Como lidar com os pensamentos? Fuga da realidade: psicologia. Meditação prática. O que é o pensar?

Nós vamos tocar com você aqui em um assunto bastante delicado.

Eu me refiro a essa condição que temos, em que nós nos encontramos e que não sabemos lidar com ela.

Eu me refiro à condição do sofrimento. Para nós é bem natural todo esse movimento de tentar escapar ou fugir. É isso que chamamos, em geral, de conseguir a libertação do sofrimento.

Nós confundimos essa questão de escapar e fugir com a verdade da visão do que o sofrimento representa. É por isso que nós chamamos isso de estar livres, de encontrar a liberdade. Quando você pergunta como se livrar do sofrimento, em geral, a sua intenção não é, de fato, tomar ciência do que o sofrimento representa, e sim, simplesmente, se livrar do sofrimento. Mas, se livrar do sofrimento, para a maioria de nós, é escapar daquilo que nos faz sofrer, é fugir daquilo que nos provoca esse conflito, essa desordem, essa confusão, esse problema.

Então, é um assunto realmente delicado esse, o assunto da fuga da realidade. A psicologia toca nisso. Quando você olha para você, dentro de você, fica muito claro, uma vez que você consiga olhar, isso é algo já bastante raro, porque não atentamos para aquilo que se passa conosco.

Nós sempre estamos olhando para fora. Nós estamos sempre atribuindo algo lá fora, à causa do sofrimento aqui dentro de cada um de nós. Então, isso é muito típico desse próprio movimento de fugir ou escapar da dor.

Mas, quando aprendemos a olhar e olhamos para aquilo que se passa aqui, dentro de nós, fica claro que essa condição psicológica presente é a que norteia toda forma de contradição, de desordem, confusão, conflito e sofrimento. Então, aqui nós temos que nos aproximar com bastante calma. O sofrimento presente em nós é algo presente nessa psicológica condição interna em que nós nos encontramos.

E, no entanto, nós estamos atribuindo a alguma coisa lá fora, esse sofrimento aqui dentro. E acreditamos que, ao nos livrarmos daquilo que está lá fora, estaremos livres desse sofrimento que está aqui dentro. É bem comum o pensamento em você de que alguém lhe faz sofrer.

Então, vamos examinar isso, vamos investigar isso, vamos nos aproximar disso de uma forma real ou estaremos constantemente tentando nos livrar da situação lá fora, e essa situação é o outro, ele ou ela, sobretudo dentro dessas relações que são as nossas relações humanas. Assim nós vivemos fazendo substituições dentro desse jogo. Acreditando que, ao nos livrarmos desse ou daquele, acreditando que, se nos livrarmos desse elemento lá fora, a coisa estará resolvida aqui dentro. Qual será a verdade sobre o sofrimento? Então, aqui, a primeira coisa é a compreensão do que é o sofrimento.

Quanto a tentar fugir, tentar escapar, há milênios o ser humano, nesse modelo de mente que nós conhecemos, que é a mente programada, a mente condicionada para fugir, para escapar, nós já estamos fazendo. Há milênios nós temos habilidades diversas para fugir, para escapar do sofrimento. Mas, até esse momento, nós não sabemos, de verdade, lidar com essa psicológica condição.

Tudo que sabemos fazer é nos livrarmos daquilo que nos faz sofrer. Ao fazermos isso, sem a ciência do que é o sofrimento, de que, de fato, ele não está lá fora, mas está aqui, em nossa psicológica condição, que é a condição do “eu”, estaremos sempre colocando, no lugar desta velha condição, uma nova condição, acreditando que não teremos mais o problema. No entanto, o problema não consiste em algo lá fora.

Consiste, na verdade, em algo dentro de cada um de nós. É a própria condição psicológica em que nós nos encontramos, que sustenta qualquer forma de expressão externa de situação que surja, que apareça. Assim, esse movimento externo sempre será um movimento externo de substituição dentro desse jogo.

Aqui com você estamos investigando isso. A real causa, a razão de todo o problema, não é lá fora, é aqui dentro. É aqui nesta psicológica condição, é esse estado confuso, caótico, desordenado, inquieto, é esse estado de ignorância, de ilusão, de autoprojeção, de fantasia, de ideação.

É o pensamento o elemento principal em tudo isso, produzindo todo esse tipo de coisa em nós, neste “mim”, neste “eu”, nesta mente, a real causa do problema, a real causa do sofrimento. Enquanto não houver clareza, lucidez, compreensão, visão real, inteligência em cada um de nós, em nossa mente e em nosso coração, toda esta assim chamada vida será uma vida envolvida com diversas condições de insatisfação, de desordem, de confusão, problema e sofrimento.

Assim, todo esse movimento em nós de fuga da realidade. O que é essa realidade? É a realidade da vida como ela se mostra. Mas essa realidade da vida como ela se mostra, para esse que observa, para esse observador, é conflito, é confusão. Reparem que estamos apresentando aqui para você, dentro dessa fala: o seu modo de olhar para o instante, o seu modo de olhar para a experiência, com base nesse “eu”, que é esse elemento que observa, a partir do passado, a partir da memória, a partir da lembrança, a partir desse movimento de experimentador, ele sempre olha a partir da separação, da divisão, desse gostar e não gostar.

Então, esse modo de olhar lhe dá uma amostragem da vida, equivocada. Enquanto houver essa psicológica condição do “eu”, que é esse que observa, que vive nesse querer, não querer, gostar, não gostar, nesse avaliar, comparar, julgar, esse encontro com a vida é o encontro com uma suposta realidade, que é a realidade desse “mim”, desse ego. Aqui, de uma forma clara, estamos apresentando para você, dentro desse canal, nesses diversos vídeos que temos, que todo problema, todo sofrimento, toda desordem, não está na realidade da vida, mas nesta suposta realidade da vida, que o “eu” está construindo, que o ego está construindo. E porque ele sofre, em razão desse conflito, desta separação, ele tenta escapar, ele tenta fugir da dor, mas ele não pode fugir de si mesmo. Então, ficamos sempre dentro dessa ilusão de um dia alcançar a liberdade, um dia alcançar a paz, a felicidade, o amor dentro das relações, a paz em nós mesmos.

Ficamos dentro desta ilusão, não fazendo outra coisa, a não ser fugindo para essas assim chamadas novas situações, novas escolhas, novos relacionamentos, enquanto que a velha condição do “eu”, do ego, se mantém. E, se isso se mantém, não se resolve jamais essa questão do sofrimento, essa questão da confusão, essa questão do conflito.

Não há problema na vida. Todo problema consiste no modo como o sentido do “eu” aborda essa questão da vida, se aproxima dessa questão da vida. É estranho ouvir isso, porque, por muito tempo, dentro de um padrão de condicionamento, nós sempre queremos consertar o mundo, consertar o outro, consertar as situações lá fora.

Nós não nos damos conta de que não existe nada lá fora, tudo está dentro dessa perspectiva do “eu”, do ego, desse centro, dessa mente condicionada. No entanto, essa mente condicionada é a mente condicionada em todos. Estamos diante da mesma mente condicionada.

Assim, minha relação com ele ou ela é uma relação conflituosa, porque não apenas eu estou em conflito, ele está em conflito. Esse encontro é um encontro em desordem, em confusão.

Então, nós estamos fugindo de nós mesmos, dessa dor presente naquilo que esse “eu” representa. E nessa fuga, nos deparamos com o mundo lá fora, com o outro lá fora, mas o outro também está fazendo o mesmo. Como podemos romper com essa psicológica condição de ego identidade, de ilusória identidade, de comportamento de fuga e, portanto, de sustentação desta confusão, deste problema que se tornou a nossa vida?

A resposta para isso é: rompendo com o “eu”, com esse “mim”, com essa pessoa, com esse sentimento, pensamento de ser alguém na vida, nesse contato com o que acontece, inclusive com ele ou ela, com o mundo à minha volta. Assim, nos deparamos aqui com uma pergunta fundamental. Para esta aproximação direta, a pergunta é: como olhar, como perceber, como ter clareza dentro desse contexto de relação com o outro, com nós mesmos, com a vida? Colocando de uma forma diferente: o que é esse pensar? A verdade sobre o pensar, como ter clareza nesse pensar?

Então, o que é o pensar? Não sabemos o que é o pensar, porque estamos dentro de um movimento que é o movimento do pensamento. É esse movimento do pensamento que está norteando esse centro, que é o “eu”, o “mim”, o ego. Nós estamos constantemente respondendo à vida a partir do pensamento.

Mas a verdade é que não sabemos lidar com o pensamento. Então, nós temos essa pergunta: como lidar com o pensamento? Qual será a verdade desse lidar com o pensamento? Nós precisamos compreender que é o pensamento em cada um de nós, que está nos dando uma visão de quem é o outro, de quem nós somos, do que é a vida.

Assim, enquanto não compreendermos o que é o pensamento, como lidar com o pensamento, estaremos sempre perdidos nesta velha condição desse antigo modelo de sentir a vida, de pensar a vida, a partir desse “eu”, a partir deste ego. exatamente esse “eu” e esse ego, a base que sustenta os problemas, a base que sustenta o sofrimento. É exatamente esse “eu” e esse ego que está dentro desse movimento de escapar de algo que, de fato, ele não pode. Ele está tentando fugir dele mesmo. Esse é o próprio movimento do pensamento, que, na maioria de nós, funciona de uma forma confusa, desorientada, carregada de conceitos, preconceitos, fantasias, sonhos, desejos, medos. Tudo isso é parte desse estado confuso e caótico, presente em nós, em razão da presença do pensamento, não observado, não compreendido.

Então, qual será a verdade do pensar? Como podemos ter clareza, lucidez, compreensão, inteligência, em meio a tudo isso, em meio à vida como ela acontece? Isso requer uma aproximação de nós mesmos para a ciência de um espaço novo, que é o espaço do silêncio, da quietude, da ausência desse velho modelo de pensamento. Uma vez que esse velho modelo de pensamento que nós conhecemos é o pensamento que está programado, condicionado para a repetição deste velho modelo de cultura, de visão de mundo que nós recebemos dentro desse condicionamento de todas essas gerações que chegaram aqui antes de nós. Observe que estamos apenas mantendo a continuidade de todo esse caos, de toda essa confusão. Nós somos tão invejosos, possessivos, ciumentos, ambiciosos, apegados, carregados de medos.

Como criaturas humanas somos tão dependentes emocionalmente, psicologicamente, de situações, de acontecimentos, de pessoas. Notem que tudo isso está dentro de um modelo, de um programa de condicionamento de cultura humana. Essa é a condição do pensamento, nesse formato de pensamento condicionado, programado para acontecer dentro de cada um de nós.

Precisamos descobrir o que é um cérebro livre do pensamento. O que é uma mente livre do pensamento. O que é esse espaço e quietude que surge quando essa psicológica condição, que é tudo que nós sabemos, que é tudo que nós conhecemos, não está mais presente. É por isso que a nossa ênfase aqui consiste em uma aproximação da meditação, da verdade sobre a meditação. Eu me refiro à ciência da meditação prática. Não é da prática da meditação, mas da meditação prática.

A meditação prática é a ciência da vida nesse instante, sem esse elemento que vem do passado, que é o modelo desta mente condicionada, que, como foi colocado agora há pouco, está sempre respondendo de uma forma dentro de um programa cultural, que é o modelo, exatamente, das antigas gerações, que chegaram aqui antes de nós. E nós sabemos que modelo é esse. Tocando um pouco nisso novamente, esse modelo é o modelo da raiva, do medo, da inveja, dos apegos, de todo tipo de confusão, presente exatamente dentro das relações, onde a visão é sempre a visão equivocada de que algo está errado lá fora, enquanto que, na verdade, esse lá fora é só um reflexo daquilo que está aqui dentro. Dentro desse movimento, que é o movimento da mente condicionada, da mente programada, da mente onde todo esse movimento do pensamento não está sendo visto, não está sendo compreendido.

Assim, essa aproximação da meditação prática requer essa presença do Autoconhecimento. Compreender como você funciona, uma vez que não existe qualquer separação entre você, como você funciona, e o outro.

Como você funciona e o mundo como ele acontece, como ele se expressa. Uma vez que haja clareza, lucidez, verdade sobre você, ficará claro que esse você consiste em um modelo de condicionamento de cultura humana, onde está presente exatamente toda essa confusão, todo esse sofrimento. E a compreensão desse você, notem que coisa vamos colocar aqui pra você, essa compreensão desse você é o fim desse você como você se vê, como você sente ser, isso é o fim para esse mundo como você o vê.

Então, o fim dessa ilusão desse “mim”, desse “eu”, desse você, é o fim dessa ilusão desse mundo, deste outro, como o pensamento desenha, como o pensamento configura. Então, nos deparamos com a verdade sobre a ciência desse novo pensar. Então, o que é o pensar? É esse novo pensar, é esse novo sentir sobre a vida. Algo possível quando existe essa liberação desse “mim”, desse “eu”, desse sentido desse você como o pensamento tem desenhado, tem idealizado, tem projetado.

A aproximação da vida nesse instante é a aproximação do amor nesse momento. Se o amor está presente, não há mais problemas. É quando nós temos o fim para a necessidade desse “eu” de escapar, de fugir, de tentar se livrar de alguma coisa lá fora.

Eu volto a dizer, não existe nada lá fora se não existe essa ilusão desse “eu”, desse “mim”, que é esse modelo de pensamento funcionando neste cérebro condicionado, nesta mente condicionada. Aqui o encontro com a verdade, a constatação da realidade é a presença desta ciência da vida como ela acontece.

A felicidade consiste, o amor consiste, a liberdade consiste na ciência de que não existe qualquer separação entre a realidade do seu Ser. Isso é você em sua natureza real, que é real e divina consciência e a própria vida. Não há qualquer separação entre a vida, essa real consciência e esta verdade divina. A beleza desse trabalho consiste em sinalizar para você que nesta vida a única coisa que importa é assumir esta realidade.

Viver o amor é viver a liberdade do seu próprio Ser. Esta é a ciência de Deus. É nesse sentido que aqui nós usamos a expressão o Despertar da Consciência, a Iluminação Espiritual, a verdade de Deus.

Então, podemos romper com essa psicológica condição, de onde há milênios o ser humano vem tentando escapar e fugir. E fugir exatamente do que? Fugir dessa dor, desse ilusório sentido de ser alguém, produzindo confusão, sendo ele a própria confusão e o sofrimento.

Podemos romper com tudo isso para esta visão de Deus, para essa visão da realidade? Aqui nós temos encontros online nos finais de semana onde estamos sábado e domingo aprofundando isso com você. Quero deixar aqui um convite para você.

Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online nos finais de semana. Fora esses encontros, temos encontros presenciais e também retiros. Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz algum sentido para você, já fica aqui um convite, já deixa aqui o seu like, se inscreva no canal, coloque aqui no comentário: sim isso faz sentido.

Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.

Fevereiro de 2025
Gravatá – PE, Brasil