É possível uma vida livre completamente, totalmente livre do sofrimento? A resposta para isso é: sim. Isso requer uma mente livre de toda essa contradição, algo tão comum à grande maioria das pessoas à nossa volta. Precisamos de uma mente inteiramente nova, de uma nova visão da vida, de uma nova visão sobre nós mesmos, sobre quem nós somos. Nós precisamos estudar a nós mesmos.
Nós somos muito apegados ao conhecimento, ao conhecimento dos livros, ao conhecimento, também, adquirido em razão do que outros estão dizendo, falando, ensinando e nos mostrando, porque, intelectualmente, sabem alguma coisa e podem explicar alguma coisa. E nós adquirimos aquilo, absorvemos aquilo e nós apreciamos esse tipo de conhecimento.
Aqui, eu quero lhe propor uma nova forma de conhecer. A forma comum de conhecer, que nós temos, é essa forma de acumulação – nós lemos algo, ouvimos algo e guardamos algo dentro de nós para depois atuarmos, agirmos em cima daquilo, com base nesse conhecimento, com base nessa formação. Então, o nosso conhecer em geral é esse.
Aqui, eu quero lhe mostrar uma outra forma de conhecer, de aprender – é o conhecer livre da acumulação, é o conhecer livre das palavras, das palavras escritas, das palavras faladas, das experiências dos outros e da própria experiência que você adquire e termina guardando dentro de você; isso, por sinal, passa a ser parte também de um conhecimento que você adquiriu. Será que há uma outra forma de conhecer, de aprender?
Vamos falar sobre isso nos próximos minutos aqui com você. O primeiro tipo de conhecimento lhe dá “saber”; já esse Conhecimento que vou colocar aqui para você lhe confere Sabedoria. Uma coisa é a ação que nasce do saber, que nasce do conhecimento, que nasce da experiência, outra coisa é a ação que nasce da Inteligência, que nasce desse novo aprender, desse novo conhecer.
Tudo que você precisa na sua vida, para que de fato ocorra o fim do sofrimento, para toda forma de sofrimento psicológico… tudo que você precisa na vida é do Autoconhecimento, conhecer a si mesmo, estudar a si mesmo, se aproximar de si mesmo e descobrir como você funciona. Por que você sente o que sente? Por que você pensa no que pensa? O que são esses pensamentos dentro de você? O que são esses sentimentos dentro de você? O que são essas imagens que surgem aqui no estado de vigília e, também, à noite, enquanto você sonha deitado na cama? Por que esses sonhos aparecem? Por que esses pensamentos agora aqui aparecem? Por que esses sentimentos estão aqui presentes? O que é isso que sinto, penso? Qual é a verdade sobre mim, sobre esse “eu” que eu acredito ser? Quem sou eu?
Então, aqui estamos abordando com você, nesse canal, investigando com você, nesse canal, a extraordinária questão do Despertar Espiritual, da Iluminação Espiritual, da Constatação da Verdade do seu Ser, d’Aquilo que, verdadeiramente, Você é. Esse canal tem essa proposta. A proposta aqui é Despertar a Sabedoria, a Visão Clara da Vida, a Visão Real sobre Si mesmo, sobre quem, na verdade, Você é – é o seu Natural Estado, livre do ego, desse senso do “eu”. Notem como isso é fundamental para cada um de nós.
Somos seres humanos agressivos, possessivos, violentos, ensimesmados, enciumados, ansiosos, entediados, depressivos, melancólicos… Carregamos a agonia do medo, a dor da solidão. Temos juntamente com isso alguns momentos de prazer, de alegria, de preenchimento, de satisfação, de paz, mas é uma paz que vem vai, é uma alegria que vem vai, é uma satisfação que é dependente de circunstâncias, de pessoas, de acontecimentos, de eventos. E tudo isso do lado de fora, fora d’Aquilo que somos, algo completamente fora de qualquer controle de nossa parte, e temos uma identidade ilusória, um ego, que exige controle.
O fato é que nós não nos conhecemos e por isso sofremos. Então, as pessoas perguntam “como parar de sofrer?”, ou elas perguntam “o que é o sofrimento?”, ou perguntas parecidas com essas, sempre na tentativa de encontrar um caminho para irem além dessa condição tediosa que é a vida, que tem sido a vida delas.
Aqui, nesse canal, estamos trabalhando com você, assim como em encontros on-line, também temos encontros presenciais, inclusive retiros… estamos trabalhando o fim para a ilusão desse “mim”, desse “eu”, desse ego, estamos trabalhando essa questão da Iluminação Espiritual, dizendo que Isso é possível, e Isso é o fim para o sofrimento. Isso ocorre quando o fim desse “eu” ocorre, porque é a ilusão desse “eu” que sustenta o sofrimento. Curiosamente, é o sofrimento que sustenta esse “eu”.
Nós temos aqui uma dualidade. Sempre, na vida, psicologicamente, internamente, estamos vivendo dentro dessa dualidade. A não ser que o Despertar aconteça, a Iluminação aconteça, do nascimento até a morte, você continuará vivendo dentro dessa condição de dualidade: alegria e tristeza, amor e ódio, paz e guerra serenidade e inquietude.
Os estados psicológicos em nós são conflituosos, são contraditórios. O estado mental, em cada um de nós, é de inquietude; não há serenidade, não há paz, não conhecemos uma mente livre do peso de condicionamento psicológico, condicionamento esse que comporta todos esses quadros de infelicidade: insônia, depressão, ansiedade, medo, desejos, contradições diversas.
Há um tagarelar interno dentro do ser humano, há um descontrole completo com relação a movimentos, por exemplo, de pensamentos. Eles estão acontecendo o tempo inteiro! Você passa o dia inteiro com milhares de pensamentos. 99% desses pensamentos são completamente um desgaste de energia, são inúteis.
Você tem alguns pensamentos, durante o dia… alguns pensamentos práticos. A lembrança de um compromisso é um pensamento. Fora esse pensamento útil e funcional – esse ocupa apenas 1%, ou um pouco mais, dessa estrutura psicológica, porque o restante do dia são pensamentos inúteis, um tagarelar constante dentro de você… Ele é de tal qualidade que, quando às vezes eu digo para as pessoas “você pensa muito!”, elas olham para mim e dizem “Como assim?”. Quando eu pergunto “você tem muitos pensamentos?”, elas dizem “não, eu não tenho”.
Nós nem ciência temos do quanto pensamos, do volume de pensamentos que temos durante, por exemplo, 5 minutos. Você está simplesmente assentado em um lugar… não há por que se ocupar psicologicamente com pensamentos e, no entanto, há uma quantidade enorme de pensamentos passando. E você nem ciência tem do volume de pensamentos que tem, por exemplo, durante 5 minutos ou 10 minutos. E um dia inteiro?
Isso é um desperdício enorme de energia, de Presença, de Consciência, de Inteligência. Então, somos criaturas superficiais, criaturas humanas envolvidas em pensamentos, sentimentos, emoções e sensações, que nem mesmo têm ciência da presença de tudo isso.
E, quando você deita para dormir, aí surgem os sonhos que, por sua vez, também acontecem sem serem percebidos. Não há qualquer ciência, qualquer compreensão da importância do que esses sonhos estão dizendo, assim como do que os pensamentos, durante o dia, disseram para você, porque você nem tem ciência da presença deles.
Então, nós vivemos, psicologicamente, num estado de inquietude e, naturalmente, em sofrimento, porque estamos dando identidade a essa experiência, que é o pensamento. Então, o pensamento… É o próprio pensamento que cria essa identidade, a identidade do “eu”. Então, essa identidade do “eu” sustenta essa manifestação inconsciente, mecânica, automática, desgastante, que é esse movimento psicológico de pensamento dentro de nós, dentro de você.
Então, essa voz interna falando, tagarelando, às vezes se separa, ela se divide em 2, em 3, e começam a discutir dentro de você. Você nunca se pegou discutindo com você mesmo, como se houvesse 2 pessoas dentro da sua cabeça discutindo, e você com uma terceira pessoa querendo também interferir? Esse é o movimento do ego, esse é o movimento da mente. Isso é um sinal clássico de insanidade psicológica, e essa é a condição do ser humano, não importa se ele é um pós-graduado de uma famosa universidade no Brasil ou em Harvard, não importa o grau de cultura, de educação, de formação. Essa é a condição psicológica quando não há a Visão da Verdade sobre quem é você.
Uma forma real de nos aproximarmos da Verdade sobre quem nós somos é a única forma que nos capacita a aprendermos com nós mesmos: é o Autoconhecimento, a auto-observação. Ramana chamava de Atma Vichara. Atma Vichara é a auto-observação – “quem sou eu?”.
Um pensamento surge e você observa esse pensamento, você não deixa escapar esse pensamento. Você tem inúmeros pensamentos, só que eles são sequenciais. Você não percebe… são muitos pensamentos, mas eles vêm um de cada vez.
Quando você começa a observar o movimento do pensamento, há uma desaceleração desse movimento, porque você está trazendo consciência para este instante, consciência para este momento presente, consciência para si mesmo agora aqui. Então, é possível perceber esse movimento, ver como você funciona, ver como esse “mim” esse “eu” se posiciona, perceber que esse “eu” é o próprio pensamento, perceber que esse pensamento é o próprio “eu”. Quando um aparece, o outro simultaneamente aparece para se separar e sustentar uma identidade ilusória se passando por você, que você acredita que é você.
Você está agora aprendendo consigo mesmo, você agora está descobrindo, em si mesmo, esse movimento, o movimento do “eu”, do ego, do “mim”.
Então, é possível descobrir o que é esse pensamento agora, o que é esse sentimento agora, o que é essa imaginação agora; perceber que você se movimenta sempre do passado para o futuro – sim, do passado para o futuro. Todo pensamento em você é apenas a memória, uma lembrança, uma recordação tentando se projetar através da porta deste instante, deste momento presente, para o futuro. O sentimento de um “eu” indo para algum lugar – é assim que o ego, esse “mim”, esse “eu”, se move, essa é a atividade egocêntrica do sentido do “eu”, essa é a atividade egocêntrica do sentido da “pessoa”.
O ego, em sua atividade egocêntrica, se move dentro desse movimento de passado, presente e futuro, o que representa pensamentos. Agora aqui, neste instante, não há pensamento. A Vida não requer pensamento. A Vida sempre requer ação, e não pensamento.
No entanto, nós estamos sempre atuando a partir do pensamento. Assim, nossas ações não são ações livres, mas são ações – porque se baseiam no pensamento – reativas, porque nascem da memória. Elas não representam uma adequação perfeita a este instante. Por isso que as nossas ações são sempre egocêntricas, são sempre centradas nesse falso centro – porque são ações determinadas por esse passado, que é essa consciência egoica sustentando a ilusão de uma individualidade; sim, a ilusão de uma individualidade no falar, no fazer, no sentir, no se relacionar, e isso sustenta o sofrimento.
Então, o ser humano vive em ansiedade em razão disso; em depressão em razão disso; na dor da solidão em razão disso. Há um vazio existencial porque há sempre essa ilusão, a ilusão de um “eu” querendo algo, precisando de algo, tendo que realizar algo, e sempre insatisfeito com o que está agora aqui. Então, há esse vazio… Nunca é satisfatório este instante, este momento, então o sofrimento está presente em suas variadas formas, e o medo é uma forma clássica da presença desse sofrimento em cada um de nós.
O nosso trabalho, aqui, é nos tornarmos cientes disso tudo, cônscios de nós mesmos, então é possível ir além do “mim”, do “eu”, do ego, porque haverá essa compreensão desse movimento psicológico. E, quando há essa compreensão, esse movimento psicológico, que tem se revelado como o real problema do sofrimento em nossas vidas, do medo em nossas vidas, se dissolve.
Aqui, a indicação é nos aproximarmos de nós mesmos, aprendermos com nós próprios, olhando para aquilo que se passa aqui e agora, momento a momento, cada pensamento que surge, cada sentimento que surge, cada emoção, cada lembrança… Ao perceber que essa lembrança, esse pensamento, esse sentimento é uma resposta de reação de memória, ao perceber que não há uma identidade nisso, que é apenas o passado, sem qualquer realidade com aquilo que está agora aqui, ao perceber isso, isso se desfaz.
Se você não coloca uma identidade presente, por exemplo, no ciúme… Percebam, o que é o ciúme? Por que o ser humano carrega isso? Nossa relação com objetos não é diferente das nossas relações com pessoas. Nós não temos ciúmes apenas de pessoas, temos ciúmes também de objetos, porque, na realidade, psicologicamente, não existe, para a mente egoica, qualquer diferença em suas fixações.
Para alguns, alguns objetos são muito mais importantes para dar a eles a ilusão de uma identidade presente dominadora, controladora, do que pessoas. Então, existem aqueles que têm mais ciúmes de objetos do que de pessoas. Então, ciúme não é Amor, é posse, é controle, é poder, é preenchimento do “eu” naquele objeto ou naquela pessoa – que, para o ego, também ainda é um objeto do seu controle, do seu domínio, que ele diz amar.
Eu sei que isso choca, mas, quando há Amor, não há ódio, não há agressão, não há violência, não há domínio, não há poder. Portanto, quando há Amor, não pode haver ciúme. Isso é um fato, é uma realidade.
Por que não percebemos isso e outros aspectos do ego em nossas vidas? Porque não investigamos, não olhamos para nós mesmos, não olhamos para aquilo que somos nessas relações com objetos e com pessoas e com nós mesmos, então o sofrimento permanece presente nesse senso do “eu”.
É um sofrimento que compartilho com os que estão à minha volta – sou agressivo, sou violento, sou possessivo, sou dominador. Chamo isso de amor, de cuidado, de carinho, de zelo. É importante a compreensão da Verdade sobre quem nós somos. Isso é o fim do ego, é o fim de todo esse tipo de comportamento, é o fim de toda essa atividade egocêntrica, de toda essa atividade do ego, do “mim”, isso é o fim da ilusão.
Só então é possível o Amor, o Real Amor em nossas relações. Quando você floresce em Amor, seu contato com objetos, lugares e pessoas é Amor. Só há Amor presente nessa Consciência que é o seu Ser, que é a sua Natureza Divina. Ela não possui, Ela não controla, Ela não domina, Ela não é invejosa, Ela não é ciumenta. No Amor, não há isso; no Amor, não existe essa dualidade.
Se isso é algo que faz sentido para você, deixa aí o seu “like”, se inscreve no canal… Quero lembrar a você: nós temos encontros também on-line e encontros presenciais, inclusive retiros, para trabalharmos isso juntos.
Se faz sentido para você, fica o convite e podemos trabalhar isso juntos.
OK? Valeu pelo encontro. Até a próxima!