As perguntas são “Como conhecer Deus?” ou “Como encontrar Deus?” Notem que coisa interessante são as nossas perguntas no que diz respeito a essa Realidade, a essa coisa Inominável, Indescritível, a essa Verdade que está além de tudo aquilo que o pensamento pode alcançar. Estamos falando dessa Realidade, que é a Realidade Divina, a Realidade de Deus.
Observe as perguntas “Como conhecer Deus?” ou “Como encontrar Deus?” Para encontrarmos algo nós temos que ter o endereço ou dicas de onde aquilo se encontra para termos, de fato, uma aproximação. Então, veja, nós já temos uma ideia sobre Deus, nós só precisamos encontrá-Lo, só precisamos conhecê-Lo. É assim que nós formulamos tudo isso. É assim que nós temos essa questão sendo feita. Qual será a verdade sobre isso?
Notem, nós não conhecemos quem somos, mas queremos conhecer Deus. Nós não sabemos a Verdade sobre nós, mas queremos saber a Verdade sobre Deus. Aqui nós queremos trabalhar isso com você, como ter uma Real aproximação disso. Porque, de fato, o ser humano vem à procura de alguma coisa, há milênios tem sido assim.
O ser humano está procurando algo além dele próprio, além daquilo que ele é. É como se nós desejássemos sair de nós mesmos para alguma coisa além daquilo que nós somos neste momento. Notem, aqui está a Real aproximação dessa questão da Revelação d’Aquilo que Deus É. Aqui nos deparamos com a Verdade da constatação d’Aquilo que Deus É.
Notem isso, aqui não se trata de um “encontrar Deus” ou de um “conhecer Deus” e, sim, de um constatar a Verdade de Deus. A Verdade de Deus não se encontra, não se conhece, não se conhece dentro daquilo que pode ser reconhecido, e não se encontra em algum lugar, em algum espaço. Então a nossa aproximação intelectual desse assunto – também sentimental e emocional – é inteiramente equivocada, porque aqui se trata de uma aproximação da investigação daquilo que se passa aqui conosco.
E o que é que se passa aqui conosco? Por que queremos ir além dessa condição que estamos vivendo? Qual é a razão disso? Reparem que tudo nasce de uma insatisfação, de uma profunda insatisfação. O ser humano não está feliz, não está satisfeito, não está completo. Essa insatisfação tem produzido em nós a busca de alguma coisa. O que há por detrás dessa busca? É a tentativa, realmente, de encontrar algo além desse “mim”, desse ego, desse “eu”. É com isso que estamos insatisfeitos. É aqui, nesse sentido do “eu”, do ego que estamos infelizes.
Então veja, há uma insatisfação e uma procura por uma realidade além dessa insatisfação, então, esse é o primeiro ponto. O segundo ponto é que, por não sabermos a Verdade de Deus, estamos confundindo esse encontro com a Realidade com um encontro com uma satisfação maior. Repare, o ser humano não está, na verdade, na procura da Realidade Divina. Embora ele carregue dentro de si uma insatisfação que nunca irá ser satisfeita por qualquer outra coisa além da Verdade de Deus, mesmo assim, ele está à procura de uma satisfação maior.
Então essa é a procura do ser humano. Ele está confundindo esse encontro com a Verdade, que é a única Realidade que pode lhe completar, lhe fazer realmente Ser o que ele É, que é Felicidade, que é Amor, que é Paz. Ele está buscando uma satisfação maior para a sua vida. Então o ser humano está em busca de alguma coisa que não é essa Realidade de Deus. É bem paradoxal isso.
Então, há uma procura por uma realização. Na mente egoica, nessa mente confusa que trazemos, estamos confundindo isso com a realização de uma satisfação. O ser humano está procurando amor, procurando paz, procurando liberdade, procurando felicidade, mas ele tem uma ideia do que isso representa. Assim, ele projeta isso dentro daquilo que, na verdade, ele imagina. Assim sendo, é algo ainda dentro do conhecido. Então sua busca é a busca por uma satisfação maior, e não pela Realidade de Deus. No entanto, ele está à procura de alguma coisa que não sabe o que é, porque Isso que é a Realidade de Deus está além do conhecido.
Então, notem, nós não sabemos o que é a Verdade da Completude, da Paz, do Amor, da Felicidade que buscamos, mas estamos em busca de uma ideia sobre isso, de um conceito sobre isso, de uma satisfação para esse modelo de insatisfação que é a vida no ego, que é a vida no “eu”. Eu não sei se isso está muito confuso para você.
Colocando de uma forma muito simples: nós não sabemos a verdade de nossa insatisfação, e a nossa busca de satisfação, porque não sabemos qual é a razão dessa insatisfação em nós, não é a busca pela Verdade, porque não podemos estar em busca da Verdade dentro dessa condição confusa, desorientada, infeliz e complicada em que a mente egoica se encontra. Então, simplificando isso tudo aqui: a Realidade Divina é o Desconhecido, e aquilo que na mente nós estamos buscando, ainda está dentro daquilo que a mente conhece.
O que nós precisamos ver juntos aqui é a possibilidade da Realização da Verdade, desta Verdade de Deus. No entanto, isso só se torna possível – esse assim, “conhecer Deus”, esse assim, “encontrar Deus”, o que, na verdade, é constatar Deus, tomar ciência da Realidade de Deus – quando o sentido do “eu”, do ego não está mais presente.
É necessária a eliminação desse sentido do “eu”, do ego, que é a base real da insatisfação, de toda a contradição, de todo o sofrimento, de toda essa dor existencial humana. Aqui nós podemos colocar dentro desse pacote, todo o tipo de sofrimento que nós conhecemos, o medo, o ciúme, a inveja, tudo aquilo que o ser humano quer se livrar e faz perguntas do tipo “Como vencer o medo? Como vencer a inveja? Como vencer o ciúme? Como vencer essa dor, que é a dor da solidão?” Tudo isso faz parte desse pacote, dessa condição, que é a condição do “eu”, do “mim”, do ego, e quando isso termina, nós temos a Realidade Divina, a Realidade de Deus se mostrando.
Essa Realidade de Deus está presente no fim desse “eu”. Assim, essa é a constatação da Realidade que buscamos. Então, o que, na verdade, estamos querendo? O que, na verdade, estamos ansiando? O que, na verdade, estamos anelando? O que, na verdade, estamos procurando? Procuramos, anelamos e desejamos a Verdade d’Aquilo que, quando está presente, essa insatisfação termina.
Aqui o problema é que nós desconhecemos Isso, e Isso está além do conhecido. Quando Isso está presente, Algo novo está presente, o Desconhecido está presente, é a Realidade do seu Ser. Isso é algo que não nos foi dito e nós estamos dizendo aqui para você, explorando aqui com você esse assunto cuidadosamente.
O que estamos dizendo para você é que, sim, é possível Realizar a Verdade de Deus. A Realização da Verdade de Deus, Realizar Deus é o Real conhecer Deus, é o Real constatar Deus. Não é você tomando ciência de quem Deus É, e sim, a Realidade de Deus assumindo o lugar dela nesse corpo e nessa mente. Essa é a Verdade do seu Ser se Revelando nesta vida, a Verdade da vida livre desse centro que é o “eu”, o ego.
Então a Verdade do Autoconhecimento requer essa ciência da Meditação. Então, Meditação é ciência do Autoconhecimento, e Autoconhecimento é a base para a Revelação desta ciência da arte da Meditação, e é isso que torna possível esta Verdade da revelação, da constatação Divina, de Deus. É a manifestação ou a expressão d’Aquilo que é Inominável, Indescritível, que está presente quando o sentido do “eu”, que é esse sentido de pessoa que nós carregamos, não está mais presente.
Assim, o Despertar da Consciência, a Iluminação Espiritual é essa ciência. É comum a pergunta: “Como alcançar a Iluminação Espiritual?” A ciência desta Revelação do que é Iluminação Espiritual está na constatação da Verdade deste Ser, que é a Natureza de Deus, que é a Natureza de cada um de nós quando esse sentido de separação, de dualidade, não está mais presente.
Esse sentido de dualidade é a afirmação desse centro ilusório, que é o “eu”, o ego, esse pensador dentro de nós que vê o mundo separado dele mesmo. Esse pensador vê os pensamentos como algo que ele está produzindo. Esse pensador vê os sentimentos, que são sentimentos separados dele, então, ele é aquele que sente esses sentimentos, é aquele que lida com essas emoções. Isso é algo ilusório. Isso é uma forma de ver a partir de uma ilusão, de uma identificação equivocada, uma coisa aprendida dentro desse conceito de mundo que nós recebemos, que aqui temos chamado de condicionamento psicológico.
Esse modelo psicológico de pensar é um condicionamento; de sentir é um condicionamento. É isso que tem sustentado essa condição de insatisfação. Assim, o ser humano está procurando realizar algo além de si próprio porque, na verdade, ele está insatisfeito.
A princípio, o ser humano acredita que irá encontrar essa satisfação realizando externamente alguma coisa, que ele dá o nome de “felicidade”, de “amor”, de “paz”; depois ele começa a perceber que não tem funcionado, e aí ele se volta para a vida religiosa ou para a vida espiritual à procura dessa coisa misteriosa, dessa coisa indescritível chamada Deus. Mas ainda, tudo isso dentro desse contexto de insatisfação e nesse programa, ainda, de conhecimento que o pensamento tem, que a mente egoica possuiu. E nós precisamos romper com tudo isso, só então esta Realidade está presente.
Então, essa arte do Autoconhecimento e da Verdade Meditação é o fim para tudo isso. A ciência deste Ser é a ciência da Verdade de Deus. Então esse é o nosso trabalho com você. Aqui nós queremos trazer você para esse convite. Aqui nós queremos lhe propor esse convite, o convite da investigação da Verdade sobre tudo isso.