Do ponto de vista do Sábio, não existe nenhum mundo externo, mas, enquanto você continuar acreditando que é uma entidade separada, verá um mundo do lado de fora. De fato, o mundo não é externo, não está do lado de fora. A percepção do mundo é algo que acontece espontaneamente, naturalmente, no Ser. Você é este Ser! Você é a Consciência! Você não é uma pessoa, uma entidade separada, um indivíduo, mas esqueceu-se disto. Na verdade, essa aparente e individual pessoa é só uma aparição no Ser, na Consciência.
O que estou dizendo é que, se o mundo aparece, existe Consciência nisso, há uma Presença tornando isso possível. Se o mundo não aparece, mesmo assim, você continua como Consciência. Então, esta Consciência é a Realidade das aparições; esta Presença é a Realidade do mundo, do corpo e da mente.
O mundo pode aparecer no sonho ou durante o estado de vigília, mas é o mesmo mundo que aparece para esta Consciência e nesta Consciência. Essas duas formas de mundo só podem aparecer porque há Consciência; é Nela que os mundos aparecem e desaparecem. É nesse mundo do estado de vigília que “você” viaja e vai encontrar-se com Ramana Maharshi em uma caverna, na cidade de Tiruvannamalai, como fez Paul Brunton e muitos outros. É claro que, do ponto de vista do Sábio, não existe separação entre o aluno e o professor, entre o Mestre e o discípulo, entre o mundo da Inglaterra – de onde saiu Paul Brunton – e da Índia.
Você vai à presença física do Guru para investigar, com ele, a questão da irrealidade do mundo, da aparência ilusória do mundo como algo separado do Ser. Então, não importa como o mundo esteja aparecendo, ele é uma realidade presente nesta Consciência.
Quando você está em sono profundo, não existem mais Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Índia, Colômbia, Singapura e Áustria. No sono profundo, só há Consciência, mas, enquanto isso não for uma realidade, um fato, para você, continuará sendo só um conceito, uma crença, que precisa ser superada. É necessário ir além disso!
Eu quero recomendar algo para vocês, de uma forma muito séria: a única coisa que você tem para fazer, nesta vida, é Realizar Deus, Realizar ISSO! Você precisa colocar todas as suas fichas NISSO! Não viaje mais para nenhum lugar, não vá nem até a próxima esquina! Venha a Satsang! Você não precisa ir a nenhum outro lugar, fisicamente.
Se eu disser que a única viagem que você tem para fazer é para dentro de si mesmo e que esta é a real viagem para o Satsang, você vai achar isso muito bonito, bastante confortável; você não sairá de sua zona de conforto psicológico acreditando que esta viagem é possível. Então, em razão desta crença, você tornará esta viagem impossível, por não implicar nenhum desconforto para você. Mas, ainda assim, continuará vivendo na ilusão de que está fazendo esta única viagem, que é a viagem para dentro de si mesmo. Portanto, não vou dizer para fazer esta viagem, porque você não pode. Até hoje, você não pôde, e se agora está aqui, nesta sala, é sinal de que não consegue resolver isso sozinho.
A viagem que você tem que fazer não é para levar o seu menino ao colégio, não é para ir à esquina comprar pão na padaria, não é para visitar outra cidade fazendo um passeio turístico, não é saindo de sua cidade e indo visitar outra cidade, onde moram os seus parentes, dentro do seu país. A viagem que você precisa fazer – e, para que ela aconteça, você precisa sair de sua zona de conforto, juntar seus recursos e investir em si mesmo, na sua Realização, na sua Real Felicidade – é a viagem para Satsang presencial.
Eu tenho mais uma coisa para dizer a respeito disso: você tem que se entregar, de todo o coração, à Graça Divina, para Ela lhe indicar o Satsang verdadeiro. Em nossos dias, há muitos “Satsangs” acontecendo ao redor do planeta. Talvez, dentro do seu país (e até mesmo em sua cidade), tenha três, quatro ou dez “gurus” disponíveis. Hoje em dia, qualquer um que tenha lido um pouco sobre isso ou vivenciado alguma experiência espiritual, um insight, se autoproclama “guru” e começa a dar “Satsang” também.
Então, você ainda tem esse desafio pela frente: sair de sua zona de conforto e se lançar aos pés da Graça, deixando essa teoria de “guru interno” (que é só mais uma crença), deixando a crença de que não precisa morrer, não precisa se render, não precisa entregar a ilusão.
Percebo que hoje está sendo um dia difícil para alguns de vocês, mas eu não estou preocupado. Existem coisas que eu só posso lhes dizer face a face, porque, por aqui [encontro online pelo aplicativo Paltalk], nosso namoro está frio.