A Verdadeira Meditação. O Verdadeiro Autoconhecimento.

O ser humano sempre esteve em busca ou à procura de alguma coisa além dessa “sua vida comum”, de rotina, de repetição, de tédio, de aborrecimento e, também, de conflito, contradição, confusão e sofrimento. Então, a história da humanidade, a história do homem sempre foi nessa busca ou nessa procura por alguma coisa além de tudo isso. Aqui eu quero tratar com você dessa descoberta, o que é que o ser humano descobriu além de tudo isso nessa sua procura ou nessa sua busca.

Alguns tomaram ciência de uma Verdade que nós vamos trabalhar aqui com você nesse encontro. Eu me refiro à Verdade da Meditação. A Meditação é esse contato com o Mistério, com Algo além do modelo comum, do padrão comum, daquilo que o homem conhece. A Meditação é aquilo que lhe revela a Verdade do seu Ser, porque essa tem sido a procura do homem ao longo desses milhares e milhares de anos. Essa procura do homem pela Paz, pelo Amor, pela Liberdade, pela Felicidade é, na verdade, a procura dele por ele próprio. Na verdade, é a procura ou o impulso da Realidade Divina nele. Apenas essa Realidade Divina em você lhe impulsiona à procura de alguma coisa fora desse “eu”, dessa condição de tédio, rotina, aborrecimento, contrariedade, sofrimento e medo. Apenas essa Presença Real, essa Verdade da Consciência Divina é Aquilo que lhe impulsiona nessa busca, nessa procura. Então o ser humano descobriu Algo além da mente, Algo além do conhecido, Algo além dessa velha e antiga condição, que por sinal, é importante que se diga, essa condição é a condição da grande maioria da humanidade. Essa condição que acabamos de descrever é a condição da mente egoica; eu tenho chamado de mente egoica e, também, tenho chamado isso de condicionamento psicológico, porque é um modelo, é um padrão de comportamento onde há a presença da mente adquirindo conhecimento, experiência, memória, e através disso o pensamento tem sustentado uma identidade presente aqui, no viver. Essa identidade presente é esse “eu”, o que se constitui numa ilusão. Um conjunto de memórias e lembranças têm nos colocado como seres humanos dentro dessa condição, mas alguns descobriram Algo além desse “eu”.

E aqui nesse canal, nós estamos trabalhando com você o fim dessa coisa chamada “eu”, o fim dessa ilusão desse modelo de padrão de comportamento no qual esse sentir e pensar em nós é algo que está dentro de uma razão de separação. Esse sentido do “eu” se move dentro de um círculo vicioso pessoal, particular e egocêntrico. Existe Algo além disso. Esse Algo além é descoberto quando você realiza Aquilo que você nasceu para realizar: a Realização do seu Ser, a Realização de Deus, e o caminho direto para isso está na arte da Meditação. A Meditação é esse encontro com a Realidade Divina, é esse encontro com a Realidade do seu Ser. E nós vamos, agora, aqui, em alguns minutos, em alguns poucos minutos, trabalhar isso com você.

O que é Meditação? O que é essa Real Meditação? Por que nós chamamos de Real Meditação? Porque aquilo que é conhecido por “meditação” não é isso que estaremos tratando aqui. As pessoas geralmente tratam a “meditação” como um recurso terapêutico para um relaxamento psicológico, para um controle de ansiedade, estresse e nervosismo. Nós usamos aqui a palavra Meditação no sentido desse encontro com a Realidade do seu Ser, e a “meditação” moderna não tem sido dessa forma. Há diversas técnicas e práticas que lhe indicam um caminho para o relaxamento, para o desestresse, para a tranquilidade mental, para um certo descanso emocional. Aqui estamos falando do fim do sofrimento, isso é o fim da identidade egoica, na constatação de que a única Realidade presente é a Realidade do seu Ser, que é a Realidade Divina, essa é a Realidade de Deus.

Então, o que é Meditação? Como isso se tornou possível? Essa procura do ser humano por alguma coisa além fez com que alguns começassem a olhar não para fora, mas para dentro de si mesmos, então eles começaram a observar aquilo que se passava dentro deles mesmos. É importante que se diga isso aqui: esse encontro com a Realidade Divina não é resultado de uma busca externa, não se trata de Algo para ser encontrado dentro de uma projeção que idealizamos do lado de fora. Então o ser humano descobriu que olhando para aquilo que ele é, investigando a Verdade sobre si mesmo – essa é uma descoberta dos Sábios e isso há milênios tem sido assim –, essa arte de olhar para si mesmo é aquilo que lhe possibilita se aproximar da Verdade do seu Ser. Essa aproximação ocorre em razão do descarte da ilusão sobre quem você é. Então aqui, quando nos referimos à arte da Meditação, estamos falando dessa aproximação para uma vivência direta da Realidade de Deus. Quando nós usamos a palavra “Deus”, há em nós uma predisposição de sentimento, emoção e algum tipo de sensação com essa palavra, no entanto, tudo isso fica a nível de corpo, a nível da própria mente. A palavra não é a própria Realidade de Deus, a palavra “Deus” não é a Realidade de Deus, assim como a palavra “carro” não é aquele veículo de quatro rodas que você dirige na estrada; aquele veículo é o carro, a palavra “carro” não é o carro. A palavra “mesa” não é a mesa, a palavra “Deus” não é essa Realidade Divina. Então o homem nessa procura por um contato direto além da palavra, além do intelecto e além da emoção, da sensação e do sentimento, pôde constatar uma Realidade fora do tempo. A Graça, a maravilha, a Beleza, a grande Realidade da Meditação para você é que Ela lhe revela a Verdade do seu Ser, que é a Verdade de Deus. Essa é a grande revelação, é a grande maravilha da arte da Meditação, e naturalmente, essa Meditação não é resultado de uma prática, de uma técnica, de um sistema.

Ao longo dos séculos, as religiões, nessa procura, nessa busca, têm introduzido técnicas, sistemas e práticas para essa Realização. Aqui nós estamos colocando para você aquilo que há de mais simples para esse contato direto, prescindindo de técnicas, de práticas, de sistemas para um contato direto pela auto-observação desse movimento interno, dessa consciência mental. Essa é a forma Real de nos aproximarmos de nós mesmos, da Verdade dessa revelação grandiosa que é a Meditação.

Ao olhar para todo o movimento interno dessa consciência do “eu”, que é a consciência mental, que eu também chamo de consciência egoica, ao observar isso é possível constatar esse condicionamento, e quando você se torna ciente desse condicionamento, desse programa de sentir e pensar, algo que é uma continuidade sempre do passado – pensamento é, na realidade, uma continuidade do passado, toda a memória, toda a lembrança, todo o pensamento em você, assim como sensações e sentimentos é algo que está presente reverberando agora, aqui, mas tem por causa real, por base real um fundamento no passado –, quando você aprende a olhar para esse movimento da consciência do “eu”, que é a consciência do ego, ocorre uma quebra dessa continuidade desse passado, é quando o passado, que é o “eu”, o ego, não se afirma aqui presente.

Eu tenho nessas falas tocado com vocês sobre a importância desse olhar para si mesmo, dessa auto-observação, porque essa auto-observação é o início desse aprender sobre nós mesmos, é quando nos tornamos cientes daquilo que somos, daquilo que demonstramos ser ou aparentamos ser, agora, aqui, em nossas relações com o outro, com a vida e dentro de nós mesmos, quando nos tornamos cientes dos pensamentos e dos sentimentos surgindo sendo o resultado desse passado, dessa memória, dessa lembrança. O ponto aqui é que nós vivendo como estamos vivendo nesse “eu”, essa vida do “eu” vivendo como estamos vivendo nesse momento, presos a essa ideia de “ser alguém” – e esse “alguém” é só um conjunto de memórias, lembranças, recordações, imagens, pensamentos vindo do passado –, quando estamos dando identidade a isso pela não compreensão da Verdade do nosso próprio Ser, nós estamos num estado de sono, de inconsciência. O detalhe todo é que esse sono e essa inconsciência é um estado interno de insanidade.

A confirmação disso se vê por todo tipo de comportamento e reações que temos diante da vida, na relação com o outro e na relação que temos com o próprio corpo. Nós estamos vivendo dentro de uma situação de sono, que é inconsciência, e isso nos coloca num estado interno de infelicidade, de inquietude, na verdade, de insanidade. É isso que tem produzido em nossas vidas toda essa confusão, todo esse sofrimento, toda essa desordem, todo esse tédio, esse cansaço. Nós não estamos vivendo a Felicidade da Verdade que somos porque estamos sendo aquilo que o condicionamento social, cultural – aquilo que aprendemos dentro dessa cultura, dentro desse mundo – tem nos ensinado. Estamos aquém da Realidade do nosso próprio Ser, que é Deus. A única Realidade presente na vida, em toda a Existência, é a Realidade Divina. A beleza da revelação desse contato com a Meditação é que quando a Meditação se assenta como sendo o seu Estado Natural, aí nesse corpo-mente, Aquilo que agora está presente é essa Unicidade, é essa Não Separação, é esse Estado que não é mais de inconsciência, mas de Plena Consciência, não é mais de sono, mas é o Estado Acordado, que alguns chamam de o “Estado Desperto” ou o “Despertar”. Então a condição de vida presente quando há esta Realidade é a vida com toda a sua Graça, com toda a sua Beleza.

Nós nascemos para realizar a Verdade que somos, para assumir a Realidade do nosso Ser; nós nascemos para essa compreensão, que é a compreensão de Deus, que é a compreensão da Verdade. Então essa aproximação com a Real Meditação nos coloca diante dessa Revelação, que é a Revelação d’Aquilo que somos. Nós temos aqui a coisa mais importante na vida, precisamos aprender a arte de aprender essa Vida Real. Assumir a Realidade Divina é possível quando aprendemos a aprender. Aqui o que temos de interessante é que esse “aprender a aprender” requer desaprender essa antiga e velha condição psicológica de ser, esse ser psicológico que é o “eu”, o ego, que vive em um tempo muito específico, que eu tenho chamado de tempo do “eu” ou tempo psicológico. Então essa aproximação desse aprender sobre nós mesmos é constatar, aqui e agora, um aprender livre desse tempo psicológico.

Pela auto-observação estamos descobrindo, e nesse descobrimento estamos descartando a ilusão da inveja, do medo, dessas predisposições de desejos conflituosos, esse modo bem peculiar de sentir e pensar do ego. Esse aprender é algo agora, aqui, você não aprende para depois colocar em prática. Você agora, aqui, está se tornando ciente, nessa ciência existe o aprender e nesse aprender, naturalmente, a ilusão é desfeita e Algo novo surge, e esse Algo novo é esta Inteligência, é esta Presença, é esta Consciência. Essa aproximação requer auto-observação. Percebam que esse aprender sobre nós mesmos, que é Autoconhecimento, que é essa aproximação do Autoconhecimento é, simultaneamente, desaprender a ilusão do “eu”, a ilusão dessa egoidentidade carregada com os seus dilemas, conflitos, problemas, sofrimentos, temores, ambição e tudo o mais. Então, pela auto-observação, nos aproximamos de nós mesmos olhando para esse movimento interno, esse olhar para aquilo que se passa agora, aqui. Precisamos aprender essa arte de aprender a olhar.

Aprender é simplesmente descobrir o que é olhar sem o “eu”. Quando há esse olhar, esse observar sem o “eu”, temos um observar sem esse elemento que se separa como sendo o observador. Esse “eu”, esse observador é aquele que julga, que compara, que avalia, que aceita algumas coisas, que rejeita outras coisas, que escolhe, que diz “Sim, que diz “Não”, que diz “Eu gosto disso” ou “Eu não gosto disso”. Então repare: nós temos um formato de vida, de consciência egoica, que é essa inconsciência, que é esse sono, que é esse sonho, que quando os pensamentos surgem somos capturados pelos estados que eles trazem e, assim, esse corpo-mente se sente, algumas vezes, eufórico. Essa euforia que nós chamamos de “alegria” é algo puramente egoico. Ou, às vezes, nos sentimos deprimidos, angustiados, e esse “nós” é esse mecanismo, esse corpo-mente com o qual nos identificamos, isso porque nos confundimos, nos identificamos com a presença desse elemento que é o “eu”. Quando um pensamento surge, ou nós concordamos ou discordamos. Se nós concordamos com um pensamento, temos a crença de que estamos produzindo esse pensamento e, assim, damos continuidade a esse pensamento como sendo algo que nós estamos produzindo. Nós não temos essa arte de olhar para um pensamento sem se confundir com ele, apenas olhando, observando sem esse observador, sem esse “eu” que aceita ou rejeita, que julga ou compara.

Então, o que é a Meditação? É a arte de permanecer livre de todo o movimento do pensamento, sentimento, de todas as imagens que surgem aqui e agora, uma vez que essas imagens, pensamentos e sentimentos são, na verdade, o resultado do passado – sempre do passado. Olhar para isso sem se confundir é permanecer livre desse observador, desse pensador. Observe o que estamos colocando, experimente isso. Diante de um pensamento, de um sentimento, apenas observe a presença dele, assim como você observa um pássaro, assim como você observa uma nuvem ao olhar para o céu, e você nada quer, nada busca, nada deseja, nada espera; você não é contra essa nuvem, você não é a favor dela, você apenas olha para o céu e vê uma nuvem, você não a coloca dentro de um padrão pessoal, você não torna isso algo pessoal para você, é apenas uma nuvem. Experimente lidar com pensamentos, com sentimentos sem esse elemento “eu”, sem esse observador, sem esse pensador, sem esse que interfere na experiência desse olhar, desse ver.

Experimente isso. Ao experimentar isso, você irá descobrir uma desidentificação, a completa quebra de um padrão que vem se repetindo há milênios na humanidade, e em você há alguns decênios. Eu me refiro a essa ilusão de que você é o autor desses pensamentos, é o autor desses sentimentos. Absolutamente, isso é só uma memória, uma lembrança, uma recordação, isso é algo gravado nas células cerebrais, o cérebro está guardando essas lembranças. Ao longo do tempo, quando isso surge, você sempre dá continuidade colocando uma identidade nessa experiência, o resultado disso é esse estado de tagarelice interna, é esse estado de um grande volume de pensamentos dentro de você e, observe, não há controle disso. Eles chegam com os sentimentos, nesse momento há uma identificação com o corpo, a mente se identifica com esse corpo, nesse estado emocionalmente e sentimentalmente, de forma egoica, está presente a ilusão de uma identidade no tempo se separando da vida, se separando da existência. Note que o sentido do “eu” em nós é algo que está sempre no passado ou no futuro; neste estado, esse momento presente perde completamente o espaço dele, porque agora ele foi tomado pela ilusão de uma identidade psicológica, que é o “eu”, o ego. Então, ou você está no passado ou está no futuro, e isso é ausência do seu Natural Estado de Puro Ser, de Pura Consciência. Em razão desse estado de identificação egoica você está angustiado, deprimido, se sentindo culpado, em remorso, em alguma qualidade psicológica de dor, em algum tipo de sofrimento psicológico, dentro da ilusão de uma identidade presente, que é o “eu, o ego, e assim temos levado nossas vidas.

Nós não temos ciência da Verdade do Ser, não temos ciência da Verdade de Deus, não temos ciência da Verdade desse “quem sou eu”, porque esse “eu” que assumo ser é uma ilusão, é uma ilusória identidade ocupada com o seu pequeno mundo, onde há tédio, inveja, solidão, medo, desejos, enfim, diversas formas de conflitos psicológicos e, assim, você não vivencia a Realidade Divina, a Realidade da Paz, do Amor, da Felicidade, da Inteligência, da Sanidade, desta Real Inteligência, desta Real Consciência. Esse Natural Estado de Ser Consciência, Amor e Felicidade é Aquilo que alguns têm chamado de o “Despertar da Consciência”, o “Estado Desperto”, o “Estado Livre do eu”. Assim, a Meditação é essa aproximação.

Aqui no canal nós temos falado sobre a importância dessa aproximação do Autoconhecimento, sobre o verdadeiro Autoconhecimento – nós temos uma playlist aqui no canal sobre isso e, também, uma outra sobre a Real Meditação na prática. Assim, essa Meditação Real na prática não é uma técnica, não é um sistema, não é uma prática de meditação, é a Meditação no viver, é nesse viver prático, é nesse dia a dia, é nesse momento a momento que você está se tornando ciente desse movimento do “eu”, aprendendo a Verdade sobre si mesmo e descartando a ilusão daquilo com o qual você tem se confundido, que é esse condicionamento cultural, social, milenar.

A Realidade do seu Ser é a Realidade do Amor, da Felicidade, da Consciência Real, então, a Meditação revela isso agora, aqui, de uma forma muito direta. Você não precisa se sentar por alguns minutos, colocar uma música, cruzar as pernas, respirar de uma certa forma, você relaxa naquele momento, e quando sai dali, tudo continua da mesma forma, aqui é necessário a arte de aprender a Ser-Consciência-Felicidade, que é essa Real Meditação no viver, a Real Meditação na prática do viver. Enquanto você está trabalhando, conversando com alguém, caminhando, fazendo alguma tarefa, dedicado a alguma atividade, você está se tornado ciente de si mesmo, ciente daquilo que se passa aí dentro; apenas ciente sem se confundir, sem se identificar com isso, então há uma quebra dessa ilusão, desse sentido do “eu”, do ego. Esse é o contato com a Realidade do seu Ser.

Esse é o assunto aqui dentro do nosso canal. Se isso é algo que faz sentido para você, deixe aí o seu like no vídeo, se inscreva no canal e aí fica um convite para você: nós temos encontros online, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam.

Junho de 2023
Gravatá – PE, Brasil