O Poder do Agora Eckhart Tolle | Advaita Vedanta | A Não Dualidade

“O Poder do Agora”. Eckhart Tolle aborda esse assunto de uma forma belíssima. O Poder do Agora…

Eu quero entrar com você num aspecto bastante interessante sobre esse assunto, sobre a Beleza d’Aquilo que se revela agora aqui. A Beleza d’Aquilo que se revela agora aqui, a única Realidade presente, é Aquilo que está agora aqui. O que quer que esteja se mostrando neste momento é a única Realidade.

Notem que nós temos um movimento interno de pensamentos que são lembranças, de sentimentos ligados a essas lembranças, de emoções ligadas a essas lembranças. E o que são essas lembranças? Basicamente, a existência do “eu”. O “eu” é essa identidade forjada pelo pensamento-sentimento. Com essa identidade, nós nos confundimos, nós nos identificamos. Essa identidade é aquela que se apresenta aqui, sempre neste momento, como sendo real. E o aspecto interessante que eu quero lhe mostrar aqui sobre a Realidade da Vida, neste instante, neste momento, é que Ela não comporta essa identidade.

Todos os problemas que você tem na sua vida estão presentes em razão do aparecimento dessa ilusória identidade agora e aqui, nesta experiência. Não existe esse “eu e essa experiência”. A Vida está toda agora aqui. Não há o passado, não há o futuro e não há qualquer presente na Vida; só há Vida!

O que quer que esteja ocorrendo, acontecendo, deixando de acontecer… Deixando de acontecer: qualquer lembrança sobre isso é o passado; acontecendo: qualquer ideia sobre isso é o presente; e esperando acontecer ou brevemente acontecendo: é o futuro. A ideia sobre isso é o pensamento.

Então, o pensamento é aquele que carrega o passado, o presente e o futuro. Você é a Consciência, Você é a Vida. Então, o que quer que esteja ocorrendo aqui é só o Experimentar, não tem o “eu” experimentando isso. Então, qual é a relação entre esse Agora e Advaita Vedanta? Na Advaita, a aproximação é da Não Dualidade. Essa Não Dualidade é exatamente a Vida, é o que aqui está, é o desdobramento da Vida como Ela é, puro Experimentar, é o que está presente; não tem o experimentador.

Nós podemos usar expressões como “Advaita”, que significa “a Não Dualidade”, e podemos usar expressões como “o Agora”, ou como “a Vida”, ou como “a Presença”, “a Consciência”, “Deus”, ou expressões como “o Experimentar”, “a Não Dualidade”. E nenhuma dessas expressões, na verdade, torna claro Isso, e é tão claro Isso que nem precisamos de nenhuma dessas expressões. O fato é que não existe “alguém” presente nesse Experimentar.

Neste instante, existe o falar, não “alguém” falando; existe o ouvir, não “alguém” ouvindo; existe o sentir, e não “alguém” sentindo. E é muito simples a gente ver isso. Eu vou te mostrar exatamente agora a verdade do que estamos colocando.

Quando você está com raiva, nesse instante de raiva, só há raiva. A ideia de “alguém” com raiva é um pensamento que surge sobre a emoção, sobre esse sentir, sobre esse Experimentar. A ideia cria a separação, cria a ilusão de uma dualidade entre o Experimentar… surge o experimentador. Então, nós temos o lugar da experiência. Aquilo que ficou guardado se tornou experiência. E, no momento em que, nesse Experimentar, surge a ideia de um “eu” presente, aí surge o experimentador – isso é a dualidade, essa é a ilusão da mente egoica.

Só há o Experimentar. Eu quero lhe convidar a viver no Experimentar. Então, eu vou substituir agora a palavra “Agora”, como é usada por Eckhart Tolle, pela palavra “Experimentar”.

É necessária uma alta sensibilidade, uma alta inteligência, uma profunda renúncia da ilusão. Um contato direto com a Verdade d’O que é, agora, aqui, é o Experimentar. Então, eu quero lhe convidar a viver no Experimentar. Um pensamento surge… não há o pensador. É sempre alguns segundos depois que surge, quando aparece esse pensamento, “alguém”, esse “eu”, para gostar do pensamento ou não gostar do pensamento. Então, surge a dualidade.

Uma emoção surge e, alguns segundos depois, surge um “eu” para rejeitar aquela emoção, porque é uma emoção de dor que não preenche esse “eu”. Quando é uma emoção de prazer, esse “eu” se identifica com essa emoção – lá está a dualidade. É assim que temos vivido nossas vidas: dentro desse princípio de dualidade.

Quero lhe convidar ao Experimentar, ao puro Experimentar. Um pensamento surge… não dê identidade a esse pensamento. A sedução é que vai haver, nesse momento, vai acontecer, nesse instante, haverá, nesse momento, o surgimento de uma identidade para se confundir com o pensamento, rejeitando esse pensamento ou se identificando com ele.

Assim, nós temos vivido nossas vidas. Então, nós carregamos esse sentido de um “eu” pensando, de um “eu” falando… Só há o falar! Ao falar, não coloque uma identidade. Experimente isso em algum momento. É a ilusão de uma identidade presente no falar que cria separação entre a fala e a ideia de “alguém” na fala. Então, não há espontaneidade, não há naturalidade, não há o Experimentar. Como isso não está presente, não há Inteligência no falar.

A sua fala, em geral, nasce do pensamento vindo da memória, e com um “eu” por detrás tendo a intenção, tendo a volição, tendo o querer. Por isso estamos falando, o tempo inteiro, bobagens. Falamos coisas das quais, depois, o próprio ego, o “eu”, se arrepende de ter dito – mas foi ele mesmo que disse! –, porque estamos sempre nesse impulso de uma identidade presente falando, pensando, sentindo, fazendo.

Eu quero lhe convidar ao Experimentar, ao puro Experimentar. Esse Experimentar – só o Experimentar – é possível quando o sentido do “eu” não está, então não surge o experimentador, não surge o pensador, não surge o fazedor. Há uma ação inteiramente nova: a ação da Inteligência, da Sensibilidade, da Consciência, a ação do Amor. Não é algo vindo do passado, é algo florescendo neste instante, neste momento presente, neste Experimentar, o puro Experimentar.

Então, a vida carrega uma extraordinária e indescritível beleza quando o “eu” não está, quando o sentido do ego não está. Você deve trabalhar isso através daquilo que, aqui no canal, eu coloco como a verdadeira visão do Autoconhecimento, o resultado desse Autoconhecimento da Verdade, a Verdade do Autoconhecimento; não o que a psicologia chama de autoconhecimento, a filosofia chama de autoconhecimento… Alguns palestrantes usam essa expressão, palestrantes de autoajuda… Não, absolutamente! O que os livros dizem não é isso. Estamos aqui colocando de uma forma diferente essa expressão.

O verdadeiro Autoconhecimento te aproxima da Real Meditação. Essa Real Meditação está presente quando existe essa quebra desse princípio de separação, de dualidade. Quando o “eu” não está, não existe mais o pensamento que representa passado, presente e futuro.

O ser humano, vivendo na egoidentidade, nessa condição psicológica de desordem emocional, de pensamentos, de sentimentos, de emoções, de ações – ações, por sua vez, egocêntricas, envolvidas com o autointeresse, com a ambição, com a inveja, com o desejo, com o medo… Tudo isso está presente em razão desta consciência egoica.

Quando há uma aproximação da Meditação, da Real Meditação Prática – nós temos uma playlist aqui no canal sobre isso e uma outra playlist sobre o Verdadeiro Autoconhecimento –, quando há isso, há uma quebra desse sentido de separação, desse sentido de dualidade, então há uma quebra da ilusão do tempo psicológico. Esse tempo psicológico é o pensamento, é o pensamento do que aconteceu, do que está acontecendo e do que irá acontecer.

A Vida é o que Ela é, agora, aqui. Sem o tempo psicológico, há só o Experimentar, puro Experimentar. Nesse puro Experimentar, a Vida se revela. Sim, Ela se revela com o falar, se revela com o atender aos desafios do momento presente, Ela se revela em realizações também externas… Nada para nesse Experimentar. Tudo está agora aqui, nesse Experimentar, acontecendo, mas sem a ilusão de um “eu” presente.

Notem como isso é importante. O ser humano tem ideais sobre como ser feliz, como realizar a felicidade, como encontrar a paz, como encontrar o amor, como encontrar o trabalho certo, como ter a vida externa harmoniosa, feliz, nas relações com pessoas, com o trabalho, com a família, com ele mesmo… E todos esses ideais, todos esses projetos, estão distantes da Realidade do Experimentar, dessa Inteligência Suprema, dessa Consciência, que é a Presença de Deus, porque isso tudo é ideológico, tem por base a mente egoica e os seus projetos.

Você não precisa de nenhum desses projetos da mente egoica para a Realização da Verdadeira Felicidade, do Verdadeiro Amor, da Verdadeira Prosperidade. As pessoas ficam loucas quando escutam a expressão ou fazem uso da expressão “o Segredo” – “qual é o Segredo?”, “o que é o ‘The Secret’?” Elas ficam loucas por isso. Elas querem descobrir a fórmula para o que elas chamam de felicidade, o que, na verdade, é uma mera projeção de realizações externas, em materialidades, em coisas materiais.

O ser humano confunde realizações externas com felicidade. E elas acham que precisam desses sonhos, desses projetos, dessas imaginações, dessas fotografias coladas na geladeira. Elas precisam imaginar, precisam usar o poder da mente, todo esse tipo de coisa. E, aqui, eu estou dizendo: o Experimentar é o contato com a Realidade Suprema do seu Ser, que é Deus, a Fonte Suprema da Bem-Aventurança, da Felicidade, da Completude, e isso ultrapassa, em muito, qualquer realização externa, qualquer realização material.

A Realização da Verdade de Deus, da Verdade do seu Ser, da Realidade desse Experimentar, de Ser-Experimentar, revela tudo. Tudo que se faz necessário, extraordinário, maravilhoso em sua vida é a Realização de Deus, da fonte Suprema, de toda a Abundância, de toda a Prosperidade, de todo o Amor, de toda a Paz, de toda a Liberdade, de tudo!

Então, o nosso trabalho aqui nesse canal é lhe convidar a viver o Experimentar, o Agora do Experimentar. Então, se revela esse Silêncio, essa Presença, Aquilo que não tem nome, Aquilo que é inominável, que alguns chamam de Deus, Consciência, Ser, Presença, o Agora. Aqui, eu estou chamando também neste instante, de “o Experimentar”. Na Índia, Isso é chamado também de Kundalini. Nós temos uma playlist aqui falando sobre o Despertar desse Experimentar, que é o Despertar da Kundalini. Temos uma playlist aqui em nosso canal, você pode investigar isso.

Portanto, esse é o assunto que nós tratamos aqui no canal. Se isso é algo que faz sentido para você, deixa aí o seu “like”, se inscreve no canal… E lembrando: nós temos encontros on-line e também retiros, e podemos trabalhar isso juntos. Ok?

Até a próxima.

Novembro de 2022
Gravatá – PE, Brasil