Há uma única coisa que traz você aqui: a sua procura pela Felicidade. Todos aqui estão à procura Disso e todos conhecem o que Isso significa, ou então não estariam à Sua procura.
Você só está procurando porque, em algum momento, já sentiu Isso de uma forma direta. Há como que uma lembrança aí do que Isso representa, e é isso que traz você a Satsang.
O ponto é que a Felicidade já é a sua Natureza Real, então você, na verdade, já conhece Isso. Quando falamos de Felicidade, estamos falando de algo que todos sabem o que significa, porque todos têm a experiência da Felicidade, assim como todos sabem o significado da palavra Consciência, porque todos sabem o que é estar consciente.
Estar consciente é algo inerente à nossa Natureza, assim como a Felicidade. O problema todo é quando nós objetivamos Isso. Eu já falei inúmeras vezes isso e sinto que nunca é demais voltar a falar.
O problema é quando você objetiva a Felicidade, assim como quando você objetiva a Consciência. Quando você faz isso, você coloca a Felicidade ou a Consciência como um objeto a ser alcançado, o que significa que você coloca Isso do lado de fora, o que é uma coisa impossível!
Então, aqui é que surge o problema todo: quando o pensamento dentro de você formula algo externo chamado “felicidade”, termina que você transforma Aquilo que Você é, Aquilo que já é sua Natureza Real, que é permanente, em algo que não é permanente. Felicidade não é algo intermitente nem alguma coisa objetiva – isso é um completo mal-entendido, um tremendo e terrível equívoco!
É aqui que está a confusão, porque você vai buscar Isso externamente e o que encontra são objetos. Até mesmo o pensamento dentro de você é um objeto, e tudo o que ele formula são objetos. Você pensa em pessoas, em situações e em lugares para ser feliz. Isso é uma falsa visão, uma falsa perspectiva. Esse próprio pensamento é uma objetivação, ele é só um objeto.
Então, isso tudo é um grande mal-entendido. Parece que esse é o ponto central aqui: você pensa e, quando faz isso, se equivoca, tem uma falsa perspectiva. Tudo que é preciso agora é restaurar essa visão correta e tudo mais será corrigido.
O ponto é que você não consegue fazer isso sem a Meditação. Meditação é a chave – a chave da não objetivação!
O seu hábito é objetivar o mundo, assim como objetivar seu Ser. Então, você objetiva tudo que diz respeito ao que Você é. Tudo que há de Real em você é objetivado pelo pensamento. Paz é uma coisa inerente ao seu Ser, mas termina sendo objetivada pelo pensamento; Liberdade é inerente à sua Natureza, mas você pensa e, quando faz isso, objetiva a Liberdade, aí confunde Liberdade Real com liberdade econômica, política, social, de pensamento, de expressão, filosófica, espiritual… Tudo isso é uma relativização, é uma forma de relativizar Aquilo que não é relativo. Liberdade não é algo relativo, Liberdade é a sua Natureza! Então, o pensamento é o fator central de toda confusão na sua vida.
Você quer a consciência coletiva, a consciência econômica, a consciência espiritual, a consciência política… Então, você também relativiza essa questão da Consciência. Isso é só o que o pensamento faz! Você relativiza o Amor, que é algo inerente à sua Natureza Essencial, e confunde Isso com amor aos pais, à pátria, à bandeira, à família, ao próximo, à justiça social… Você transforma o Amor em um objeto, em uma sensação. Você confunde o prazer da sensação com Amor.
A Inteligência também é relativizada. Existe inteligência matemática, emocional, econômica, técnica, enfim… Mas Inteligência é a Natureza da Consciência. Não se pode relativizar Isso, mas é o que o pensamento tem feito.
E quanto à felicidade? Existe a felicidade do casamento, a felicidade profissional, a felicidade afetiva… Isso tudo porque a mente está objetivando, está tornando Aquilo que não é objetivo em um objeto.
Enquanto você estiver pensando, estará relativizando; enquanto você estiver pensando, estará se equivocando; enquanto você estiver pensando, estará objetivando tudo; enquanto você estiver pensando, estará tratando dos assuntos de interesses do pensamento, e isso é se afastar de Si mesmo.
Por isso que não dá certo, a felicidade nunca é completa! Você sabe o que Isso é, mas quando transforma Isso numa objetivação, então o que você tem é algo intermitente, não a Felicidade. Intermitente é essa habilidade da mente de intervir em sua Paz. Não é sua Paz que é intermitente, é a sua mente que se move provocando essa variação de estados dentro de você.
Quando não há pensamento, não há conflito, não há inquietude, não há inconsciência. A inconsciência surge com o pensamento, assim como a inquietude, a falta de paz, a não felicidade, a não liberdade. Tudo isso surge com a ideia “está faltando algo”, com o desejo por algo – é sempre uma objetivação.
Toda confusão está presente quando o pensamento está presente, por isso que a chave é a ausência do pensamento. Eu disse “ausência do pensamento”, e não do pensador, porque é o pensamento que cria a objetivação de um sujeito chamado “pensador”. Isso é uma objetivação também, porque não existe o pensador. Sem pensamento, não há pensador.