Neste trabalho, estamos tratando da Natureza Verdadeira da experiência. A experiência é aquilo que acontece ou o que parece estar acontecendo. Na mente, a confusão é a imaginação sobre a experiência, a não constatação da Natureza Verdadeira da experiência. Considera-se isso algo tão óbvio, tão claro, que não se investiga qual é o significado real da experiência, o que há por detrás de tudo que acontece. O pensamento anda sempre colocando um véu sobre a Natureza da Verdade, essa mesma Verdade presente, que é a Verdade Divina, a Verdade de Deus.
Muitas tradições espirituais têm como proposta nos trazer esta profunda Revelação ou este Despertar interno. O fato é que, enquanto não houver este Despertar, não haverá uma profunda e significativa transformação. Então, todo o modelo da personalidade, dessa falsa identidade, continuará se repetindo, exatamente pela falta dessa Constatação da Natureza da Verdade, Daquilo que se encontra presente por detrás de toda experiência. É possível esse reconhecimento de nossa Verdadeira Natureza, porém, naturalmente isso não vem através da leitura e estudo de livros ou textos espirituais, muitos anos de práticas de meditação, ou aquilo que se entende por práticas devocionais.
De fato, faz-se necessária uma disposição para se engajar de forma honesta nessa autoinvestigação, nessa investigação da natureza da experiência. Repetindo para você: experiência é aquilo que acontece aqui neste instante, sempre neste momento presente. Investigar a natureza da experiência é investigar a natureza da Consciência, porque é nessa Consciência que toda experiência acontece – o pensamento, a emoção, o sentimento, a sensação, os eventos, os acontecimentos, absolutamente tudo. Então, essa investigação, ou direta observação, traz essa Constatação no Real Despertar. Essas falas tratam disso e é exatamente esse o objetivo em nossos encontros presenciais.
Essa Verdade atemporal, essa Sabedoria, não está dentro desse limite que é o movimento da mente. O fato é que essa atemporal Verdade se torna oculta, velada, coberta por um conjunto de crenças e todos esses padrões sociais. Nós temos testemunhado todo esse avanço científico e tecnológico em diversas áreas humanas, mas, apesar disso tudo, a confusão, o sofrimento e a ilusão continuam. A verdade é que, sem colocar uma intenção profunda, uma disposição verdadeira nessa direção, tudo continuará na mesma. O fato é que a mente não pode apreender a Realidade, porque está abarrotada de conceitos, crenças, padrões sociais e culturais.
Colocar-se diante dessa Realização, posicionar-se com a intenção nessa direção, é a única coisa real. Então, essa Realidade, Aquilo que não pode ser nomeado, que está fora de todo conceito, de toda crença e imaginação, se revela como Alegria, Amor e Paz. Assim, você vê que este é mundo de sonho, imaginário, e pela primeira vez fica claro para você, em seu Estado Real, Natural, que está tudo bem, tudo está no lugar. Quando não há mais imaginação, não há mais medo, e apenas o Silêncio revela Isso. Então, essas flores desabrocham, se abrem nesse jardim inominável do Desconhecido. Somente então o corpo, a mente e o mundo, aquilo que chamamos de “vida”, podem ser compreendidos como aparições sem importância.
Essa Realização é algo inalcançável pelo pensamento, é o fim da imaginação, da ilusão, do sentido de “alguém” na experiência deste momento presente. Nessa Consciência, nessa Verdade, fica óbvio que só há Deus. Então, qual é a natureza da experiência neste instante, neste momento presente? A palavra é Sat-Chit-Ananda, que significa Ser-Consciência-Felicidade – o desabrochar dessas flores no jardim do Desconhecido. Essa é a essencial Constatação ou Descoberta dentro dessas grandes tradições religiosas; é a Constatação de Buda, de Cristo, de Ramana, no Reconhecimento de sua Verdadeira Natureza!