Afinal, o que estamos buscando descobrir juntos aqui? Você vê o outro e vê a vida a partir da ilusão que você tem a respeito sobre quem é você. Você não se conhece, mas acredita conhecer o outro e conhecer a vida, e olha que a vida é muito extensa, ela inclui acidentes, incidentes, acontecimentos, dificuldades, problemas, saúde e doença, morte, enfim, muitas e muitas coisas.
A ilusão sobre quem é você lhe dá uma visão completamente equivocada sobre quem é o outro e sobre o que é a vida. O problema aqui ainda é mais complicado: a ilusão sobre quem você é lhe dá a ideia equivocada de ser uma pessoa, uma pessoa que nasceu, que está vivendo sua vida, passando por vicissitudes, complexidades, dificuldades, diversas formas de problemas, passiva de adoecer, passar por um acidente, envelhecer e morrer. Algo completamente falso. Você desconhece a Verdade do seu Ser, você se confunde com a ilusão do pensamento. O pensamento criou em você o sentido de “alguém” presente. A ideia que você tem é de que você está aqui, por exemplo, nesse momento, ouvindo essa fala, podendo pensar sobre isso, tirar conclusões sobre isso e podendo aceitar ou rejeitar isso. O que, na verdade, está presente é um movimento de consciência mental, um fundo de condicionamento psicológico aí nesse corpo lhe fazendo acreditar em “alguém” presente ouvindo essa fala e entendendo essas palavras. A ideia de “alguém” pensando esses pensamentos, “alguém” sentindo esses sentimentos, “alguém” vivendo essa vida, “alguém” que nasceu e “alguém” que pode morrer, nada disso é Real. Você está num grande jogo misterioso, num grande jogo Divino, você é esta própria Presença, é essa própria Consciência em seu Ser, por detrás deste jogo. Essa é a sua Natureza Real. Aquilo que se apresenta se passando por você é esse condicionamento psicológico, esse falso “eu”, esse falso centro, essa falsa identidade, esse sentido de “alguém” presente.
Eu quero lhe propor aqui nesse canal – assim como em encontros online e presenciais – a possibilidade de ir além dessa ilusão, reconhecendo a Verdade do seu Ser, que é Plenitude, que é Amor, que é Paz, que é Felicidade, Aquilo que está além do jogo, mas que está brincando de jogar. A Realidade do seu Ser, a Realidade da Consciência, a Realidade de Deus, a Realidade desta Presença, há muitos nomes para essa Realidade. Nós deixamos os nomes de lado e nos aproximamos aqui de uma vivência direta, olhando para aquilo que se passa, agora aqui. Olhar para esse jogo enquanto ele acontece e é sempre agora, aqui, enquanto ele acontece. “Nesse momento” é quando ele acontece, é quando você pode se tornar ciente de que isso é um jogo. É quando você se torna ciente de que você está em um jogo que você vai além da ilusão de “alguém” presente dentro dessa experiência.
Não encaramos a vida como um grande jogo Divino, encaramos a vida como uma complexidade difícil de lidar, difícil de atender, isso ocorre em razão desse sentido de “alguém” presente que, de uma forma equivocada, está vendo o mundo a partir desse “mim”, desse “eu”, desse “si mesmo”. Então há uma luta constante para a continuação ou a continuidade desse “mim”, desse “eu”. Essa alienação da Verdade sobre o seu Ser lhe colocou numa condição onde o sentido do “eu” prevalece. Então o seu linque com o outro, com a vida, com o mundo, com tudo à sua volta, é um linque de resistência. Há uma ligação de conflito, porque aquilo que prevalece é a ilusão da separação, é a ilusão desse “eu”, dessa identidade autocentrada e, naturalmente, em conflito, porque ela se vê separada, ela não pode, ela não consegue ver o jogo, não consegue ver a Realidade desta Suprema e Divina Consciência nessa grande brincadeira Divina com o seu misterioso jogo. O sentido do “eu” não consegue ver isso, ele se vê como uma entidade separada, ele “não é” e quer “vir a ser”. Em nós há o pensamento, nesse sentido do “eu”, que funciona exatamente assim: “Eu sou isso hoje, fui aquilo ontem, mas serei o que desejo ser amanhã”. Então há essa noção de tempo e espaço: o “eu” presente aqui, o mundo em volta desse “eu”, o “eu” presente aqui neste presente, vindo do passado e caminhando para o futuro. A noção de tempo e espaço para essa identidade separada é aquilo que prevalece, e quando isso prevalece, o que prevalece é a ilusão da resistência e, portanto, do conflito. Esse é o sentido de separação, esse é o sentido de dualidade.
Esse sentido do “eu” está buscando a sobrevivência de sua experiência através do pensamento. O pensamento para buscar continuidade nesse tempo psicológico – criado por ele próprio – criou esse tempo psicológico, ele busca continuidade nesse tempo psicológico e ele criou uma identidade, que é esse “eu”, que é o pensador. O pensamento faz isso porque busca continuidade, é um processo de condicionamento em cada um de nós, a ideação, a crença desse “eu” presente, um “eu” que pensa, um “eu” pensando. Esse próprio pensamento criou aquele que sente essas emoções para esse “eu”. Então quando as emoções estão presentes, há sempre um “eu”, que é uma criação do próprio pensamento, sentindo essas emoções. Aquilo que esse “eu” chama de vida, é a sensação, a busca de preenchimento, de prazer, de realização externa, vivendo esse “eu” nesse autocentramento, onde aquilo que esse “eu”, que é só o pensador, idealiza a vida para ele. Então esse autocentramento é esse ego, esse “mim”.
O egocentrismo é parte desse movimento do “eu”, que é um movimento do pensamento, que ocorre a partir desse falso centro que é o “eu”. Esse é o jogo que o “eu” não enxerga, que o “eu” não percebe. Ele não percebe a ilusão desse sentido de separação, ele não percebe que está dentro desse jogo. A compreensão do movimento do pensamento, quando a mente se aproxima para compreender esse movimento – esta auto-observação, esta observação de si mesmo –, lhe faz perceber a ilusão desse “eu”, que é a ilusão desse pensador, que é a ilusão desse que sente, que é a ilusão desse que controla, que é a ilusão desse que se separa da vida para lutar, para resistir, para entrar em conflito, para viver nessa dualidade. Esta auto-observação lhe faz ver isso, que esse “eu” é uma ilusão. A compreensão dessa ilusão é a visão a partir desta Inteligência, desta Real Verdade do Ser, é quando desperta sua Natureza Divina, sua Verdadeira Consciência, que é a Consciência de Deus. Isso é Iluminação Espiritual ou Despertar Espiritual, é a Realização de Deus, é a Realização do seu Ser, é o Despertar da Sabedoria, é o Despertar e o Florescer do Amor, é o Florescer de Deus.
Tudo isso pode parecer muito, muito complicado a princípio. Não tente intelectualizar isso, apenas acompanhe essa fala, escute essas falas aqui no canal. Algo em você é capaz de perceber a Realidade que estamos dizendo. Com certeza não é esse movimento de condicionamento, esse Algo em você é a própria presença da Consciência Verdadeira, a própria presença da Inteligência, a própria presença do seu Ser. Então a ilusão que sustenta essa ignorância é a ilusão que se estabelece constantemente em nossas vidas como toda forma de complicação, sofrimento e desordem. O Despertar da Verdade Divina, o Despertar da Verdade do seu Ser é o fim para tudo isso. Isso é algo que se torna possível quando você se aproxima de si mesmo. Se aproximar de si mesmo é ter a mente capaz de olhar para ela própria para ver o seu próprio movimento.
Quando a mente se torna silenciosa, e aqui silenciosa é ter essa habilidade de se aproximar para ver; ver sem o pensador, ver sem aquele que sente, olhar sem o pensador, olhar sem aquele que sente, perceber o movimento do pensamento, do sentimento, da emoção, da sensação, das idéias, das crenças, sem colocar uma identidade nisso – essa antiga e velha identidade, que é o “eu”, o “mim”, o ego. Olhar e não se confundir com isso, olhar e não se identificar com isso, se aproximar dessa forma requer uma mente capaz de olhar esse movimento a partir do silêncio. Então o pensamento aparece e ele é visto, o sentimento aparece e ele é visto, a sensação aparece e ela é vista. Estar atento, momento a momento, a cada pensamento, sentimento, sensação, percepção na experiência, sem colocar o sentido de “alguém” dentro disso, é parte da aproximação da Real Meditação. Quando nos aproximamos da Real Meditação de uma forma prática, nos aproximamos da Real aproximação da Verdade sobre quem nós somos, agora aqui, desta Real Inteligência, desta Real Consciência, desta mente livre desse movimento do tempo psicológico. Esse tempo psicológico é aquilo que é parte desse jogo de uma identidade presente se separando da vida.
Enquanto essa visão de separação, de dualidade, desse fundo psicológico – que é o fundo do “eu” – permanece presente, a contradição é aquilo que prevalece, e onde há contradição, há naturalmente o conflito. Então ver o jogo é perceber Aquilo que está além do jogo, permanecer livre em seu Ser, em sua Natureza Real, em sua Verdadeira Identidade, é permanecer livre do sentido do “eu” e dessa opressão da ilusão de uma identidade presente.
Tudo está no seu lugar quando o sentido do “eu”, desse “mim”, desse ego, não está mais presente, então é possível uma vida livre, onde a Verdade está presente, a Liberdade está presente, o Amor está presente. Essa é a Verdade sobre o seu Ser, essa é a Verdade de Deus, esse é o assunto nosso aqui no canal.
Se isso faz sentido para você, deixe ai o seu like, se inscreva no canal. Quero lembrar a você: nós temos encontros online e, também, encontros presenciais, onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam. Ok?
Valeu pelo encontro e a gente se vê. Fica aí o convite!