Nós continuamos falando com você sobre a importância da Liberdade psicológica; não da liberdade externa, não da liberdade do mundo externo, mas da Liberdade desse mundo interno, desse psicológico mundo, que é o mundo do “eu”, do ego. Essa é a Real Liberdade que precisamos, essa é a única Liberdade que significa o fim do sofrimento – aqui eu me refiro a esse sofrimento também interno, também psicológico. Nós temos diversas formas de medos. Esses temores diversos, por exemplo, são representações desse sofrimento interno. Uma aproximação de si mesmo, uma aproximação da Verdade do seu Ser, é algo que representa o fim do sofrimento, porque isso é o fim do “eu”, do ego.
Aqui nesse canal estamos trabalhando com você o fim da ilusão de ser “alguém”, de se colocar no mundo como uma entidade, uma pessoa, um “eu” vivendo uma vida separada, se movendo no mundo numa ação em desejos e medos e, portanto, que sustenta e estabelece como padrão de vida o sofrimento, a contradição, o conflito, a miséria interna, a miséria psicológica; essa miséria encontrando na vida externa todo tipo de situação de representação, se mostrando nessa vida externa como uma prisão que, na verdade, não está lá, está dentro de cada um de nós. Um sofrimento que, na verdade, não está lá, está dentro de cada um de nós. Uma confusão que, na verdade, não é externa, ela não está lá, está dentro de cada um de nós.
Observem o que estamos colocando: toda a confusão no mundo, todo o sofrimento no mundo, todo o problema humano no mundo é algo presente em razão dessa abordagem, dessa aproximação que temos, interna, nesse viver, nessa relação com o mundo. Nós não somos pessoas ou criaturas separadas do outro, separadas da vida, separadas do mundo. Todo o nosso contato com o mundo, com o outro, se mostra dessa forma em razão dessa confusão interna que trazemos em cada um de nós, que estamos vivendo aqui dentro de cada um de nós. Esse medo presente, essa ansiedade presente, essa confusão presente, essa desordem interna presente, é aquilo que estamos vendo no mundo, mas o mundo é uma representação externa dessa condição interna de prisão e sofrimento em que nos encontramos. E tudo isso é algo presente em razão da falta da compreensão da Verdade sobre nós próprios, sobre nós mesmos.
Nós não temos uma visão sobre quem somos, nos confundimos com ideias, com crenças, com julgamentos, opiniões, com um conjunto de coisas aprendidas em razão desse formato equivocado de aprender, que é acumular informações dentro de nós, tendo essas informações como sendo reais, como sendo verdadeiras. Fazemos isso, por exemplo, nesse lidar constantemente com toda forma de propaganda. Nós somos hoje, psicologicamente, o resultado da propaganda, dos conceitos, das ideias, das crenças, de tudo que já ouvimos e que estamos constantemente ouvindo. Assim, os nossos cérebros estão sendo bombardeados constantemente por ideias, por crenças, por sugestões e estamos vivendo dentro desse modelo de condicionamento interno, aquilo que eu tenho chamado de condicionamento psicológico. Essa tem sido a condição psicológica do nosso cérebro e o nosso comportamento está todo assentado dentro desse modelo de comportamento. Assim, o que nós temos no mundo é aquilo que nós somos. Nós somos, psicologicamente, internamente, o que o mundo é. Toda a inveja, ambição, violência, temores, complicações, problemas, tudo o que está presente no mundo é algo que está presente naquilo que acreditamos ser, nisso com o qual nós nos identificamos e, naturalmente, assumimos como sendo nós mesmos. Tudo isso está acontecendo em razão dessa falta de compreensão da Verdade sobre nós.
Eu tenho falado aqui no canal sobre o valor do Autoconhecimento. O Autoconhecimento é esse contato com a Verdade sobre aquilo que você é, agora, aqui. A ciência desse condicionamento psicológico, é isso que você é agora, aqui. Tomar ciência disso é se aproximar do Autoconhecimento. O Autoconhecimento lhe faz perceber em que condições internas você está – e a gente quer a liberdade externa. Quando as pessoas usam a expressão “liberdade”, elas estão idealizando isso, então estamos lidando sempre com uma ideia de liberdade. E para nós, liberdade é a capacidade de externamente fazer o que queremos, no momento que queremos, ir onde quisermos, termos a força e o poder de se expressar sem sermos inibidos, coibidos ou proibidos por alguém. Então quando as pessoas usam as expressões “liberdade de expressão”, “liberdade econômica” ou “liberdade para fazer o que você quer ou o que deseja”, estão sempre falando de uma liberdade externa – como se o real problema estivesse do lado de fora. Na verdade, o problema é aquilo que nós somos em razão dessa falta de compreensão sobre quem somos, de estarmos vivendo dentro de uma prisão interna. E essa prisão é a prisão que tem sido construída pelo pensamento em nós, por todas essas imagens, símbolos, ideias que estão presentes aqui, nesse corpo-mente – e nós não sabemos lidar com isso.
Nunca investigamos essa questão do pensamento e estamos falando da liberdade; da liberdade como uma ideia, da liberdade como algo que precisamos ter e sempre nos referindo a essa externa liberdade. Enquanto não compreendermos essa questão do pensamento em nós, de como nós funcionamos, do que é que se passa aqui dentro de cada um de nós, não haverá Real Liberdade. A Real Liberdade é a Liberdade de lidar com a Verdade daquilo que aqui está presente. Nesse sentido, o externo e o interno são uma única coisa. Quando não há essa visão a partir desse espaço que eu chamo de Liberdade, haverá confusão externamente, porque a confusão já está dentro de cada um de nós, e ela está presente porque nós não compreendemos o que é o pensamento, como nós funcionamos.
A vida é algo que requer uma abordagem nova, uma aproximação nova; não uma aproximação dessa que temos tido até então, que é a aproximação que se baseia no pensamento, que se baseia nesse conjunto de idéias e crenças sobre quem nós somos, sobre o que o mundo é e sobre o que a vida é. Então essa desordem externa está presente em razão dessa desordem interna. Afinal, o que é o pensamento? Como funcionamos? O que é esse “eu”? O que é o ego? Qual é a Verdade sobre a pessoa que eu acredito ser? A pergunta é: quem sou “eu”?
Olhar para todo esse movimento interno em nós e perceber que o pensamento é em nós, basicamente, uma recordação, uma lembrança, uma memória. Ao passarmos por experiências, aquilo é registrado e se torna uma ideia presente, gravada no cérebro; essa ideia gravada no cérebro é o que nós chamamos de memória, basicamente, isso é o pensamento. A vida é algo acontecendo aqui, agora, e nós estamos, com base no pensamento – que são lembranças, recordações, memórias, o que, na verdade, é o passado presente em nós –, tentando atender a isso que está agora aqui presente.
Assim, a nossa vida psicológica, baseada no pensamento, se reflete em nossa vida externa como o passado tentando se adequar, se ajustar a esse instante, a esse momento presente, e quando isso acontece, o problema está presente, o conflito está presente, a ausência da liberdade está presente. É muito simples a gente verificar isso. Quando você lida com uma pessoa, você acredita que está lidando com a Verdade nesse lidar com ela. Nesse momento você não está lidando com a Verdade nesse lidar com ela, você está lidando com uma projeção, com uma imagem, está lidando com um condicionamento psicológico, com uma memória, nessa relação com ela. Você não está diante de algo vivo, está diante de uma imagem que está vindo do passado, um conjunto de crenças que está vindo do passado, e é com isso que estamos lidando com a pessoa que está diante de nós. Naturalmente, não há Verdade nessa relação, e se não há Verdade, aquilo que está presente é a ilusão, é o engodo, é a mentira, e é isso que tem sustentado, por exemplo, em nossa vida de relação com o mundo, com o outro, todas a forma de conflito, problema, sofrimento.
“A ideia que eu tenho sobre quem você é” e “a ideia que você tem sobre quem eu sou”: é com isso que estamos lidando nessa relação. Não sabemos quem o outro é. Nós temos uma ideia sobre quem ele é, mas é muito simples isso, nós não sabemos quem nós somos. Como podemos saber quem o outro é se o que nós temos de nós também é uma imagem, um acúmulo de lembranças, memórias, recordações do passado sobre quem somos, sobre quem o outro é. Então não há Amor em nossas relações, não há Paz em nossas relações, isso por quê? Porque não há Liberdade, não há Verdade – e aqui eu me refiro à Liberdade n’Ela própria, à Liberdade de ser Inteligência, Consciência, não mais à liberdade externa, à liberdade como nós entendemos, à liberdade exterior, mas sim à Liberdade interna, à Liberdade psicológica.
Essa Liberdade psicológica é a ausência desse modelo de passado, presente e futuro que o pensamento tem preservado presente dentro de cada um de nós. Esse formato de passado, presente e futuro é a ideia de um tempo que existe apenas na imaginação, algo que o pensamento sustenta – eu tenho chamado isso de tempo psicológico. Estamos vivendo nesse tempo psicológico, nessa ilusão de uma identidade presente dentro dessa experiência, aqui, por exemplo, nessa relação com o marido, nessa relação com a esposa, nessa relação com os filhos, com os funcionários da empresa ou com o seu chefe no seu trabalho. O nosso mundo de relações é o mundo que se assenta na ilusão do pensamento que não compreendemos, então não sabemos o que é o pensamento, não estamos livres do pensamento. Se não estamos livres do pensamento, não há Liberdade Real.
A Real Liberdade não é a liberdade externa. Vou repetir: não é a liberdade de alguma coisa, mas é a Liberdade psicológica, é a Liberdade dessa ilusão, desse senso de identidade separada, desse “eu” ilusório. É sobre isso que estamos tratando aqui com você, colocando para você a beleza, a importância de uma vida completamente livre desse senso de identidade separada e, portanto, de conflito e de contradição. É quando o Amor está presente em razão da ausência desse “eu”, desse ego, dessa pessoa, dessa ilusória identidade – é nela que está o sentido dessa prisão psicológica –, então o fim do pensamento – e aqui eu me refiro a esse pensamento que eu tenho chamado de “pensamento psicológico”.
Nós precisamos do pensamento num certo nível em nossas vidas, apenas em um certo nível. Pensamento lógico, pensamento não emocional, não sentimental, por exemplo, saber o endereço da sua casa, de ir para a sua casa, de estar lidando com alguma coisa do ponto de vista técnico, você precisa do conhecimento, que é memória, que é lembrança e que é pensamento. Apenas nesse nível o pensamento é importante. Mas há um nível de pensamento em nós, que é esse nível de pensamento psicológico, que está sustentando o conflito, sustentando a contradição, o sofrimento e o medo, sustentando essa condição de contradição interna, de problemas.
Então eu quero lhe convidar a uma vida livre desse sentido do “eu”, desse sentido de ego identidade e, portanto, uma vida livre do pensamento, desse psicológico pensamento, deste que está criando e sustentando em nós toda a forma de complicações, de sofrimento, de angústias, de medos, de desejos e assim por diante.
Será isso possível? Sim, isso é possível quando você se torna ciente da Verdade sobre quem você É, aqui e agora, e esse modelo de pensamentos cessa. Esse formato de pensamento psicológico desaparece, você fica apenas com o pensamento técnico ou funcional. Saber seu nome é um pensamento, é uma memória; saber o endereço da sua casa é um pensamento, é uma memória; saber trabalhar numa profissão requer pensamento, memória. Essa é uma memória não emocional, funcional, prática. Fora essa memória, temos a memória psicológica, desse pensamento psicológico que sustenta o “eu”, que sustenta o ego, que sustenta a ilusão desse sentido de separação e, portanto, de confusão, sofrimento e complicações em nossas vidas. Assim, o nosso trabalho tem esse propósito: nos tornarmos cientes da Verdade daquilo que somos. A ciência disso é a Real Liberdade de Ser.
Então, esse é o assunto que nós tratamos aqui com você dentro desse canal. Se isso é algo que faz sentido para você, deixe o seu like e se inscreva no canal. Quero lembrar a você: nós temos encontros online, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam. Nós temos aí na descrição do vídeo o nosso grupo no Whatsapp. Ok?
A gente se vê. Valeu pelo encontro até a próxima!