Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais esse encontro aqui em nosso canal. A pergunta é: “Como chegar à Iluminação Espiritual?”. Eu até compreendo a sua pergunta. Sua pergunta é: “O que pode ser feito?” Talvez seja essa a sua pergunta: “O que pode ser feito para chegarmos à Iluminação Espiritual?”. Eu posso lhe dizer o que você precisa deixar de fazer, e não o que precisa fazer.
Então, eu vou lhe dar aqui o primeiro passo para isso. O primeiro passo não é do que você precisa, de uma forma positiva, fazer, mas é algo que você precisa, de uma forma negativa, fazer. Ou seja, você precisa deixar de fazer.
Então, do que você precisa? O passo número um, aqui, é deixar de se identificar com a mente egoica; esse é o passo número um. Agora, esse primeiro passo carrega, em si, mais dois ou três passos adiante.
Deixar de se identificar com a mente egoica é algo possível de ser feito. Mas, veja, esse “fazer” é um “se desfazer” desse “mim”, desse ego, desse “eu”. Por isso que eu disse que é um fazer negativo, não é um fazer positivo.
Em geral, o pensamento que você tem é sempre o pensamento da construção. Realizações humanas, nós fazemos em termos de construir. Então, vem um ideal, e aquilo é agora um objetivo, e você persegue esse objetivo e realiza aquilo. A Iluminação não é algo assim, não é algo como um ideal a ser perseguido e alcançado, ou conquistado. A Iluminação é a Constatação Daquilo que Você é. Isso só é possível agora e aqui.
Portanto, o seu fazer não é, agora, um fazer positivo; é um “se desfazer”. Você vai se desfazer do padrão dessa egoidentidade, dessa pseudoidentidade, desse falso “eu”, dessa “pessoa” que você acredita ser.
Isso tem se passado por você, mas não é Você.
A mente egoica está produzindo em você uma ideia, uma imagem. Ela se estabeleceu nessa imagem. Ela se passa por você como sendo essa imagem. Então, você acredita ser, na verdade, quem de fato Você não é, porque é impossível a mente formular qualquer ideia, qualquer crença, conceito ou imagem sobre Aquilo que Você é.
Então, se a sua pergunta é “como atingir a Iluminação?”, a minha resposta é: deixando a ilusão desse falso “eu” que se movimenta, exatamente, para realizar coisas. É algo aí se passando por você, se movendo nesse tempo psicológico, que é o tempo construído pelo pensamento.
É o pensamento que cria a ideia do amanhã, do objetivo, do alvo a ser atingido, a ser alcançado. O seu trabalho de Autorrealização é o trabalho do descarte desta egoidentidade, pela simples e direta auto-observação da mente egoica, com todo esse movimento dela.
O nosso trabalho juntos está nesse descarte da egoidentidade, por esta atenção, por esta auto-observação. Esse descarte não é um fazer positivo, é um “se desfazer” dessa ilusão de ser alguém se movendo, buscando, tentando alcançar, tentando atingir.
Então, qual é o passo número um para o Despertar ou para a Iluminação? Qual é o passo número um para se atingir a Iluminação? O passo número um é o abandono da ideia ou da crença de “alguém” para alcançar, de “alguém” para conquistar, de “alguém” para atingir.
Você apenas para, aqui e agora, e observa as suas reações, seus pensamentos, sentimentos, emoções, sensações, percepções, e se desidentifica deles. Ou seja, você se desidentifica da mente e se desidentifica do corpo, de uma forma simples e direta, pela auto-observação desse movimento de condicionamento psicológico, desse movimento que é o movimento desse falso centro, desse falso “eu”.
O nosso trabalho juntos aqui, nesse canal, é exatamente esse. Nós estamos com você, colocando para você a importância de soltar essa ilusão, a ilusão dessa falsa identidade, desse falso centro, deste falso “eu”, e a gente solta isso apenas por essa atenção, por essa observação.
Como não é um fazer positivo, ficamos apenas com a constatação, nada é construído de novo; ficamos simplesmente com aquilo que é, aqui e agora. Portanto, não é um objetivo, não é uma meta, não é um alvo, não é algo para ser encontrado, ou realizado, ou atingido no futuro. Percebem isso?
A beleza desse encontro, a beleza desse trabalho, é que eu lhe convido a simplesmente ser, ser O que Você é, ser O que você nasceu para ser, o que representa o abandono de tudo aquilo que lhe disseram sobre quem é você, tudo aquilo que a cultura, a sociedade, o mundo à sua volta lhe fez acreditar; e com base nesse pensamento você vive hoje e vem vivendo durante todos esses anos.
A autoinquirição, a auto-observação, a desidentificação de todo esse movimento de pensamento condicionado, de padrão de crenças, inclusive de todos os idealismos, todos os medos lincados aos desejos, toda essa expectativa com relação a futuro para uma suposta entidade – esse “mim”, esse “eu”.
Tudo isso é examinado, tudo isso é observado, tudo isso é descartado, então há uma rendição dessa falsa identidade, há uma entrega dessa falsa identidade, e ela se dissolve, porque, na realidade, ela nunca esteve aí mesmo. Você nunca existiu como uma entidade separada. Você é, sempre foi e sempre será Pura Consciência, vivendo essa Realidade de unicidade ou de não dualidade, onde não há qualquer separação entre você e a vida, entre você e Deus, entre você e esse mundo aparente, e todos os fenômenos da Existência. Você é essa Consciência, e Isso não muda.
Então, Isso não é atingido, Isso é constatado, Isso é desfrutado, Isso é saboreado; é o seu próprio Ser como Amor, Felicidade e Paz. Isso é o que alguns chamam de Iluminação, Iluminação Espiritual, Despertar Espiritual ou Realização de Deus. É isso.