Mente condicionada | Aprender sobre o Autoconhecimento | Importância do Autoconhecimento | Advaita

Aqui com você nós estamos investigando todos esses aspectos ligados a essa Verdade da Revelação Divina, dessa Revelação de Deus. E há um assunto aqui que a gente precisa se aproximar e olhar para ele: é essa questão da experiência, dessa procura, dessa busca, dessa intenção de se obter ou realizar experiências para termos um encontro com a Verdade Divina.

Então, uma das coisas aqui, um dos assuntos para ser investigado é essa questão ou essa coisa chamada experiência. Por que valorizamos tanto isso? Qual será a verdade por detrás dessa, assim chamada, experiência? Aqui com você nós estamos tendo uma aproximação da Verdade que revela Deus. E qual é a Verdade que revela Deus? A Verdade não é a experiência; a Verdade que revela Deus é a ciência do Autoconhecimento.

Reparem a diferença entre aprender sobre o Autoconhecimento, que é o que nós tratamos aqui no canal com você – e aqui nos referimos à Verdade sobre o Autoconhecimento! Alguns chamam autoconhecimento essa aproximação da introspecção, da autoanálise, da observação de si mesmo para mudar alguma coisa, para alterar alguma coisa, para, como pessoa, passar por uma mudança, por uma transformação, tendo por princípio essa transformação ou mudança em um desejo, em uma vontade de mudar, em se tornar uma pessoa melhor ou uma pessoa que se ajuste melhor aos seus propósitos, aos seus ideais, aos seus desejos de vida.

Assim, a pessoa, para melhorar, se ajusta a um modelo de auto aperfeiçoamento pessoal, em razão de um desejo, por exemplo, conseguir uma promoção no trabalho ou conseguir um certo resultado a nível de relacionamento com alguém. Então, ela quer melhorar, ela quer abandonar algumas coisas nela que percebe que são ruins, que não são boas, desfavoráveis nessa ligação com o outro, nesse relacionamento com ele ou ela. Então, a nível de melhora, aprimoramento, em um propósito também de autointeresse, para se obter resultados pessoais e, naturalmente, egocêntricos, o ser humano busca melhorar, e essa melhora é esse autoaperfeiçoamento por essa coisa assim chamada autoconhecimento. Não é disso que tratamos aqui com você.

Aqui a palavra “Autoconhecimento” se refere a esse encontro consigo mesmo, apenas um encontro consigo mesmo. Saber o que é olhar suas reações é, de fato, saber não interferir com elas, é apenas se dar conta delas, então algo acontece quando isso está presente. Nós não sabemos nada sobre isso. Todo o nosso treinamento, toda a nossa formação é para se obter, realizar, conquistar, mudar ou alterar as coisas, claro, com uma finalidade e a finalidade é pessoal, a finalidade é do próprio “eu”, desse “mim”, desse próprio ego.

Aqui a nossa aproximação, quando usamos a expressão “Autoconhecimento”, é para a investigação e clareza a respeito da ciência do “eu”, da ciência do “ego”, para o fim dessa entidade que se separa da vida, que se separa do outro e que, portanto, não tem nada para obter, nada para conseguir, nada para ganhar, uma vez que essa “pessoa”, esse “eu”, esse ego, não é outra coisa a não ser um conjunto de reações que estão presentes aqui, nessa figura assim chamada humana, que não é outra coisa a não ser um condicionamento, uma vez que esse “eu”, esse ego, esse sentido de “pessoa” não é outra coisa a não ser uma formação de pensamentos, emoções, sentimentos, sensações, percepções condicionadas. Veja o que estamos com você, aqui, investigando.

Nós estamos investigando a verdade para o fim desse condicionamento, que é o condicionamento da mente; a mente, constituída de emoções, pensamentos, sensações, percepções, temos presente o próprio cérebro e como ele processa tudo isso, tudo isso faz parte desse condicionamento da mente, dessa assim chamada mente em nós. Aqui nós estamos estudando com você essa questão do “eu”, esse estudo de nós mesmos para o descarte desse condicionamento, que é o condicionamento da mente, que é o condicionamento mental. É isso que aqui nós chamamos de Autoconhecimento.

Agora nós podemos tocar na própria questão da experiência. E o que a experiência tem a ver com essa questão? Veja, em geral, as pessoas pensam na experiência como algo que elas precisam obter para ter uma visão da Verdade Divina, da Verdade de Deus, da Verdade do seu Ser. Assim, aqui, quando abordamos com você essa questão do Despertar Espiritual ou Iluminação Espiritual, nós estamos investigando que a base que traz essa Revelação não é a experiência, volto a dizer, e sim uma aproximação de si mesmo para investigar a natureza desse “eu”; e a natureza desse “eu” tem por estrutura e natureza o condicionamento, e esse condicionamento mental não é outra coisa a não ser a experiência, e essa experiência é a experiência que esse “eu” tem sustentado ao longo de sua continuidade.

Assim, o que nós podemos ter por experiências são condicionamentos. Nós não podemos ter, pela experiência, a ciência da Revelação de Deus; nós podemos ter na experiência a continuidade desse elemento que se situa na experiência como sendo aquele que viveu aquilo. Esse elemento é essa identidade, esse elemento é o próprio “eu”. Quando você passa por situações, elas são lembradas, elas são guardadas. Guardar situações requer a lembrança, requer a informação adquirida, a situação recordada. Essa situação é a memória. Portanto, essa memória, essa recordação, essa lembrança é a experiência.

Quando aqui você tem uma lembrança, você tem uma experiência guardada. Se ontem, por exemplo, eu disse algo para você e, nesse momento aqui você pode se lembrar disso que eu lhe disse ontem, o que você tem de ontem, aqui, agora, nesse momento, é uma lembrança, é uma recordação, é uma experiência. Essa experiência coloca a ilusão de uma identidade aqui, que é o “eu”, se lembrando. Portanto, repare, qual é a verdade da experiência? A experiência é a lembrança que sustenta o experimentador, que é o “eu”, aquele que passou por aquela experiência e guardou essa lembrança e está aqui, agora, falando dela.

Então, o que é que a experiência traz para cada um de nós? Mais conhecimento, mais memória, mais do passado. Então, o que podemos adquirir com experiências? Conhecimento, lembranças, o passado. Isso dá formação ao “eu”, a esse “mim”, a esse ego. Assim, repare, nós não podemos entrar num contato direto com a Verdade sobre Deus a partir do passado, uma vez que a Realidade sobre Deus é que se essa Realidade está presente, Ela não tem nenhuma referência de passado nela. Se essa Realidade, que a Verdade Divina está presente, Ela se revela nesse instante, e nesse instante não existe nada do passado que possa compreender ou apreender o significado disso.

Nós não estamos lidando, repare, com algo que está no tempo, que faz parte desse tempo como nós conhecemos, que é passado, presente e futuro. Nós estamos lidando com algo que é indescritível, inominável, que é essa Realidade que está presente. Como Ela não tem nenhum retrato guardado, nenhuma representação dela, jamais foi vista, jamais será vista, não é possível que um elemento que venha do passado, que é o experimentador, tenha qualquer registro dela.

Todo conceito, imagem ou ideia que você tem sobre a Verdade, sobre Deus, o que você tem sobre isso é ainda parte do pensamento, é uma fotografia do pensamento; e o pensamento é um elemento presente em você de memória. Todo pensamento é memória. Todo pensamento é algo que vem do passado. Assim, você não tem um retrato da Realidade, um retrato de Deus, portanto, você não pode ter uma experiência de Deus, porque quem é esse elemento que irá ter essa experiência? Esse elemento é o “eu” e essa experiência é só a memória, e essa memória é o pensamento. Portanto, a experiência é a memória, que é o pensamento, e esse “eu” é a ideia desse experimentador com essa lembrança.

Então, perceba com clareza isso: a Realidade de Deus pode ser constatada, mas não pode ser experimentada, Ela pode ser constatada, mas não existe um elemento para constatá-la. Assim, só podemos ter uma aproximação da Verdade de Deus quando há o descarte exatamente da experiência, do experimentador, do pensamento e desse “eu”. Assim, a verdade de uma aproximação do Autoconhecimento é a ciência da ausência do “eu”, da ausência da experiência, da ausência do experimentador, da ausência do passado.

Quando isso termina, nós temos o fim dessa mente condicionada, uma vez que essa mente condicionada é a própria presença desse condicionamento, e esse condicionamento não é outra coisa a não ser o próprio pensamento que quando aparece faz uso desse pronome, que é o pronome do “eu”, com essa ideia desse “meu” ou dessa “minha”. A “minha” experiência, como as “minhas” coisas, as “minhas” lembranças, o “meu” propósito, a “minha” casa, o “meu” carro, o “meu” nome, a “minha” história. Então, quando surge esse pronome “eu”, temos presente essa mente condicionada com essa ideia de ter coisas, de possuir coisas, de ter adquirido coisas. Essas coisas são materiais, são intelectuais, são físicas, são mentais e, na realidade, tudo isso ainda está dentro do âmbito da dimensão do pensamento.

Quando uso o pronome “eu” e surge esse “meu” ou “minha” – o “meu” carro, a “minha” casa, a “minha” família, o “meu” nome, a “minha” história, a “minha” alegria -, nós trazemos essa ideia, trazemos esse modelo de crença, esse modelo de pensamento, esse modelo de experiência para esse experimentador. Portanto, qual é a verdade sobre essa Ciência Divina, sobre essa Ciência de Deus? A verdade sobre isso requer a presença desse aprender sobre nós mesmos, descobrir o que é esse sentido do “eu” com essa ideia de “meu”, de “minha”. Nós carregamos conosco esse “meu” e esse “eu”. Isso está dentro dessa forma de programa de mente estruturada no conhecimento e na experiência. É o conhecimento e a experiência que nos traz esse condicionamento, que nos dá esse condicionamento, que nos traz esse sentido do “eu”.

Olhar para aquilo que se passa aqui e agora – e tudo que temos aqui e agora é a vida como ela acontece, sem o passado. Quando o pensamento surge, ele surge nesse momento para interpretar, para avaliar, para aceitar e rejeitar a vida como ela acontece, nesse momento. E nós só fazemos isso tendo por princípio essa experiência, esse experimentador. Em você, o elemento que gosta ou não gosta, que quer ou não quer, que aceita ou rejeita, que carrega esse sentimento de prazer e de dor, veja, do ponto de vista psicológico, esse elemento presente em cada um de nós não é outra coisa a não ser o experimentador.

Portanto, tudo que o experimentador pode assumir é algo que ele viveu e registrou a partir do passado. Assim, todo o encontro que ele tem com o momento presente é a partir do seu fundo de memória, de lembrança, de recordação. Assim, esse elemento, que é o “eu”, que vive de experiências, sendo ele o experimentador, não pode ter um encontro com a Realidade, tudo que ele pode, a partir da experiência, é manter a continuidade dele, sempre interpretando, avaliando novas situações a partir desse seu fundo de experiência passada. Tudo que podemos fazer como experimentador, notem isso, é manter a continuidade do “eu”.

O experimentador, repito, não pode ter uma experiência fora do âmbito do conhecido, e a Realidade Divina não está no conhecido; estamos lidando com algo que está fora do tempo, que está fora da mente, que está fora do pensamento. Essa é a importância do Autoconhecimento, uma vez que esse Autoconhecimento descaracteriza o sentido de uma identidade presente nesse instante, uma vez que essa aproximação desse olhar novo para esse instante põe fim a essa identidade que se coloca sempre mantendo essa continuidade da experiência, sempre se baseando naquilo que viveu no passado.

Portanto, a beleza da importância do Autoconhecimento, desse encontro com esse novo aprender sobre nós mesmos, é que olhar para esse momento, sem colocar o experimentador, sem colocar esse “eu”, sem colocar esse elemento que vem do passado para, nesse momento, avaliar esse instante a partir do seu fundo, nós temos nesse momento um contato com a vida nesse instante, nesse momento, sem o “eu”, sem o experimentador.

Quando, por exemplo, você tem um pensamento, é só uma lembrança que surge aqui, nesse instante, algo que vem do passado, mas quando você coloca nesse pensamento uma identidade que desliza com o pensamento ou desliza para o futuro ou para o passado – para o passado tendo memórias, lembranças, para o futuro tendo imaginações, ideias e projetos -, quando essa identidade surge, uma vez que o pensamento apareceu, nós temos a continuidade do “eu”, desse experimentador. E aqui nós estamos lhe convidando à ciência da verdade desse momento, onde não existe o tempo, onde não existe esse passado e esse futuro.

Portanto, aprender a olhar para esse momento sem colocar esse elemento presente, nesse instante estamos diante dessa Atenção, dessa percepção, desse olhar novo, desse perceber sem o percebedor, desse se dar conta sem esse elemento, que é o “eu”, envolvido nisso; é quando nesse instante temos a Revelação da ciência deste Ser. Esta revelação é a própria ciência de Deus. Perceba isso aqui com clareza.

A Realidade d’Aquilo que é Você não é a “pessoa”, não é o “eu”, não é o experimentador. A Realidade d’Aquilo que é Você é esse perceber, é esse se dar conta, é esse olhar sem o passado. A clareza disso é a Verdade de que está presente a Vida, sendo a Vida a própria Realidade Divina; essa Realidade é a Realidade de Deus. Então, quando a mente silencia, quando o cérebro se aquieta, em razão da ausência desse “eu”, desse experimentador, desse elemento que vem do passado para julgar, comparar, avaliar, gostar ou não gostar, aceitar ou rejeitar aquilo que está aqui, nesse instante, quando esse elemento não está, nós temos a presença da não separação; é quando, nesse momento, o seu contato com ele ou ela não é o contato de alguém com ele ou ela, é o próprio contato da Vida com a Vida, porque nesse momento não existe o outro; ele ou ela é Você em sua Natureza Real, é Você em seu Ser.

Podemos descobrir o que é olhar para a vida sem o passado e, portanto, sem o experimentador, sem o “eu”? Então, esse contato com o momento é o contato que revela Aquilo que está fora do pensamento e, portanto, fora do passado, da experiência, do experimentador, estamos diante da própria Vida. Quando as pessoas perguntam o que é a Advaita – nós temos aqui no canal uma playlist sobre esse assunto. Advaita é a não separação, é olhar sem o observador, é escutar sem esse elemento aqui no escutar, que é o ouvinte, que é o “eu”, é perceber sem o percebedor, é um contato com a Realidade sem o passado. Veja, isso não é uma experiência, isso é a ciência do puro Ser, do puro experimentar, do puro viver, da pura Vida Divina. É isso que eu tenho chamado de Real Consciência, essa é a verdade da Advaita.

Advaita é uma expressão indiana para a não separação, para a não dualidade. Então, o que é que revela a Realidade de Deus? A ciência deste Ser, e isso é Advaita, isso é a presença da pura Meditação, do seu Natural Estado de Ser, livre do “eu”, livre do ego. É isso que estamos trabalhando aqui com você, lhe dizendo que nesta vida, sim, isso é possível. São dois dias juntos. Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online nos finais de semana. Fora esses encontros, nós temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir lhe toca em algum nível, esse é o nível do seu próprio Ser. Fica aqui um convite. Já deixe aqui o seu like e se inscreva no canal, ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima!

Fevereiro de 2025
Gravatá – PE, Brasil