Investigação da mente. O que é a consciência? Mente tagarela.

Aqui estamos tratando com você sobre o que é a consciência, o que é a mente e o que é o pensamento. Esses três assuntos são assuntos tratados aqui, assim como diversos outros assuntos que estamos investigando com você. E por que fazemos isso? Porque esses assuntos são assuntos muito importantes dentro da nossa proposta.

O que estamos trabalhando com você aqui juntos? Estamos trabalhando o fim da ilusão desse “eu” presente, desse ego, desse sentido de “alguém” na vida, aqui, neste momento presente. Isso é o fim para o sofrimento, para a ansiedade, para a depressão, para a angústia, para todos esses quadros de infelicidade psicológica que nós conhecemos. O seu encontro com a Verdade Divina, o seu encontro com a Verdade do Ser, com a Verdade de Deus é o fim para conclusões do tipo “minha consciência”, “minha mente”, “meu eu”, “meus pensamentos”. É isso que estamos tratando com você. Veja, tudo isso é algo significativo aqui.

Então, vamos trabalhar aqui sobre essa questão da consciência, vamos ver isso de perto. As pessoas têm falado sobre isso, sobre o que é a consciência, elas perguntam: “O que é a consciência?” Há muitos livros falando sobre o que é a consciência e nós temos dividido a consciência em inconsciente, consciente, subconsciente, falamos de “minha consciência” e assim por diante. E aqui nós estamos vendo com você a questão da simples consciência humana.

O que é a consciência humana? Não vamos nos prender a palavras e a termos mais técnicos porque isso a gente deixa com os especialistas. O que é essa mente humana, essa “minha mente”? Existe tal coisa? O que é essa consciência humana? Existe tal coisa como a “minha consciência”? Veja, estamos aqui lidando com a consciência humana, essa, sim, é essa consciência em mim, é a consciência em você, é a consciência em todos. Estamos lidando com a mente humana, é a mente comum a todos.

Como a mente funciona? Como a consciência funciona? Consciência é basicamente um movimento de pensamentos dentro de cada um de nós. É isso que chamamos de consciência. Estar ciente da experiência do momento, se vendo como alguém que se identifica com essa experiência, isso é algo possível quando há esse movimento de pensamento que reconhece. O reconhecimento a partir do pensamento dessa experiência é o que nós chamamos de consciência, esse é o sentido de ser consciente, de estar consciente, e essa é a consciência humana; uma consciência presa a um padrão, a um modelo de existência, onde sabemos muito bem o que está presente neste modelo de consciência humana: ansiedade, angústia, medo, depressão, inveja, ciúme, posse, controle, sofrimento. Também reconhecemos dentro dessa consciência alguns aspectos, assim chamados, “positivos” dessa vida humana, dessa vida em todos nós: o prazer, a alegria, a realização, a satisfação.

Nós carregamos esses aspectos, os positivos – resumindo: prazer – e os negativos – resumindo: dor –, então de um lado temos o sofrimento nessa consciência humana e em outro lado temos o prazer, e tudo isso são aspectos dessa consciência em nós, essa é a consciência humana. A pergunta é: podemos ir além dessa condição de consciência humana para algo desconhecido desse padrão de prazer e dor, para além desse padrão de aspectos positivos e negativos dentro dessa “minha consciência”, desse “meu pensamento”, dessa “minha mente”, desse “meu eu”? Podemos descobrir alguma coisa além disso? É o que estamos trabalhando com você aqui; estamos sinalizando para você a Libertação desse “eu” e, portanto, a Libertação dessa consciência humana.

O que há além dessa consciência humana? Qual é a Realidade quando essa, assim chamada, “consciência humana” – ou essa mente como nós a conhecemos – não mais está presente? Temos que primeiro investigar o que é essa mente, como nós temos funcionado, o que é essa consciência, como estamos funcionando dentro dela. Reparem, é sempre dentro de um princípio de separação, de dualidade, é sempre numa ideia de um “eu” presente sentindo esses aspectos positivos e negativos e dizendo estar consciente deles, é sempre o sentido de um “eu” presente nesse movimento de pensamento dizendo que está consciente desses pensamentos.

O que são esses pensamentos? O que é o pensamento? Pensamento é basicamente memória. Todas as experiências pelas quais você passou você registrou em algum momento, isso se tornou dentro de você lembranças, recordações, memórias. É possível uma vida livre dessa condição, onde estamos livres desse modelo de identidade, que é o “eu” vivendo esses aspectos da consciência – os positivos e os negativos –, e esses aspectos dessa mente carregada com essa memória, com esse modelo de memória? Haverá alguma outra coisa além disso? É o que estamos investigando aqui com você.

A Realidade do seu Ser, a Realidade Divina, a Realidade de Deus não está dentro desse padrão, desse modelo. Todos esses aspectos que são conhecidos dessa, assim chamada, “mente” e dessa, assim chamada, “consciência em nós” são aspectos da identidade egoica, do movimento de uma existência que se vê separada da vida, separada do outro, separada da Realidade Divina, separada de Deus.

Aqui não estamos lidando com uma crença sobre Deus, estamos falando sobre uma Realidade que se revela quando esse “eu”, esse ego, não está mais presente, quando esse sentido de consciência egoica, que é a consciência que carrega esses dois aspectos – os positivos e os negativos –, não está mais presente, quando essa mente dualista, que é a mente que se vê separada, no controle ou acreditando estar no controle, não está mais presente. Então temos a Verdade da Revelação do Ser, que é a Consciência.

A pergunta é: como isso se torna possível? Isso se torna possível por um estudo. Não indo aos livros ou indo aos especialistas para ouvir falar sobre isso, mas olhando para si mesmo. Um especialista em autoconhecimento não pode lhe dar a Verdade do Autoconhecimento. A compreensão da Verdade do seu Ser é algo que se revela aqui, nesse instante. Não há qualquer especialista em autoconhecimento, como não há qualquer livro capaz de lhe dar a Verdade da Revelação sobre quem é Você. A não ser que você se aproxime de si mesmo, você jamais terá essa visão, esta compreensão.

Então, aqui se trata desse estudar a si mesmo e compreender a verdade da mente, a verdade sobre a consciência. Assim, essa condição de consciência humana, que é resultado de toda uma programação de cultura, de sociedade, de mundo, uma forma específica e condicionada de se sustentar dentro de cada um de nós, tudo isso se desfaz dentro dessa Real Compreensão da Verdade sobre quem nós somos, a constatação dessa verdadeira Presença de Ser, que é Real Consciência. Então uma qualidade nova de mente surge.

Quando a mente se aquieta começa a se tornar ciente do seu próprio movimento, esta é a forma que temos de nos aproximarmos da verdadeira Revelação desse Ser que somos, dessa verdadeira Consciência, dessa Real Consciência que somos. É isso que é Real, além dessa condição psicossomática que assumimos ser nessa ilusão do ego, nessa ilusão do “eu”.

Pode ser que isso pareça para você algo muito estranho a princípio. Ter uma aproximação de si mesmo para olhar, para estudar a si próprio e observar o movimento da mente, então há uma compreensão daquilo que está fora dessa mente inquieta, tagarela, com os seus diversos padrões de pensamentos obsessivos, pensamentos negativos, pensamentos aquisitivos. Todos os modelos de padrões de pensamentos presentes dentro dessa memória egoica, dessa memória do “eu” são compreendidos quando a mente se aquieta, silencia. Assim, olhar para esse próprio movimento do “eu” é auto-observação.

As pessoas perguntam: “Como observar a mente?” A resposta para isso é se tornando ciente de todo e qualquer movimento que surge sem reagir. A não reação a todo e qualquer movimento do pensamento, sentimento, sensação é o segredo. A não reação é o segredo, essa é a forma de nos aproximarmos verdadeiramente da observação da mente.

Como observar a mente? Se tornando ciente. Como não reagir? Se tornando cônscio de si mesmo aqui e agora. Então um espaço novo se abre, que é o espaço da Verdade do Autoconhecimento. Reparem que isso é possível quando nós colocamos nossa atenção, essa Plena Atenção sobre todo o movimento da consciência, dessa consciência comum a todos. Quando você coloca atenção sobre esse movimento da consciência e percebe todo esse jogo, nesta Atenção não existe esse elemento que é o “eu” tentando fazer algo, há apenas essa observação, esse observar a mente, esse observar o movimento dessa consciência nessa Atenção Plena. Então temos a Revelação do Autoconhecimento. Tudo isso faz parte de uma aproximação da Realização do seu Ser, da Realização de Deus, porque agora temos presente a Verdade da Real Meditação.

Descobrir a arte de Ser essa Presença, de Ser essa Consciência é descobrir o que significa Ser; é Algo possível quando há essa aproximação da Real Meditação. O trabalho consiste nesse olhar para todo esse movimento do “eu”, então descartamos essa ilusória consciência, essa condição de consciência, de padrão, de condicionamento de consciência que é essa, assim chamada, “consciência humana”, para Algo novo, para Algo inusitado, para Algo inominável, que é a presença da Real Consciência.

Essa é a forma de nos aproximarmos da Verdade do nosso próprio Ser, o que alguns chamam de o Despertar Espiritual ou o Despertar da Consciência Tudo isso requer uma aproximação de si mesmo como, em geral, não temos dado a nós mesmos, porque estamos sempre dentro dessa continuidade de vida egoica, dentro desse padrão de repetição, de modelo, de continuidade. Se faz necessária uma aproximação neste instante, se faz necessário esse estudar a si mesmo, esse aprender a olhar para si mesmo, trazer essa Atenção Plena aqui e agora para essa constatação, para esse descobrimento.

Então, essa é a forma de nos aproximarmos de nós mesmos, de nos aproximarmos da Verdade sobre a Constatação de Deus, desse Silêncio, dessa Beleza, dessa Graça, dessa vida livre, nessa completude de Ser Pura Consciência, de Ser Pura Presença. A Verdade Divina é Algo que está aqui e agora, tudo que se faz necessário é o fim dessa ilusão, desse senso de separação criado, sustentado por esse movimento de mente egoica, por esse movimento de consciência humana, que é a consciência mental, que é a consciência do “eu”.

Outubro de 2023
Gravatá – PE, Brasil