É muito comum alguns se aproximarem e perguntarem sobre a importância da mudança e essa questão da resistência à mudança. Veja, o meu enfoque aqui com você não é nessa questão.
O estado egoico é um estado de inadequação e, em razão disso, ele sofre, e a alternativa que ele cria é a de uma suposta necessidade: a necessidade da mudança. Depois, ele vem com essa outra questão da resistência à mudança.
Então, primeiro, ele acredita que precisa de uma mudança. Depois, ele vê a dificuldade e diz: “Por que há tanta resistência? Qual é a razão dessa resistência à mudança?”.
Aqui, meu enfoque com você está na atenção a esse movimento egoico, e não na tentativa de que esse modelo egoico mude. Se ele muda, ele apenas é o mesmo, de uma forma diferente.
A pergunta que eu quero lhe fazer é: o que aconteceria se você apenas testemunhasse esse movimento, se colocasse Consciência sobre esse movimento inconsciente da mente egoica? É nisso que estamos interessados em Satsang.
Essa Consciência sobre si mesmo se torna responsável pelo fim dessa antiga e velha condição. Eu não chamaria isso de mudança, eu chamaria isso de reconhecimento da Verdade.
Você tem tido toda uma postura centrada nessa falsa identidade em razão da ignorância. Essa ignorância é inconsciência, e esse é o estado comum dessa egoidentidade, com a qual você se confunde, com a qual você se identifica. Mas, se você coloca atenção sobre esse movimento da mente, que está produzindo essas imagens, essas crenças e esses padrões de comportamento, tudo isso é quebrado, tudo isso é desfeito, tudo isso desaparece, porque a base disso é essa inconsciência.
Então, não é de mudança que você precisa, é de reconhecimento sobre quem ou o que, na verdade, é Você, “o que Eu sou?”, “quem “Eu sou?”. Uma vez que isso não esteja claro, você estará sempre se confundindo, se identificando, com o que você não é. Em razão disso, todo esse comportamento equivocado.
Esse comportamento é uma externalização desse equívoco interno, dessa identificação com toda essa confusão interna, psicológica. Então, estar se confundindo com esse falso centro é a causa da desordem, é a causa do sofrimento. Então, aqui a questão é: “Quem Sou Eu?”, e não: “Como devo ser?”, “O que preciso ser?”, “Aonde tenho que chegar?”, “O que preciso fazer?”, “O quanto eu preciso mudar?” Portanto, não se trata disso. Trata-se, basicamente, desse reconhecimento Daquilo que é Você, aqui e agora. Isso é a resposta! É aqui que está o final para essa confusão! É isso que importa! O reconhecimento da Verdade sobre Si mesmo é tudo o que você, de fato, precisa.