Olá, pessoal. Sejam bem-vindos a mais um encontro aqui em nosso canal. O assunto hoje nosso aqui é sobre a dualidade, a prisão que isso representa. Então, vamos falar sobre a prisão da dualidade, a mente dentro dessa prisão, a mente sendo a matriz dessa prisão. Afinal, o que é dualidade?
Dualidade é o sentido de separação, esse sentido de ser alguém que você tem, que você sente. Você jamais duvida disso, de sua identidade, e aqui a questão não é a dúvida da Realidade de Ser, eu falo da dúvida, do questionamento, dessa identidade particular de ser alguém. Deixa eu colocar isso mais claro para você.
O seu sentido de Ser é algo presente, é algo inegável. Você sente que É. Esse sentido de Ser é o sentido da própria Consciência, é o sentido da própria Existência. Esse é o sentido natural de Ser. Mas, fora isso, você carrega um outro sentido: é o sentido de ser alguém, e eu quero questionar isso aqui com você.
Quando aqui eu falo para você a respeito dessa problemática da dualidade, eu estou apontando para você a Verdade de que não existe você e a Vida, você e a Existência, você e Deus. Não existe tal coisa como uma identidade presente que pode se denominar “eu”, “mim”. Isso é uma ideia formulada pelo pensamento.
O seu sentido de Ser é natural, é o sentido de Ser da Consciência, mas essa Consciência não carrega o sentido de ser uma pessoa, um personagem, alguém que vive com uma identidade se separando do Todo, da Vida, da Existência. Isso é algo produzido pelo pensamento. Então, aqui nos deparamos com uma prisão. Então, o sentido de separação é esse sentido de dualidade – eu e você, você e o outro, você e a Vida, você e Deus, você e a Consciência. Não há tal coisa.
Aqui, nos deparamos com uma situação delicada, que é a situação da prisão autoimposta, na qual você se sujeita para viver se sentindo uma entidade separada. Naturalmente, quando há separação, existe medo. Você jamais teria medo, por exemplo, de adoecer; você jamais teria medo da velhice e medo da morte se não tivesse presente aí essa configuração, esse movimento dessa estrutura corpo-mente, essa configuração, essa programação… abalizados nessa mente dualista, nessa dualidade da mente egoica. Isso é uma prisão.
O que eu tenho para lhe dizer nesse encontro é que é possível ir além dessa prisão. E aqui eu quero colocar para você um pouco também a respeito desse princípio para se ir além dessa prisão. Para irmos além dessa prisão, é necessária a Verdadeira Compreensão, a Real Compreensão, a Divina Compreensão, a Compreensão que nasce do Despertar da Consciência, o que implica o Autoconhecimento. Assim, o Autoconhecimento lhe dá o princípio para o Despertar desta Consciência, porque, enquanto Ela está dormindo, o que prevalece é esse sentido de separação, esse sentido de dualidade, esse sentido de distanciamento entre O que Você é aqui e agora…
O pensamento cria uma ideia, uma imagem, uma formulação, uma história, uma narrativa, de tudo aquilo que se apresenta. A exemplo disso, nós estamos aqui nesse instante, aparentemente, numa comunicação entre dois. Não há comunicação entre dois, só há comunhão ou uma comunicação não dual. A ideia de que você está me vendo, de que você está me ouvindo, é – como eu acabei de colocar – uma ideia. Há o ver e há o ouvir, não há qualquer separação nessa experiência.
Quando você olha para uma árvore, não tem você e a árvore, tem a observação. Nessa observação, não há árvore nem você, não há objeto observado nem observador; é uma experiência única, só há uma única experiência. Sem a árvore, não existe o observador, e, se o observador não está, a árvore também não está, ambos aparecem juntos, e, quando eles aparecem juntos, eles desaparecem numa única experiência, chamada observação.
Então, podemos chamar de observação a não dualidade aqui e agora acontecendo. Essa não dualidade – porque não há “você”, não há “eu”; não existindo “eu”, não há “você”. O que temos é a experiência única da observação. Isso vale também para ouvir. Se você escuta um pássaro, a ideia é que você está presente nessa experiência. No entanto, o som é o ouvir, o ouvir é o som, não há o experimentador – o ouvinte – e a experiência – o som. Essa divisão, essa dualidade, não existe. Ela não é nossa experiência real, isso é uma ficção, é uma ideia, é uma imaginação criada pelo pensamento.
Assim, o sentido de um “eu” presente na experiência não é real. Enquanto a fala acontece, existe o falar, mas não alguém falando; enquanto o som acontece, há o ouvir, não alguém ouvindo. Da mesma forma é com essa questão da observação: quando há observação, não há observador e coisa observada.
Agora, por que é interessante percebermos que isso é apenas ideológico, é uma crença? Porque isso quebra esse padrão de resistência, de manipulação, de tentativa de escapar daquela experiência e, quando isso não acontece, a prisão termina, porque a prisão do sentido de dualidade, de separação, só existe porque há essa ignorância a respeito da experiência presente aqui e agora, sem o experimentador.
Então, o que vale para essa questão da observação da árvore ou para essa atenção do som, nesse ouvir sem o ouvinte, da observação sem o observador, isso vale para compreendermos todo esse processo da egoidentidade. O ego não é real, esse sentido de alguém aqui presente não é real. Isso é muito, muito, muito importante!
O que eu estou afirmando é que a tristeza é uma experiência sem alguém triste, a alegria é uma experiência sem alguém alegre. O que quer que você esteja sentindo é o sentir, mas não tem “você”. Isso é muito importante! Porque as pessoas dizem “eu gostaria ou eu preciso muito me livrar dessa tristeza, dessa amargura, dessa solidão, dessa dor, desse trauma…”, e todo esse esforço apenas fortalece o sentido de alguém presente nisso. Aqui nós acabamos de pisar no terreno para o Despertar Espiritual, para a Iluminação Espiritual, para o fim dessa prisão da dualidade.
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