Despertar da Consciência | Iluminação Espiritual | O que é a Vida?

Aqui a pergunta é: o que é a vida? Será que nós faríamos tal pergunta se, de fato, estivéssemos apenas desfrutando o que é a vida? Nós faríamos essa pergunta se estivéssemos apenas desfrutando do que a vida representa, do que ela significa? Nós teríamos essa curiosidade ou especulação, de uma forma meramente intelectual, para formularmos uma pergunta como essa? Evidente que não!

Esse tipo de pergunta mostra que há presente em nós uma incompletude, um sentido de não totalidade, de infelicidade, que nos faz perguntar algo assim. Quando perguntamos o que é a vida, isso significa que não temos ciência da beleza do que ela representa, porque estamos vivendo a vida em um formato que está nos deixando dentro de uma condição, que é a condição da insatisfação, da não completude, da não liberdade.

Então, não existe na vida, dentro desse formato que se constitui essa vida como nós conhecemos, a Presença do Amor, da Felicidade, da Paz. É por isso que fazemos a pergunta: o que é a vida? Aqui vamos ver isso com você. Quando fazemos essa pergunta, isso significa que a vida como nós estamos vivendo é a vida particular de alguém, é essa particular vida que “eu” tenho. Essa particular vida é a vida centrada em ideias.

Então, nós temos a vida e temos a ideia sobre a vida; nessa ideia sobre a vida há um nível de incompletude, de insatisfação, de carência, de insuficiência, porque há essa ausência do Amor, da Paz e da Liberdade. Isso é a vida que conhecemos e, naturalmente, essa é a vida da pessoa. Aqui nós estamos investigando a vida, mas não fazendo perguntas “o que é a vida”, porque essas perguntas são intelectuais, são meramente verbais.

Uma aproximação da Realidade da vida não requer esse movimento intelectual de ideias, de afirmações, conceitos, especulações, deduções. Então, uma pergunta como essa soa, na verdade, muito filosófica, ou teológica, ou psicológica. Uma visão direta da vida não requer nenhum nível de aproximação desse tipo. Tudo que nós precisamos para a ciência da vida é o viver.

Não sabemos o que é o viver, porque estamos firmando nossa existência em um movimento do pensamento. Observem como isso é importante aqui ser investigado. O movimento do pensamento nos situa na existência como sendo uma pessoa presente, alguém presente na vida. Então nós temos a vida e temos alguém na vida; alguém é a pessoa que se firma no conceito da ideia do que a vida é, do que a vida representa, do significado da vida.

Assim, esse alguém, essa pessoa, esse “eu”, esse “mim”, esse ego é um modelo de pensamento presente que olha para a vida através de conceitos, de avaliações, opiniões, julgamentos e conclusões. Isso é o “eu”, isso é o ego, isso é a pessoa. Assim, quando nós perguntamos o que é a vida, é porque há um nível de insatisfação, de incompletude e, portanto, de sofrimento na pessoa.

Nós passamos quarenta, cinquenta, oitenta anos de vida como sendo alguém, como sendo uma pessoa. Esses quarenta, cinquenta, oitenta anos de vida é a vida da pessoa. Portanto, o seu modo de se aproximar da experiência, chamada vida, é a partir de alguém que experimenta. Então, a vida está norteada pelo pensamento. Então não é a real vida como ela acontece, é a vida como o pensamento idealiza, planeja, deseja, acredita, conceitua, gosta, não gosta. Repare, essa é a vida do “eu”, é a vida da pessoa, é a vida do ego.

Então nós temos a vida e temos o pensamento sobre a vida; temos a vida e alguém, a pessoa que pensa na vida, que idealiza a vida, que acredita na vida ou não acredita na vida, que gosta da vida ou não gosta da vida. Observe que essa vida centrada no pensamento é a vida do próprio “eu”, do ego, desse “mim”.

Então, o que é a vida? A vida é o que acontece. Mas, para esse “eu”, ela tem que ter um significado, e o significado que ele precisa que ela tenha para que ele se sinta bem, completo, preenchido, realizado. Só que isso nunca acontece, porque a vida é o que ela é, e o sentido do “eu” está vivendo numa forma isolacionista, separatista, individualista, se separando da vida como ela é e buscando a vida como ele deseja que ela seja.

Quando você se depara com um encontro como esse, você tem a oportunidade de investigar isso, de tomar ciência disso, de olhar de perto para essa condição, que é a condição do “eu”. Esse “eu”, essa pessoa, por mais que ela esteja desfrutando de algo na vida, ela sempre estará desfrutando de algo que está dentro da projeção do seu mundo particular.

Assim, nós temos, sim, momentos de prazer, de preenchimento, de satisfação, de realização. Coisas boas acontecem, coisas maravilhosas acontecem, mas insatisfações também, dores também, problemas também, dificuldades também, o sofrimento também. Isso está dentro desse círculo, que é o círculo da consciência do “eu”, onde temos presente a vida da pessoa.

E agora a pessoa faz a pergunta: qual é o significado da vida? Podemos ter uma explicação filosófica, uma explicação teológica, uma explicação psicológica, podemos ter ideias e crenças sobre a vida, mas tudo isso ainda estará dentro desse círculo, que é o círculo do pensamento. Todo conhecimento presente em nós está presente em razão do pensamento. Não há nenhum conhecimento que esteja livre do pensamento. E o pensamento não é outra coisa a não ser experiências.

Então, experiências são pensamentos. Esses pensamentos são o conhecimento. Esse conhecimento, assim como toda experiência, está dentro dessa limitação do conhecido. Tudo isso está dentro do pensamento. Portanto, todo pensamento é limitado, a experiência é limitada e o conhecimento é limitado.

Assim, a vida da pessoa é a vida limitada; ela gira sempre em torno de propósitos, objetivos, sonhos, ideais na vida conhecida do “eu”, na consciência da pessoa: isso é a vida, é a particular vida que a pessoa tem, que ela conhece. Por mais significativa, por mais profunda, ainda sempre será uma vida limitada dentro do pensamento.

O pensamento é um movimento em nós presente que vem do passado, que nasce dessa experiência que foi vivida ontem, ou há vários anos, ou apenas alguns minutos atrás, mas sempre é algo que vem do passado. O pensamento é limitado, está dentro da experiência, é só o conhecimento que o cérebro conhece, com base na memória, lidando com o que está aqui presente nesse instante. Notem, é a vida nesse instante acontecendo, a vida como ela é, e, no entanto, o pensamento trazendo sua leitura sobre tudo isso.

Então aqui já encontramos a razão da insatisfação, da incompletude, que faz com que tenhamos uma pergunta como essa: “qual é o significado da vida?” Apenas aquele que está em confusão, em desordem, em sofrimento, dentro da limitação daquilo que a insatisfação, a incompletude representam é que faz uma pergunta como essa.

Veja: quando é que somos felizes? Temos momentos em que somos felizes, mas repare, de uma felicidade que logo desaparece quando o pensamento entra. Mas quando somos felizes, nesse instante, nesse exato momento, não há pensamento. Percebam isso comigo aqui.

No momento em que você se sente pleno, completo, íntegro, em um estado de totalidade de Ser, onde há essa alegria e felicidade presentes, nenhuma pergunta surge; você não pergunta o que é a vida, o que é essa alegria, o que é essa paz, o que é esse amor, o que é essa felicidade. Nesse momento, o sentido do “eu” não está.

Mas é isso que nós conhecemos por felicidade, são momentos que surgem e aparecem exatamente quando o pensamento não está envolvido nesse instante, porque logo que ele chega, começa a dar explicações, começa a procurar as razões. Quando o pensamento está, não existe alegria, ela desaparece. Observe isso em você.

Todos os momentos em que você se sentiu feliz, nesse momento você não estava consciente de estar feliz. Repare: aqui está a vida. A vida é Ser, não é ter consciência de ser. No momento em que você desfruta de uma alegria plena, completa, total, o sentido de estar consciente disso não está presente. Quando o pensamento surge, essa consciência do “eu” surge e esse estado desaparece.

Notem que é sempre a presença do “eu”, do ego, dessa pessoa, na vida, que faz com que esta vida se torne a vida particular de um centro, que está vivendo uma experiência de separação, de isolacionismo e, portanto, alienado da vida, da beleza da vida, do amor que é a vida, do mistério que é a vida, da singularidade que é a vida.

Então, estamos dizendo aqui para você que a vida é Felicidade, é Paz, é Amor, é Liberdade, quando essa consciência do “eu” não está. Então essa é a resposta real do que é a vida. Você tem a resposta do que é a vida quando não existe a pergunta, porque esse perguntador, que é o ego, o “eu”, não está.

Observe que existem momentos na vida em que a sua particular vida não está presente. Então há um encontro com esse instante, há um encontro com esse momento, onde o sentido do “eu” não está, onde esse você não está, então temos a vida. Então, esse é o real significado da vida: é a vida como acontece, a vida como ela é, sem o sentido do “eu”.

Então, um contato com a Realidade da vida é a vida em Felicidade, em Amor, em Liberdade. A ciência desse Natural Estado de Ser é aquilo que alguns chamam de Despertar da Consciência ou Iluminação Espiritual.

Então esse é o nosso encontro aqui com você. Além disso, temos encontros online que ocorrem nos finais de semana. Sábado e domingo estamos juntos, através de perguntas e respostas, aprofundando esse assunto aqui com você. Também temos encontros presenciais e retiros.

Setembro de 2024
Gravatá – PE, Brasil