O único problema que você tem

Em seu Estado Natural, não existe o outro. A base do outro está no sentido do “eu”. Se não há nenhum “eu”, não há nenhum “você”. Não é apenas o “outro” que não existe quando não há o “eu”; o mundo também não existe. Seu único problema é o sentido do “eu”. Paradoxalmente, o “Eu Sou” é a solução para todos os problemas. Se existe apenas o “Eu Sou”, não há “você”, mas, se você acredita nesse sentido de “eu sou este corpo” ou “eu sou esta pessoa”, outra “pessoa” aparece diante de você. Dessa forma, o outro se torna muito importante para você, pois a sua existência é dependente da existência dele. Se você aprender a permanecer em Si mesmo, todos os problemas desaparecem imediatamente.

Portanto, a crença é o problema; a outra pessoa não é nenhum problema. Se o seu sentido de “eu” está aqui, você vive nessa comparação: “Eu sou pobre e ele é muito rico”; “Eu sou infeliz e ele é muito feliz”; “Olhe para a esposa dele… Eu não tenho uma esposa”; “Olhe para os seus discípulos… Eu não tenho discípulos”; “Eu falo o tempo todo de Advaita Vedanta, sou um mestre, mas ninguém reconhece minha grandiosidade, minha santidade”; “Se eu estou aqui, por que você não me vê?”; etc.

Então, o sentido do “eu”, essa crença, é o único problema que você tem. Com o sentido do “eu”, você tem em si a inveja. Isso é sofrimento, uma forma de dor que você tem em si mesmo, porque “alguém” tem o que você não tem; “alguém” é o que você não é”. O senso de comparação é a causa de diversos problemas em sua vida. Por exemplo, ao dizer: “A minha esposa não é tão bonita”, o sentido do “eu” diz que você tem uma esposa. O “outro” é uma grande preocupação, porque “eu estou aqui”, “eu sou…”. Crenças! Na verdade, você não é o que acredita ser. A base desse problema são os pensamentos. Se você não tem pensamentos, não há comparação, não há o sentido do “eu”, não há inveja, não há problema.

Eu, particularmente, não tenho nenhum problema, porque “pessoas” não existem para mim. Isso porque esse “eu” não existe para este “Eu”, que é o real “Eu Sou”. Não falo desse falso “eu sou”, que diz: “Eu sou bonito”, “Eu sou marido”, “Eu sou filho”, “Eu sou avô e tenho lindos netos”… O pensamento é muito estúpido e, se você acredita nesse “eu”, os problemas aparecem a todo momento. “Ela comeu o meu bolo! Cadê o meu bolo?”. Vocês percebem o problema? O sentido do “eu” traz todos os problemas. Meu trabalho é compartilhar com vocês como viver sem esse sentido de “eu sou pai”, “eu sou namorada”, “eu sou namorado”…

Maio de 2018
João Pessoa – PB, Brasil