Vamos falar um pouco sobre essa questão da apreciação e da rejeição. Se você busca a apreciação, é inevitável que você carregue o medo da rejeição.
Agora vamos resolver isso de uma forma bem definitiva. Quem, em você, é esse que ama ser apreciado, e que, portanto, se não for apreciado, se não for visto, se não for reconhecido ou, o pior, se for rejeitado, se sofrer depreciação, sofre? Quem é esse?
Então aqui é que estamos diante do ponto mais importante. A verdade sobre isso é que é sempre a autoimagem que se sente apreciada ou rejeitada, e é essa autoimagem que busca a apreciação e foge ou rejeita, rechaça, a rejeição.
Portanto, o seu trabalho é tomar ciência da Verdade sobre quem Você é, e parar de uma forma definitiva de se confundir com esse personagem que você acredita ser, com essa imagem que a mente está formando, está segurando, está sustentando sobre você.
O fato é que você passa a vida inteira vivenciando estados internos, de sentimentos, baseados na autoimagem. Então, suas relações são todas baseadas nessa autoimagem. Você lida com o mundo à sua volta com base na autoimagem. O problema com a autoimagem é que ela pode ter uma extrema implicação, uma extraordinária e drástica implicação. Pessoas chegam a cometer loucuras em razão dessa autoimagem.
Então, não é só a questão da depreciação ou autoapreciação. A questão da solidão, a questão de toda forma de medo, de toda forma de ansiedade, de rejeição, é algo que o pensamento formula dentro de você e sustenta com base nessa imagem, na imagem que ele forma sobre quem você é.
Então, tudo isso são construções do próprio pensamento. Olhar de uma forma direta o que o pensamento está produzindo e parar de se confundir com o que ele diz, é essencial. Não há como acontecer essa Liberação sem essa atenção sobre si mesmo, sobre si mesma. É preciso ficar livre dessa imagem, é preciso ficar livre dessa autoimagem, é preciso ficar livre desse falso “eu”, dessa imaginação que o pensamento constrói sobre quem é você.
Viver sob essa sujeição é viver basicamente em sofrimento. Nosso trabalho juntos é um trabalho de investigação disso, de quebra desse modelo. É com essa base que as pessoas estão tendo uma vida completamente infeliz, porque elas baseiam suas vidas em crenças, em ideias, na imagem que elas fazem de si mesmas e na imagem que elas têm do outro, têm do mundo.
Então, basicamente a vida centrada, estabelecida, no pensamento é uma vida conflituosa, uma vida sustentada no medo. Basicamente, o ego é medo e, quando falamos de ego, estamos tratando desse personagem fictício, dessa imaginação que tratamos como “eu”, “mim”. Quando usamos esse pronome “eu”, em geral, o que o pensamento está fazendo é dando a si mesmo um rótulo, uma nomeação. É a nomeação dessa falsa identidade, dessa falsa imagem. Tudo bem?
Se desidentificar disso, ou seja, abandonar essa identidade, essa identificação, com esse modelo, com esse movimento de pensamento, é o fim para essa condição de busca de aceitação e medo de rejeição.