São muitas situações criando conflitos, mas elas nunca estão fora, estão dentro de você, porque você não sabe estar com o que é. Não se trata de aceitar. A palavra não é “aceitar”, a palavra é “compreender”, compreender que a vida é o que é. É só o ego atrevido que quer mudar as coisas, e esse desejo de mudar as coisas é pura resistência.
Pergunte a si mesmo o que você controla, para ver se realmente você tem qualquer poder de reivindicar direitos. Você não controla as batidas do seu coração, não controla o que está acontecendo dentro do seu cérebro, não controla a pressão sanguínea, a pressão no cérebro… Basta mudar a pressão aí para acontecer um desastre, como um AVC.
Ninguém controla absolutamente nada! Você sai de carro de casa e dirige com toda a atenção possível – coisa que nem sempre acontece – aí vem um camarada embriagado na contramão. E agora? Se tiver mato para você entrar, você entra; e se não tiver uma saída? Então, o que a gente controla de verdade? Vamos só brincar. A vida deve ser vista dessa forma: como uma brincadeira. Vamos brincar de controle, mas não vamos levar isso a sério.
Ninguém controla absolutamente nada, mas a mente egoica tem um desejo arrogante de criar culpados para o que acontece. A vida é o que é! Aqui, o que cabe a você é se desidentificar desse personagem que se vê como o autor, criador e controlador do seu mundo. A única coisa que compete a você é se desidentificar da ilusão do sentido de um “eu” no controle. Isso, em outras palavras, significa se render ao Divino, se render à Vida, viver da forma mais inteligente possível, sem o sentido de dualidade, de separação, de medo.
Você não resolveu nascer e acredita que pode controlar sua saída desse mundo. É sempre a ideia de estar presente fazendo ou não fazendo algo. Aqui está toda a problemática: a ideia de ser uma entidade presente nessa experiência chamada vida.