É… a Felicidade. Onde está a Felicidade? Como encontrar a Felicidade? Será que a Felicidade é resultado do nosso esforço? Será que, pelo esforço, nós podemos obter a Felicidade? Na verdade, alguém sabe o que é a Felicidade?
Talvez, alguém diga assim: “Se você se esforçar, você irá obter a Felicidade”. Mas será que é verdade isso? A Felicidade será resultado do esforço, da luta? Será que é quando lutamos que alcançamos? Será que resolver as questões internas, as questões psicológicas em nós… será que é como resolver um problema no papel, um problema matemático?
Para resolver um problema de engenharia, um problema arquitetônico, um problema em algum nível técnico, nós precisamos, sim, de um certo esforço. Eu diria que foco, disciplina e esforço. Para se obter um certo resultado nesse nível, isso se faz necessário.
Mas aqui, psicologicamente, você está vivendo, neste momento, em ansiedade, em depressão ou em algum quadro de infelicidade. Essa infelicidade é psicológica, essa infelicidade é interna. O vazio existencial, a dor da solidão, a falta do amor, daquilo que nós chamamos de amor, enfim… Será que a gente vai resolver um problema desse nesse nível – no nível do esforço, no nível da luta? É esse o nível em que a gente resolve um problema dessa ordem?
Vocês já tentaram, pelo esforço, se livrar, por exemplo, do pensamento? E a gente consegue se livrar de pensamentos pelo esforço?
Se você tem um volume de pensamentos e sentimentos criando estados internos em você, como esses que nós acabamos de falar, será que você, pelo esforço, consegue romper isso? Que espécie de esforço pode ser empregado psicologicamente, que espécie de luta pode ser empregada psicologicamente para vencermos o medo ou qualquer um desses quadros que acabamos de colocar? Como é possível nos livrarmos disso? Será pelo esforço, pela luta?
É evidente que não é possível! Nós queremos pelo esforço, mas o esforço, na verdade… e a luta, na verdade, acrescentam mais problema, mais dilema, mais conflito, mais contradição, mais sofrimento.
Se você tenta se livrar de pensamentos… Experimente! Quando há um pensamento e você, desatento, se envolve com ele, que é o que nós temos feito, aquele único pensamento se multiplica. Parece que ele dá “cria”. Depois daquele, surgem outros, e mais outros, e mais outros, e eles vão se multiplicando.
Nossos estados internos estão aqui agora para serem vistos. Nos aproximamos desses estados como nos aproximamos de um problema. Diferente de um problema de matemática, que você usa do conhecimento e da experiência e de disciplina, foco e esforço; aqui, um problema psicológico… temos que nos aplicar a ele de uma forma nova, de uma forma diferente. É necessário nos aproximarmos dele para olhar para ele.
Uma dica para você, exatamente onde você tem falhado em lidar com quadros de sofrimento psicológico: você tem falhado no sentido de ter sempre buscado um jeito de diminuir a intensidade dessa dor, fugindo disso, tentando dar uma solução. O que você consegue é, na realidade, encontrar um caminho ou um expediente qualquer de fuga. Esses problemas não têm solução.
Sim, isso mesmo que você ouviu! A tentativa de ir em busca de uma solução para a ansiedade, para a depressão, para o tédio, para alguma forma de angústia, de culpa, de remorso… o próprio movimento de busca de solução fortalece o próprio estado, fortalece a própria condição.
E, aqui, eu estou dizendo: é possível descobrir a ilusão do quadro, o fim do quadro, não a solução, porque nós não estamos diante de um problema matemático, estamos diante de um problema psicológico. E problemas psicológicos… nós não nos aproximamos deles buscando uma solução, fazendo um movimento de busca, porque esse movimento de busca é, na realidade, um movimento de escape ou de fuga. Nem por esse movimento de busca, nem pelo esforço, nem pela luta…
São 3 coisas que as pessoas têm feito com o sofrimento psicológico: é a busca da solução; em segundo, nós temos o esforço, algum nível de esforço para nos tornarmos diferentes daquilo que estamos sendo agora aqui. Então, há um esforço para romper com isso – esse é o segundo; e o terceiro é a luta.
As pessoas perguntam: “O que faço? Como vencer? Como vencer o medo? Como vencer a ansiedade? Como vencer a depressão?” São até compreensíveis essas expressões, mas compreendam isso com muita clareza. Como não estamos lidando com um problema que a gente consegue colocar fim nele tentando resolvê-lo, ou tentando vencê-lo, ou se esforçando para fazer algo contra ele, não adianta. Esse não é um problema matemático, isso não é um problema de engenharia, não é um problema de arquitetura, não é um problema técnico; é um problema psicológico.
A forma real de nos aproximarmos disso é compreendermos o que é o problema. Onde está o problema? E só podemos fazer isso quando nós nos aproximamos dele, e não quando tentamos fazer algo como solucionar, lutar ou se esforçar para vencer, para ir contra ele.
Aqui, nós nos aproximamos… Se aproxime disso! Olhe para aquilo que se passa dentro de você e perceba o que são esses pensamentos, esses sentimentos, essas emoções, o que quer que esteja surgindo agora aqui. Esse é o problema, para dele você se aproximar. Não se esforçar, lutar; se aproximar dele! Você se aproxima da tristeza, se aproxima da solidão, você se aproxima do estado.
É importante que você compreenda também isso: se aproximar significa olhar. Quando a gente dá um nome e tenta enquadrá-lo dentro de um sistema, a gente já está de novo tentando dar uma solução para isso.
Aqui, eu quero lhe convidar a apenas se aproximar do próprio estado. E não se ocupe em nomear, mas em observar o que se passa: o pensamento, o sentimento, a emoção, a sensação… olhar para isso! E olhar para isso só é possível quando você não tem uma ideia, uma conclusão, um conceito sobre aquilo.
É aqui que nós nos deparamos com a verdadeira dificuldade, porque, quando nós nos aproximamos disso, nós já queremos fazer algo. Esse “mim”, esse “eu”, em razão da dor que está vivendo, quer se livrar, quer fazer alguma coisa. Quando isso ocorre, ocorre esse sentido de separação entre você – aquele que sente – e aquilo que está ali se mostrando. Entre esse “eu” e essa experiência, nós temos o sentido de separação, o sentido de dualidade.
A Visão da Verdade sobre o seu Ser é que o seu Ser é Um com Tudo. Isso é direto da Advaita Vedanta. Então, lá nos Vedas, nós temos, na Advaita Vedanta, a clara apresentação de que o seu Ser é Um com Tudo. Isso é o seu Ser.
É só o sentido do “eu” presente se separando da experiência, sustentando a dualidade. Isso sustenta um centro falso, uma identidade ilusória, resistindo àquilo que se mostra agora aqui. E, quando isso acontece, o quadro é sustentado, a situação é sustentada, o medo é sustentado, a ansiedade é sustentada, a depressão é sustentada, a solidão é sustentada, a dor é sustentada, porque há essa dualidade, há esse “mim”, esse “eu”, lutando contra isso que se mostra. Quando isso acontece, você não está nessa proximidade, mas está nessa resistência.
A resistência que se apresenta nesse formato que acabei de colocar aqui para você, que é a tentativa de se livrar, que é a tentativa de lutar, que é a tentativa de resistir àquilo pelo esforço, para fazer algo… quando isso está presente, não há essa proximidade. Aqui, é se aproximar e ficar com isso.
Quando um pensamento surge, você observa, não coloca uma identidade presente; um sentimento surge, você não coloca… apenas fica com isso, observa, se aproxima. Quando você está aí, nesse contato direto, há a compreensão, há essa compreensão, há uma perfeita compreensão desse sentido de um “eu” presente nesse sentir, então se percebe essa dualidade. É esse “eu” que sustenta a experiência, sempre é esse “eu” que sustenta a experiência. É sempre o “eu” que sustenta a infelicidade. Todo e qualquer quadro de infelicidade presente em sua vida está sendo sustentado pelo “eu”.
Portanto, onde está a Felicidade? Como encontrar a Felicidade? Essa ideia de ir em busca dessa “coisa” chamada Felicidade… é o que as pessoas têm feito.
A Felicidade não está lá fora, Ela não está numa realização externa, Ela não está em algo que possa lhe preencher e lhe afastar temporariamente de um quadro de infelicidade. A Felicidade está presente no seu Ser, como sua Consciência Verdadeira, como sua Consciência Real, que é a Verdade de Deus.
Aqui, eu não me refiro a essa consciência egoica, a esse modelo de consciência presa dentro desse ciclo de dualidade, dentro desse movimento de vir a ser, de se tornar, de alcançar, de se livrar. Isso é um ciclo.
O sentido do “eu” busca e, depois, quer se livrar; e, depois, busca novamente; depois, quer se livrar. Esse modelo de alcançar, vir a ser, se tornar, obter, realizar, se livrar, está dentro desse modelo de egocentrismo, de atividade egocêntrica, dessa própria consciência egoica, dessa consciência mental. Sua Consciência Real é a Natureza de Deus. É aí que está a Felicidade, é aí que está o seu Ser, a Verdade de sua Natureza Divina.
Aqui em nosso canal, nós temos uma extensa playlist falando sobre o Autoconhecimento e a Real Meditação Prática, além de uma outra playlist falando do resultado disso, que é o Despertar desse Poder que você traz dentro de si mesma, que termina com essa condição psicológica de sofrimento.
Então, não se trata de uma solução para a infelicidade, se trata do fim da ilusão, do fim da ilusão da infelicidade – e, aqui, eu me refiro a todos os quadros, a todas as formas de patologias, de infelicidade psicológica –, quando esse sentido do “eu”, do “ego”, do “mim”, se dissolve, desaparece. Isso é o fim para o sentido do “eu” e, portanto, o fim para essa ilusão, o fim dessa ilusão de que a infelicidade é a realidade.
A Felicidade é a Natureza do Ser, a Felicidade é a Natureza da Consciência. Essa é a Verdade sobre quem é Você, ou melhor, sobre O que verdadeiramente Você é.
Esse é o assunto que nós tratamos aqui com você. Se isso é algo que faz sentido para você, deixa aí o seu “like”, se inscreve no canal… Quero lembrar a você: nós temos encontros on-line e, também, encontros presenciais, onde estamos trabalhando isso juntos com aqueles que se aproximam. OK?
Se isso faz sentido, podemos trabalhar isso juntos. OK?
Valeu pelo encontro!