Muito bem! O propósito desses encontros é lhe mostrar que é possível ir além desta condição: a condição da mente egoica, a condição dessa consciência que eu tenho chamado de consciência mental.
A Realidade é Aquilo que está presente aqui, nesse instante, e Isso transcende esse estado de consciência mental, transcende esse estado de consciência da mente egoica.
A mente vive dentro de um projeto de passado, presente e futuro. Eu me refiro à mente egoica, a esse movimento dessa consciência comum a todos. O Despertar Espiritual, a Realização da Verdade sobre quem Você é, transcende “estar consciente”, significa ser Consciência, e não simplesmente estar consciente.
Em geral, você confunde estar consciente como sendo a Verdade sobre quem Você é. Você está consciente do que está acontecendo aqui, nesse instante, à sua volta. Isso parece ser assim, parece ser verdade. O que você tem aqui é uma representação do que o pensamento tem sobre esse momento presente. Então, esse “estar consciente” significa estar preso a uma identificação com uma identidade ilusória, que é essa pessoa que você acredita ser. Em outras palavras, você está num estado de sono quando se confunde com o que o pensamento diz a respeito do que está acontecendo aqui, nesse instante.
Essa é a prisão básica do tempo, do psicológico tempo, da ilusão do tempo. É aqui que reside a dificuldade de viver em Completude, em Liberdade, em Paz, em Amor, em Felicidade, porque tudo que você tem nesse “estar consciente”, ou nessa aparente consciência que você acredita ter, tudo que você tem é o que a mente lhe diz sobre a vida, sobre a si mesmo, sobre o outro, sobre o mundo. Esse estado é o estado de sono. Os Sábios têm chamado de sono porque é um estado de inconsciência.
Nessa inconsciência, o comportamento do ser humano, na sua grande maioria, é de muita, muita insanidade. A violência, por exemplo, presente dentro do ser humano, é um aspecto muito forte, muito claro, e uma das coisas que o ser humano não percebe é que esse movimento de violência nele é um movimento que tem como base um sofrimento nele existente. E esse sofrimento está presente em razão de uma contradição interna.
O que ocorreu foi o seguinte: o ser humano criou uma identidade interna, ele carrega uma identidade interna, e essa identidade interna exige que a vida seja como ela deseja. Essa identidade interna tem um modelo de como a vida deveria ser para ela, só que não se ajusta, a vida não se ajusta, a vida é como ela é. E, como a vida é, como a vida se mostra, há uma contradição interna, dentro, há uma rejeição, há uma luta. Nessa contradição, o que está presente é a presença do sofrimento. Então, isso explica toda essa violência nos seres humanos. Suas relações são conflituosas e são sofridas em razão dessa violência.
Então, há uma violência na relação entre você e aqueles que você diz amar, entre você e aqueles que você deseja amar, ou aqueles que você deveria amar. Então, há um conflito dentro de você, e esse conflito se expressa nessas relações que você tem com os mais próximos, com os familiares, com os amigos, com pessoas do trabalho… Então, há sempre uma contradição interna sustentando o sofrimento e, portanto, a violência nas relações. Isso é fácil de ser percebido por aquele que tem um pouco de atenção ao seu próprio comportamento, o que também não é tão comum, porque, em geral, o nível de inconsciência, de profundidade de inconsciência da maioria é muito, muito grande.
O nosso trabalho aqui nesses encontros é investigar a Verdade sobre quem nós somos e, naturalmente, descobrirmos que existe uma qualidade de vida completamente diferente dessa vida pautada dentro da mente egoica e, portanto, livre da violência. Primeiro, livre do sofrimento. Enquanto você não se libertar do sofrimento, você será um ser humano agressivo. Agressivo nos gestos, agressivo na fala, agressivo no comportamento, nas ações, agressivo nas relações.
Nós não temos muita compaixão com os que são violentos para conosco, mas isso já parte de uma violência em nós mesmos, e Isso só existe em nós em razão do sofrimento já existente dentro de cada um. Não somos pacientes com nós próprios; como seríamos pacientes com o outro? Se estamos em sofrimento, não aceitamos ser agredidos, mas essa agressão está, antes, dentro de você do que dentro do outro. Mas tudo isso passa de uma forma que você não percebe, em razão desta inconsciência. Eu diria que em razão dessa consciência, dessa consciência mental.
E qual é a diferença entre essa consciência mental e Aquilo que eu tenho chamado aqui nesses encontros de Real Consciência? Essa consciência mental é a consciência baseada no modelo do pensamento. Então, o que o pensamento dita, o que ele descreve, o que ele afirma dentro da sua cabeça, isso é assumido como sendo você, como sendo seu – isso é a consciência mental. Você se confunde com isso, você dá uma identidade a esse pensamento quando coloca uma identidade interior nisso. Essa é uma crença geral, generalizada. Todos acreditam estar conscientes de si mesmos. Na verdade, a consciência que eles têm de si mesmos é a mera consciência que o pensamento tem sobre quem eles acreditam ser. E a vida pautada dentro dessa condição é, naturalmente, conflito, sofrimento, violência. Então, essa consciência mental não serve. Você precisa ir além disso.
Então, o nosso propósito dentro desses encontros é lhe dizer que existe algo além da mente e desse estado de consciência como você reconhece em si mesmo. Isso seria o mesmo que dizer para você: há uma Consciência fora dessa consciência que você tem sobre quem você é, e você só descobre essa Real Consciência quando duvida dessa consciência mental que você tem; em outras palavras, quando você começa a duvidar daquilo que o pensamento diz para você sobre quem é você, sobre o que está se passando com você, sobre quem é o outro, sobre o que está se passando com o outro ou está se passando no mundo.
Por isso Ramana Maharshi deixou uma pergunta, a pergunta é “quem sou?” Aqui, o propósito dessa pergunta é lhe mostrar que você não é quem acredita ser. O ser humano não se faz essa pergunta “quem sou eu?” O estado de consciência mental ou de inconsciência geral é tão forte, é tão denso, é tão profundo na grande massa, na maioria, que jamais a pessoa questiona ela mesma, jamais ela se pergunta se ela é real no que pensa, no que sente, como reage, no que faz. Então, é um movimento responsivo, é um movimento reativo, esse movimento do “eu”, da “pessoa”.
Portanto, a pergunta “quem sou eu?”… nela se abre um espaço para a investigação de algo que transcende essa pessoa que você acredita ser, e que você tem certeza absoluta de ser. Isso é uma mera consciência mental. Compreendam isso… Consciência mental é isso, está dentro desse contexto de existência com base em crenças, em ideias, em conceitos, o que é basicamente memória, a memória sobre você, é a história sobre quem você é. Mas essa história não passa de pensamentos, não é nada além de pensamentos. Com esses pensamentos, você se identifica e, assim, você criou uma identidade interior, uma identidade interna, nessa experiência – é isso que eu acabo de chamar de consciência mental.
Existe algo além disso, e algo além disso é vivenciado pela Meditação. E agora eu vou dizer algo bem estranho para você ouvir aqui. É necessário você, primeiro, se tornar cônscio, ciente, desse movimento, que é o movimento da mente, dessa consciência mental. Só então você pode ir além dessa consciência mental. Quando você se torna ciente do movimento da mente, de todo o movimento dela, de tudo o que ela tem representado para esse “mim”, para esse “eu”, para essa pessoa, para esse personagem…
Tomar ciência desse movimento é abrir uma porta para ir além desse movimento. Esse movimento, que eu acabo de chamar aqui de consciência mental, não passa de tempo psicológico que o pensamento cria – passado, presente, futuro, imaginações, lembranças, memórias, antecipações, projetos futuros.
Esse tempo psicológico é essa consciência mental. Enquanto você não se tornar consciente desse movimento, que é o próprio movimento da inconsciência, você não pode ir além dessa inconsciência. Esse movimento, que é o movimento dessa consciência mental, é inconsciência. É necessário que você traga Consciência para transcender essa limitação da inconsciência. Esse estado de inconsciência é uma doença humana, é uma condição de patologia humana. A mente egoica não é natural.
Eu tenho usado esse exemplo: você tem todos os dentes na boca e nenhum deles está doendo nesse momento, até porque, se estivesse doendo, você não estaria aqui me ouvindo. Isso é sinal de que, quando o dente dói, você não está num estado de paz, você está num estado de aflição. A presença da dor de dente é um estado de infelicidade bucal, física. Assim, a presença da mente egoica não é natural, é a presença da própria infelicidade, é a presença do “eu”, do ego, desse “mim”.
Isso não é natural. Tem sido encarado como algo natural, mas não é natural. Não é natural viver na violência, não é natural viver no sofrimento, não é natural viver no medo, não é natural não poder dormir quando se deita à noite, em razão do volume de pensamentos de preocupação correndo dentro da cabeça, pensamentos compulsivos, pensamentos sem controle… Você não consegue fazer absolutamente nada com relação a pensamentos!
Pensamentos correm dentro dessa consciência mental de uma forma completamente desordenada, descontrolada, e você só percebe isso quando deita à noite e não consegue dormir. Mas, na verdade, durante todo o dia, seu estado interno é vivenciando isso, é experienciando conflitos. Alguns são como que camuflados e quase não se tornam muito aparentes, até porque, em razão das diversas atividades do dia a dia, alguns são como que aparentemente esquecidos, mas eles estão lá. Então, você se atira a outras atividades e não percebe que há um pensamento no fundo, um certo volume de pensamentos no fundo, criando desordem, criando aflição, criando sofrimento. E, quando você se deita para dormir, como você não está mais se ocupando com nada que lhe possa fazer esquecer ou não perceber, aquilo que está lá no fundo vem à superfície e, agora, você não dorme.
Então, esse estado de insônia não é natural. Isso vale para a insônia, vale para a ansiedade, isso vale para quadros, sejam quadros mais críticos de depressão ou quadros mais suaves de estados depressivos, mas não é natural sofrer. Isso não faz parte de sua Natureza Verdadeira, de sua Identidade Real, isso não faz parte do seu Ser, Daquilo que Você é.
O que nunca lhe disseram, eu vou lhe dizer agora aqui: você não nasceu para a infelicidade, e todos esses são estados de infelicidade. Todos os conflitos, contradições… são inumeráveis! São estados presentes com os quais, com o passar dos anos, você se acostuma, você se acostumou. Alguns chegam a um estado de dor tão aguda que você procura uma ajuda, você vai em busca de um médico, de um especialista, de um psicólogo, de um psicanalista, de um psiquiatra e, de uma certa forma, eles lhe ajudam, mas não há solução final para o sentido egoico, a não ser o desaparecimento dele.
E esse canal, aqui com você, nesses encontros, eu quero lhe dizer que isso é possível, o desaparecimento desse sentido egoico, desse sentido de separação, dessa condição de consciência mental, para essa Visão da Realidade do seu Ser, que é Você agora, aqui, como Consciência. Então, o dente não dói mais; então, não há mais essa dor no dente; então, você está em seu Ser, agora você está no seu Estado Natural, e não nesse estado de descontrole, de contradição, de conflito, de desordem psicológica, emocional e física.
O nosso encontro é para a investigação da Verdade sobre quem nós somos. A pergunta “quem sou eu?” é a base disso. Com essa base, você tem a possibilidade de adentrar essa arte de Ser, Puro Ser; não de estar consciente, mas de ser Consciência, que é a arte da Meditação.
Então, aqui nós tocamos nesta necessidade do Despertar para a Meditação. Sim, isso mesmo, Despertar para a Meditação. É necessária a Meditação para o Despertar dessa Consciência, mas, antes dessa Meditação para o Despertar de sua Natureza Essencial – que, como eu estou colocando aqui, é Verdade, Paz, Sanidade –, é necessário você, primeiro, despertar para a Meditação.
O que eu tenho percebido é que as pessoas, quando se aproximam, elas não percebem a importância de primeiro despertar para a Meditação. Se elas não conseguem perceber a importância de despertar para a Meditação, elas não vão se aproximar da Meditação para Despertar. Então, o Despertar do seu Ser, a Radical Cura, não vai vir de fora. Ninguém pode lhe ajudar nesse sentido, ou qualquer ajuda que você possa receber psicologicamente do outro é algo sempre paliativo; isso não é a solução final.
A Saúde Real, a Sanidade Real, vem de dentro. A Verdadeira Saúde Mental vem de dentro, vem do seu Ser. Seu Ser é Consciência, ele não é tocado por contradição, por conflito, por desejos, por medos; ele não é tocado por aparências, por formas, por nomes; seu Ser transcende tempo e espaço; seu Ser não conhece doença… Esse contato com a Verdade do seu Ser pela Real Meditação – é disso que tratamos aqui com você.
Essa Real Meditação eu chamo de Real Meditação Prática. Apenas isso pode lhe mostrar a Verdade Daquilo que Você é, além desta consciência comum a todos. Esse seu Natural Estado de Pura Consciência, de ser Consciência, na Índia eles chamam de Samadhi ou Estado de Turiya. Não é o estado de vigília, não é o estado de sonho, não é o estado de sono profundo, mas é o Estado de Turiya, é um quarto estado possível para você nessa vida. E essa é a Realização da Verdade, do Despertar Espiritual, ou da Iluminação Espiritual, ou Realização de Deus.
Aqui, em nosso canal, nós temos diversas playlists aprofundando tudo isso. Nós temos uma playlist sobre Real Meditação. Eu lhe recomendo entrar e dar uma verificada nessa playlist. Uma outra playlist muito importante, dentro desse contexto, é o Despertar da Kundalini, Daquilo que torna possível todo esse trabalho aí, nesse corpo, nessa mente, para que aconteça esse Natural Despertar do seu Ser, o Real Florescer dessa Liberdade, desse Amor, dessa Paz, que é a Verdade Divina.
Se isso lhe interessa, deixa aí o seu “like”, se inscreve no canal e vamos trabalhar isso juntos. OK?