O que é o pensar? O que é o pensamento? Aprender sobre Autoconhecimento. Inteligência Espiritual.

A nossa aproximação é da compreensão, o que requer esse estudar a verdade sobre aquilo que somos, porque o nosso interesse aqui está em compreendermos a nós mesmos. Estudar aquilo que nós somos, a meu ver, é a coisa mais importante na vida.

Nós temos algumas coisas aqui para lhe dizer, e nós estamos sempre voltando à base, a nossa visão básica, à estrutura, à fundação de tudo isso. E qual é o fundamento de tudo que tratamos aqui com você? Qual é a base de tudo isso? A base é a ciência da Verdade, o que requer, para essa compreensão, essa Inteligência Espiritual.

Não há possibilidade de qualquer Inteligência Real para as nossas vidas, para lidar com qualquer assunto externo aí fora, sem antes termos uma base, que é essa Inteligência Divina, que é essa Inteligência Espiritual. A nossa relação com o mundo é uma relação conflituosa.

Repare que na vida nós temos um desafio, e esse desafio consiste em aprender sobre a vida, em compreender a vida, em ter dela uma aproximação em que a vida, como acontece para cada um de nós, seja de fato feliz, leve, em paz, em amor e, no entanto, não é assim que tem acontecido. Nós estamos em conflito, nós estamos com problemas, e não sabemos lidar com esses problemas.

Então, por que esses problemas estão presentes? Observe que os problemas consistem nessa inabilidade que temos de responder àquilo que surge de uma forma completa, adequada. A vida consiste de coisas acontecendo, e não há como escaparmos, na vida, de estarmos em relação com tudo a nossa volta, porque a vida consiste de relações. Nós estamos em relação com pessoas, com situações, com acontecimentos, com o imprevisto, por exemplo, de um diagnóstico médico, de uma doença que aparece repentinamente.

A vida consiste de desafios acontecendo. A nossa inabilidade de lidar com esses desafios é que se constitui de um problema. O problema surge quando não temos essa habilidade de lidar com a vida como ela acontece, e nós não temos essa habilidade quando nos falta essa Inteligência.

Veja, aqui eu me refiro à Verdade da Inteligência, me refiro à Real Inteligência. A meu ver, Inteligência não é a simples capacidade de lidar com assuntos e problemas meramente técnicos e funcionais na vida. Sim, nós podemos ter um nível de inteligência nesse nível.

Quando a pia do banheiro dá um problema de entupimento, nós chamamos o bombeiro hidráulico ou pessoalmente colocamos-nos para resolver aquele assunto. Esse assunto é um assunto técnico. Quando o seu carro dá um problema, você tem um assunto técnico para resolver, e isso requer, naturalmente, uma certa capacidade, uma certa habilidade, conhecimento, experiência, então está presente um certo nível de inteligência para assuntos técnicos.

Mas aqui nós empregamos essa expressão de uma forma muito específica. Nós aqui estamos interessados, com você, em descobrir a verdade da Inteligência Divina, da Inteligência Espiritual, porque não se trata dessa inteligência para resolver assuntos técnicos, dessa particular inteligência. Aqui se trata da Inteligência para lidar com a vida como ela acontece, como ela aparece.

Um bombeiro hidráulico, um mecânico, um médico, eles são especialistas, então eles entendem daquela área, eles têm o conhecimento, o know-how para lidar com aquele assunto. Então, quando nós precisamos de um médico, ou de um mecânico, ou de um encanador, nós procuramos um especialista e eles nos atendem.

Então, lidar com assuntos nesse nível, na vida, é basicamente muito simples, mas lidar com estados internos em nós, lidar, por exemplo, com o sofrimento que surge quando percebemos que alguém tem o que nós desejamos ter, ele acaba de comprar, e o nosso desejo é muito grande por aquilo, mas a gente sabe que não tem condições, então uma dor bate. Quando essa dor está presente, o que temos presente é um sentimento muito ruim, desagradável, é uma dor intensa: essa dor da inveja.

Talvez você diga: “Não, eu não tenho inveja”. Sim, você não tem inveja agora, mas esses estados internos, psicológicos, em nós surgem de uma forma inesperada, e nós subestimamos muito esses estados. Nós acreditamos, nesse momento, que nós não sofremos de ciúme, de apego, de inveja, de medo, até que algo surja, algo aconteça. Então o sofrimento bate, a psicológica condição se mostra.

A grande verdade é que nós não sabemos nada, absolutamente nada sobre como lidar com essa dor, ela está presente. Em geral o que fazemos é fugir dessa dor. Nós temos diversas formas de escape, de fuga, e isso é bem conhecido em psicologia.

Nós temos diversas formas de fugir, de escapar dessa dor, dessa experiência. Nós vamos ao psicoterapeuta para ele nos ajudar, e ele nos ensina a ressignificar, por exemplo. Mas o que é ressignificar? Nós temos temporariamente o alívio da dor, uma transição para um novo estado onde, aparentemente, não existe mais dor, mas o sentido do ego está presente, a dor está presente.

Aqui, com você, nós estamos procurando descobrir como ir além desse sentido do “eu”, do ego, para não sermos mais pegos de surpresa por esses estados com os quais não sabemos lidar. Então, todos os dias nós temos que lidar com nós mesmos, com aquilo que somos nessa psicológica condição de egoidentidade.

Assim, quando dizemos aqui para você que a nossa psicológica condição na vida, na existência, é conflituosa, é porque de fato ela é conflituosa; ela carrega sempre algum nível de desconforto, de problema, de sofrimento. Então, lidar com a vida significa ter um contato com o momento presente, diante desse desafio que surge, seja ele físico ou psíquico, com a habilidade de não permitir que esse momento se transforme em um problema – porque não temos essa habilidade, que é a habilidade de lidar com esse desafio.

A verdade sobre isso é que desde pequenos nós não fomos educados para ter da vida, nela, dela, uma aproximação direta. Nós estamos constantemente fugindo de estados desagradáveis que surgem, escapando dessa ou daquela outra forma, dessa dor, dessa psicológica condição de interna dor, presente nesse sentido dessa egoidentidade.

Costumeiramente, nós estamos vivendo com esse sentido do “eu”; habitualmente, estamos convivendo com esse sentimento “eu” e com todos os problemas que ele representa, sem ter a menor noção de como de fato lidar com isso. Será possível a vida livre de problemas? O que significa atender cada situação que surge, seja ela externa ou interna, de tal forma que isso não se transforme num problema.

Nesse sentido do “eu”, do ego, a não compreensão de como nós funcionamos e de como lidar com esse funcionamento tem se mostrado para cada um de nós como estados de sofrimento. E é evidente que a nossa relação com o mundo a nossa volta, sobretudo com as pessoas mais próximas, é naturalmente afetada por isso.

A nossa vida constitui de uma vida de relações. Nós não vivemos como uma ilha isolada, nós vivemos num contato constante com pessoas a nossa volta. A todo momento, estamos falando com pessoas, lidando com as situações que surgem, com os acontecimentos que aparecem, e a base para essas relações externas com esse mundo externo consiste da relação que temos com nós mesmos internamente.

Nós aqui temos enfatizado com você a beleza desse aprender sobre nós mesmos, desse aprender sobre o Autoconhecimento. A visão da verdade sobre você lhe revela algo além dessa ideia de estar presente sendo alguém na experiência. É apenas nesse sentido que a expressão Autoconhecimento aqui é empregada.

Não se trata de alguém tendo conhecimento da pessoa que ela é, trata-se da ciência de que não existe nenhuma pessoa quando temos um contato direto com essa investigação da verdade sobre nós mesmos. Então nos deparamos com Aquilo que está além dessa ilusão, além dessa ideia de uma pessoa presente. E quando estamos além disso, Algo se revela fora dessa consciência, que é a consciência do “eu”.

Assim, nós temos enfatizado com você a importante questão, o importante problema do fim do “eu”, do fim do ego, do fim desse elemento que carrega nele mesmo toda essa desordem que lhe torna uma criatura em problema, com problema, vivendo dentro dessa limitação imposta por um conjunto de crenças, opiniões, julgamentos, avaliações, por um modelo de pensar e sentir presente dentro desse contexto de história humana. Então, estamos diante de um condicionamento mental. Esse condicionamento mental nessa pessoa é o problema.

Então aqui nós temos que investigar a natureza do “eu”, onde ele se situa, onde ele se encontra, percebendo a ilusão do que isso representa, tomando ciência do fim dessa limitação, desse condicionamento mental, para Algo novo presente, Algo além desse ego, além desse “eu”.

Então, a resolução desse básico problema, que é o problema do “eu”, lhe dá a base para essa Inteligência Espiritual, para lidar com a vida como ela acontece, sem esse elemento que se vê separado da vida. E se ele não está presente, a vida flui precisamente como ela é: sem conflito, sem contradição entre aquilo que é Divino e aquilo que é profano.

Há uma visão hoje, agora, aqui, na vida, livre desse sentido de mente condicionada, de egoidentidade. Essa é a presença dessa Inteligência Espiritual, em razão dessa compreensão da verdade sobre você. Então, se deparar com a vida como ela acontece, sem o sentido do ego presente, é estar nessa mesma visão da vida, em linha com a vida, nesse fluir com a vida. Uma vida em Liberdade requer a presença dessa autoinvestigação.

Aqui a dificuldade é que nós não fomos educados para a autoinvestigação. Nós estamos vivendo dentro do mesmo programa que roda em todos. O nosso movimento ainda é o movimento da busca de realizações externas em coisas, no encontro com novos relacionamentos, na conquista de bens materiais e da busca de realizações afetivas, emocionais, sentimentais. Há uma constante busca de sensação, de prazer.

Então estamos vivendo dentro de um contexto de cultura humana onde o conflito está presente, o medo está presente, porque está presente a perseguição daquilo que o pensamento tem idealizado como amor, felicidade. É a mera busca de sensações, de preenchimentos e realizações externas.

Assim, nós passamos uma vida inteira dentro dessa velha condição, habitual condição, rotineira condição, condicionada condição, nessa mental condição, sentimental condição, sem a ciência de Algo além de tudo isso. E aqui estamos com você investigando a natureza desse Despertar Divino, desse Despertar Espiritual, o que requer a presença dessa Inteligência, para uma vida livre, como foi colocada agora há pouco, em leveza, Liberdade, Amor, Felicidade.

O ser humano vive estressado, ansioso, preocupado, deprimido, angustiado, nesse velho jogo de substituição daquilo que lhe faz infeliz, triste e sofredor para algo que ele acredita que irá lhe fazer feliz, realizado e sem sofrimento. Só que isso nunca acontece, porque a base, o fundamento disso tudo é essa limitada psicológica condição dessa egoidentidade. É nisso que consiste essa vida do ser humano.

Aqui estamos vendo com você como realizar o fim para isso. Por isso temos que investigar a natureza do pensamento, o que é o pensamento em você, porque é com base no pensamento que essa vida psicológica está afirmada, se posicionando e se movendo. Então, o que é o pensamento? Uma outra pergunta é: o que é o pensar?

É isso que estamos trabalhando aqui com você, para realmente uma vida livre, feliz, onde está presente a Realidade Divina, algo fora do conhecido. Então, a vida compreendida em totalidade não é a habilidade de resolver assuntos técnicos e, sim, de viver livre de problemas, porque o sentido do “eu”, do ego não está mais presente. Essa é uma Vida em Sabedoria, essa é uma Vida Divina, essa é uma Vida em Deus.

Aqui estamos investigando com você como nós funcionamos, para esse Despertar Divino, para esse Despertar da Inteligência. Nós temos encontros aqui online nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos e, através de perguntas e respostas, dentro de um contato com o Silêncio, com essa aproximação da Meditação, trabalhando isso com você. Além disso, temos encontros presenciais e, também, retiros. Se isso é algo que faz algum sentido para você, fica aqui um convite.

Novembro de 2024
Gravatá – PE, Brasil