Quem é Deus? Alguns se contentam com o que os Livros Sagrados dizem sobre Deus, então há uma aproximação intelectual. Outros têm uma aproximação além de intelectual, também emocional e sentimental dessa questão “quem é Deus?” baseada em uma crença. Aqui nós estamos trabalhando com você essas, assim chamadas, “as grandes questões da vida”.
O ser humano tem questões não resolvidas, vamos ver isso aqui. Por que essas questões ainda não foram resolvidas? Qual é a origem? Qual é a natureza? De onde elas vêm? Como surgem essas questões? De onde elas aparecem? É isso que estamos vendo aqui com você. Estamos trabalhando com você o fim para esse elemento que cria essas questões.
Nós queremos ter respostas para essas grandes questões da vida. Então as pessoas perguntam: “Qual será a verdade sobre Deus?” Podemos resolver essa questão simplesmente acreditando ou nos envolvendo com aquilo que alguns chamam de “vida religiosa”? Essa é uma outra questão: o que é religião? Para muitos, religião consiste em frequentar templos, igrejas, ouvir ali o sermão, cânticos, voltar no domingo para casa e no restante da semana levar a vida como geralmente tem levado, até o próximo final de semana, até o próximo domingo.
Para muitos, a resposta para essa questão da religião e para essa questão de Deus consiste em cerimônias, em rituais, em doutrinas. Então, essa assim chamada “vida religiosa” é essa vida da crença, onde há um envolvimento intelectual, emocional, sentimental. Assim, para a maioria das pessoas aqui já está a resposta para a pergunta “o que é Deus?” Mas isso é verdade? A crença realmente lhe mostra a Realidade? Até porque você depois de acreditar ou mesmo acreditando continua, ainda, como uma pessoa carregada de medo e de toda forma de sofrimento psicológico em razão de um modelo de vida e de existência totalmente egocêntrico.
Então, apesar de uma vida, assim chamada, “religiosa”, não há essa Realidade da ausência do ego, da ausência desse centro de separação, de dualidade. Na verdade, a maioria das pessoas nem mesmo tem ciência da importância de liberarem de si mesmas a ideia desse “mim”, desse “si mesmo”, desse “eu”, desse ego.
Quer sejamos religiosos ou não religiosos estamos todos envolvidos, ainda, nessas assim chamadas “questões”. As grandes questões continuam sem respostas. Como vencer o medo? Como deixar o sofrimento? Como abandonar o egocentrismo? Como deixar de ser egoísta? O que é o amor, o Real Amor?
Aquilo que conhecemos por amor é uma questão ainda não resolvida, porque a ideia que fazemos sobre o amor também ainda é uma crença. Amor para nós é prazer, é satisfação, é preenchimento na relação com o outro, e se isso deixa de acontecer, se eu não recebo mais isso nessa relação, não há mais amor, fico indiferente àquela pessoa ou ela pode se tornar até minha inimiga, porque ela não me dá o que eu desejo.
Não sabemos o que é o amor; esse “amor” que conhecemos é algo ligado a apego, à posse, a controle, a ciúme, a domínio e, portanto, o sofrimento está presente. Como pode haver sofrimento no amor? Então, isso não é amor, como também isso não é a Realidade de Deus; é só uma crença. Se o ego está presente, não há essa Realidade de Deus, não há essa Realidade do Amor.
Essa é uma outra questão não resolvida: quem sou eu? Uma das grandes questões da vida que a pessoa não responde, porque a pessoa é esse “eu”. Mas o que é essa pessoa? Não sabemos. O pensamento não tem resposta para nada disso. O pensamento cria a ideia. A ideia de Deus, a crença em Deus, tudo isso está dentro do pensamento, da imagem que ele forma. O pensamento cria a ideia do amor, mas não resolve essa questão do que é, de fato, a Realidade do Amor. O pensamento cria a ideia desse “eu”, mas não resolve essa questão do que é esse “eu”, do que é essa “pessoa”. Então reparem a situação onde nós, nesse “mim”, nesse “eu”, nesse ego nos encontramos; é ele o criador real de todas essas “grandes questões da vida”.
Aqui estamos tendo uma aproximação da Revelação da Verdade do nosso próprio Ser. O pensamento é quem cria a imagem do amor, a imagem de Deus, a imagem dessa pessoa. Haverá alguma coisa além desse pensamento? Essa é a outra questão, uma das “grandes questões da vida”. Reparem que todas essas questões têm uma origem única, uma natureza única, uma estrutura única, uma base única, e a base é o pensamento.
Haverá alguma coisa além do pensamento? É o pensamento que tem criado Deus para “mim” que é diferente do Deus que ele tem, porque ele é de uma outra religião. Então há essa divisão: “o meu Deus é mais forte que o seu”, “a minha vida é mais importante que a sua”, “o que sinto é mais real do que o que você sente”, e tudo isso está dentro desse modelo do ego, desse senso pessoal de ser alguém dentro do viver, dentro da experiência. É possível ir além do pensamento? Ir além deste sentido do “eu” presente no viver, na experiência?
Assim, nós não temos resposta para as “grandes questões da vida” e é isso que estamos trabalhando aqui com você. Não sabemos o que é viver porque não compreendemos a Beleza da vida. Aquilo que chamamos de “viver” é rotina, é enfado, é inveja, é ambição, é projeção de felicidade, idealizada pelo pensamento, porque a vida se mostra complicada, difícil, uma vida cheia de desejos, de apegos.
Não sabemos o que é a morte. Assim como não sabemos o que é a vida, não sabemos o que é a morte. A Beleza do fim para tudo isso, isso é a morte. Para nós a morte é perder o corpo para a doença, para um acidente, vem a velhice e põe fim ao corpo, a doença termina com o corpo, um acidente pode terminar com o corpo. Para nós, isso é a morte. Mas o que é a Verdade da morte? Há uma grande Beleza na compreensão do que é a morte, do que é a vida, do que é o Amor, do que é Deus.
Então estamos aqui trabalhando com você isso, o Despertar da Sabedoria, que é o Despertar desse Ser que somos fora desse ego que acreditamos ser, dessa pessoa com a qual nós nos identificamos como sendo nós mesmos, como parecendo ser quem somos, como expressamos ser quem somos. Essa pessoa em relação com o outro, essa pessoa em relação com essa ideia de vida, com essa ideia de Deus, com essa ideia do amor, tudo isso é completamente falso.
Aqui o trabalho consiste em descobrir a Verdade desse Ser, Felicidade e Consciência, que é a natureza de cada um de nós quando estamos vivendo uma vida livre do ego, livre desse sentido de separação, onde não há mais esse “eu”, não existe mais o outro. Quando não há mais esse “eu”, não existe mais o conflito dos desejos, o conflito criado pelo medo, pelo medo de perder, pelo medo de não adquirir, pelo medo de não poder segurar, pelo medo de não poder continuar mantendo junto a esse “mim”, a esse “eu” aquilo que ele acredita que é dele. Tudo isso é conflito quando o “eu” está presente.
A presença desse “eu”, desse ego é a presença da ilusão; a presença desse ego, desse “eu” é a presença da ignorância. A verdade sobre a ignorância é a ilusão desse “eu”. Como esse “eu” não é real, ele se sustenta em razão de um condicionamento, de uma programação, de um modo específico de continuar por não ser constatado. A presença desse “eu” é uma ilusão. Portanto, a verdade sobre a ignorância presente em nós é a verdade dessa ilusão do ego, do “eu”, que é a ilusão da “pessoa”.
Então, o que nós temos sobre a Verdade? O que temos sobre a Verdade é a ilusão dessa ignorância. Sustentar essa ignorância é manter essa ilusão, isso é a ausência da Verdade. Pode parecer bastante complicado ou até um jogo de palavras, mas é muito simples: enquanto houver a ilusão de “alguém” presente, haverá a ignorância para esse “alguém”, haverá essas questões não respondidas, porque esse ego, esse “eu” é aquele que cria essas questões, porque ele se vê como um elemento separado e, em razão do medo, está fazendo perguntas, em razão da ilusão, está tentando descobrir alguma coisa. Tudo isso são coisas construídas pelo próprio pensamento. Essa ilusão é uma construção do próprio pensamento, essas perguntas são construções do pensamento, essas questões são construções do pensamento.
Então, o pensamento cria as questões e vai em busca de uma resposta e não encontra nenhuma resposta. Desde o nascimento até a morte, desde que nascemos até o túmulo, esse sentido de um “eu” presente vive no medo, vive no sofrimento, vive na ignorância, vive na ilusão. Aqui estamos lhe propondo o fim para esse “eu”, isso é o fim para essas, assim chamadas, “as grandes questões da vida”.
O nosso trabalho aqui consiste em observarmos esse movimento do “eu”, do ego e nos tornarmos cientes desse senso de separação, de ilusão. Isso é possível quando há uma aproximação e eu quero lhe convidar para investigar como se aproximar disso. Então, esse é o nosso trabalho aqui com você, lhe mostrando que é possível a Realização de Deus, a Realização do seu Ser. Essa é a Verdade sobre a Real Espiritualidade; essa é a Verdade sobre a verdadeira Vida Religiosa quando esse sentido do “eu”, do ego não está mais presente. Não é nada daquilo que, até então, temos acreditado e estamos seguindo. Uma vida livre do ego, a Real Vida Religiosa, a verdadeira Vida Religiosa, a Real Espiritualidade é uma vida livre desse sentido de separação, desse sentido de dualidade, é uma vida na Não Dualidade – os Sábios chamam de Advaita, uma vida livre desse sentido de separação.