Veja, o medo é algo inerente a esse sentido de dualidade, a esse sentido de separação. Então, enquanto permanece a ilusão de uma identidade se separando da vida, se separando da existência, o medo permanece.
O medo é algo que incomoda, é algo que perturba, é algo que aflige. O medo é uma forma muito densa, muito pesada, de sofrimento, mas esse sofrimento é algo inerente a esse ser psicológico, a essa falsa identidade.
Então, a gente não consegue se livrar do medo, como “pessoa”. Nos livramos da ilusão do “sentido de pessoa,” e isso é o fim do medo.
Há todo um movimento interno nesse “sentido de pessoa”, nesse “sentido de um eu”, de uma “identidade separada”, para a qual já ficou clara a dificuldade de lidar com o medo. Então, para superar isso, ela vive numa numa contínua busca pelo prazer. Ela sempre vai tentar substituir o medo pelo prazer; ela vai sempre em busca de mais satisfação, mais realização, mais preenchimento no prazer, para afastar o medo, e isso não resolve!
Então, temos, na verdade, o medo e o prazer como dois lados de uma única moeda. Essa moeda chama-se “sentido de separatividade”. A sua dor, que é a dor do medo, você procura superar pela satisfação, pelo preenchimento do prazer. Isso é essa única moeda, a moeda do “sentido de separação”, desse “sentido de separatividade”.
Então, é inerente a essa dualidade, a esse “eu”, vivenciar prazer e medo, viver nessa constante procura do afastamento do medo, nessa busca constante por prazer. Então, estamos tratando de algo inerente a esse “sentido de ser” psicológico, a esse falso centro. O ego é isso, basicamente. Podemos substituir a palavra “medo”, também, por “dor”. Então, a gente tem aqui prazer e dor ou prazer e medo.
Podemos ir além disso, podemos compreender o que isso representa, e essa é a forma da liberação ou da libertação desaa condição de prazer e dor ou prazer e medo. Quando tratamos de prazer e medo ou prazer e dor, estamos tratando de algo que é parte da ilusão, desse “sentido de separação”. Então, a Iluminação, o Despertar ou o Florescer de sua Natureza Real, é o fim disso.
Quando meu Mestre apareceu, ele me mostrou que a Liberação estava no reconhecimento da Verdade sobre quem Eu Sou, e esse reconhecimento seria o fim da ilusão de quem eu acreditava ser. Então, é disso que estamos tratando com você. O reconhecimento da Verdade sobre Si é o fim da ilusão, da ideia, da crença, da imagem que você tem sobre quem é você.
Então, se temos real interesse na Verdade de quem somos, já estamos maduros o suficiente para a Felicidade, para o fim do medo; medo esse presente, repito, nesse “sentido de separação”. Então, a causa de tudo isso, a razão de tudo isso, dessa constante procura pelo prazer e de fuga do medo, está nessa ilusão: na ilusão desse falso “eu”. É basicamente isso. É basicamente assim.