Em Satsang, você está diante de sua real e única oportunidade. Nesse encontro, você se depara com um desafio, que é soltar a ilusão – soltar as suas escolhas, seus desejos, medos; soltar tanto aquilo que você acredita que irá fazê-lo feliz, torná-lo uma pessoa melhor, como também aquilo que, declaradamente, você sabe que, até hoje, só lhe criou problemas. Assim, quando você se depara com esse desafio, você está diante de algo, de fato, único: a investigação sobre a Felicidade. Aquilo que você tem de mais precioso é a realização dessa Felicidade.
Quando você está sonhando e não sabe disso, é difícil acordar. Geralmente, todos os sonhos são assim: você sonha e não sabe que está sonhando. Raramente você percebe que é um sonho; isso é bastante difícil de acontecer. Quando as pessoas me procuram, elas não desconfiam do “sonho” que elas estão vivendo. Eu tenho que falar para elas que estão “sonhando” e, mesmo assim, elas não acreditam. Eu digo para elas: “Você está sonhando!”. A ideia de ser uma “pessoa” é um “sonho” difícil, complicado. Elas não acreditam no que eu lhes digo. Quando eu digo que elas não são felizes, elas dizem: “Não! Eu sou feliz! Sou feliz porque eu me casei, tenho filhos, um emprego… Eu sou funcionário público federal, trabalho para o Temer”. Essas pessoas vêm a mim, mas parece que eu é que devo ir até elas, para convencê-las de que estão vivendo uma vida miserável; tenho que questionar a felicidade que elas acreditam ter.
Na verdade, a mente não tem qualquer parâmetro sobre essa questão da Felicidade. Felicidade é Ser, e isso não é circunstancial. Para a mente, felicidade é ter alguma coisa que a preencha momentaneamente. A Verdade é o sinal da presença da Felicidade – a não contradição, o não conflito, o não medo, o não desejo.
Esse trabalho se propõe a mostrar a você esse caminho direto, o caminho dessa Realização. Ele mostra a você a importância de deixar tudo que você tem. Afinal, o que é que você tem? Parece-me que tudo o que você tem lhe dá um misto de prazer e dor, alegria e tristeza. Contudo, a minha ênfase, nesses encontros, é a importância de um esvaziamento completo de todo esse conteúdo, de todo acúmulo. É fundamental ir além dessa limitação, pois nada daquilo que o “eu” acredita ter, que a “pessoa” acredita possuir, pode lhe dar a Real Felicidade. Muito pelo contrário, isso mantém você preocupado demais.
As pessoas lutam para obter coisas e, depois, elas querem substituir aquelas coisas por outras coisas. Na verdade, se você observar a sua vida, verá que quanto mais coisas você tem, maiores são as suas preocupações para guardá-las, protegê-las e mantê-las com você. Então, as coisas não nos dão felicidade, elas dão “aporrinhação”, preocupação. Se você tem dois carros, preocupa-se com eles, pois o ladrão pode roubar os dois, não um somente; o seguro e o IPVA são para os dois carros, assim como a garagem tem que ser maior para guardá-los.
Agora vamos para uma coisa que, supostamente, lhe dê mais felicidade… Por exemplo: duas namoradas. A preocupação com duas namoradas é maior do que com uma só. Tudo é muito complicado quando você tem muitas coisas.
A Felicidade é a realização daquilo que Você é, e Isso não está na realização de coisas que você tem.