A aproximação que você tem, nesse espaço chamado Satsang, tem o propósito de lhe mostrar essa grande ilusão na qual a mente tem vivido. Como você sempre esteve identificado com a mente, você a toma como a sua realidade, como a realidade da sua vida.
Se você descobrir como explorar a Natureza Real da Consciência, você vai descobrir que Ela não possui essas qualificações objetivas. Em outras palavras, todo modo de conceituar a vida à sua volta é um modo que a mente conhece, dando qualificação a tudo em volta dela. Em Satsang, você está dentro de uma aproximação da Sabedoria, de um encontro com a Verdade. Esse é o significado da própria palavra Satsang.
Na mente, você carrega vários conceitos, crenças, opiniões e conclusões, e você considera que isso é real para si mesmo. No entanto, aí está a ilusão desse falso “eu”, dessa “pessoa” que, por exemplo, neste momento, parece estar ouvindo alguém – alguém ouvindo alguém. Essas são as qualificações objetivas da mente. A mente, em sua ilusão, torna tudo objetivo à sua volta, sendo ela o sujeito. Então, ela é o sujeito, o “eu”, e tudo à sua volta é o não “eu”. Esse é o conceito, a crença, a ilusão da separação. Essa Consciência é a Natureza do Ser, é a sua Natureza Real. Ela não possui essas qualificações objetivas. Isso é pura criação da mente!
Então, a forma como você está vivendo na mente é totalmente equivocada; é uma vida totalmente ilusória! Isso que é conhecido como “vida humana”, “vida pessoal” é algo semelhante ao sonho que você tem à noite. Quando você acorda pela manhã, percebe que não havia nenhuma realidade, era apenas a mente fabricando imagens, produzindo experiências, e tudo isso estava dentro dela. Aquele mundo do sonho não era uma realidade objetiva. Aquela experiência do som, das imagens, as pessoas presentes no seu sonho, tudo era tão irreal como você dentro daquela experiência. Tudo no seu sonho foi construído por conceitos e crenças. Então, os objetos, as pessoas, as sensações, toda essas experiências, estavam somente dentro da própria mente. Tudo foi pura imaginação.
Esse seu mundo, que é o mundo da mente, é o mesmo mundo do sonho que você tem à noite, enquanto que a Verdade de sua Consciência, de sua Natureza Real, está além disso. O propósito desse encontro é que você descubra a Realidade, a Verdade sobre si mesmo. Se isso fica claro, não há mais ilusão; a mente entra em colapso!
Não há nome adequado para essa Realização. Alguns chamam isso de Despertar. Essa Realidade é a Realidade do Silêncio. Tudo que a mente conhece são nomes e formas, são experiências que ela mesma produz, mas estamos apontando para “algo” além da mente, “algo” além dessa ilusão do “eu”. A mente não pode apreender a Realidade, não pode alcançar Isso.
A mente sempre fica no campo da dualidade, que é o campo de sua própria experiência – sujeito e objeto. Tudo o que a mente conhece está dentro dessa dualidade. Ela mesma se separa entre mente e corpo, mente e mundo. Entretanto, não existe nenhum sujeito e objeto, não existe nenhum pensamento e seu pensador. O pensador é só um pensamento criando a ilusão de uma entidade responsável pelo pensamento. Não existe pensador e pensamento; isso é uma crença do pensamento. Não existe mente, corpo e mundo. Não existe vigília, sonho, sono profundo e morte, nem um estado pós-morte. Tudo isso é só a mente produzindo.
Todo dia você tem a experiência de conversar com outras pessoas, de ter pensamentos, sentimentos e emoções, mas isso não é verdade. Isso é só a mente nela mesma, por ela mesma, experimentando ela própria. Mesmo que você tenha um contato de 3º grau, um contato com extraterrestres, isso também estará dentro da experiência da mente. Não existe nada fora da mente e sua experiência. O ego é ávido por experiências místicas, esotéricas, espirituais, extrafísicas. É a busca da mente por sensações extraordinárias. O ego adora esse tipo de viagem.
A Verdade é o fim da mente e sua experiência; é quando a mente entra em colapso, cai, desaparece. A própria mente é feita de conceitos, aparências, nomes, crenças. Então, todas as experiências são projeções da própria mente. Na verdade, ela própria é construída por essas projeções, que não estão separadas dela; essas projeções são a própria mente.
Quando a sua história termina, a mente, o ego, que é a ilusão desse sentido de um “eu” separado, também termina. Então, não há mente, não há corpo e não há mundo. O seu Estado Natural é Ser! Isso é Meditação, Consciência, Liberdade!
Tenho só mais uma coisa para lhe dizer: todo esse movimento, esse sonho, é apenas uma dança da Consciência. O problema não está nessa dança, não está no movimento. O problema surge quando você tenta assumir o lugar da Realidade. Portanto, você está – e sempre estará – diante de um paradoxo. A Verdade não pode ser alcançada por você. Não há como realizar Isso identificado com a mente, tendo a mente como real.