Nós passamos pela vida sem uma real aproximação do que ela representa, porque nós estamos constantemente nos deparando com momentos com os quais não sabemos lidar, e todo o nosso movimento não é o movimento da compreensão da vida como ela acontece. Em razão do desconforto que sentimos, desse sofrimento presente, dessa perturbação que ocorre conosco, a primeira medida é procurar escapar disso, é procurar fugir disso. Então, existe um movimento psicológico em nós de fuga. Então, existe esse movimento de escape ou de tentativa de escapar dos problemas.
Então, essa fuga, em psicologia, é algo que já foi identificado, algo que está presente em nós. Há todo um movimento em nós de busca, de escape da condição em que nós nos encontramos, porque não existe uma forma mais rápida de lidar com a dor do que escapar. Essa é a proposta que o pensamento nos passa. O pensamento presente em você é uma forma de condicionamento de comportamento, algo aprendido. Nós aprendemos, desde pequenos, a evitar a dor. Então, para nós, a dor é algo indesejável e o prazer é altamente desejável, algo que se busca.
Então, nós vivemos constantemente na vida sem a ciência do que a vida representa, porque estamos constantemente dentro de um padrão de comportamento de não compreensão daquilo que aqui está presente. Esse escape da dor e essa busca do prazer é o movimento que nós conhecemos, que o pensamento nos diz que é o mais fácil para se viver. Aqui nos deparamos com uma condição incrivelmente deplorável, que é a condição dessa egoidentidade, dessa “pessoa”, nesse contexto das relações.
A vida como ela acontece são relações surgindo a todo momento. Você está em relação com os próprios pensamentos, com os próprios sentimentos, com as emoções que tem. O contato com alguém, ele ou ela desperta em você, faz aflorar em você esses pensamentos, esses sentimentos, essas emoções. Quando isso desperta, se isso é agradável, você corresponde a essa condição de uma forma prazerosa, então você gosta disso, você procura mais disso nele ou nela. Isso cria vinculações de dependência emocional, e aqui, mais uma vez, você se depara com um comportamento de não compreensão da vida, de sustentação dessa identidade pessoal, desse sentido do “eu”, dentro dessa relação.
Aqui, juntos, nós precisamos explorar a vida, investigar a vida, compreender a vida, ter uma aproximação real dela. Explorar a vida é explorar a nós mesmos, é se aventurar nessa investigação da Verdade sobre quem nós somos, explorar essa ciência do viver, essa ciência da própria vida. Por que isso que estamos colocando é de essencial importância para cada um de nós? Porque existe em nós uma constante busca ou procura de satisfação, de realização, de completude, de preenchimento na vida. Então, nós não exploramos a ciência da vida, não nos aproximamos dela, não exploramos a vida como ela acontece, e vivemos dentro dessa incompletude, insatisfação. Por que isso está presente? Porque nós não assumimos a Verdade sobre quem nós somos.
Existem dois aspectos aqui fundamentais. O primeiro é a compreensão de quem nós somos, porque demonstramos ser isso, parecemos ser isso, estamos vivendo nisso dessa forma. Esse primeiro aspecto é o aspecto dessa “pessoa” que está presente, desse “eu” que está presente. Se aproximar dessa Verdade sobre quem nós somos é compreender que isso que nós somos, nós somos porque demonstramos, porque parecemos, porque acreditamos, porque estamos vivendo assim. E o outro aspecto é a ciência da Realidade d’Aquilo que verdadeiramente somos quando o sentido desse “eu”, dessa “pessoa”, que vive nesse velho padrão, nesse velho modelo de constante busca de prazer e fuga da dor, não está mais presente.
Portanto, aquilo que nós trabalhamos aqui com você é a Verdade da Revelação desse conhecer a nós mesmos. O nosso trabalho aqui está em cima desta visão sobre o Autoconhecimento. É isso que estamos com você aqui explorando, investigando. Sem termos essa base, nós não temos a menor condição de ter uma real visão daquilo que as pessoas estão buscando, procurando, tentando alcançar ou encontrar na vida, sem explorar a Verdade sobre a Vida. Eu me refiro a essa procura pela Felicidade.
Quando você se aproxima e pergunta: “Como alcançar a Felicidade?” Será que é a Verdade da Felicidade que estamos buscando? Ou será que aquilo que estamos buscando é algo que possa nos trazer um preenchimento e uma satisfação permanente, para não termos mais que continuar fugindo da dor quando ela aparece, quando ela surge? Nós não temos nenhuma referência do que é a Felicidade. Toda referência que temos na vida, em razão da ausência de uma investigação, de uma exploração, de uma averiguação da vida, a referência que temos é a do prazer. Se sentimos prazer, nós queremos – há uma constante busca, não pela Felicidade.
O ser humano não está em busca da Verdade da Felicidade; desconhecemos a Verdade da Felicidade. Nós temos é a satisfação, é esse preenchimento, é esse resultado imediato de prazer em uma boa comida, em um relacionamento amoroso, em uma conquista material, como a compra de um carro ou de um apartamento, ou quando o time de futebol ganha o campeonato. Toda a nossa referência é de prazer, não é de Felicidade. Mas nós chamamos de felicidade uma satisfação preenchida, momentaneamente, no prazer. Então, quando você pergunta como alcançar a Felicidade: é a Felicidade que se busca ou é a satisfação?
Em geral, a satisfação se mostra impermanente. Então, chega um momento que, para alguns, essa satisfação impermanente do prazer é insuficiente; é quando o próprio pensamento projeta, ele imagina, uma outra qualidade de satisfação, que é a satisfação permanente. Essa satisfação permanente é projetada, ela é imaginada, ela é idealizada, no pensamento, por uma conquista que seja eterna. Então se fala do amor eterno, se fala de Deus, se fala da conquista do céu, do paraíso, ou de algum lugar onde não haja mais sofrimento. Notem, é sempre o pensamento imaginando uma satisfação permanente, criando a imagem de um ideal para ser alcançado. Tudo isso envolve, notem, a presença do pensamento.
É o pensamento que busca suas realizações externas, de satisfação impermanente, na realização das coisas e dos objetivos diversos que ele projeta, e é o pensamento que idealiza essa, assim chamada, “satisfação permanente”, “eterna”. A diferença é que aqui se projeta para fora do mundo, mas essa projeção, como ela é ainda uma projeção do pensamento, está dentro da imaginação, está dentro desse círculo, que é o círculo das ideias, das crenças, dos conceitos.
O encontro com a Realidade Divina é a ciência do seu Ser, e isso é algo além do conhecido. Sendo conhecido, esse próprio movimento do pensamento, que lida com essa ideia da satisfação, que o pensamento denomina de felicidade, de amor, ou neste mundo ou em outro mundo que ele imagina. Um contato real com a Verdade do seu Ser é a ciência da Revelação d’Aquilo que realmente é Deus, é o Amor, é a Felicidade, mas Isso não faz parte do pensamento. Nenhum pensamento pode alcançar Isso, imaginar Isso, se projetar n’Isso. É inalcançável pelo pensamento, é inalcançável por todo esse modelo que a mente conhece, dentro daquilo que ela conhece – parte do que ela conhece é o que ela imagina, nesse mundo ou em outros mundos, no paraíso, no céu.
O contato com a Realidade Divina é a ciência da Realidade que está presente nesse instante. Esse é o Real encontro ou a constatação direta da Felicidade. Isso diz respeito à Verdade de como encontrar Deus. Veja, diz respeito à Verdade de como encontrar Deus. O pensamento se separa quando imagina Deus. O pensamento projeta a imagem sobre Deus. Assim, em nós, existe um elemento, que é a presença desse pensador, que nesse formato de pensamento se projeta com a imagem de Deus. Então, esse pensador, esse “eu”, essa “pessoa”, idealiza esse encontro, projeta esse encontro, imagina esse encontro. Aqui estamos diante, ainda, do próprio movimento do pensamento, porque não existe nenhuma separação, nessa imagem que o pensamento cria, desse pensador que também ele cria. Não há nenhuma separação entre esse pensador e esse pensamento. Nós achamos que o pensador é anterior ao pensamento que tem, o que não é verdade.
O pensamento é o elemento que chega, e depois que ele chega – e o pensamento chega em razão de uma memória, de uma lembrança, de uma imagem, algo que já está presente nesse cérebro, nessa estrutura de memória -, então, quando o pensamento surge, ele se separa, criando o “pensador”. Então, o pensador ainda é parte do pensamento. Então nós temos o pensamento sobre Deus e o pensador sobre Deus, mas ambos fazem parte de um único movimento, que é o movimento do pensamento. É tão simples essa constatação.
Quando não existe nenhum pensamento sobre Deus, onde está esse pensador? Onde está esse “eu” que pensa? A presença do pensador é a presença do pensamento, a presença desse “eu”, que quer encontrar a Felicidade, que quer encontrar o Amor, que quer encontrar Deus, a presença desse “eu” requer a presença desse pensamento. Aqui, a primeira coisa é eliminarmos essa ilusão, a ilusão de uma identidade para encontrar Deus, para encontrar a Felicidade. Essa identidade é parte dessa ilusão da pessoa. Como podemos tomar ciência disso? Pelo Autoconhecimento, nesse explorar a ciência da vida como ela acontece. Isso requer que esse olhar para o pensamento seja sem interferência.
Nós precisamos aprender a arte de olhar para as nossas reações, que são pensamentos, sentimentos, emoções. Parte desses pensamentos são essas imagens que o pensamento constrói sobre o Amor, sobre Deus, sobre a Felicidade. Quando aprendemos a olhar sem interferir, esse olhar põe fim a esse pensamento, põe fim a esse pensador. Então, algo novo está presente quando há só o olhar.
A nossa dificuldade é que estamos constantemente inscientes de todo esse processo, que é o processo do pensamento ocorrendo. Quando o pensamento ocorre, de imediato, ele cria já um observador, um experimentador, um pensador para esse pensamento; e quando isso ocorre, estamos sempre sendo capturados, vez após vez, após vez, nesse sentido desse “eu”. Então, esse “eu” é o elemento que é o experimentador, esse “eu” é o elemento que é o pensador, esse “eu” é o elemento que é o observador. Trazer para esse instante uma atenção, uma presença, um olhar para o pensamento quando surge, para o sentimento quando surge, para a emoção quando aparece, se aproximar desse instante, sem interferir com ele, é olhar a vida, é observar o que surge. Por isso que usei aqui o termo “explorar”; explorar no sentido de se aproximar e olhar de perto, se dar conta, tomar ciência, apenas olhar, apenas observar.
Então, a real forma de uma aproximação para o fim dessa ilusória condição psicológica, onde existe esse sentido do “eu” nesse constante movimento de busca de prazer, de preenchimento, de realização. Ele dá nomes diferentes para isso; nós colocamos esses nomes bonitos, chamamos de amor, de paz, de felicidade, nós chamamos de Deus. Mas tudo que o pensamento sabe fazer é se projetar a partir desse pensador, desse “eu”, em um ideal, o ideal imaginário que o pensamento construiu de satisfação permanente, de preenchimento permanente, de realização permanente.
O contato com a vida nesse momento é o contato daquilo que aqui está, e isso não está no tempo, isso não é algo impermanente ou permanente, como ocorre com a satisfação, como ocorre com a questão do prazer, como ocorre com a questão da dor, ou desses objetivos diversos para escapar dessa dor. A ciência da Vida nesse instante é a ciência daquilo que está fora do conhecido e, portanto, fora do pensamento, fora do tempo. É a Realidade Divina, é a Realidade deste Ser, que é Você em sua Natureza Divina, que é Você em sua Natureza Real, em sua Natureza Essencial.
Assim, a beleza desse encontro com Deus consiste na Revelação daquilo que aqui está presente, fora do “eu”, fora dessa “pessoa”, fora do pensamento. Quando se aprende a olhar sem o observador, estamos diante desse aprender sobre o Autoconhecimento. Quando se aprende a olhar sem o pensador, sem o experimentador, essa ciência da Verdade deste Ser se revela. Aqui não se trata desse “meu ser”, desse “seu ser”, aqui trata-se desta Realidade indescritível, que está além dessa separação entre “eu” e “você”. Não existe, nessa Realidade Divina, qualquer separação entre Ela e a Felicidade, entre Ela e Deus, entre Ela e Você. É apenas essa ilusão dessa imagem que o pensamento tem construído, que é a imagem da “pessoa”, desse observador, desse experimentador, desse pensador, que se dissolve, que desaparece.
Aqui, de uma forma direta, estamos apresentando para você a possibilidade dessa investigação, desse real encontro com a vida como ela acontece. Quando as pessoas idealizam a felicidade lá fora, para ser alcançada um dia em realizações externas, elas estão diante de um modelo equivocado de pensamento. Quando as pessoas imaginam esse encontro com Deus em algum momento, estão dentro desse equivocado modelo das ideias, das crenças, colocando a Realidade Divina, a Verdade de Deus, no tempo.
Aquilo que é Real não pode deixar de ser Real. Aquilo que é Real não está no tempo para, em algum momento, ser Real, porque não é real nesse instante. Aquilo que é Real é Real e está aqui e agora e além dessa noção que o pensamento tem sobre esse aqui e agora. Essa é a Verdade de Deus, essa é a Verdade do amor, essa é a Verdade da Felicidade, essa é a ciência deste Ser. Assim, podemos, na vida, assumir essa Realidade, para uma vida além dessa procura do prazer, dessa fuga da dor e dessa imaginação a respeito desse encontro com Deus no futuro e com a Felicidade amanhã? Podemos ir além dessa psicológica condição de crenças, de pensamentos, de ideias?
Observe que tudo isso nos foi dado dentro da cultura. Podemos ir além dessa cultura, desse modelo de cultura mental, de cultura, assim chamada, mística, esotérica, espiritualista ou mundana, para essa ciência da Revelação do Amor, da Sabedoria, da Verdade e, portanto, da Real Felicidade? É o que estamos juntos, aqui, trabalhando nesses encontros. A Presença do seu Ser é a Presença de Deus; não é “alguém” presente, é Deus presente, é a Vida presente, é a Liberdade presente, é Aquilo que é indescritível, que está além das palavras, além dos pensamentos, nesse instante, aqui, presente.
Aqui nesses encontros online, nos finais de semana, nós estamos trabalhando isso com você. São dois dias juntos, em um encontro online, e através de perguntas e respostas nós estamos explorando isso, aprofundando isso, tomando ciência dessa Vida, dessa Real Vida como Ela é, onde está presente essa ciência de Deus, essa ciência do Amor. Você tem aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para participar desses encontros online nos finais de semana. Fora esses encontros temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso que você acaba de ouvir faz algum sentido pra você, fica aqui um convite. Já deixe o seu like, se inscreva no canal. Ok? E a gente se vê! Valeu pelo encontro e até a próxima!