O que é essa ação livre do “eu”? O que é uma ação completamente livre da contradição, do conflito, desse impulso que se baseia, em geral, no desejo ou no medo? O que é uma ação livre do ego? Esse assunto compreende a questão da Atenção. Esse Natural Estado de Atenção sobre si mesmo é algo que elimina o sentido de um “eu” presente dentro dessa experiência. Alguns chamam isso de “atenção plena” e interpretam isso de uma forma muito equivocada, porque colocam essa expressão como algo que você pode fazer, algo que através de uma técnica, de uma prática, de uma disciplina, você pode realizar.
O seu Natural Estado de Presença, de Consciência, de ver livre do observador, de sentir livre desse elemento “eu” presente nesse sentir, de pensamento livre desse elemento que é a ideia, a convicção, a crença de um pensador presente nesse pensamento, esse é o Natural Estado de Atenção Plena. Nesse Natural Estado de Atenção Plena não há esse elemento “eu”. Nós vamos, nesses poucos minutos aqui, aprofundar isso com você.
Nossas respostas a este momento, a este instante – há algo surgindo, há algo aparecendo aqui neste momento em nossas vidas –, em geral, nossas ações são ações que respondem a esse momento e têm por base o pensamento por trás delas, então são ações que nascem do pensamento.
Nós temos que compreender, se queremos realmente descobrir o que é essa Real Atenção Plena – como eu tenho chamado aqui no canal – ou como praticar a Atenção Plena – porque essa é uma questão para muitos –, temos que compreender algumas coisas.
A expressão “como praticar” é porque as pessoas estão à procura de uma técnica, à procura de uma prática, à procura de um sistema para implementar em suas vidas para terem essa Atenção Plena. Como as pessoas têm falado muito dessa expressão “atenção plena” no sentido de algo que o “eu” faz, o ego faz, a pessoa faz, temos a ideia de uma técnica, de uma prática, de um sistema. Aqui, quando eu me refiro a essa Atenção Plena, estou falando desse Natural Estado de Atenção Plena ou a Plena Atenção livre, naturalmente, do “eu”, do ego e, portanto, livre desse elemento que é o pensamento, que é o pensador.
A verdade dessa Atenção Plena é a presença da Consciência Pura, do ver Puro, do sentir Puro, desse pensar Puro, e o que é Isso? O que é esse ver, esse sentir, esse pensar que aqui eu chamo de Puro, Consciência Pura? Algo livre do sentido de uma identidade presente. A consciência como nós conhecemos é a consciência mental e, portanto, é a consciência que tem por base uma estrutura de pensamento. Quando ela está presente, não há essa Verdade dessa Atenção, dessa Plena Atenção; quando ela está presente, nós temos um movimento corriqueiro, comum, habitual do pensamento dando uma resposta a esse momento através de uma ação, de uma fala ou de algum movimento ainda centrado nesse “eu”. Assim, dentro desse sentido de um ego presente, esse estado de inconsciência é o que geralmente nós chamamos de consciência, porque o sentido de um “eu” presente, de um ego presente, esse movimento que responde a este instante com base no pensamento é um movimento de inconsciência ou, como eu tenho chamado aqui no canal, de consciência mental. Então nossas respostas são em desatenção; essa desatenção é esse movimento dessa consciência mental, dessa consciência egoica e isso é ausência dessa Atenção Plena.
As pessoas têm alguns vislumbres desse Estado de Atenção Plena e elas querem se voltar a descobrir uma técnica ou uma prática para, temporariamente, se verem livres desse sentido do “eu” nessa Atenção. Aqui nós estamos trabalhando com você algo diferente disso. Aqui, quando eu me refiro a essa Atenção Plena, estou me referindo a algo que nasce muito naturalmente quando há Real Meditação. Essa Real Meditação é a ciência da Verdade d’Aquilo que está aqui e agora, e essa Verdade é Aquilo que se revela quando o pensamento não está presente. O nosso pensamento tem por princípio uma lembrança, uma memória, algo vindo do passado. O ser humano vive numa condição psicológica interna e nessa relação externa com o mundo assentada nesse princípio de identidade pessoal, de identidade do “eu”, dessa inconsciência, dessa ausência da Verdade do seu Ser. Então nossas respostas a este momento sempre são respostas conflituosas.
Nossas respostas a este momento presente, dentro dessa condição que é a condição do “eu”, é sempre uma resposta inadequada, porque é uma resposta inconsciente, uma resposta que tem por princípio o modelo que é um modelo comum da consciência egoica. Nós estamos sempre numa relação, por exemplo, com o outro, e a base dessa relação é a ideia que fazemos dele ou dela e que ela ou ele faz de nós. Então nossas relações ocorrem dentro dessa inconsciência, desse formato dessa identidade pessoal presente, o que representa inconsciência completa ou o que eu tenho chamado de consciência egoica. Não há uma resposta para este momento sem o elemento do pensamento, sem o elemento dessas imagens que eu formo dele e que ele forma de mim, que ela forma de mim e que eu formo dela. Toda a nossa relação com o mundo, toda a nossa relação com o outro, toda a nossa relação com a vida, ocorrendo nesse formato, dessa forma, é uma relação, naturalmente, conflituosa, não há Presença, não há Consciência. E por que a presença do conflito está presente? Está presente exatamente porque existe a ilusão de um “eu” se separando da experiência, e nessa separação, a relação é, naturalmente, inadequada, não tem uma fluidez, uma beleza, que é a Beleza Natural da Presença, da Consciência, desse Puro Ser, dessa Pura Presença, dessa Pura Consciência, dessa ação livre de separação.
Acompanhem isso. O nosso contato com o outro é na base de que “eu estou aqui e ele está lá”, esse “eu” é um conjunto de imagens que tenho sobre quem sou e “ele”, para mim, é apenas uma ideia, uma imagem que também tenho dele ou dela, e nesse nível de relação não pode haver outra coisa a não ser alguma forma de conflito. Não há um contato real com a Realidade da vida como ela É quando esse elemento de separação, que é o “eu”, tem o outro com uma imagem presente. O que eu quero que vocês compreendam é que nossa vida, quando consiste nessa ilusão de “alguém” presente dentro da experiência, o mundo está presente para esse “eu”, que é o experimentador e isto é ausência dessa Verdade do Ser, dessa Pura Presença, dessa Pura Consciência, então, neste instante, não existe essa Atenção.
O pensamento se move produzindo essa separação, produzindo essa ilusão, criando essa noção de “alguém” presente. Nosso trabalho juntos é descobrir a Verdade sobre quem somos, a Realidade do seu Ser, a Realidade de sua Natureza Essencial, de sua Natureza Divina, esse descobrimento é a Atenção agora, aqui. Olhar para esse movimento do pensamento, da sensação ou do sentimento, olhar para essa experiência externa ou interna surgindo sem colocar esse elemento que compara, julga, avalia, analisa, essa comparação, essa análise, esse julgamento é algo que vem do modelo do pensamento, portanto, algo que vem do passado. Se isso está presente, temos, naturalmente, o conflito, porque não há essa fluidez, não há essa Liberdade de ciência do que É.
Nossas relações são relações conflituosas porque são relações que têm esse autocentramento do “eu”, a razão por detrás dessas relações são profundamente egocentradas, não há Amor em nossas relações, não há Paz em nossas relações, não há Liberdade em nossas relações, há essa negociação, essa troca, essa visão particular desse “eu”, desse “mim” com o outro. Então, o sentido de uma identidade presente está produzindo toda essa desordem, toda essa confusão, toda essa ausência de compreensão, de verdade em nossas relações.
O que é esse estado interno completamente livre desse sentido do “eu” e, portanto, dessa imagem do outro? É o seu Natural Estado Pleno, de Consciência Pura, é isso que eu tenho chamado de Atenção Plena. Portanto, não se trata de uma prática, de uma técnica, de um sistema para, temporariamente, você encontrar um certo alívio desse estado egoico, dessa pressão criada por esse sentido de um “eu”, que nessa relação com o outro está sempre centrado, ele aqui, esse “eu”, esse ego, em si mesmo, preso ao seu pequeno mundo e, portanto, em conflito com ele próprio e com o outro porque não há Amor, não há Paz, não há Liberdade.
O nosso trabalho é para nos desvencilharmos dessa ilusão desse “eu”, então não se trata de uma técnica ou uma prática para, temporariamente, nos vermos livres desse estado egoico. Tudo isso é parte dessa aproximação do Autoconhecimento. Sem a Verdade do Autoconhecimento, e aqui no canal eu tenho falado sobre esse Autoconhecimento, a Verdade sobre o Autoconhecimento – nós temos uma playlist aqui no canal trabalhando isso –, essa aproximação do Autoconhecimento é aquilo que lhe aproxima de uma visão livre desse sentido egoico. E quando o ego não está, o sentido do “eu” não está, essa Atenção é a Verdade da revelação pura d’Aquilo que aqui está presente quando não há esse “eu”, essa autoimagem, esse autocentramento, essa ego identidade.
Assim, o trabalho dessa aproximação da observação do movimento do “eu”, essa observação do movimento dessa egoidentidade, desse sentido de um “eu” presente, a observação desse próprio movimento, quando aprendemos a olhar para esse movimento, e esse olhar requer essa Atenção, é essa consciência, é esse estar cônscio de si, é esse ver sem o “eu”, é esse sentir sem o “eu”. Quando não há julgamento ou comparação, quando não queremos nos livrar do que estamos vendo ou nos agarrar aquilo que estamos vendo em nós próprios, em nós mesmos, isso requer essa Atenção completa sobre si mesmo, essa Atenção completa sobre esse movimento, que é o movimento da mente; isso não requer esforço, isso não requer qualquer volição ou desejo desse elemento “eu”, isso requer, simplesmente, essa intenção real, esse interesse real para observar a si mesmo, observar suas reações quando o medo surge, o desejo surge, o pensamento surge, a sensação, a emoção, o que quer que esteja surgindo é visto nessa Atenção Real sobre si mesmo, nessa Plena Atenção sobre si próprio.
Quando há esse interesse profundo, essa intenção, essa alegria de se aproximar desse olhar, não há essa questão da emoção ou da sensação, é apenas a simples constatação, o fascinante interesse de olhar para isso. O que acabo de chamar de “alegria de se aproximar”, não me refiro a uma emoção presente, a uma sensação ou a um sentimento presente, mas, sim, estar nesse observar a si mesmo nesse interesse, de olhar para si próprio agora, aqui . Essa forma de aproximação é a aproximação da Real Meditação. Olhar para todo o movimento do “eu”, olhar para todo o movimento da mente de uma forma vivencial, neste instante, é quando esse olhar está presente, essa Pura Consciência está presente, então se revela Algo fora desse “eu”, desse ego, fora desse pensamento.
Esse é o nosso assunto aqui com você dentro do canal. Nós temos algumas playlists aprofundando isso aqui com você. Nós temos falado aqui no canal sobre essa Atenção Plena, sobre essa Real Atenção Plena, assim como essa Real e Verdadeira aproximação do Autoconhecimento e da Real Meditação na prática. Se isso é algo que faz sentido para você, deixe o seu like e se inscreva no canal. Nós temos encontros online, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam.
A gente se vê no próximo, ok? Valeu pelo encontro!