Voltar-se para dentro não é comportar-se de determinada forma, respirar de uma determinada maneira, cantar uma espécie de música, recitar algumas palavras… Voltar-se para dentro é não confiar na mente, no que ela diz aí. Não confie em pensamentos, em nenhum deles!
Não há Verdade no pensamento, somente a “verdade” dele. Se você passar algum tempo perto de mim, descobrirá isso: eu não confio em pensamentos! Se eu não confio, você pode começar a desconfiar também. Isso é tudo o que espero de você. Mas, eu posso dar mais um passo com você. O primeiro passo com você é lhe mostrar que nenhum pensamento, sentimento, sensação ou percepção é real em seu Ser, em sua Natureza Verdadeira. Você quer saber qual é o segundo? Dê esse primeiro passo comigo e eu lhe revelarei o segundo.
Despertar é assumir a Verdade de que não há nada além de Deus! Então, a gente não confia em nada além de Deus, ou confia que tudo é Deus; dá no mesmo. Deus é outra palavra para a suprema Bem-Aventurança, suprema Felicidade. Há somente a suprema Felicidade! É aqui que eu estou, é aqui que Eu Sou o que Sou, que Você é O que é. Você se esqueceu disso e eu estou aqui só para lembrá-lo.
Vocês acham que eu sofro? Não! Por quê? Porque não há imaginação. Para sofrer, você precisa do pensamento. E pensamento é o quê? É imaginação, e está sempre associado a objetos, a imagens de coisas, pessoas e situações. Então, vejam como é simples viver sem sofrimento. A única coisa que importa é abandonar a exterioridade, que é criada pelo pensamento; o pensamento também é exterioridade.
Portanto, vejam que Meditação, que é o seu Estado Natural, é algo simples, embora para a mente não seja fácil; é essa atenção permanecendo no agora, no qual está a totalidade da verdade , que é Paz, Liberdade, Felicidade. Não há “pessoa” nessa atenção! O Agora não carrega a “pessoa”! Em todos os Satsangs, estou tratando da Meditação. Eu não ensino uma prática de meditação, mas enfatizo a arte da Meditação, a beleza da Meditação. Na mente, você vive na imaginação, então, o meu trabalho é trazê-lo de volta para esse Espaço, que não é contaminado pelo pensamento, pelo tempo, pela história, e, assim, mostrar-lhe a importância deste instante – que não é um “instante”, pois nele se revela Aquilo que está fora do tempo; é o Coração da experiência, para o qual podemos dar vários nomes: Consciência, Presença, Ser, Deus, Verdade… É qualquer “Coisa” onde “você”, a “pessoa”, não está.
Então, o meu trabalho com você é trazê-lo para este instante, que não é um “instante”, é o Coração da experiência, para o qual podemos dar vários nomes: Consciência, Presença, Ser, Deus, Verdade… Mas é qualquer “Coisa” onde “você”, a “pessoa”, não está.
Assim, não se fixe na identidade, deixe-a solta, pois ela é somente uma coisa do tempo. Quando você assume uma identidade na experiência, ou seja, assume que está vivendo no mundo como uma “pessoa”, você tem preferências, escolhas, medos, desejos e histórias para contar. Quando você é Consciência, você é essa Presença, que esvazia todo o conteúdo da personalidade, da egoidentidade. Quando você é essa Presença, não tem mais “você” e, então, fica uma coisa muito bonita, como uma dessas rosas… uma coisa muito linda, muito atraente, de grande beleza! Contudo, não é isso o que refletem seus desejos, suas escolhas… É exatamente a ausência disso tudo, que é o Vazio, essa Vacuidade, que reflete toda a Beleza!