Autoconhecimento e Real Meditação

Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais um encontro aqui em nosso canal.

Eu queria lhe convidar a entrarmos juntos em algumas questões aqui. Não estou aqui para colocar para você ideias, ou novas ideias. Eu estou aqui com você, investigando com você a importância, exatamente, de irmos além das ideias. Portanto, não se trata, aqui, de uma nova crença.

Nosso trabalho aqui juntos é nos aproximarmos de uma Percepção de Realidade, a partir de uma visão clara daquilo que acontece dentro de nós mesmos, e isso é possível quando há esse aprender, aprender sobre nós mesmos – essa é a intenção desse encontro. Aqui, você precisa aprender sobre si mesmo. Então, as nossas palavras aqui, essas palavras que estão sendo colocadas aqui, não são no sentido de lhe ensinar alguma coisa. Tudo que você precisa não é ser ensinado; tudo que você precisa é aprender a aprender.

Então, se há um ensinamento aqui, é o ensinamento de como aprender a aprender sobre si mesmo. Esse aprender sobre si mesmo é o Autoconhecimento. Você descobre, você percebe, você vê por si mesmo, por si própria, por si próprio, aquilo que está presente nesse momento, aqui dentro, dentro de você – isso é Autoconhecimento. Sem isso, não adianta o que quer que você esteja fazendo em direção a uma transformação, a uma mudança.

Precisamos, sim, de uma mudança; precisamos, sim, de uma radical transformação, porque precisamos conhecer a Vida como Ela é. A Vida como Ela é não comporta essa ilusão de ser “alguém” dentro Dela. Essa ilusão de ser “alguém” dentro Dela é a ilusão da identificação equivocada, é a ilusão do erro, é a ilusão do engano, é a ilusão que sustenta toda forma de mentira em sua vida.

A dependência interna – eu me refiro a essa dependência psicológica de pessoas, de situações – é uma mentira! Eu não estou dizendo que é uma mentira no sentido de não estar presente. Sim, isso está presente. Nesse sentido, isso é muito real. Não podemos negar a presença da inveja, do ciúme, da posse, do medo; não podemos negar a presença de tudo isso em nossa vida. Mas a presença de tudo isso se constitui em uma mentira, mesmo assim, no sentido de que sua Natureza Verdadeira, seu Ser, é Amor, é Felicidade, é Paz, é Liberdade.

Viver dentro dessa dimensão, dessa antiga e velha estrutura do ego, desta identidade ilusória, é viver dentro desta ilusória mentira – esse tem sido o padrão. Aqui, eu quero lhe dizer que é possível entrar em contato direto com essa mentira, embora isso se apresente como um fato em nossas vidas, no dia a dia: somos possessivos, invejosos, ciumentos, avarentos, ambiciosos…

A presença da infelicidade com todo esse sofrimento que está presente… Estar se identificando com essa experiência significa estar se separando daquilo que surge, daquilo que aparece; é estar se confundindo com isso, fazendo disso uma realidade para a sua vida. Sua Vida, que é o seu Ser, transcende essa condição de egoidentidade. Essa egoidentidade é uma ilusão. Mas, mesmo sendo uma ilusão, constituída de todos esses aspectos de sofrimento, o que parece ser muito real e sendo vivido como algo muito real em nossa vida, tudo isso pode ser descartado pelo Reconhecimento de sua Identidade Divina, de sua Natureza Transcendental, que é a natureza do Ser.

Eu não estou dizendo que essas aparições, embora ilusórias, embora surgindo e aparecendo como a “realidade” para esse sentido de separação, para esse sentido egoico, isso não esteja presente. Sim, isso está presente! Essa tem sido a “realidade”, essa tem sido a “verdade” do ser humano, porque essa tem sido a sua condição de vida no equívoco, de vida na ilusão.

Precisamos transcender isso, precisamos transcender essa ilusão, transcender esse quadro de vida mentirosa, de vida ilusória, e podemos transcender isso através do Autoconhecimento.

Por isso, nosso trabalho juntos aqui é aprendermos sobre aquilo que se passa aqui e agora. É necessário você ter um contato direto com essa inveja, com esse ciúme, com esse medo, com esse apego, com essas conclusões baseadas em crenças; é necessário você ter um contato direto com esse fundo de condicionamento, com tudo isso que a mente egoica tem acumulado ao longo de todos esses anos; é necessário ter um contato direto com esse quadro interno de insanidade psicológica. Quando você tem um contato direto com isso, você pode ir além disso, você pode transcender essa mentira, transcender essa ilusão, transcender esse estado de infelicidade, e esse é o propósito dos nossos encontros aqui.

Então, aqui, eu quero lhe mostrar que é possível aprender a desaprender isso tudo. Aprender sobre si mesmo é desaprender essa antiga e velha condição. Notem que isso é uma condição de condicionamento psicológico, de padrão cultural, de padrão social, de padrão familiar, de padrão educacional. Fomos ensinados à inveja, ao ciúme; fomos ensinados aos padrões de autoproteção egoica; fomos ensinados a vivermos dentro desse modelo de autoimagem. Essa autoimagem é essa crença que você tem sobre quem você é. Isso cria uma imagem, também, sobre o outro, sobre a Vida, sobre a Existência, e isso lhe separa, isso lhe coloca num estado de identidade egocêntrica, de identidade em torno da qual o mundo, a vida, os outros têm que girar. O resultado disso é a ansiedade, é a depressão, é o medo, é as diversas formas de quadros de infelicidade.

A vida, no sentido egoico, tem se mostrado muito real em sua mentira, em sua ilusão. Com isso, o ser humano tem se identificado. Essa aproximação da observação do movimento da mente agora, aqui, é capaz de lhe mostrar que essa presença do ciúme… nela, não tem “alguém”; que essa presença da inveja… nela, não tem “alguém”.

O que temos no ciúme é uma imagem, uma imagem tentando se resguardar, tentando se proteger, tentando ser exclusiva, tentando possuir as coisas, tentando dominar as coisas, tentando ter tudo para ela, só para ela. O sentido de posse, de controle, de domínio, exclusivo domínio, controle absoluto, nos torna possessivos e, portanto, ciumentos, e isso está em cima de uma imagem, da imagem que você faz de si mesmo.

Então, nesse instante de ciúme, essa energia do ciúme… nela, não existe uma identidade; é um condicionamento psicológico, e é um condicionamento, também, nas próprias células do cérebro, na própria estrutura cerebral. O corpo e a mente não se separam dessa estrutura do ciúme quando o ciúme está presente, mas aí o pensamento surge e cria a ideia, a ideologia da necessidade de se livrar disso, de se separar disso ou de fazer algo com relação a isso, rejeitando o estado, esse estado de ciúme, ou tentando racionalizar o estado de ciúme ou proteger o estado de ciúme. Nessa divisão, existe a ilusão da dualidade. Isso precisa ser observado. Se você não conseguir observar isso em si mesmo, você continuará vivendo esse quadro de ciúme. Isso vale para qualquer um desses quadros psicológicos de condicionamento interno para esse mecanismo, para esse corpo-mente.

Esse sentido de dualidade precisa ser visto. Isso é aprender sobre si mesmo, isso é poder quebrar essa condição e transcender esse estado da mente egoica. Quando há esta auto-observação, quando você se torna ciente daquilo que está acontecendo aqui e agora, apenas esse observar sem alimentar uma ideia, uma crença, uma imagem sobre isso, mas apenas observar essa reação, esse sentimento que surge… Você não dá nome para isso, você não chama isso agora de posse, de ciúme, você apenas observa… esse observar sem se separar, sem criar ilusão de um observador se separando dessa experiência; existe apenas a observação, sem julgamento, sem comparação, sem uma conclusão, sem uma motivação para se livrar dessa dor, desse sofrimento, ou para justificar, ou para consentir com isso…

Essa observação sem qualquer identificação com isso, essa observação pura, sem essa separação entre observador e coisa observada, sem esse sentido de dualidade criando esta identificação; a observação disso, pura e simplesmente, pode quebrar esse modelo de condicionamento psicológico. Essa é a forma de lidar com a mente egoica, com esse modelo de mente egoica.

Então, é possível uma nova mente surgir, uma mente inteiramente livre surgir. É o momento dessa mente em Liberdade aparecer, uma mente livre desse padrão de condicionamento. Aqui, o que vale para a inveja, está valendo também para o ciúme; o que vale para o ciúme, também está valendo para a ambição; para o sentido de controle, está também valendo para o desejo, ou para algum quadro, ou alguma forma de medo surgindo.

Essa observação pura sem o observador se separando – é assim que precisamos aprender a lidar com a ansiedade, com esses quadros de estados de dor psicológica, como, por exemplo, a depressão. A observação direta do movimento do pensamento sem a ilusão de um pensador querendo controlar, querendo se livrar ou querendo se defender, se proteger desses pensamentos… Deixando essa reação, é possível ficar essa direta observação. Nessa observação direta, nós temos essa atenção sobre esse movimento.

Essa atenção, no Zen, é chamada de “atenção plena”; essa atenção plena sobre o que está agora aqui, internamente e, também, externamente. Isso também é chamado de “mindfulness”. Essa atenção sobre o movimento da consciência, sem se confundir com aquilo que surge, com aquilo que aparece nesse momento, essa plena atenção, isso quebra esse modelo, quebra esse condicionamento. Então, há uma quebra, há uma transcendência dessa dualidade. Então, o sentido do “eu”, do “mim”, do ego, desaparece nessa pura e direta observação. E, quando isso desaparece, esse estado é quebrado, porque esse estado está presente porque essa energia não foi observada.

É necessário se tornar cônscio daquilo que se passa agora e aqui, então essa energia, que estava antes disponível para fortalecer e sustentar esse quadro… essa energia é a própria energia da Consciência, desta Presença, que é o Ser.

Então, essa Real Meditação é agora, aqui, no dia a dia, no viver, caminhando, comendo, conversando com alguém. Você sempre terá na vida desafios. Esse sentido do “eu” sempre será desafiado a ficar ofendido, magoado, enciumado, a sentir esse momento de desejo, de ambição, de dor, de depressão, e você está trazendo essa atenção para esse instante, para esse momento presente e, assim, haverá, nesta atenção plena… A palavra “mindfulness” é uma palavra em inglês para plena atenção – nessa atenção plena, haverá uma quebra dessa dualidade psicológica.

Então, algo novo irá se revelar, a mente entrará num Estado inteiramente novo, haverá um Espaço novo surgindo, um Silêncio, uma Quietude, uma Liberdade surgindo. Esse é o contato com o seu próprio Ser, isso é Meditação – eu tenho chamado de Real Meditação.

Juntamente com isso, simultaneamente, uma energia irá surgir de dentro operando uma mudança da própria mente; e, aqui, a mente inclui o próprio cérebro e toda essa estrutura psicológica. Essa energia, alguns chamam de Kundalini; é esse Poder de Presença que surge quando há esse Espaço, quando esse Espaço da Real Meditação acontece. Então, é possível acontecer uma mudança no corpo e na mente, uma mudança profunda, radical, com o Despertar da Kundalini.

Então, esse é o trabalho de aprender sobre si mesmo, para o Autoconhecimento, revelando a Real Meditação. E, juntamente com isso, está o Despertar desta Presença, desta Consciência, desta Energia, que eu tenho falado muito, aqui em nosso canal, sobre isso: sobre a Real Meditação e o Despertar da Kundalini.

Nosso assunto aqui no canal é sobre esse Despertar Espiritual ou a Iluminação Espiritual, e isso não é outra coisa a não ser esse contato com Aquilo que transcende o “mim”, o “eu”, o ego; seu Natural Estado Atemporal de Plenitude, de Completude, de Felicidade, de Amor.

Então, nesta Inteligência, nesta Presença, se revela Aquilo que não tem nome, Aquilo que está além dessa condição de dualidade, de separação. Esse contato com o seu Ser é Amor. Se isso está presente, a Vida é o que Ela é, e não há mais sofrimento.

Esse é o assunto que nós trabalhamos com vocês aqui dentro desse canal. Estamos colocando para você a possibilidade dessa Liberdade de viver dentro desta Visão, da Visão da Vida como Ela é.

Então, a Iluminação é possível, o Despertar é possível, se esse contato com o seu Ser acontece.

Portanto, esse é o assunto aqui no nosso canal. Se isso faz sentido para você, deixa aí o seu “like,” se inscreve no canal…

Lembrando a você que nós temos encontros on-line e, também, presenciais. Você pode fazer parte disso.

Agosto de 2022
Gravatá – PE, Brasil