Você tem vivido em restrições, porque este é o peso da personalidade. Você olha tudo à sua volta através dessa personalidade, que é o sentido de identidade, criado por você em razão da imaginação. Você tem se identificado com a sua experiência diária, criado uma identidade com a sua experiência profissional, familiar, com amigos, objetos (como casas e carros), atividades…
Então, o sentido de personalidade está atrelado a uma, assim chamada, “vida”, baseada em exterioridades, e é daí que você tem retirado esse senso de identidade, que chama de “eu”. Você se considera uma pessoa, então, você é uma personalidade.
A palavra “pessoa” significa “máscara”, uma característica individual, e esta é a restrição. Você está restrito a uma experiência pessoal, então, o Mistério, a Beleza e a Graça da Vida são perdidos, porque o seu modo de ver tudo à sua volta está sempre limitado por decisões, escolhas e preocupações pessoais. Não há Inteligência!
Quando você realmente compreende a necessidade de investigar isso, você se abre à oportunidade de ir além dessa situação de mediocridade, que é a situação que todos estão vivendo. Todos vivem dessa forma, porque se confundem com uma imagem de si mesmos, uma crença sobre quem são. Então, quando você vive identificando a si mesmo com essa personalidade, com essa pessoa, há uma grande limitação.
O que você está fazendo consigo mesmo? O que você está fazendo, quando está vivendo dentro desse sentido de pessoa? Aqui, dizemos que você está vivendo no ego, vivendo em uma falsa identidade, colocando a sua vida diária nessa condição de “vida pessoal”, nessa limitação, nessa sujeição, nessa restrição.
Do ponto de vista da pessoa, que representa viver dentro dos próprios conceitos e crenças, dentro de ideias comuns, isso é algo que representa um grande fardo, um grande peso. Essa é a infelicidade humana, a infelicidade do ego, a infelicidade do “eu”, a infelicidade pessoal. Esse peso é a busca por segurança, a busca por reconhecimento, por conforto e preenchimento, de alguma forma. Uma coisa que nunca acontece, porque a personalidade nunca se preenche, nunca se encontra em conforto, nem em segurança. O ego, por mais que busque, não conhece a Felicidade. Na verdade, a sua busca é exatamente em razão dessa situação. A natureza do ego é insegurança, é medo, é desejo.
O seu trabalho, aqui, é investigar a Natureza da Verdade sobre si mesmo, então, a luta termina. Quando você está livre da “pessoa”, não há mais luta. Essa personalidade é só uma máscara, uma falsa identidade e, portanto, uma alucinação.
Reparem que tudo o que se faz necessário, é uma nova visão sobre si mesmo. Essa nova visão lhe dá uma perspectiva correta sobre o mundo externo, o seu mundo de relações com pessoas, com objetos, com atividades profissionais, ou qualquer outra atividade.
É possível a Liberação dessa alucinação, desse experimentador, desse observador, desse pensador, desse “eu”, desse “mim”… É quando essa limitação, essa restrição, é totalmente varrida, totalmente destruída, quebrada. Quando essa nova e real perspectiva, que é a perspectiva correta, está presente, não há mais alguém! Alguns chamam Isso de “Despertar”, ou “Iluminação” – o fim para a confusão, para a desordem, para a guerra, para o medo.
Você nasceu para ser absoluta e incondicionalmente livre! Algo possível nessa Inteligência, mas impossível nessa limitação, nessa relação equivocada com a Vida, com Você mesmo. O amor à Verdade, o amor à Vida, é a rendição ao Real. Essa coragem de se render ao Real é possível quando se está “queimando” por Isso de verdade! A Verdade precisa ser a primeira coisa na vida, porque Ela é a Vida! Sem Ela, é só ilusão, nessa alucinação de ser alguém; a ilusão da personalidade, nessa alucinação do falso “eu”.
Isso implica um verdadeiro reconhecimento da Verdade sobre si mesmo, a constatação de que não existe alguém presente aqui e agora, nessa experiência do dia a dia, nessa assim chamada “vida diária”. É Isso que chamamos de Consciência, Presença, Ser, a Vida como Ela É, o Estado de pura Sabedoria.
Você é um Sábio – esta é a sua identidade Real –, mas um Sábio não vive em sofrimento, porque não está em alucinação, não está em um efeito hipnótico, em um efeito de sugestão, preso a um modelo de crenças. É assim que o ser humano tem vivido; o Sábio não!