As questões da vida. É necessário que você compreenda que essas questões da vida são questões que ainda se mantêm como questões porque nós não temos uma visão, uma compreensão direta da Verdade sobre quem nós somos. O propósito aqui é investigar isso. Assim sendo, aqui não será aqui apresentado para você uma simples, teórica, conceitual, intelectual resposta para essas questões. Nós estamos juntos para investigar, para explorar isso, para estudar isso. Não podemos estudar isso com alguém, não podemos estudar isso em livros.
Só há uma forma de nos aproximarmos da Verdade da Sabedoria, da Verdade dessa clareza de percepção de Realidade, de visão integral da Vida: é pelo Autoconhecimento. Apenas quando há uma aproximação da Verdade sobre quem você é é que isso se torna possível, e essa é uma descoberta que você faz. A compreensão de si mesmo, que tem por princípio o Autoconhecimento, que tem por base o Autoconhecimento, é a base Real para a Sabedoria, para a solução final dessas questões da vida.
Nós temos inúmeras questões. Uma dessas questões é a questão da ação livre. Nós precisamos descobrir o que é uma ação que represente, de fato, para as nossas vidas uma ação livre, inteligente, uma ação onde haja essa Presença, essa Ciência, essa Realidade Divina. Apenas quando temos a ciência da Realidade de Deus na ação, temos a Verdade da Inteligência, temos a Real Inteligência, então se torna possível uma vida livre de contradições, de dilemas, de conflitos, de problemas.
Reparem que é muito comum essa tentativa nossa de acertar. Nós estamos tentando acertar, então nós temos perguntas do tipo: “Como fazer a coisa certa?” Ou: “Como agir sob pressão?” A nossa tentativa é de atender à vida, de atender a esse momento presente com uma ação que não produza sofrimento, uma ação que produza, de fato, resultados. Mas nós precisamos investigar claramente essa questão da ação.
O que é a ação livre? O que é a ação inteligente? O que é a ação verdadeira? O que eu tenho dito aqui é que nossas ações não são ações reais, elas são ações falseadas pelo pensamento. Assim, quando nós temos ações que são impulsionadas pelo pensamento, nós temos ações conflituosas. Nossas ações são, basicamente, egocêntricas porque são ações que se baseiam no pensamento. Haverá uma outra qualidade de ação, que não se baseia no pensamento?
Nossas ações têm sempre por detrás delas uma motivação, uma intenção, um desejo, um medo, uma apreensão. Há sempre o sentido de um “eu” presente em um movimento autocentrado, autointeresseiro, que se move com base no medo, com base no desejo, com base em escolhas. Tudo isso algo determinado pelo pensamento. Então, nós temos primeiro o pensamento, temos esse objetivo, que está centrado no próprio “eu”, e depois temos a ação. Essa é a qualidade de ação que nós conhecemos, a ação centrada no pensamento, baseada no pensamento.
Então, temos que investigar a natureza desse que age, desse que se move, desse que está sendo o fazedor das coisas, que é o “eu”, o ego. A “pessoa”, como nós nos vemos, é aquela que está se movendo no mundo a partir do pensamento. A vida está a todo momento nos trazendo situações novas, novos desafios. Tudo na vida se constitui num movimento; esse movimento é a ação. Não há como, nessa vida, estarmos livres da ação.
A todo momento nós estamos dentro de um movimento; esse movimento é a ação. O falar é uma ação, o gesticular é uma ação. Da manhã até à noite, desde que você sai da cama até a hora de dormir, você está sempre no movimento, e esse movimento é ação. Então, a todo momento nós estamos atendendo às solicitações da vida, na vida. A vida é esse desafio. A questão é como estamos atendendo a isso.
O que tenho dito aqui – e você pode investigar isso, não apenas ficar nessas palavras concordando ou tendo uma inclinação para ler e discordar – é que nossas ações são egocêntricas, e por serem egocêntricas, por estarem centradas em uma identidade egoica que se vê separada do outro, da vida, das situações, nossa relação com tudo isso é uma relação de separação, de dualidade. E onde há separação, onde há dualidade, nessa noção “eu e o mundo”, “eu e o outro”, “eu e essa ou aquela situação”, há, naturalmente, conflito, sofrimento, desejo, medo, autointeresse.
A nossa vida no ego é uma vida nesse princípio de separação, dentro dessa dualidade. Nesta dualidade, nessa separação, há conflito. Assim, nossas ações são ações centradas no “eu”, no ego. Aqui, nós precisamos investigar a natureza desse ego, desse “eu”. O que é o “eu”? Quem sou eu? Então, qual é a verdade desse “eu”?
Observe que esse “eu”, esse sentido do “eu” é um conjunto de lembranças, memórias, imagens. Se eu lhe perguntar: quem é você? Você vai dizer o seu nome e contar a sua história. Nós estamos identificados com a história que trazemos e com o nome que nós conhecemos a respeito de quem somos, porque nos identificamos com essa história, com esse corpo, com essa mente. Então, essa é a descrição desse “eu”.
Esse “eu”, portanto, é um conjunto de lembranças, imagens, recordações, memórias, história – a história da família, a história da sociedade, a história do mundo. Tudo isso faz parte desse “eu”. A educação que recebemos, a religião onde fomos criados, o sistema político onde fomos educados. A sociedade nos educou, a cultura nos deu essa formação, e tudo isso é hoje parte desse movimento interno de memórias, de lembranças, de recordações, algo guardado nesse cérebro. Então, nós vivemos como uma entidade presente no mundo com um cérebro condicionado, numa vida já programada fisicamente, psicologicamente.
Assim, nossa atuação no mundo, nossa atuação na ação, na relação com o outro, com nós mesmos, com objetos, com situações são ações programadas pelo pensamento; esse movimento é o movimento do “eu”, do ego. Será essa a Verdade sobre quem realmente somos? Isso é o que realmente apresentamos ser, o que demonstramos ser, o que parecemos ser, o que a sociedade, a cultura, o mundo, a família, a história humana nos faz ser. Haverá alguma coisa além disso?
Enquanto nós não descobrirmos a Real Verdade desse Ser que trazemos, nossas ações serão ações centradas no “eu”, no ego, nessa “pessoa”. O ego é essa ignorância, a pessoa é essa ignorância. Esse “eu” vive nessa ignorância, com base num condicionamento psicológico, se movendo no mundo e agindo. Nós estamos criando problemas, vivendo com sofrimento, vivendo em problemas, produzindo problemas. Olhe para a situação do mundo, o caos em que nós nos encontramos, porque, na realidade, esse mundo externo é só uma expressão externa de nossa confusão interna.
Vivemos, psicologicamente, nesse “eu”, nesse ego presos à inveja, ciúmes, conflitos; há essa contradição entre os desejos dentro de cada um de nós, e isso se reflete nessa relação também com o outro. O estado psicológico do ser humano é de confusão, é de desordem, é de sofrimento, estresse, ansiedade, depressão, angústia, a dor da solidão, esse egocentrismo sendo expresso em atividades egocêntricas a cada momento.
Então, a nossa forma de atender a esse desafio, que é a Vida acontecendo nesse instante, com base nesse pensamento, nesse modelo que vem do passado, nesse condicionamento que é o resultado de toda essa cultura, algo que vem do passado, uma ação desse tipo está criando confusão para nós, para o outro, no mundo. Aqui nós estamos descobrindo a arte de Ser Consciência, esse é o nosso trabalho com você. Estamos trabalhando com você o Despertar desse Ser Real que somos, que é o Despertar da Real Consciência.
Nós conhecemos essa consciência comum. Temos falado muito disso aqui , da diferença entre essa consciência como nós nos vemos, como nós nos conhecemos, centrados dentro dessa mente condicionada, e de uma Realidade além disso: é essa Real Consciência. E nós estamos trabalhando com você aqui o Despertar dessa Real Consciência, desse Ser Real que somos. Alguns chamam isso de o Despertar Espiritual, a Iluminação Espiritual; é a ciência do seu Ser se revelando.
A verdadeira ação é a ação da Inteligência, que nasce dessa visão da Realidade. Não há qualquer separação nesta ação. Nossa ação, quando nasce do pensamento, está carregada de uma intenção egoica. Há uma qualidade de ação livre desse pensamento condicionado, dessa mente condicionada, e esse é o assunto nosso aqui: lhe mostrar que, sim, é possível uma ação livre desse condicionamento psicológico.
Temos que investigar a natureza desse “eu”, desse experimentador, desse que cultiva esse modelo de pensamento condicionado, então podemos ir além do pensamento, então o pensamento cessa, essa condição psicológica, condicionada de ser desaparece. Algo novo surge para uma vida em Amor, em Felicidade, dentro dessa ciência de Deus, dessa ciência da Verdade.
Nós aqui estamos aprofundando isso com você, explorando isso com você, lhe mostrando a possibilidade de, nesta vida, assumir a Realidade que você nasceu para assumir, que é a Realidade desse Ser, que é a Realidade de Deus, que é a Realidade de sua Natureza Essencial, de sua Natureza Divina.