Aquilo que temos dito aqui para você é que há uma diferença entre vencer e estar livre. Veja, você pode vencer, mas o que você vence terá que vencer de novo, de novo e de novo, e aquilo do qual você está livre, está livre. Então, quando as pessoas querem descobrir como ir além do medo, elas não fazem a pergunta correta, porque para ir além do medo é necessário estar livre do medo. Mas elas querem estar livres do medo perguntando: “Como vencer o medo?” Então, essa é a pergunta: “Como vencer o medo?”
Aqui estamos trabalhando com você o fim para o medo e, portanto, a Verdade de estar livre do medo. Não se trata de vencer o medo. Então, é como quando as pessoas querem vencer em uma luta. Quando você vence em uma luta, você, apenas naquele momento, superou seu adversário… mas ele pode pedir revanche e é possível que na próxima luta você tente vencê-lo, e essa tentativa seja uma vã tentativa, porque é possível que ele ganhe. Aqui nessa relação com o medo, a não compreensão do que é o medo – esse é o ponto – é como vencer um adversário na luta, e esse adversário estará sempre pedindo revanche.
Aqui estamos trabalhando com você a Realização do seu Ser, por isso que a verdadeira vitória não é a vitória de quem vence, é a Liberdade desta Realidade de Ser, sem medo. Então, não se trata da vitória de alguém, não se trata de vencer alguma coisa, se trata da Liberdade de Ser. Por isso o nosso enfoque, aqui com você no canal está na Realização de Deus, na Realização do seu Ser.
É apenas nesse sentido que nós colocamos aqui a expressão “Despertar Espiritual”, o que também é uma outra pergunta que as pessoas fazem de uma forma equivocada porque elas têm uma ideia do que significa o Despertar, então elas perguntam: “O que é o Despertar Espiritual?”, mas já perguntam com uma ideia. E muitas pessoas adquirem algumas conquistas, assim chamadas “espirituais”, ou vitórias espirituais, ou conseguem vencer nesse âmbito, no âmbito da espiritualidade, e elas dizem ter realizado esse Despertar Espiritual porque tiveram uma experiência mística que há anos elas vinham buscando, ou uma experiência assim chamada “espiritual” ou extrafísica.
A realidade do Despertar Espiritual não é isso, a verdade do Despertar Espiritual é o fim de uma identidade presente tendo algum nível de experiência, tendo algum nível de sucesso ou realização ou conquista, ou vitória. Então, é nesse sentido que nós usamos também, aqui, a expressão o Despertar Espiritual: apenas quando existe esta Ciência de Ser, livre deste sentido do “eu”, do ego, é que temos a presença da Verdade, da Liberdade, da liberdade do medo, como da liberdade do sofrimento.
Então, o que é o Despertar Espiritual? É esta Realização Divina. O que é a Iluminação Espiritual? É esta Ciência da Verdade do seu Ser. Isso é o fim do medo, é a Liberdade daquele sendo o experimentador na experiência do medo. Observe que você tem medo em razão da presença de uma identidade que se separa da experiência, que é a razão, a causa, ou esta “verdade do medo”. Do que é que nós temos medo? Do passado! Mas o que é o passado? Uma lembrança, uma memória.
Você ontem esteve doente, passou por uma experiência de dor, agora você tem medo desse passado, daquilo que ocorreu ontem, que foi para você doloroso. Mas o que é esse medo, o que é esse passado? Uma memória, uma lembrança, que é pensamento. Repare que o pensamento é algo que está presente que torna possível a presença do medo. Todas as formas de medo possíveis para aquele que está no medo, estão atreladas, veja, diretamente ao pensamento, de uma forma ou de outra forma.
Você tem medo de alguém, o que é que você tem de alguém? Uma imagem! Você tem medo do seu chefe, o que é que você tem do seu chefe? Uma imagem! Você tem medo da esposa, uma imagem. Tem medo do marido, uma imagem. Tem medo de um filho em particular; você tem vários filhos, mas um em particular lhe causa medo. Do que é que você tem medo? De uma imagem! A pessoa é uma imagem, o passado é uma imagem e isso é pensamento. Então, nós temos medo da velhice, é uma imagem, é um pensamento. Temos medo do passado, é um pensamento. Temos medo do futuro, de algo ruim voltar a acontecer, isso é pensamento.
Então, onde está o medo? Temos que investigar isso. A compreensão de onde se sustenta o medo, de onde se abaliza o medo. O medo se abaliza, se sustenta no pensamento, mas o pensamento requer a presença de alguém na lembrança. Veja como é interessante investigar isso: esse alguém na lembrança, quem é? Não é também um pensamento? A ideia que você faz sobre quem você é, enquanto a lembrança está presente, isso não é também um pensamento? Quem é você, sem a lembrança sobre quem você é? Sem a lembrança sobre quem você é, não tem você. Então, o que é que nós temos aqui? Que o pensamento, que é lembrança, é esse “eu” que se lembra.
Vamos com calma nos aproximar disso, vamos tomar ciência desse modelo de ser alguém, de ser a pessoa, de ser esta imagem. A imagem que você tem sobre você é o “eu”, é o pensador. É nesta imagem que está presente o pensamento e, portanto, é nesta imagem que está presente o medo. Sem essa autoimagem, veja, não há medo, sem o “eu”, que é essa autoimagem, não há medo. Quando você usa o pronome “eu”, você está se referindo a uma imagem, você pode contar muita coisa a respeito dessa imagem, mas é só uma imagem que você faz sobre quem você acredita ser. Compreendem isso?
O sentido de uma identidade presente é uma autoimagem, que sustenta o medo e quer lidar com o medo. Veja, a partir desta autoimagem, o que quer que você faça contra o medo é o próprio movimento da autoimagem, que é pensamento, que é o medo. Não há separação entre o medo e a autoimagem. Você não pode separar o medo do medroso, o medroso é a autoimagem e o medo é a lembrança, mas a lembrança é um pensamento, percebem isso?
Vejam como é simples, mas nunca investigamos isso com clareza: qualquer pensamento que você tem em sua cabeça é algo que vem do passado. Quando uma identidade surge para fazer algo contra o pensamento ou a favor do pensamento, essa identidade é também um pensamento, é uma autoimagem, que é o “eu”, o ego. Então, aqui está o segredo para o fim do medo, não se trata de vencer o medo. Vou repetir: aquilo que você vence, terá que vencer de novo e de novo e de novo. Em geral, quando você quer saber algo sobre isso e você consulta alguém, ele lhe dá dicas de como negociar com o pensamento. Mas quem é esse que está negociando com o pensamento, senão o próprio pensamento?
O pensamento é o medo, o pensamento assume a forma do passado, do futuro, da velhice, da imagem da doença, mas esse pensamento ainda é o pensador, esse pensador é o próprio medo, que é o pensamento. Então, como lidar com o pensamento? Como lidar com essa imagem? Tomando Ciência de que não há separação entre a imagem do medo daquela dada situação e esse que está tendo essa imagem. Aqui já temos a resposta do que é a Meditação.
Reparem, a verdade do fim do medo está na ciência da arte de simplesmente Ser, sem a autoimagem, o que é possível quando você coloca a atenção sobre a imagem. Esta atenção sobre a imagem, sobre a autoimagem, é a atenção sobre o pensamento. Acompanhem isso. Essa atenção sobre o pensamento, sem a autoimagem, é a ciência de olhar para o pensamento sem o pensador. Olhar para esta imagem sem esta autoimagem; olhar para a lembrança, sem alguém envolvido com a lembrança, que é a autoimagem; olhar para o futuro que é só um pensamento, sem se envolver na rejeição, na tentativa de rechaçar aquilo, de se livrar daquilo, de fazer algo com aquilo.
Então, qual é a forma Real desta aproximação? O que é a Meditação? É tomar ciência desse instante, sem o observador, sem o pensador, sem a autoimagem. Então, se um pensamento surge, ele é observado. Um ponto interessante aqui, a respeito desse movimento do pensamento, é que ele não só cria e sustenta e dá continuidade ao medo, ele também cria, sustenta e dá continuidade ao prazer. Repare que você é sempre capturado pelo pensamento de prazer. Nós estamos sempre dando continuidade ao prazer do pensamento, ao prazer da memória, ao prazer da lembrança, ao prazer do passado, porque tudo isso foi no passado.
Ao passar por uma experiência de prazer, isso foi guardado na lembrança, na memória – que é pensamento aqui neste instante, buscando uma continuidade a partir desta autoimagem – nós estamos cultivando isso. Percebam que o prazer é o outro lado da moeda do medo. A moeda chama-se medo, mas ela tem dois lados: um lado é o prazer, o outro lado é a dor e a moeda é o medo. Nós cultivamos o prazer e não percebemos que o prazer é a continuidade do medo, porque é a continuidade da dor.
Aqui, o convite para o Despertar de sua Natureza Divina, que é a Realização de Deus, que é algo, repare, que definitivamente põe fim ao sofrimento, ao medo, é a única solução real, verdadeira para o fim do sofrimento humano, para o fim do medo. Isso está em tomarmos ciência desse movimento, que é o movimento do “eu”, do ego, desta autoimagem, que está se movimentando com base no pensamento. No ego, nesse “eu”, queremos dar continuidade ao prazer, mas queremos nos livrar da dor e não percebemos que prazer e dor faz parte da mesma moeda do medo, que é basicamente sofrimento.
Será possível uma vida livre do experimentador? Será que podemos aprender a lidar com a experiência e deixá-la desaparecer sem colocar um experimentador nisso? Sim, isso é possível. Então você desfruta de um momento de alegria, de satisfação, de contentamento, mas você agora não transforma aquilo num movimento imaginário de um futuro prazer – percebe? – para ser buscado novamente, porque isso é dor, isso é medo. Estamos juntos?
O prazer sustenta a continuidade da dor. A vida como ela acontece neste instante, ela traz a dor e traz o prazer, mas por que sustentar isso psicologicamente para manter a continuidade disso, no medo? Se a experiência foi dolorosa, foi dolorosa para o corpo, por que transformar isso numa história psicológica que irá sustentar o medo de que isso volte a se repetir? Podemos viver este momento livres do tempo psicológico, livres desse padrão de pensamento onde essa autoimagem se sustenta, essa tentativa de fugir da dor e buscar o prazer?
É isso que estamos trabalhando aqui, com você, quando apontamos para você a beleza desta Realização de Deus. Isso não tem nada a ver com o que nos é mostrado aí fora como expedientes para, temporariamente, escaparmos de situações psicológicas de aflição e de sofrimento. Nós escapamos porque fugimos, são os mecanismos de fuga que nós já conhecemos e outros que nós aprendemos. Então, isso não resolve.
Aqui o fim desse sentido do “eu”, do ego, é o fim da ilusão, do sofrimento, do medo. Uma vez que o sofrimento e o medo se sustentam no pensamento, com o fim desse modelo de pensamento nós temos o fim dessa ilusão, porque temos o fim para essa condição de cultivo do passado, de cultivo da memória, de cultivo desse tempo psicológico.
Esse é o nosso assunto aqui com você e também em nosso outro canal, você pode dar uma olhada lá. Aqui você tem, na descrição do vídeo, o nosso link; o canal chama-se Marcos Gualberto. Estamos trabalhando com você, dentro deste trabalho, apontando para você a possibilidade desta Realização. Além disso temos encontros on-line que ocorrem nos finais de semana. Dentro de um final de semana, trabalhamos isso juntos através de perguntas e respostas, aprofundamos isso com você. E nesse contato com este Silêncio, com a compreensão desta verdade do que é a Meditação, porque esta Ciência da Meditação, nesta Verdade do Autoconhecimento, que lhe dá esta Liberdade do sofrimento e do medo.
Então, se isso é algo que faz sentido para você, está aqui na descrição do vídeo o nosso link do WhatsApp para você participar desses encontros on-line. Temos encontros presenciais e também retiros. Se isso é algo que faz sentido para você, aproveita e já deixa aqui no comentário: “Sim, faz sentido.” Já deixa o seu like, se inscreve no canal e a gente se vê. Valeu pelo encontro e até a próxima.