamava isso de auto-inquirição. A pergunta “quem sou eu?” não é uma pergunta que você deve formular simplesmente teoricamente, intelectualmente, verbalmente para si mesmo.
A pergunta “quem sou eu?” aponta para esse Silêncio – “afinal, quem eu sou?” –, descartando todas essas opiniões, conclusões e crenças, todo esse condicionamento de cultura, de civilização, de mundo, essa herança dos pais, dos educadores, daqueles que nos cercam desde a infância, abrindo mão disso tudo, largando tudo isso, olhando para dentro de nós mesmos – “afinal, quem sou eu?”
Aqui, o trabalho se constitui na Arte da Meditação, e a Meditação é essa aproximação de si mesma, é essa aproximação de si mesmo, esse aprender consigo próprio, e aprender significa olhar para aquilo que está aqui, olhar exatamente esse modelo, o que nos faz ambiciosos, o que nos faz ciumentos, o que nos faz possessivos, o que nos faz apegados, criaturas com medos, presos a padrões de ansiedade, de desejos, presos a conclusões, a opiniões, a avaliações, basicamente de critérios preconceituosos.
Precisamos descartar isso, precisamos descobrir algo além desse egocentrismo, desta condição de ilusão, de identificação equivocada sobre quem somos.
O nosso trabalho, o nosso encontro, é lhe propor a possibilidade de Realizar a Verdade, a Verdade sobre o seu próprio Ser, a Verdade sobre a sua Natureza Divina, sobre a sua Identidade Real. Assim, esse encontro quer lhe mostrar que é possível pela auto-observação… A auto-observação é o início, é o fundamento da Meditação. E notem: Meditação não é simplesmente fechar os olhos sentado numa determinada posição, ouvindo uma música suave, num ambiente silencioso, procurando controlar a respiração e colocar a mente sobre o controle. Tudo isso pode ser de um grande auxílio, de uma grande ajuda, para essa saúde interna, para essa saúde psicológica. Então, isso acalma, isso tranquiliza, isso relaxa, isso traz um bem-estar emocional e físico, sem dúvida, mas isso não é o que eu considero Real Meditação.
Real Meditação é a ciência da Verdade sobre quem Você é, aqui e agora, no seu viver, no seu dia a dia. A auto-observação te coloca nessa condição nova. Se você pode se observar caminhando, falando com alguém, dirigindo seu carro; se você pode se observar quando sente uma palavra sendo dirigida a você, lhe criando alguma forma de conflito, como tristeza, aborrecimento, contrariedade, lhe deixando tenso, lhe deixando nervoso, essa direta observação, apenas essa observação dessa reação surgindo nesse dado momento, nesse instante…
Isso só irá acontecer quando você está em contato com a Vida como Ela é, como Ela se mostra, aqui e agora, à sua volta, não quando você está assentado num determinado lugar, relaxando, respirando, observando simplesmente os pensamentos surgindo. Isso não é a exclusão dessa prática, mas é dizer para você que há uma prática de Meditação muito mais eficiente, muito mais poderosa, e, na verdade, a única Meditação para esse real processo de descondicionamento psicológico, que é essa Meditação – no seu viver, no seu dia a dia, se tornar ciente de si mesmo observando a mente, observando as suas reações, observando as palavras que você diz, observando os pensamentos que surgem, observando as palavras que você escuta, observando as imagens diante dos seus olhos provocando alguma forma de sensação agradável ou desagradável.
Essa observação feita sem escolha, sem julgamento, sem comparação, apenas essa direta observação, essa observação é a Observação Real, quando não há essa separação dentro de você, essa dualidade interna dentro de você. Que dualidade é essa? É aquela que dentro de você aparece quando aquilo que é visto internamente é interpretado como sendo visto por você e rejeitado; sendo visto por você e aceito. Aquilo que você escuta… surge essa interpretação equivocada: “gosto disso”, “não gosto disso”. Aquilo que você vê, aquilo que você escuta, aquilo que você sente… Percebam, esse sentir é algo no corpo, é algo nessa estrutura do cérebro, é algo dentro dessa estrutura da mente… esse sentir. Mas, nesse momento, um pensamento surge e cria essa ilusória divisão, essa artificial divisão, essa dualidade interna, e diz “não gosto disso” ou “eu gosto disso”. Então, estamos o tempo inteiro, internamente, concordando e discordando de pensamentos, de sentimentos, de sensações, de percepções, e sempre estamos colocando esse elemento, que é esse elemento de condicionamento psicológico, esse “mim”, esse “eu”, concordando, discordando, julgando, avaliando, rejeitando… Esse padrão de comportamento é o padrão de comportamento dessa egoidentidade, dessa “pessoa” que acreditamos ser.
Então, a Meditação é a arte de se auto-observar e não se confundir com aquilo que surge, com aquilo que aparece. Então, aquilo que está presente é aquilo que é. Qualquer ideia, qualquer sugestão, qualquer avaliação, julgamento, condenação, lhe coloca de novo no terreno da mente condicionada, dessa mente no antigo e velho padrão, dessa identidade que você acredita ser, e, nesse momento, você está fora daquilo que eu tenho chamado aqui de Real Meditação, porque a Meditação é a arte de simplesmente Ser, se tornar cônscio de si agora, aqui. Esta auto-observação é tudo que se faz necessário para essa arte da Meditação. Isso é aprender consigo mesmo. A beleza disso é que isso põe fim a esse sentido ilusório interno de divisão. Esse sentido interno de ilusão é o sentido de separação, de dualidade, entre você e essa experiência. O ser humano vive dentro desse contexto de inveja, de ciúme, de medo, de preocupações, de julgamentos, de avaliações. Isso acontece dentro em razão desse condicionamento, dessa ilusória divisão – esse sentido do “eu e o outro”, esse sentido do “eu” nesse gostar, nesse não gostar, nesse “eu quero”, nesse “eu não quero”.
O sentido de dualidade, o sentido de separação, cria a ilusão de separação entre você e o outro, entre você e a vida, entre você e essa experiência completa, agora, aqui acontecendo. Portanto, o que estamos tratando com você aqui não é algo passível de concordância ou discordância, porque é algo que você pode observar, é algo que você precisa observar em si mesmo. Como? De novo, de novo e de novo, no seu viver, no seu dia a dia.
Esse padrão de isolacionismo egoico, de posicionamento pessoal… como isso está interferindo nessas relações? A Vida é composta de relações. Nós estamos em relação com tudo à nossa volta. A Vida é pura relação. Transformamos essa relação com a Vida nesse relacionamento, nesse sentido de uma identidade presente dentro dessa relação, aceitando, rejeitando, concordando… Então, há esse concordar, discordar, esse gostar, não gostar… Assim, há sempre esta posição de uma identidade sendo pessoal, assumindo essa pessoalidade. A Vida acontece como Ela é, mas essa ideia de ser alguém presente, dentro desse contexto, tem sido a causa de muita infelicidade, de muita miséria, de muito sofrimento. O Autoconhecimento, que tem essa auto-observação como princípio de tudo, só é possível quando há Real Meditação.
Quando há essa Real Meditação, você tem o contato com algo em você além dessa dualidade, além desse princípio ilusório de separação, além desse ponto particular e pessoal de querer, não querer, gostar, não gostar, de desejo e medo. Então, você tem o contato com algo em você, em razão da presença da Meditação… Você tem o contato em você com algo que está além da mente egoica, além desta mente condicionada. Então, se torna possível uma transformação em toda essa estrutura psicológica, porque acontece uma mudança na mente – e a mente representa pensamentos, sensações, percepções, sentimentos, como eu disse agora há pouco –, e o próprio cérebro sofrendo uma mudança para algo inteiramente novo surgir, para um estado inteiramente novo e desconhecido da grande maioria surgir: a Verdade Daquilo que está presente agora e aqui, a Verdade do seu Ser, Daquilo que é sem nome, Daquilo que está além do tempo, Daquilo que está além do corpo e além da mente.
Então, algo novo surge, e esse algo novo é essa Transformação, é esse Reconhecimento da Realidade Divina. Observe o que estamos dizendo aqui para você. Nós nunca entramos em contato direto com a experiência, estamos sempre nos protegendo através desta posição de dualidade, de separação. Existe sempre esse mecanismo de autodefesa, este “mim”, este “eu”, e ele está sempre pronto – e esse é um padrão de condicionamento desde a infância que todos nós temos –, ele está sempre pronto para se defender, para se resguardar. E ele faz isso exatamente como eu disse agora há pouco: querendo, não querendo, gostando, não gostando, preferindo, tendo opiniões, assumindo conclusões, acreditando no controle…
Isso nos torna criaturas humanas aquém da Realidade do nosso próprio Ser; isso nos torna criaturas humanas possessivas, agressivas, tensas, ansiosas, enciumadas, controladoras. E, com o passar dos anos, na razão em que o corpo vai envelhecendo e a necessidade dessa Compreensão não aparece, não surge… Esse corpo envelhece, toda essa estrutura do corpo e da mente vai passando por uma mudança de decrepitude, e vamos nos tornando, com o passar dos anos, criaturas ainda mais presas a esses antigos modelos. Nos tornamos senhoras e senhores, pessoas mais velhas, ranzinzas, nos tornamos criaturas agressivas, possessivas, enciumadas, violentas… Precisamos desta mudança, dessa transformação, precisamos desta Consciência da Verdade sobre quem nós somos. Portanto, os nossos encontros têm como propósito nos mostrar a importância da Autorrealização – alguns chamam isso de Iluminação Espiritual; é a Consciência da Verdade do nosso próprio Ser, um estado livre desta egoidentidade, desta identidade egoica, uma condição de Plenitude, de Completude Interna, de Amor, de Paz, de Felicidade.
Então, você, em seu Ser, é uma Alegria, é uma Bênção do seu círculo de relacionamento, porque esses relacionamentos não estão mais a serviço de uma identidade que se isola, que se separa e que exige dessa relação alguma coisa. Então, eu diria que essa é a forma real de nos relacionarmos com o mundo, com a vida, com o outro, com aquilo que está à nossa volta, porque nesse momento não há mais esse sentido do “eu”, esse sentido de dualidade, esse sentido de separação, e quando isso não está mais presente, não há mais esse egocentrismo, não há mais esse sentido do “eu” como centro dessa experiência.
Percebam a beleza disso, percebam a beleza disso, a importância disso. A relação com o marido, com a esposa, com os filhos, com os funcionários, com o chefe no trabalho, com a vida como ela é, com o outro como ele é, sem esse elemento de contradição e desordem, de confusão; esse elemento que é o “eu”, esse “eu” que cria a ilusão do outro, se separa para exigir, para cobrar, para controlar, para possuir. Essa condição egoica, essa condição de separação de ilusão, é infelicidade.
Vivendo dentro dessa condição, porque não há Autoconhecimento, porque não há auto-observação, porque não há Meditação, essa inclinação desse falso centro, desse falso “eu”, é para ir se isolando cada vez mais para estados de infelicidade, como ansiedade, depressão, solidão, tédio, medo. Então, eu quero lhe convidar a se compreender, a se ver, a olhar para dentro de si mesmo, ir além desta condição, desse padrão, neste Autorreconhecimento da Verdade sobre quem é Você. OK? Esse é o nosso assunto, é o assunto do nosso interesse aqui dentro desse canal. Se isso faz sentido para você, deixa aí o seu “like”, se inscreve no canal e vamos trabalhar isso juntos. OK? Valeu pelo encontro.