Aqui nós estamos trabalhando com você a visão da Verdade sobre quem somos nesse contexto da vida. O ponto é que isso requer, de cada um de nós, uma aproximação, uma observação e um exame que não temos. Não temos porque nós não sabemos o que é esse pensar de uma forma direta sobre esses assuntos.
Aqui nós estamos tratando com você de temas que são fundamentais para uma vida realmente Feliz, Livre, onde há esse perfume ou essa presença do Amor. Mas aqui nos deparamos com um problema, e o problema é que nós não temos essa habilidade, esse modo real de nos aproximarmos de um assunto como esse, porque o nosso intelecto está já programado para um modelo de pensamento que é o pensamento comum a todos.
É muito curioso quando as pessoas me dizem: “O que você diz é muito estranho”. Outros dizem: “Você diz, diz e não fala nada”. Por que é que elas têm essa sensação de estranheza dessa linguagem? E por que elas dizem isso? É porque o nosso modelo de pensar é um modelo já programado, dentro de uma cultura, de uma civilização onde os nossos valores e aquilo que damos importância é algo muito superficial.
Não há essa riqueza, não há essa beleza de profundidade, de compreensão dentro de cada um de nós, porque os nossos cérebros estão já programados para um pensar superficial, para um modelo já superficial de olhar a vida. Então nós olhamos para nós mesmos, olhamos o outro, olhamos o mundo a partir de um olhar condicionado. O nosso pensar é condicionado, o nosso sentir é condicionado, o nosso olhar é condicionado, dentro do mesmo esquema de cultura, de humanidade, de civilização, algo comum a todos nós.
Ao olharmos para o mundo, percebemos a superficialidade, toda a desordem, toda a miséria, toda a confusão em que nós nos encontramos, dentro desse contexto de um pensar, de um olhar e de um sentir muito superficial. E aqui você tem um convite, e o convite é para a Realização de Deus, para o Despertar Espiritual, para a ciência da Verdade d’Aquilo que é você, além dessa noção de ter nascido, de estar vivendo, envelhecendo e caminhando para o túmulo.
Aqui se trata, portanto, de uma aproximação de Algo fora do conhecido. Aqui nós temos que enfrentar ou nos confrontarmos, antes de tudo, com os nossos já conhecidos conceitos, preconceitos, conclusões, ideias, opiniões e crenças, e é aqui que nos deparamos com a grande dificuldade, porque o nosso modelo já programado resiste a essa investigação, resiste a essa observação.
Se você se deparou com esse trabalho é porque de alguma forma você está à procura de algo além dessa superficialidade, dessa condição de cérebro, de intelecto e de mente condicionada. Você está à procura de um novo modo de pensar. É por isso que as pessoas perguntam: “Como pensar? O que é o pensar?”.
Veja, essa pergunta é essencial. O que é o pensar? Mas até nisso nós temos fracassado – quando perguntamos o que é o pensar ou como pensar –, porque a grande maioria quando faz essa pergunta não é porque estão já cientes do condicionamento, do modelo de pensamento que trazem, de programação de pensar condicionado presente nelas. Quando perguntam o que é o pensar, elas querem descobrir uma forma de pensar para ter sucesso, para se tornarem bem sucedidas e realizadas dentro desse mesmo esquema, dentro desse mesmo princípio de superficialidade, no qual a grande maioria está vivendo.
Então, para a pergunta “Como pensar?”, as pessoas têm o objetivo de aprender a pensar para obterem resultados dentro desse sistema, dentro desse modelo, dentro dessa condição de cultura humana que há milênios está vivendo nessa condição de infelicidade, de miséria, de sofrimento, de conflito, de violência e de medo. Aqui “como pensar” e “o que é o pensar” é essencial.
Reparem que esse modelo de pensamento que temos é a repetição de uma continuidade de história, de cultura, de humanidade. Se você foi criado numa cultura judaico-cristã, o seu modelo de pensar religioso é esse; se você foi criado numa cultura budista, o seu modelo de pensar é budista; se você foi criado numa cultura hinduísta, o seu modelo de pensar também é aquele. Isso se aplica a essa questão da cultura religiosa, da cultura política ou da cultura social.
Nós somos o resultado da cultura onde nascemos, crescemos, nos tornamos adultos; estamos pensando, estamos sentindo, estamos agindo dentro dessa base de cultura. Esse é o programa que está rodando dentro de cada um de nós. Então, como os computadores, nós também estamos programados para esse modelo de vida onde o que tem prevalecido é o medo, a inveja, a ganância, a violência, o sofrimento, esse sentido de separação do outro, de separação da vida, de separação de Deus. Então estamos dentro desse dualismo, dessa dualidade.
Desconhecemos a Não Dualidade, desconhecemos a Não Separação, desconhecemos esse sentido de Ser onde não há qualquer separação, o que os Sábios na Índia chamam de Advaita, a Não Dualidade, a Não Separação entre você e o outro, entre você e a vida, entre você e Deus. Isso está dentro dos Vedas, mas essa é a visão daquele que realizou a Verdade do seu Ser. Não há qualquer separação, só há essa Realidade Divina, que é a Realidade de Deus. Então viver a vida é Ser a Vida.
Há algo extraordinário em tudo isso: é o fim do sofrimento, é o fim dos problemas, é o fim do medo, é o fim da morte porque é o fim dessa ilusão de “alguém” que está vivo, que nasceu um dia, tem um corpo, tem uma história e irá morrer, é o fim dessa ilusão de “alguém” presente. A Realidade do seu Ser – que é Consciência, que é Amor, que é Felicidade, que é Verdade, que é Deus – é a ciência de que Aquilo que é seu Ser, Aquilo que é você nunca nasceu, portanto, não está vivo e irá morrer; é a Realidade de sua Natureza Real, que é atemporal, que está além desse sonho de mundo, de vida assim conhecida por todos nós.
Adentrar a esse Desconhecido é conhecer as profundezas, as grandes riquezas do seu Estado de Pura Consciência, de Puro Ser, Algo que se revela quando há Real Meditação. Então não há mais essa superficialidade, não há mais esse modelo. Um cérebro novo está presente, uma mente nova está presente, um coração novo está presente, uma vida Real, nova está presente. Assim, esse trabalho aqui consiste em explorarmos isso juntos, em adentrarmos por esse mistério da Graça, do Divino, do Desconhecido, do Inominável, que é a Verdade do seu Ser. O Despertar da Consciência, o Despertar Espiritual – que é chamado também de Iluminação Espiritual – é o florescer dessa Verdade Divina.
Quando há esse contato com uma aproximação desse trabalho pelo Autoconhecimento, pela Real Meditação de uma forma vivencial, há o contato com a Realidade da Felicidade, da Paz, da Liberdade. Uma Liberdade que ultrapassa tudo aquilo que a mente pode imaginar. Uma Felicidade que está além de todos os projetos, sonhos e desejos que o ego, que esse senso do “eu”, em sua superficialidade, tem projetado em realizações humanas, em realizações mundanas, em realizações de sonhos. Um Amor Real presente, não aquilo que nós compreendemos ou acreditamos saber sobre o amor. Estamos falando de Algo fora do conhecido da mente, portanto, fora desse, assim chamado, “amor”, carregado de posse, controle, ciúme, inveja, dependência emocional. Amor é algo além de sentimento, de emoção, de sensação e de pensamento, é além dessa ideia sujeito e objeto.
Tudo isso são assuntos que estamos explorando aqui com você, investigando com você. Nesse encontro ocorre o Despertar da Sabedoria. É comum a pergunta: “Como ser Sábio?” É comum, também, a pergunta: “O que é o pensar?” Tudo isso exploramos aqui com você, investigamos juntos aqui com você. A Verdade do seu Ser é a Sabedoria, isso é o Sábio; não é “alguém sábio”, é a Sabedoria do Sábio, é o Ser Sábio. Isso está fora desse movimento do conhecido, está fora desse movimento desse intelecto condicionado, desse cérebro condicionado, dessa mente condicionada.
Quando desperta essa Realidade do seu Ser, quando essa Realidade Divina floresce, acontece uma mudança nesse corpo-mente, uma transformação radical nessa estrutura para o Despertar do Sábio. Alguns chamam isso o despertar da Kundalini, é quando essa energia de Presença, de Poder, de Consciência, de Real Consciência assume esse corpo-mente; acontece o Despertar da Kundalini, o Real Despertar da Kundalini. Nós temos tocado aqui com você nessa importante questão do Despertar da Kundalini.
Kundalini é essa Real Consciência, é essa Real Presença operando uma mudança psicofísica nesse mecanismo, nesse organismo. Esse cérebro precisa ser descondicionado, ele precisa passar por um processo de transformação, de mudança. Então há uma alteração, há uma mudança nessa própria estrutura cerebral em razão dessa presença da Consciência, dessa Energia que assume esse mecanismo, esse organismo psicofísico. É isso que os Sábios denominaram de Kundalini: a presença dessa Energia operando uma mudança nessa máquina, nesse organismo vivo, nesse organismo biológico, nesse mecanismo biológico.
Uma mudança ocorre dentro desse mecanismo quando ocorre o Despertar da Kundalini, o Despertar da Consciência. Aqui nós temos falado bastante sobre a questão da Kundalini, da mudança que se faz necessária nesse organismo para que haja um novo modo de pensar, de sentir, de viver. Uma mudança se faz necessária, então aqui, nessa aproximação, nós estamos trabalhando com você a questão dessa radical e profunda mudança que se faz necessária dentro de cada um de nós, nesse organismo, nesse corpo-mente.
Uma aproximação da Verdade do Autoconhecimento e da Real Meditação é aquilo que torna possível essa mudança. Então há Algo novo presente, há uma Energia nova presente nesse organismo, nesse corpo-mente; o cérebro, então, funciona de uma forma completamente diferente daquele antigo cérebro condicionado, programado, naquele antigo modelo de pensar, sentir e se comportar no mundo. O trabalho aqui consiste em termos uma aproximação de nós mesmos, Real, verdadeira, uma aproximação d’Aquilo que somos, nesse instante, aqui e agora.