A Realidade de Deus é a Consciência da Verdade sobre quem é Você – Isso é Amor.
A Realidade do outro é a Realidade do seu Ser, que é a Consciência de Deus – isso é Amor. Todas essas descrições teóricas, verbais, todas que já foram escritas ou faladas, não descrevem essa Realidade, que é essa Realidade do seu Ser, do Amor, que é Deus.
É necessária uma vivência direta d’Isso. Nós somos muito apegados às palavras e às explicações. Então, as pessoas fazem diversas perguntas, e o que elas querem é uma resposta… uma resposta teórica, verbal.
Nós somos muito ingênuos, porque nós nos satisfazemos facilmente com teorias, com crenças intelectuais. A ilusão, no ego, presente, nesse sentido do “eu” que carregamos, que o ser humano carrega… há uma vaidade presente. Enquanto esse sentido do “eu” está, essa vaidade está presente.
A ilusão do saber lhe causa uma sensação de poder, de achar que entende, de achar que compreende, e o pior ainda: de acreditar que pode, com esse ideal, um dia, com esse ideal, com essa crença, com esse saber, um dia Realizar Isso.
Nós temos que ver a diferença entre ideias e fatos verdadeiros, fatos reais. Somos muito teóricos, muito verbais, muito intelectuais, nós não somos práticos. Nós não vivenciamos, nós repetimos, como se, na verdade, nós conhecêssemos.
Olha, por exemplo o que fazemos com a expressão “Deus”; é o mesmo que fazemos com a expressão “amor”: escrevemos poesias, escrevemos canções, fazemos preleções, discursos, escrevemos livros sobre Deus, sobre o amor, mas nós não sabemos o que Isso é de fato. A não ser que ocorra um processo de transformação, de mudança real, ficamos no terreno das ideias, não no espaço novo dos fatos.
Não podemos nos alimentar do cardápio, mas sim do prato. Eu tenho dito que o prato mais simples satisfaz plenamente, enquanto que um cardápio, cheio de maravilhosos pratos ali descritos, não pode fazer isso. E nós estamos vivendo de cardápios, e não do prato. Nós estamos nos alimentando de ideias, de crenças. Não há vivência! Não estamos vivenciando o Amor, por isso falamos muito sobre amor; não estamos vivenciando Deus, por isso falamos muito sobre Deus. É algo como uma fantasia nostálgica, a ilusão de que uma ideia se tornará, um dia, um fato. Não, uma ideia sempre será uma ideia e um fato sempre será um fato; o que é Real sempre será Real e o que não é jamais será.
Temos que ter uma aproximação da Verdade sobre quem nós somos, e isso só é possível quando olhamos para dentro de nós mesmos. O Sábio de Arunachala, Bhagavan Sri Ramana Maharshi, nos deixou um caminho direto para a Constatação da Verdade do nosso Ser, que é Deus, que é Amor: a Atma Vichara, o caminho direto de Ramana Maharshi. Essa é a forma de nos aproximarmos da Verdadeira Meditação.
A Verdadeira Meditação é a constatação daquilo que se passa agora aqui com você, momento a momento – observar cada pensamento, cada sentimento, cada emoção, cada sensação, sem se separar como sendo um experimentador separado dessa experiência; é isso que temos feito.
Quando um pensamento surge, a ilusão é que estou pensando sobre isso, estou fazendo isso, estou sentindo isso – esse é o sentido de dualidade presente dentro de cada um de nós, esse é o sentido de separação. A Visão da Realidade é a Visão do seu Ser, é a Visão de sua Natureza Divina, do seu Estado de Não Separação, de Não Dualidade.
Assim, a auto-observação é a constatação disso. Essa auto-observação é a aproximação da Real Meditação, da Verdadeira Meditação – olhar para Aquilo que Você é.
Se sentar de pernas cruzadas, respirando de uma certa forma, entoando um mantra ou ouvindo uma música suave, isso pode relaxar. Você pode até entrar em um estado de transe e ali permanecer por algum tempo. Isso é muito conhecido na yoga, como um estado de laya; é um estado de transe onde, temporariamente, a mente não está, então há um relaxamento, há um descanso. Mas essa é uma forma de auto-hipnose, isso não é Meditação.
As pessoas se envolvem em práticas de meditação com esse propósito de desestressar, relaxar, conciliar melhor o sono, lidar melhor com o estresse, com a ansiedade, com a depressão, e tudo isso, sim, é um maravilhoso auxílio, mas, ao mesmo tempo, é uma grande fuga, e é perder, assim, a oportunidade de olhar para isso que surge, para essas reações, esse incômodo, esse desconforto psicológico do ego… e ficamos dando nomes para eles: ansiedade, depressão, fobia, angústia… ficamos nomeando.
São oportunidades que temos de olhar para esses estados e perceber onde eles se sustentam. E eu posso lhes garantir: eles se sustentam na dualidade, no sentido de “alguém” resistindo a essa experiência. Isso é algo que está trazendo uma mensagem. A mensagem, em si, não importa, o que importa é a ilusão de uma identidade resistindo a essa mensagem.
Essa mensagem é apenas o repertório do passado, de um condicionamento psicológico, de um padrão egoico, de algo que se repete. Está aparecendo agora aqui para você, mas já apareceu para os seus antepassados, para a sua mãe, para o seu pai, para a sua avó, para os seus bisavós, para os que vieram antes deles… Todos viveram estados de infelicidade, de ansiedade, de medo, de angústia, de depressão, de tédio, de solidão, e agora é o seu momento. E você, como eles, também está perdendo essa oportunidade de olhar e de perceber que não existe uma identidade presente nessa memória, nesse condicionamento, que é um condicionamento egoico. Isso faz parte da estrutura da mente egoica, isso está há milênios no ser humano.
Hoje, nós temos nomes diferentes para estados que sempre foram conhecidos na humanidade. Analisar isso, estudar isso, entender isso, explicar isso não interessa, o que interessa é perceber a dualidade presente, que é o aparecimento de uma identidade para resistir, para lutar contra isso, e até para explicar.
Notem o que estamos dizendo. Essa coisa que pode ser analisada não é diferente daquele que analisa isso; ela não é diferente, ela não está diferente daquele que analisa. A coisa analisada é o próprio analista e o analista é a coisa analisada. É um só movimento que se separa na dualidade, e, quando se separa, sustenta o estado, sustenta a experiência.
Percebam o que estamos dizendo. O sentido do medo é medo. O medo precisa de alguém para senti-lo, e esse “alguém” precisa do medo para existir como “alguém”. Mas, se há essa atenção, essa observação plena sobre esse movimento de dualidade… e isso é feito agora, aqui. Essa atenção plena é parte da Meditação. Então, atenção plena, mindfulness, é parte da Real Meditação.
E, aqui, eu uso a expressão mindfulness, atenção plena, talvez num sentido também um pouco diferente do que vem sendo empregado aí fora. Não pegue essa expressão e tente ajustar àquilo que você já ouviu falar de mindfulness, ou ao que você já estudou sobre isso. Não coloque teoria, olhe isso em si mesmo, perceba, de imediato, essa atenção sobre esse movimento da mente egoica aparecendo, criando essa separação, criando esse “eu” e o estado. Não importa o nome do estado – isso é uma outra forma ilusória de lidar com a experiência, isso é outra forma de classificar a experiência, de reconhecer a experiência, e isso só é possível quando há o “eu” para fazer isso, e ele faz isso para entender, para explicar, para justificar, para querer fazer algo, inclusive querer se livrar disso. Percebem o truque?
Aqui, estamos dizendo apenas: se torne cônscio do que surge, não dê nomes a isso, não nomeie, e não coloque uma identidade para querer se livrar, para se ajustar, para analisar, para rejeitar. Quando você se aproxima assim da experiência e fica com o estado sem uma identidade presente… Experimente e me diga o que irá acontecer.
Se o estado está presente e uma identidade não entra para rejeitar, para lutar, para analisar, para brigar com aquilo ou para se identificar com aquilo, o que acontece com essa experiência? Então, esse problema, essa experiência, se dissolve, porque ela não tem realidade em seu Ser, que é Pura Consciência Não Dual.
Seu Ser não carrega o ego, esse senso, esse sensor, esse “eu”, esse que afere medidas, esse juiz, esse que compara, esse que julga, esse que critica, esse que condena. Seu Ser está livre, como Pura Consciência Não Dual, então o que quer que esteja aparecendo não se sustenta n’Aquilo que é Você em seu Ser. Percebam o que estamos colocando para você agora aqui.
Então, o seu trabalho é Constatar o que é o Amor, e não teorizar sobre Isso; Constatar o que é o Ser, e não teorizar sobre Isso; Constatar o que é Deus, e não teorizar sobre Isso.
A visão disso é a visão de muitas outras coisas, é a resposta para muitas outras perguntas: o que é a solidão? Como vencer o medo? Agora você sabe que não há “alguém” para vencer o medo. Isso é o fim do “eu”, do “mim”, do ego e, portanto, é o fim do medo.
Então, vamos investigar Isso, Realizar Isso nesta vida! A Verdade do seu Ser é Realizar Deus, o Amor. Isso é Realizar a Felicidade, Isso é Realizar o seu Ser, é assumir a Verdade que Você é agora e aqui.
Esse é o assunto que nós tratamos aqui com você no canal, nesse canal, e também em encontros on-line e encontros presenciais, inclusive fazemos isso em retiros. Se isso é algo que faz sentido para você, deixa aí o seu “like” no vídeo, se inscreve no canal e vamos trabalhar isso juntos. OK?
Valeu pelo encontro e até a próxima.