A pergunta, agora, é: como observar a mente? Está aqui essa pergunta: como observar a mente? Se tornando cônscio do movimento dela!
Então, vamos colocar isso de uma forma muito simples: a constatação da Verdade sobre quem Você é, está na atenção sobre si mesma, sobre si mesmo. A condição da mente egoica, a condição da mente comum, a condição desse sentido de separação, que é o sentido do “eu”… Primeiro, é preciso que isso seja visto, que você se torne ciente disso, e você jamais irá se tornar ciente disso se você não se tornar consciente do movimento da mente!
Então, eu chego aqui e digo: você não existe como acredita existir. Você não é uma pessoa. O “sentido de pessoa” é uma fraude, é uma ilusão. Então, você escuta e pode até, a princípio, achar estranho ou, até mesmo, interessante, mas enquanto você não der atenção a esse movimento interno, que é esse movimento de observação de toda essa proposta do pensamento, de tudo que o pensamento representa, de tudo que ele significa, de toda esta flutuação interna de lembranças, de memórias, de sentimentos, de emoções… enquanto você não observar isso, você não se torna, de verdade, ciente da Verdade simples de que não há “pessoa” alguma.
Você se move, com esse “sentido de pessoa”, apenas se movendo como uma condição de memória. Essa condição de memória tem formulado uma imagem dela mesma. Essa imagem dela mesma é aquilo que você acredita ser.
Então, quando você se refere a si mesmo usando esse pronome “eu”, na verdade você não sabe o que isso representa. Você está se referindo a esse movimento de memória, a esse sentido de personalidade, algo adquirido ao longo de todos esses anos.
Então, se você vem e me pergunta: “Como observar?”… Observando! É necessário dar essa atenção a si mesmo. Um pensamento não é quem Você é; um sentimento não é quem Você é; uma emoção que surge não é quem Você é. Portanto, tudo isso pode ser observado. Assim como você pode observar uma sensação de frio no corpo – e você vai e pega o cobertor e se agasalha, buscando naturalmente o conforto –, essa sensação de frio, da mesma forma, pode ser observada no corpo, e se ela pode ser observada no corpo, o que quer que se passe, também, em sua mente, pode ser observado. Porque, assim como o corpo não é Você, que é essa Consciência que testemunha, que observa, que presencia essa sensação no corpo, essa mesma Consciência é a Verdade que testemunha, que observa, que pode se tornar inteiramente cônscia de todo o assim chamado “movimento da mente”.
E isso é fundamental, isso é essencial! Você jamais conhecerá a Liberdade do seu próprio Ser, jamais conhecerá a Felicidade de sua Natureza Verdadeira, que é a sua Natureza Divina, enquanto permanecer se confundindo, se embolando… eu tenho usado a expressão “se identificando” com a mente egoica. Da mesma forma, uma vez que você se identifica com a mente, você termina, também, se identificando com o corpo.
Agora há pouco, eu usei o exemplo do frio. Uma sensação de calor ou frio no corpo é uma sensação num objeto, testemunhado pela Consciência. Mas, como esse hábito de se identificar com a mente egoica é tão arraigado e tão forte, que você também termina se confundindo com o corpo.
Veja, o corpo é uma aparição nessa Consciência, assim como a mente é uma aparição nessa Consciência, mas essa Consciência, que é Você, que é o seu Ser Real, que é a sua “Identidade” Real, não se confunde com isso.
A importância da observação do movimento da mente… isso lhe dá, com o passar do tempo, também, a libertação da identificação com o corpo. Você se desidentifica da mente, você se desidentifica do corpo. Essa identificação com o corpo é quebrada, essa identificação com a mente é quebrada. Então, se sua pergunta é: “Como observar a mente?”… Dando atenção a isso!
Quando um pensamento surge, quando um sentimento surge, isso é o mesmo que uma sensação no corpo surgindo – é algo que pode ser observado, testemunhado, por essa Consciência. Então, o caminho para a Liberação dessa complexidade egoica, deste sofrimento, desta falsa identidade, o caminho passa por esta atenção, por essa observação sobre “quem sou eu”, ou sobre “o que sou eu”, aqui e agora.