O ser humano vive confuso. O propósito desses encontros aqui é investigar tudo isso: se podemos, na vida, tomar ciência da realidade dela, sem essa confusão toda em que nós nos envolvemos, em que nós nos encontramos.
Agora, isso requer uma qualidade de mente e de coração totalmente diferente do que nós conhecemos. E é isso que estamos com você aqui explorando, investigando, tendo uma aproximação a respeito disso. O nosso enfoque aqui consiste no despertar desta real consciência, desta nova consciência.
Aqui a expressão consciência, ela carrega um sentido também novo dentro desse contexto de falas que nós temos aqui. A consciência que nós conhecemos é esta consciência mental, que é exatamente esta consciência que se situa nesse contexto de vida humana em confusão. Podemos descartar esta consciência? O que é a verdade desta consciência? Qual é a verdade desta consciência? A consciência que nós conhecemos é a consciência da mente.
É esta mente que nós temos. E esta mente, como nós conhecemos, esta consciência mental que nós trazemos é a mente condicionada, é a consciência condicionada. Então, vamos com calma olhar para isso aqui, dentro desse encontro com você.
A sua forma de atuar na vida, ou seja, a sua forma de ação, é invariavelmente a ação aprendida. Esta ação nasce de um modelo de estrutura social humanista, de coletividade, de conjunto, de história humana. E esta ação é uma ação que tem, por princípio, esse modelo psicológico em que nós nos encontramos.
Esse modelo é o condicionamento cultural, social, é o condicionamento psicológico, é o condicionamento filosófico, é o condicionamento religioso. Então, nós temos diversas formas de representações de ações na vida que têm, por princípio, algum nível de condicionamento. Toquei, por exemplo, aqui na questão desse condicionamento religioso.
Nós nem nos damos conta do quanto psicologicamente estamos presos a um padrão de comportamento condicionado, sobretudo nesse formato, no formato de crenças religiosas que nós recebemos dessa estrutura social, dessa tradição de propaganda religiosa, de tradição familiar também religiosa. Quando você nasce em um país, você nasce recebendo tudo aquilo que o país tem como ensinamentos.
Esses ensinamentos são conhecimentos que nós adquirimos e que nos dão uma formação de condicionamento. Assim, o que fazemos nesta vida é manter a continuidade desse conhecimento a partir dessas ações condicionadas. Condicionadas por essa estrutura psicológica, filosófica, religiosa, política.
Assim, nós estamos vivendo dentro de um padrão de mente condicionada. Esse é um dos assuntos que nós tratamos aqui com você, abordamos aqui com você, exploramos aqui com você: se podemos romper com esta mente condicionada para uma mente nova, se podemos romper com essa consciência. Ess mente está dentro desse contexto de consciência, como nós conhecemos.
Então, essa consciência que nós conhecemos carrega essa mente. Assim, a mente condicionada é esse cérebro condicionado, porque o cérebro está dentro dessa estrutura da mente. Assim, nós temos o cérebro condicionado, a mente condicionada, o modelo de consciência condicionada.
Portanto, nossas ações são ações que nascem de um fundo de estrutura psicológica, social. Então, podemos romper com esse condicionamento mental para esta liberdade. Me refiro a uma liberdade que nós desconhecemos. Aqui, quando usamos a expressão liberdade, nós temos enfatizado isso aqui com você, não se trata da liberdade para alguma coisa, para fazer alguma coisa, para realizar alguma coisa, para conquistar alguma coisa. E nem se trata da liberdade de alguma coisa. A liberdade especificamente disso ou daquilo, ou daquela outra coisa, da qual queremos nos livrar.
Aqui eu me refiro a uma qualidade de existência, de vida, onde estamos diante de uma liberdade que é incondicional, que é indescritível e, portanto, é algo impensável e jamais desejado ou imaginado pelo pensamento, que é a liberdade do seu Ser. Nós não temos ciência, nem de longe, da possibilidade desta real liberdade, porque ela se refere à estrutura e natureza do nosso próprio Ser, que é essencialmente livre, feliz, capaz de atender à vida, às ações da vida, dentro de um aspecto de inteligência que o pensamento em nós, o conhecimento em nós, a experiência em nós jamais pôde suspeitar, jamais pôde imaginar, jamais teve qualquer ideia disso.
E é exatamente isso que estamos abordando aqui com você. Dizendo que o fim para essa mente condicionada, para esse cérebro condicionado, para esse intelecto condicionado, para essa consciência presa a esse padrão de comportamento, que é o comportamento que carregamos na vida, por 40, 50, 80 anos de vida. A condição nova, o fim para esta velha condição, é o acesso a essa real liberdade, que é a liberdade de Deus.
Então, quando as pessoas têm perguntas do tipo: o que é liberdade? Em geral, elas fazem essa pergunta se referindo à liberdade que elas suspeitam, que deveriam ter, que precisam ter, que buscam ter, sem a compreensão de que, quando há a real liberdade, ela é incondicional. Ela é a liberdade que alcança todos os níveis da vida. O nosso modo, que é esse modo condicionado de pensar, nos coloca vendo essa questão da liberdade só nesse aspecto ou naquele outro.
Aqui, com você, nós estamos lhe mostrando que há uma liberdade, sim, possível para cada um de nós, mas é exatamente a liberdade desta mente condicionada, desta consciência condicionada. A mente e a consciência como nós conhecemos, elas operam em um nível bastante conhecido de todos nós, que é o nível do conhecimento e da experiência.
É onde fazemos uso, exercitamos a inteligência como nós conhecemos, para a ação ou as atividades que nós conhecemos. Aqui estamos juntos vendo também essa questão da inteligência, mas não dessa inteligência que se assenta no conhecimento e na experiência e que nos coloca nessa atuação na vida dentro já desse modelo pré-estabelecido pelo passado, que é esse condicionamento que nós temos.
Assim, estamos abordando com você a questão da verdade sobre a inteligência, sobre esse despertar da inteligência, dessa inteligência espiritual, dessa inteligência divina. Quando há liberdade, essa incondicional liberdade, essa verdadeira liberdade, temos a presença desta inteligência. Aqui, juntos, o nosso propósito consiste nesta autodescoberta, nesta autoconstatação, na constatação desta verdade que trazemos, quando temos, por base, a compreensão de nós mesmos.
Assim, estudar aquilo que se passa conosco, estudar a nós próprios, ficar ciente de como nós funcionamos, de como romper com esse padrão de funcionamento que temos, que nos mantém dentro desse padrão de confusão humana, é a única coisa que importa na vida. E é isso que estamos juntos, aqui com você, explorando, investigando com você.
Portanto, o que torna possível isso? O que torna possível esta ciência da real liberdade? O que é que traz a realidade dessa inteligência espiritual para as nossas vidas? E por que eu diferencio inteligência espiritual dessa inteligência comum? Porque a inteligência comum nós já temos. Nós somos hoje capazes de viagens intercontinentais, somos capazes de fazer viagem para o espaço sideral, em razão dos meios de locomoção dos veículos de transporte que nós temos. Então, a ciência evoluiu, a tecnologia evoluiu, e nós temos uma grande habilidade de lidar com assuntos neste sonho de existência, que é essa existência onde acreditamos estar dentro dela, como alguém separado dela. Repare, isso é parte de um sonho que nós temos, que é esse sonho da separação entre nós e a vida, entre você e Deus, entre você e a existência.
E neste sonho de vida, neste sonho de existência, nós conseguimos dar conta, sim, desses assuntos tecnológicos, científicos, porque nós já trazemos essa inteligência do conhecimento, da experiência, da habilidade de lidar com esses assuntos, mas não temos a verdadeira inteligência divina, a verdadeira inteligência espiritual. Então, isso nos coloca em uma condição onde, como seres humanos, nós estamos confusos, desorientados, perplexos, carregados de problemas de todos os tipos, e esses problemas de todos os tipos, essencialmente, carregam uma única marca. A marca de todos esses problemas é a nossa confusão mental, é a nossa confusão psicológica, é a nossa desordem interna.
Isso porque, basicamente, nós não nos conhecemos. Então, nós conhecemos o mundo externo. Nós inventamos grandes máquinas.
Nós temos hoje acesso a esse cérebro eletrônico com sua inteligência eletrônica. Fazemos uso dessa assim chamada inteligência artificial. Então, nós temos essa inteligência humana e temos essa inteligência artificial, mas não temos a ciência da verdade sobre quem nós somos.
Portanto, nos falta essa inteligência divina, que é a inteligência do nosso Ser, que é a verdade sobre quem nós somos. A ciência dessa verdade nos coloca além do sonho, deste sonho de existência humana, neste mundo humano, em meio a essa tecnologia, a essa ciência, a essas maravilhas desse intelecto que temos. E tudo isso, de uma certa forma, é algo maravilhoso. Mas o fato é que nada disso resolveu, de fato, o maior de todos os problemas que nós temos, a maior de todas as questões que nós trazemos.
Isso jamais foi respondido e jamais será respondido pelo pensamento. O maior problema que temos, que o pensamento não responde, não alcança, não resolve, não soluciona, é a verdade sobre quem eu sou. Eu não sei quem eu sou.
Eu não sei o que é a vida. Eu não sei o que é a morte. Eu tenho teorias Eu tenho conceitos, eu tenho crenças sobre tudo isso.
Alguns já me explicaram, os livros me falam sobre todo esse tipo de coisa, mas tudo que o livro me diz é teórico, é intelectual, é algo que agora é parte desse conceito que eu tenho sobre quem é Deus, sobre o que é a vida, sobre o que é a morte, sobre quem eu sou. Tudo isso o intelecto tem procurado explicar e encontrado explicações através da fala, da comunicação escrita ou falada. E nós temos escutado tudo isso.
Nesse escutar, estamos apenas ouvindo o que eles nos dizem e fazendo edições daquilo que escutamos, ficamos apenas nesse concordar ou discordar, acrescentando mais conhecimento aos conhecimentos que nós já temos. Então, do ponto de vista tecnológico, científico, nesse contexto de evolução humana, o conhecimento é fundamental.
Ele é necessário, sim, e ele tem operado grandes maravilhas, mas ele não resolve essa questão quando procura se envolver com questões de ordem interna, quando teologicamente ou filosoficamente ou psicologicamente tentamos dar explicações e trazer todos esses conceitos e conhecimentos para explicar aquilo que está além do conhecimento, além das palavras, além de todas essas fraseologias, de toda essa estrutura verbal que temos, de comunicação, nós não conseguimos. Ou seja, o conhecimento aqui não entra, a palavra aqui não entra, os verbos, as expressões verbais não funcionam. Eu não posso lhe falar e lhe fazer ciente da realidade divina com palavras.
Eu posso apenas lhe dar novas crenças. E é isso que nós temos feito. Nós recebemos novas crenças e substituímos com essas novas as antigas.
Então o ser humano troca de religião. Então o ser humano troca de crenças, troca de conceitos espiritualistas, filosóficos, psicológicos, teológicos, mas as crenças estão sempre girando em torno desse conhecimento de palavras, de frases, de verbos, de expressões de comunicação oral ou escrita. É nesse nível que as crenças estão presentes.
Crença não é sabedoria. Inteligência real não é conceito. A verdade de Deus não é o conceito sobre Deus, a crença sobre Deus, um conjunto de palavras explicando Deus.
A realidade divina, a realidade de Deus, é algo além da palavra Deus, da palavra que se aprende quando se escuta. É algo além da crença que o pensamento estabelece, criando imagens sobre esta realidade divina.
O que nós aprendemos gira em torno de conceitos que nos dão uma formação de crença. Aqui juntos nós precisamos ter uma ciência desse aprender sobre o Autoconhecimento. Porque o que lhe dá a base para a visão real de Deus é a presença dessa inteligência divina que floresce, que desperta quando nós nos aproximamos do Autoconhecimento, da verdade sobre isso. Porque é somente quando nos aproximamos do Autoconhecimento que nos liberamos de nós todo esse contexto de condicionamento mental, de consciência condicionada, que é o passado. Tudo aquilo que nos foi dado, nos foi ensinado, que aprendemos, que é parte desse conjunto de conceitos, ideias, posicionamentos, conclusões e crenças, tudo isso é o passado. O contato com a realidade da vida é o contato com a realidade de Deus. Isso é possível quando nós temos o fim para esse condicionamento que deu formação a esse “eu”, a esse ego.
Então, nós precisamos ter um contato com esse aprender sobre nós mesmos. E esse aprender é agora, quando temos um contato com a vida sem o passado, sem esse fundo de condicionamento, sem esse padrão que nós adquirimos, de conhecimento, de informação, de teorias, de crenças. Um trabalho direto, real, de aproximação disso, requer essa nova forma de aprender.
Não é esse aprender adquirindo conhecimento e experiência, que nos abaliza com crenças, com conceitos, com ideias, conclusões, afirmações, e tudo isso a nível ainda desse intelecto condicionado, nesta mente condicionada. Uma aproximação da vida nesse momento requer esse aprender, e o aprender requer descobrir o que é olhar para isso que surge nesse instante, aqui, externamente e internamente.
Aprender a olhar para aquilo que surge aqui como parte dessa expressão da vida, como ela acontece. Aprender a olhar requer a presença de um olhar livre desta mente condicionada, livre deste cérebro condicionado.
Aqui é como reagimos, quais são nossas reações, como nos deixamos envolver com pensamentos, emoções, sentimentos e representações mentais que vêm do passado. Então, se nós não nos dermos conta disso, estaremos sempre presos ao passado. E presos no passado não podemos aprender sobre nós mesmos.
Nós estaremos apenas dando continuidade a esta consciência do “eu”, que é o ego, que é esse mim, que está dentro desse padrão de prisão psicológica, naturalmente de desordem, sofrimento e confusão. Podemos descobrir o que é olhar sem o passado? Olhar sem esse cérebro condicionado? Sem essa mente condicionada? E, portanto, livre desta consciência, desta velha consciência do “eu”? É o que estamos trabalhando aqui com você. Esse novo olhar requer a presença de um constatar sem se envolver com isso que surge.
Quando você escuta alguém, você pode ouvir esta pessoa a partir da pessoa que você é. Ou você pode apenas escutar sem a pessoa que você é. Reparem a simplicidade disso e, ao mesmo tempo, a beleza e complexidade também do que acabamos de colocar.
Quando você escuta o seu marido, você pode apenas escutar o marido. Ou você pode estar presente sendo uma pessoa, com uma autoimagem de esposa. Veja, são duas coisas bastante diferentes.
Uma coisa é ouvir, e esse ouvir é quando a esposa escuta o marido. A esposa é a pessoa que tem de si mesma uma imagem dela própria, assim como tem uma imagem do outro. Quando olhamos para alguém, olhamos a partir do passado que temos dele ou dela.
Quando ouvimos alguém, ouvimos a partir do passado, que temos dele ou dela e que temos de nós mesmos. Então, está presente esta autoimagem. As nossas relações estão ocorrendo o tempo todo dessa forma. Então, nós não aprendemos sobre nós mesmos porque esse elemento, que é o “eu”, está presente. Esse “eu” é essa autoimagem. Então, eu escuto o que você tem para me dizer, a partir do fundo que eu tenho sobre quem é você, sobre quem eu sou.
Então, há um ouvir e não um real escutar. Então, esse elemento pessoal, que é o ego, que é o “eu”, está envolvido na relação. Então, nós estamos agindo, vivendo, nos relacionando com o momento presente, aqui no caso com o outro, assim há muito tempo.
Então, não existe essa aproximação desse aprender sobre nós mesmos. Mas, se coloco, nesse momento, apenas o escutar, então, o que quer que ele ou ela esteja dizendo, nesse instante, há só o escutar. Não tem alguém aqui para concordar ou discordar, para gostar ou não gostar, para reprovar ou aprovar o que o outro diz. Isso requer a presença de uma atenção sobre nós mesmos, para que esse cérebro esteja trabalhando de uma outra forma, para que esta mente esteja funcionando de uma outra maneira, para que esta consciência seja uma nova consciência nesta aproximação. Então, temos uma aproximação desse aprender sobre nós mesmos.
Isso é Autoconhecimento. É quando podemos romper com esse velho padrão de mente condicionada, de consciência condicionada, de cérebro condicionado. Isso requer a presença do silêncio.
Quando a mente está em silêncio, o cérebro se aquieta. Então, não existe nenhum movimento do passado, para avaliar, julgar, comparar, aceitar, rejeitar, nesse encontro, nesse escutar, nesse olhar.
Então, essa é a forma real de uma aproximação com o momento presente, onde, de fato, nos aproximamos de algo novo. É isso que estamos propondo aqui para você. Esse algo novo é a presença da meditação quando tem, por princípio, a base desse aprender sobre nós mesmos, sobre como atuamos, sobre como reagimos, sobre como respondemos a esse momento.
Aqui no canal nós temos diversos vídeos aprofundando isso com você. Além disso, nós temos encontros online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos.
Quero deixar aqui um convite para você, para aprofundarmos mais isso tudo, para trabalharmos isso juntos. Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online nos finais de semana. Além disso, nós temos encontros presenciais e também retiros.
Se isso que você acaba de ouvir é algo que faz sentido para você. Fica aqui um convite, deixe aqui o seu like, se inscreva no canal e coloca aqui no comentário: sim, isso faz sentido. Ok? E a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.