Muito bem!
O nosso assunto aqui – o nosso enfoque dentro desses encontros – é lhe mostrar a Verdade sobre quem nós somos, qual é a Natureza Real de cada um de nós; em outras palavras, qual é a Verdade sobre você, sobre todos nós. Esta Verdade é a Verdade da Consciência – aqui, quando eu me refiro à palavra Consciência, me refiro à Verdade que transcende o pensamento, a percepção, a sensação, o sentimento, a emoção; Aquilo que está presente que transcende o corpo e a mente e, também, essa noção que nós temos de tempo e espaço. A Verdade sobre isso é a Verdade de nossa Natureza Essencial.
Diante disso você está diante do Amor. Em geral, não sabemos o que é o Amor, não sabemos o que é a Paz, a Felicidade. O homem está em busca de amor, de paz e felicidade, mas o que ele chama de “amor”, “paz” e “felicidade” é uma projeção de suas insatisfações. Em razão dessa insatisfação presente nele, ele projeta uma ideia sobre amor, sobre paz e felicidade.
Esses encontros aqui têm como propósito investigar a Natureza do Ser que somos. Esse Ser que somos é esta Consciência – alguns chamam de Presença, Deus, Verdade. Aqui se trata da Realidade da Vida. Nós temos por base o Autoconhecimento, sempre a base é conhecer a nós mesmos, estudar a nós próprios, investigar aquilo que se passa dentro de cada um de nós, e perceber o que o pensamento dentro de nós tem construído, o que o sentimento tem construído, a emoção, a sensação… Tudo isso tem por base uma construção do pensamento, é ele que se projeta no tempo. Na verdade, não há tempo sem o pensamento.
Se queremos nos aproximar da Verdade sobre quem nós somos, temos que estudar a nós mesmos e ver o que é o pensamento e o que ele tem moldado e construído em nome do “amor”, por exemplo. Para nós amor é prazer, satisfação, preenchimento na relação com o outro; o preenchimento intelectual, emocional, físico ou sexual nas relações, a isso nós estamos dando o nome de “amor”.
Notem o que o pensamento tem construído: nós dizemos “Eu te amo”; o que queremos dizer, na verdade, não estamos dizendo. O que queremos dizer é: “Eu aprecio sua presença, eu gosto de você, você me dá prazer, é bom estar com você, você me preenche de alguma forma, isso é muito prazeroso”. Nós não dizemos isso, nós dizemos: “Eu te amo”. Se isso nos é negado, esse sentimento desaparece. Então aquilo que nós chamamos de “amor” é algo que se assenta numa satisfação, então há essa mútua satisfação – você sente por mim e eu sinto por você. Uma aproximação mútua de satisfação: isso nós denominamos de “amor”. Se isso desaparece, em algum momento, esse sentimento também muda, esse, assim chamado, “amor” também muda. É quando você se sente só, é quando esse “mim”, esse “eu”, se sente menosprezado, desprezado, rejeitado. Esse sentimento agora não é de amor, mas é de frustração, cólera, raiva, então há esse interno estado de solidão, o que nos torna brutais, violentos, agressivos. Então há esse novo sentimento de frustração, raiva, posse não correspondida – que alguns chamam de ciúme –, esse é o novo sentimento. Então o que nós chamamos de “amor” se baseia em sentimentos, em sensações, na busca de um preenchimento em algum nível – como colocamos: sexual, emocional, sentimental, companhia, prazer.
Então o que nós temos feito com o amor – o que é o amor – é o mesmo com relação a essa coisa que nós chamamos de “paz”. O que é paz? É quando tudo vai bem, é quando tudo transcorre como nós desejamos, é quando nossos objetivos e propósitos são realizados, não são obstruídos, não são paralisados, quando nada se interpõe. Então a satisfação do desejo também preenchido nos aquieta, nos torna pouco eufóricos e nós chamamos isso de “paz”. Quando tudo vai bem a paz está presente, quando para esse “mim”, para esse “eu”, tudo é do jeito que ele deseja, que ele quer, tudo vai bem. É isso que nós chamamos de “paz”. Mas se a situação muda, se a circunstância é alterada, estamos de volta à ausência de paz. Notem, é uma paz circunstancial. O amor agora há pouco era circunstancial também e essa paz também, agora, se mostra circunstancial.
Poderíamos falar muito ainda sobre essa questão da paz e dos diversos modelos de “paz”. Para nós, paz é aceitação, enquanto o outro me aceita estou em paz, e quando ele me rejeita se torna meu inimigo ou fico indiferente a ele. Então não há paz em nossas relações. Para nós é algo muito circunstancial.
A questão da felicidade nós temos a mesma situação, temos uma projeção do que é a felicidade. Felicidade é quando nunca mais passamos por nada que não desejamos, tudo tem que transcorrer do jeito que esperamos. Um sonho realizado é a “felicidade”, um objetivo alcançado é a “felicidade”, uma meta obtida, cumprida, é a “felicidade”; então um carro novo é a “felicidade”, o casamento pela primeira vez é a “felicidade” – mas é estranho, daqui a pouco essa felicidade não está mais e aí a gente tem que casar de novo.
Então é muito interessante essa questão da felicidade, é sempre um projeto que se realiza no tempo, segundo os nossos desejos, segundo os nossos propósitos, segundo as nossas ideias. Tudo tem que terminar como no conto de fadas, como nas histórias que ouvimos desde a infância, do encontro do príncipe com a princesa e “viveram felizes para sempre”. O tempo está sempre incluso nessa conclusão de felicidade, então o elemento tempo é muito importante. Esse prazer, essa satisfação, essa coisa dando certo como “eu” espero, como “eu” desejo, no tempo, tem que ser para sempre.
Notem o que estamos trabalhando aqui com vocês, o que estamos olhando juntos aqui. Nossas colocações aqui são sobre a Verdade do seu Ser, que é Consciência. Aqueles que realizaram Isso dizem que neste Ser-Consciência reside o Amor – o Real Amor, não esse amor que tem um outro lado quando não é correspondido.
Aqueles que realizaram a Verdade do seu Ser falam dessa Paz, compartilham dessa Paz, mas é uma Paz que ultrapassa toda a compreensão e intenção humana, então, naturalmente, é uma Paz que não pode ser idealizada pelo pensamento, e uma Paz, naturalmente, que não tem um contrário, não tem um outro lado. Então, a “paz” que não é paz, mas agora é inimizade, é conflito, é a paz que tem um oposto, essa é a paz que a mente conhece. A gente pode falar um pouco mais sobre isso daqui a pouco.
E quanto à Felicidade nós temos a mesma situação. A Realização do seu Ser, que é Consciência, é Felicidade. Os Sábios têm dito que Ser-Consciência-Felicidade é a Natureza de cada um de nós, essa é a Verdade sobre você. Mas a mente tem construído um mundo e falado nesse mundo sobre amor, paz e felicidade. Nesse mundo da mente o que prevalece é a contradição, é a inveja, o desejo e o medo; isso não é Amor, não é Paz, não é Felicidade.
Nós estamos trabalhando aqui a Verdade que somos, quando há o fim para essa ilusão do que acreditamos ser, daquilo que nós nos confundimos em aparentar ser, em se mostrar sendo. Então o Autoconhecimento é aquilo que lhe aproxima da Meditação, o que não é outra coisa a não ser a compreensão direta, vivencial, do Natural Estado de Amor, Consciência, Felicidade. Assim, nossa aproximação de tudo isso precisa ser essa aproximação – real aproximação. A mente pode se modificar, o Amor não; ela pode lutar por objetivos e alterar o tempo todo, a Paz não; ela – a mente – pode se preencher ou se sentir preenchida por satisfação, prazer e realização, a Felicidade não, porque essa Felicidade, essa Paz e esse Amor são a Natureza da Consciência.
Então o nosso problema reside na coisa que chamamos “amor”, na coisa que chamamos “paz”, na coisa que chamamos “felicidade”. O nosso problema reside em nossas crenças, em nossas projeções, em nossos projetos, ideais e propósitos, todos eles construídos por essa mente. Essa é a condição da mente que se separa e, portanto, uma mente que vive dentro de um processo de dualidade e separatividade. Ela se vê como uma entidade presente no tempo para realizar alguma coisa que lhe preencha eternamente, como nas frases “viveram felizes para sempre”, “encontraram o amor eterno”, ou a “paz perfeita”.
Notem o que estamos colocando aqui para você: é a mente que se apega a alguma coisa, é ela que se torna invejosa, possuidora, controladora, manipuladora; é ela que tenta estabilidade e segurança nas experiências e, assim, projeta esses ideais – e aqui a mente não é outra coisa senão esse sentido do “eu” presente, que é o “ego”, esse “mim”.
É importante termos uma aproximação real disso. Nós, na verdade, não conhecemos o que é amar, nós não deixamos o Amor sozinho. Não sabemos o que é a Paz, nós nunca deixamos ou permitimos que a Paz se instale sozinha, assim como a Felicidade, nós não estamos dando essa Liberdade para que o nosso Ser se expresse como Consciência se mostrando em Amor, em Paz, em Felicidade. Há sempre esse controle, essa manipulação da mente; há sempre esse desejo de se tornar alguma coisa, alcançar alguma coisa ou se mover para alguma direção e isso, naturalmente, cria essa noção de tempo – metas, propósitos e objetivos –, e o “ego” dentro disso, vendo toda a confusão e vivendo essas ilusões – a ilusão do amor, a ilusão da paz, a ilusão da felicidade.
Tudo bem? Estamos juntos nisso?
Não há nesse sentido do “eu” a Verdade. O trabalho sobre si mesmo, aqui e agora, é através do Autoconhecimento, dentro desse princípio de revelação dado pela Real Meditação na prática – e nós temos aqui, em nosso canal, uma ampla playlist, nós temos uma playlist sobre Autoconhecimento, uma outra playlist sobre a Real Meditação na prática, assim como, temos diversas outras playlists aprofundando esse assunto aqui com vocês.
Portanto, se isso é algo que faz sentido para você, deixa aí o seu like, se inscreva no canal, e eu quero convidar você para um encontro online – nós temos encontros online, encontros presenciais e, também, retiros, onde estamos trabalhando isso com aqueles que se aproximam. Ok?
Se faz sentido para você, a gente se vê. Até a próxima!